O Que Me Faz Pular

O Que Me Faz Pular David Mitchell
Naoki Higashida




Resenhas - O Que Me Faz Pular


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Leonardo 28/09/2014

Resenha para o blog Melhores Livros
"O que me faz pular" é um livro que fala sobre o autismo, porém nada de especialistas ou psicólogos falando sobre essa condição. E sim um garoto de 13 anos que nos conta como que é ser autista.

Naoki Higashida descobriu com 6 anos que era autista, ele junto com sua mãe desenvolveu uma forma de se comunicar através de uma placa com letras, e foi assim que Naoki conseguiu escrever esse livro incrível.

O livro tem um leitura muito rápida, pois é em sua maioria dividido em várias perguntas que muita gente tem sobre o autismo, e Naoki vai respondendo cada uma delas. O interessante é que ele tenta não só falar por ele, mas sim por todas as crianças que tem autismo, levantando algumas razões de o porque algumas crianças autistas fazerem o que fazem.

Além das perguntas, o livro também conta com alguns pequenos contos que ele conhece ou até mesmo que ele escreveu.

Você pode pensar que por se tratar de um livro escrito por um garoto de 13 anos, vai ser algo totalmente bobinho ou até mal escrito, porém longe disso. Naoki consegue explicar tudo de um forma tão linda, até poética, além de usar metáforas muito inteligentes para tentar passar melhor o que ele está falando.

Não dá pra explicar como é tocante esse livro, acho que só lendo mesmo. E se você conhece alguém que sofre dessa condição, vai gostar de saber o que se passa dentro da cabeça de quem tem autismo.
Vemos que é algo totalmente diferente do que pensamos, que apesar de terem os mesmo sentimentos que nós, o corpo deles não funciona como o nosso, fazendo assim deles reféns da própria condição.


site: http://www.melhores-livros.com/2014/09/resenha-o-que-me-faz-pular-naoki-higashida.html
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Tami 24/07/2014

Resenha publicada no blog Gaveta Abandonada.

Escrever um livro com 13 anos não é uma tarefa para qualquer um. Ser autista com sérias dificuldades de comunicação verbal e escrever um livro aos 13 anos é praticamente impossível. Só por isso esse livro já deveria ser lido. Mas ele é mais.

"... sinto uma tremenda inveja de pessoas que conseguem identificar o que seu cérebro está dizendo e ter a capacidade de agir da forma adequada. Minha mente está sempre me mandando para pequenas missões, não importa se quero realizá-las ou não. E, se não obedeço, preciso enfrentar a sensação de horror que me invade. É como se eu estivesse sendo empurrado da beira de um precipício para cair num tipo de inferno." (pág. 150)

Basicamente dividido em três partes, o livro tem seu grande foco em perguntas feitas ao autor. Coisas muitas vezes que parecem simples ou banais, mas que temos dificuldade em entender ("Por que você gosta de girar?"). Além disso, temos um belo prefácio escrito por David Mitchell e pequenos contos de Naoki.

Lindamente escrito por um pai que sempre tentou entender o filho, David Mitchell tenta nos mostrar o que é ser autista e o porque desse livro ser tão importante. Ali conseguimos sentir um pouco como é ser pai ou mãe de uma criança que parece nunca entender o que é dito. E que vai permanecer assim por um bom tempo.

A maturidade com que Naoki responde pergunta a pergunta é incrível. Não creio que com 13 anos eu poderia responder dessa forma. Inclusive, pela forma das respostas, muitos leitores duvidam que sejam realmente palavras do menino - mas eu prefiro acreditar que sejam. Para uma pessoa que - supostamente, pela doença - tem dificuldade em entender o sentimentos alheios, ele dá uma lição em muita gente. Não tenho contato com pessoas autistas, apenas do que vemos em meios de comunicação e de pessoas próximas, mas lendo conseguimos perceber todos os problemas que eles "causam" e como se sentem terríveis por isso. Conseguem imaginar a dor de uma criança que sabe que está incomodando e mesmo assim não consegue fazer nada para parar porque o seu corpo e cérebro não obedecem? Eu não consigo.

Seus contos são outro caso a parte. Eles tem uma simplicidade incrível e sempre trazem grandes lições, do tipo que vemos em O pequeno príncipe. Histórias que tem uma ou duas páginas no máximo e trazem consigo uma carga emocional que poucos conseguem colocar no papel. Não é exagero dizer que um livro apenas com contos do Naoki seria um excelente presente.

"Veja bem, para nós o autismo é normal, então não temos como saber o que os outros chamam de "normal". Porém, a partir do momento em que aprendemos a nos amar, não sei bem se faz diferença termos autismo ou não." (pág. 84)

É um livro simples e que traz muito conhecimento. Um ótimo exercício de empatia e uma grande leitura, em especial para quem tenha algum conhecido com a doença. Sem dúvida recomendo. Finalizamos a leitura com a dedução mais simples possível: amor, carinho e compreensão é tudo o que qualquer pessoa precisa, independente de como ela tenha nascido.

site: http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2014/07/resenha-o-que-me-faz-pular.html
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Psychobooks 21/07/2014

- Enredo

Esse livro é um pouco mais complicado de destrinchar, já que a narrativa é por meio de perguntas e respostas. O objetivo do livro é apaziguar a curiosidade dos pais que têm filhos autistas não verbais e que gostariam de saber inúmeras coisas.

Naoki Higashida é autista, tem 13 anos e não fala. A comunicação com sua família é feita por meio de textos. No livro enxergaremos o mundo pelo seus olhos e algumas questões em relação ao seu comportamento - e de outras crianças autistas -, ficarão mais claras.

- Narrativa

Como falei, a narrativa é feita por meio de perguntas e respostas. Naoki é questionado sobre alguns comportamentos e explica porque age de algumas maneiras. Para pais e familiares de autistas não-verbais a experiência do garoto é realmente superinteressante e a forma como ele se expressa deixa claro tudo o que sente.

Naoki começou sua comunicação através de textos com a ajuda da mãe e de uma professora. Ele usa uma tabela onde vai direcionando as palavras até que as frases são formadas.

Na introdução do livro foi feito por David Mitchell, autor inglês que também tem um filho autista, ele explica como teve seu primeiro contato com o texto de Naoki e como isso mudou a forma que ele enxergava o autismo em seu filho.

- Falando como mãe de um autista

Tenho um filho de 18 anos autista e também não verbal. Estava superansiosa pela leitura e pensando no que podia esperar da experiência de Naoki. A forma como ele se expressa é bem diferente do que vi até hoje quando se fala em autismo.

Naoki usa muito o abstrato para descrições e tem uma consciência absurda dos seus sentimentos. O que me deixou com algumas dúvidas em relação a quanto seu texto é seu e quanto ele é lapidado por outros.
A leitura me proporcionou alguns insights na mente do Lucas. A construção do texto é didática e de fácil entendimento.

No geral, uma ótima leitura, tanto para familiares quanto para pessoas que desejem entender um pouco mais sobre o autismo.

"Mas, quando pulo, é como se meus sentimentos rumassem em direção ao céu. Na verdade, minha necessidade de ser engolido pela imensidão lá em cima é suficiente para estremecer meu coração. (...)"
Página 87


site: www.psychobooks.com.br
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Bahcon 04/07/2014

"Quando pulo, é como se meus sentimentos rumassem em direção ao céu"
O autor desse livro, Naoki Higashida, possuía apenas treze anos quando o escreveu. Nascido em 1992 no Japão, o menino foi diagnosticado com "tendências autistas" em 1998 e desde então encanta a todos com o seu conhecimento e sua filosofia de vida. Em "O que me faz pular" encontramos tanto respostas de frequentes questões destinadas à maioria dos autistas quanto maravilhosos contos escritos exclusivamente por Naoki.

O menino possui um grau de autismo tão severo que torna a comunicação verbal quase impossível. Porém, graças à sua força de vontade e à uma insistente professora, ele aprendeu a soletrar palavras usando uma prancha de alfabeto. Sendo assim, Naoki se comunica apontando as letras desejadas e soletrando palavras que são transcritas por um ajudante. A partir dessa técnica foram escritas diversas poesias, textos de ficção e explicações sobre o comportamento de crianças com autismo.

“Através das palavras de Naoki, pela primeira vez senti como se o meu garoto estivesse falando conosco sobre o que acontece dentro de sua cabeça.” Afirma David Mitchell, pai de uma criança autista.

Questões como “Você prefere ficar só?” ou “Você tem noção de tempo?” são respondidas pelo menino de maneira filosófica e poética, esclarecendo todas as dúvidas referentes ao assunto e também nos fazendo refletir. A introdução do livro é feita pelo escritor David Mitchell, que retrata suas experiências com seu filho autista a partir de um emocionante discurso autobiográfico. O irlandês afirma que o trabalho de Naoki o ajudou profundamente a entender a mente e as atitudes do filho.

O livro é tão cativante que é possível ler em apenas uma tarde. É repleto de lindas ilustrações e encerra com um conto único e fantástico que com certeza vai emocionar muita gente.

Recomendo demais essa grande lição de vida que nos transporta para um universo totalmente desconhecido e nos permite ver o mundo a partir de uma perspectiva fascinante e inédita.

site: http://fatflyingpig.blogspot.com.br/
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MiCandeloro 09/06/2014

Belíssimo e inspirador!
Naoki é um jovem de 13 anos, extremamente inteligente e sensível, mas incompreendido, refém do seu próprio corpo que o impede de se expressar e de explorar o mundo.

Durante muito anos, viveu completamente isolado no seu mundinho interior. Ninguém entendia por que ele chorava, gritava ou pulava incessantemente, por que tinha obsessões de enfileirar seus brinquedos, falar em voz alta, correr livremente, ou por que não conseguia falar, manter um diálogo e responder as mais simples perguntas.

"Por favor, não nos julgue apenas pela aparência. Não sei por que não conseguimos nos comunicar de forma adequada. Mas não é por não querermos falar — é porque não podemos, e sofremos por causa disso. (...) Você consegue imaginar como seria sua vida se você não pudesse falar?"

Alguns achavam que ele era demente, que não conseguia entender o que os outros diziam ou que não tinha vontade de aprender. Mas todos estavam completamente errados! A vida de uma pessoa com necessidades especiais é muito complicada, tanto quanto a vida dos seus cuidadores e familiares.

Imaginem como deve ser angustiante ter a total consciência do que acontece ao seu redor sem conseguir reagir? Imaginem como deve ser frustrante saber que se está fazendo algo errado e não conseguir parar? Imaginem o quanto deve ser tenebroso saber que vocês são a causa do sofrimento daqueles que mais amam?

Era assim a vida de Naoki, "Mas, graças a uma professora persistente e ao seu próprio empenho, aprendeu a soletrar palavras usando uma prancha de alfabeto." E, a partir disso, Naoki conquistou o seu lugar no mundo e quebrou paradigmas ao mostrar que a vida de um autista não era do jeito que todos imaginavam.

Pela primeira vez, em O que me faz pular, pudemos entrar na mente de um menino que sofre de um autismo severo e descobrir o que ele pensa, sente e aprender lições preciosas que nós, "pessoas normais", parecemos esquecer.

"Então, minha grande esperança é poder ajudar um pouco explicando do meu jeito o que acontece na mente das pessoas nessa condição. Também espero que, através da leitura deste livro, você possa se tornar um amigo melhor para alguém com autismo."

Convido todos vocês a se entregarem a essa jornada bela e delicada, compartilhando um pouquinho da vida de Naoki e entendendo de uma vez por todas que não podemos julgar uma pessoa sem conhecê-la.

"Não se pode julgar uma pessoa pela aparência. Mas, a partir do momento em que você entende o que acontece dentro do outro, vocês dois podem se tornar bem mais próximos. Do seu ponto de vista, o mundo do autismo deve parecer um lugar extremamente misterioso. Portanto, por favor, pare um pouco e ouça o que tenho a dizer. E faça uma boa viagem através de nosso mundo."

***

Desde que ouvi a Helo falar deste livro na 3ª Turnê Intrínseca tive a certeza de que precisava lê-lo. Me arrependo de não ter lido antes, porque sério, este foi o livro mais incrivelmente tocante que já li na vida, superando tranquilamente Extraordinário e outros tantos que seguem esta mesma linha, principalmente por se tratar de uma história real.

Preciso confessar, nunca me senti tão pequena, tão insignificante e tão ignorante ao ler O que me faz pular. Nós, "pessoas normais" que vivemos reclamando da vida e julgamos ter problemas não temos ideia do que uma pessoa com autismo passa. Em primeiro lugar, nunca imaginei que existisse uma mente tão ativa e capaz "dentro" de pessoas portadoras de doenças tão severas.

"Não conseguir falar significa não compartilhar o que a gente sente e pensa. É como ser um boneco que passa a vida toda em isolamento, sem sonhos ou esperanças."

Quando olhamos para um autista, com um rosto sem expressão e um olhar vidrado e apático, como imaginar que dentro daquela cabecinha habita um ser tão enérgico, cheio de ideias e sede de viver? E isso me doeu tanto! Porque o diferente e o incompreensível tende a nos afastar. E não me refiro somente a autistas, mas também a vítimas de Alzheimer, Síndrome de Down, dentre outras síndromes ou até da própria velhice, em que a pessoa pouco a pouco se enclausura por não ter com quem compartilhar seus momentos restantes de lucidez.

"Você deve estar pensando: “Ele nunca vai aprender?” Sabemos que estamos deixando vocês tristes e chateados, mas sinto dizer que é como se não tivéssemos escolha, e é isso. Mas, por favor, façam o que fizerem, não desistam de nós. Precisamos de sua ajuda."

Mas e se essas pessoas todas que, aparentemente não entendem o que falamos e não conseguem se comunicar, escondessem dentro de si seres humanos tão fantásticos e dignos de atenção, tão sensíveis e aparentemente mais evoluídos do que nós, com percepções tão aguçadas e tão puras, o que fazer? Que tal começar escutando o que Naoki tem a dizer sobre si e sobre a doença? Que tal começar prestando atenção em todas as mensagens que Naoki tem a nos dizer e abrir os olhos para o mundo, enxergando sobre o ponto de vista dele? Tenho certeza de que a vida de vocês nunca mais será a mesma depois de ler O que me faz pular. E tenho ainda mais certeza de que esse livro é essencial para aqueles que lidam com essa doença todos os dias.

"Vocês não percebem. O fato é que vocês não fazem ideia de como nos sentimos mal. As pessoas que cuidam de nós podem até dizer: “Quer saber? Tomar conta desses garotos é um trabalho muito difícil!” Mas ninguém sabe o quanto nós — que estamos sempre causando problemas e somos inúteis em quase tudo que tentamos fazer — nos sentimos culpados e infelizes."

Não desistam de quem tem autismo. Eu sei que a vida de vocês, cuidadores e familiares deve ser muito difícil, mas a deles é muito pior. Não desistam de amar, de ensinar, de ter paciência e, principalmente, de aprender, porque eles têm muito o que ensinar.

"Compaixão de verdade significa não pisar na autoestima alheia. Pelo menos é assim que eu penso."

A Intrínseca arrasou na edição de O que me faz pular, produzindo um livro graficamente impecável, condizente com a beleza do texto. Para mim, o livro divide-se em três partes, a começar pela introdução, feita por David Mitchell, pai de uma criança autista. Só ali já estremeci e comecei a chorar e fiquei me perguntando o que viria depois. Uma das coisas que me fez adiar a leitura foi saber que a história era escrita com base em perguntas e respostas. Achei que isso seria chato e cansativo de ler, mas não, ao contrário, me fez comer o livro e o li todinho em cerca de meia hora. As perguntas são interessantes, dignas de um leigo que não entende nada do universo autista, algo bom para nós, pessoas comuns, e as respostas de Naoki são tão sinceras e espirituosas.

"Autistas não têm liberdade. O motivo é que somos um tipo diferente de seres humanos, nascidos com sentidos primitivos. Nós estamos fora do fluxo natural do tempo. Não conseguimos nos expressar e lutamos com nossos próprios corpos a vida inteira. Se ao menos pudéssemos voltar para aquele passado distante e líquido, então conseguiríamos viver de forma tão livre e feliz quanto o restante de vocês!"

De vez em quando ele tentava se aprofundar e ilustrar algo que sentia ou pensava nos contando uma história de sua autoria, pequenos contos que aqueceram o meu coração, principalmente o do final que não tenho nem palavras para comentar. Só para deixar claro, O que me faz pular não é um livro triste! De maneira nenhuma. Naoki é um menino engraçado, cheio de vida, que aprendeu a se amar do jeitinho que é. Mas não pude deixar de me emocionar e de me questionar sobre tudo o que ele falou.

Gente, O que me faz pular é leitura OBRIGATÓRIA, é sério. Este é um livro que precisa ser lido por todos. Nós, "pessoas normais", precisamos expandir nossos horizontes e entender de uma vez por todas que o mundo não gira em torno da gente, que existem muitas cores além do preto e do branco e que o preconceito só nos limita. Por favor, leiam! Com certeza se todos pensassem como Naoki, o mundo seria um lugar melhor de se viver.

Resenha originalmente publicada em: http://www.recantodami.com/2014/05/resenha-o-que-me-faz-pular-naoki-higashida.html
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Camille 24/05/2014

Entendimento para além de pesquisas e informações 'técnicas' sobre o autismo. - Beletristas.com
Em um jogo de perguntas e respostas, Naoki Higashida nos apresenta um universo sobre o qual pouco conhecemos. Logo na introdução de David Mitchell somos levados a compreender pelo menos parte dos problemas que pessoas autistas tem que lidar todos os dias.

Sendo sincera, achei que entendia do assunto. Claro que nunca me julguei uma especialista, mas sou curiosa por natureza e partia do princípio de que tinha respostas para as minhas dúvidas e perguntas. A verdade, entretanto, é que eu não sabia nada.

Sensibilizada e com mais dúvidas e respostas, comecei a ler o livro que Naoki escreveu quando tinha apenas 13 anos. Hoje, ele tem a mesma idade que eu (nascemos no mesmo ano) e com certeza superou muito mais dificuldades. Ele inclusive dá palestras sobre autismo e continua escrevendo em seu blog.

É estranho como ele mesmo se julga "fora do normal", comparando o que ele aprendeu sobre as pessoas "normais" durante seus vários momentos de observação. É também preocupante a quantidade de vezes que ele pede para, por favor, ser entendido - em nome de todos com a mesma situação.

Uma coisa é verdade: ele possibilita que pessoas de fora entendam pelo menos um pouco do que se passa com ele. Naturalmente elas se tornam mais pacientes e sabem como reagir diante das principais situações, e isso é esclarecedor de formas que sequer imaginávamos.

Ao ler O Que me Faz Pular, entrei em um mundo até então desconhecido, mas acredito ser muito mais capaz de enfrentar as situações frequentes que, muitas vezes, podem assustar os despreparados. David Mitchell assume que, até conseguir ler o livro, ele estava completamente perdido sobre o que fazer e como agir com o filho.

Agora, entretanto, pergunto-me se Naoki não tem, de fato, uma experiência de vida em vários sentidos muito mais completa do que a minha. Só eu acho lindo e único que ele, assim como todos que tem seu nível de autismo (não sei se esse termo é correto), consiga ver beleza em coisas que, para nós, são completamente cotidianas?

site: http://beletristas.com/resenha-o-que-me-faz-pular-de-naoki-higashida
Sandra 31/03/2017minha estante
Tb fiquei muito tocada com os pedidos recorrentes dele para ser entendido. Só não dei 5 estrelas para esse livro, pq (não sei se foi a tradução...) muitas vezes ele fala em nome de todos os autistas (nós autistas isso, nós autistas aquilo) e não em nome dele próprio, pq sabemos que o espectro é bem amplo, logo, os comportamentos são variados e de menor ou maior intensidade. Conheço autista que não apresenta vários dos comportamentos e dificuldades que Naoki passa.
De toda forma, o livro é incrível e muito revelador.




Eri Guimarães 10/05/2014

A Visão de Um Mundo Incompreendido
Bonjour Anges!!

Com certeza você já ouvir falar sobre autismo. Pode não ter tido contato direto, mas acabou por conhecer alguém que conviveu com essa doença. De uma forma sucinta, autismo é um transtorno global do desenvolvimento que tem como principais características a inabilidade para interagir socialmente, a dificuldade no domínio da linguagem para comunicação e um padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Para complicar ainda mais, esse transtorno acomete em vários níveis: há aqueles que são leves e não interferem tanto na fala e na “inteligência”, e há aqueles que são tão graves que o paciente é incapaz de manter contato interpessoal e é agressivo, distante, “retardado mental”.

Por mais pesquisas que tenham na área, ainda não foi descoberta a causa para que esse transtorno aconteça. Tanto é que por muitas vezes, famílias em que nascem um filho autista, os demais irmãos nascem normais. E por não se saber a causa, também não há uma cura.

Ter um autista em casa é algo que gera grande desequilíbrio emocional para os familiares e pessoas envolvidas. Cuidar de uma pessoa autista demanda tempo, paciência, amor e força. Principalmente nos casos mais severos, onde a comunicação é inexistente.

Naoki Higashida sofre de autismo severo e escreveu esta obra quando tinha trezes anos, ele tem muita dificuldade em comunicação verbal, mas aprendeu com a ajuda de sua mãe e uma professora a soletrar palavras usando uma prancha de alfabeto. Esse método possibilitou e o ajudou em sua comunicação, e com ela pode também escrever suas poesias e contos, ele tem seu próprio blog e já ganhou diversos prêmios com seus trabalhos literários.

Quando lemos as explicações de Naoki e suas respostas um novo mundo nos é aberto. É como se essas palavras fossem a chave para um lugar inacessível. É como se houvesse uma voz trancada dentro do Naoki esperando para enfim ser libertada, para que o mundo possa ver e principalmente entender o que ele sente e o que se passa em sua mente. Imagine como seria se você não conseguisse se comunicar, não conseguisse dizer como se sente, com as pessoas intuindo através de alguns detalhes ou reações o que você quer dizer, sendo que não é aquilo que você pretende. Eu senti a força de um jovem que externamente parece não saber de nada, mas que é extremamente brilhante, sensível e observador.

Essa livro é a oportunidade de saber o que se passava na mente da criança que vive o autismo, o que ela espera de nós. Você já parou para pensar por que eles se isolam? Por que alguns fogem? Por que às vezes eles sorriem assim do nada? Ou como funciona a mente deles quando perguntamos algo que tenha que invocar uma memória? Como reagem com uma organização? Por que preferem enfileirar os brinquedos? Como eles enxergam o mundo ao seu redor? Naoki nos dá respostas para essas perguntas e muitas outras, e me surpreendi demais com suas palavras.

A sensibilidade dentro de palavras simples é algo que emociona, que chega até a alma, e algo que ele sempre repete é “não desistam de nós”, “fiquem ao nosso lado”, um apelo para tentarmos compreendê-los, pois como ele mesmo escreve no final, ao compreendermos a verdade a respeito dos autistas já será uma grande luz, um raio de esperança na vida dos mesmos, e é nisso que eles se apegam: a esperança. Não a esperança de ser normal, mas sim de serem entendidos e aceitos como são.

Além das perguntas ele nos presenteia com alguns contos seus, e sério, é a coisa mais fofa da face da Terra. Naoki tem um talento maravilhoso, lhe foi dada a chance e ele se agarrou a ela com unhas e dentes e transformou isso em um sonho: quer se tornar escritor e levar sua mensagem para todos. Hoje através de suas palavras portas estão sendo abertas, pais estão podendo entender melhor seus filhos, como o próprio David Michell coloca em sua introdução, esse livro caiu do céu e foi transformador para seu relacionamento com seu filho, pois enfim ele entenderia o que se passava dentro da cabeça do mesmo, explicando o porquê de tantas dúvidas que ele tinha e ninguém conseguia explicar. Aprendendo que o caminho para compreendê-los não é fazendo a criança autista entender a forma como você vê o mundo, ou buscando na sua forma as explicações necessárias, mas sim você aprender a ver o mundo como ela vê, e a partir dai entrar em uma sintonia e enfim entende-los de verdade.

Para mim foi um “O que me faz pular” foi um livro revelador, simplesmente um dos melhores que já li. Tocante, real, sincero, divertido também, e emocionante. Uma voz enfim toma forma, eu realmente aprendi muito, não imaginava o quão difícil para eles é a situação que enfrentam e a espera para que sejam notados e ouvidos! Através dessa obra tirei lições que levarei para a vida toda, mais do que recomendado, é uma leitura obrigatória.
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Eli Coelho 20/04/2014

Interessante e Humano.
Um livro curto, de fácil leitura e muto agradável.
No estilo pergunta/resposta recomendo a todos os profissionais de saude, pais, parentes e amigos dos envolvidos com o TEA.

Humaniza o transtorno e traz esperança.

Muito interessante entender o que acontece de diferente com um cérebro autista, embora acredite que não se deva generalizar, pois cada paciente é unico dentro desse diagnóstico.
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Nanda 05/04/2014

Perguntas feitas para um garoto de 13 anos autista.E respostas que mudarão a vida de quem ler.
Um conto lindo.Um garoto morto que vê seus pais sofrerem pela sua morte.Mesmo no Paraíso se sente só.


Nota:Uma lição para toda a vida.
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Mayck Maciel 21/03/2014

Lindo e cativante!
Acredito que todos já tenham ouvido falar do autismo. Já foi evidenciado até mesmo em telenovelas. Porém, nunca tinha visto um livro onde a narrativa fosse contada do ponto de vista do autista. Confesso que nem mesmo achava possível, devido a visível limitação em sua capacidade de se expressar. Fico feliz em saber que cometi um enorme equívoco. A obra de Naoki Higashida é incrível, diria até mesmo poética.

Naoki, um japonês de 13 anos, diagnosticado com "tendências autistas" aos seis, conseguiu, de uma forma linda e cativante, se fazer ouvido. Ultrapassando as barreiras impostas por sua condição, mostrou a complexidade de sentimentos e sensações que envolve tantos autistas.

Leitura obrigatória para quem quer entender, ao menos um pouquinho, o que se passa na cabeça desses guerreiros. Não é um manual técnico do autismo, longe disso. Ao meu ver, é uma tentativa, bem sucedida, de nos aproximarmos.

"O que acham que estou sentindo quando fico pulando sem parar e batendo palmas?
[...] quando pulo, é como se meus sentimentos rumassem em direção ao céu. Na verdade, minha necessidade de ser engolido pela imensidão lá em cima é suficiente para estremecer meu coração. Quando estou pulando, posso sentir melhor as partes do meu corpo - as pernas saltando, as mãos batendo -, e isso me faz muito, muito bem."

Lindo demais. Esclarecedor demais. Simplesmente demais!
William.Silva 24/02/2019minha estante
Você só se equivoca ao usar a palavra "guerreiros". Somos seres humanos como quaisquer outros, mas nosso cérebro funciona e codifica as informações de maneira diferente de vocês, neurotípicos (ou seja, pessoas não autistas). Ao usar essa expressão, além de cometer inconscientemente capacitismo, apela para o "pornô de inspiração", o qual a comediante e ativista com deficiência Stella Young (falecida em 2014) critica duramente. Recomendo que assista à palestra dela sobre isso no TEDx, a qual está disponível no YouTube.




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