Annalisa
09/02/2020RealIniciei o ano com uma pegada de leituras mais leves. Basicamente, livros que necessitam de pouco ou quase nenhum esforço mental para leitura. Ou seja, fiquei com romances clichês.
Descobri a série Real por coincidência, e ao iniciar a leitura, até gostei do que vi.
Escrita bem fluída de fácil entendimento, romancinho clichê: Ela, menina exemplar e comportada, recém formada e em busca de um emprego. Ele, bad boy clichê, excesso de auto-confiança, com "problemas" estampado na cara.
Toda a base da história foi bem construída, passados problemáticos, envolvimento que ajuda a superar o passado, atração a primeira vista e tudo o que um romance precisa para ser construído.
Porém o que realmente me incomodou é que a autora focou tanto, tanto, maaas tanto em escrever o quanto a atração dos dois era tão forte, o quanto os dois se queriam, o quanto eles estavam atraídos, o quanto eles queriam se pegar, o quanto eles precisavam ficar juntos o tempo todo, o quanto eles se desejavam, o quanto.... Que todo o resto ficou de fora, todo o contexto, a história, o passado, o presente, e o desenvolver de tudo.
De 300 páginas, 250 é descrição (detalhada, bota detalhada nisso) dessa vontade de se pegar e estar juntos, e as outas 50 é o desenrolar da história.
A autora descreveu várias vezes a mesma cena deles estando juntos, porém com palavras diferentes, que ficou cansativo.
Talvez se ela tivesse focado um pouco mais no desenrolar da história, e um pouco menos na pegação, tivesse ficado melhor. Claro que ninguém vai ler esse tipo de livro, achando que está lendo um Orgulho e Preconceito, ou qualquer outro clássico da Literatura. Por que se acha que vai, algo está errado.
Mas, pelo menos para mim, faltou de um lado e sobrou demais do outro.