Quarenta dias

Quarenta dias Maria Valéria Rezende




Resenhas - Quarenta dias


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Núbia 31/08/2016

Autores brasileiros
Infelizmente, não tive uma boa experiência com livros de autores brasileiros. Queria mesmo é saber o porquê deste livro ter ganhado o prêmio Jabuti 2015...
Ariane 19/02/2017minha estante
Também quero saber




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Sheppita 07/07/2016

Envolvente
Embora o livro não tenha nenhum plot emocionante, você fica agarrado nele. Porque você quer saber o que vai acontecer com Alice. Você quer ajudar, quer cuidar dela, quer interferir. e não pode. Então fica torcendo.

Maria Valéria realmente mereceu o Prêmio Jabuti.

site: http://migre.me/uiAPD
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Jeniffer Geraldine 26/05/2016

Quarenta dias – Maria Valéria Rezende
Em Quarenta dias, da escritora Maria Valéria Rezende, Alice, paraibana e professora aposentada, está deixando a Paraíba para ir morar em Porto Alegre por causa da filha Norinha que deseja se tornar mãe mas não quer abandonar sua carreira profissional.

Já nesse primeiro contato com a vida de Alice, eu senti uma empatia pela personagem. Por que ela precisa abandonar sua vida, casa e amigos para se tornar apenas avó? A mulher idosa, que já criou os filhos e já “fez de tudo na vida”, agora deve viver a vida dos outros? Para mim isso deve ser uma escolha da mulher e não da família.

Acontece que Alice acaba cedendo. A família e alguns amigos próximos achavam que seria bobagem ela desperdiçar a oportunidade de viver no Sul. No meio da mudança, ela resgata um caderno velho que tem na capa uma Barbie. E esse passa a ser sua companhia. Alice o transforma em um diário e é através do que ela escreve nas páginas velhas da Barbie que acompanhamos a sua nova vida em Porto Alegre.

"…Vou me acalmando desse jeito. Foi bom botar pra fora essa coisa toda, dizer claramente pra mim mesma o que tinha vergonha de dizer a qualquer pessoa, vergonha de dizer o que minha filha fez comigo?, ou da minha raiva, do meu próprio egoísmo?, é egoísmo querer ter minha própria vida? Diga-me, Barbie, você que nasceu pra ser vestida e despida, manipulada, sentada, levantada, embalada, deitada e abandonada à vontade pelos outros, você é feliz assim?, você não tem vergonha?, eu tenho vergonha de ter cedido, estou lhe dizendo, vergonha" (pag 42)

Logo nos primeiros dias, Alice recebe a notícia de que a filha e o marido Umberto vão morar por quase oito meses na Europa por motivos acadêmicos. A filha já sabia da viagem e escondeu só para não adiar a mudança da mãe. Depois disso, Alice que já estava infeliz e perdida, resolve se trancar no apartamento, preto e branco, e muito sofisticado que Norinha arrumou para ela, e fazer nada, apenas ler alguns livros. A ideia era não se importar com datas, horas, telefone, celular, e para bloquear qualquer contato com pessoas, ela inventa uma viagem para Jaguarão, assim não podia ser incomodada por ninguém.

Após sete dias nesse retiro, Alice recebe uma ligação de Elizete, vizinha de João Pessoa, pedindo ajuda para encontrar o filho de uma amiga, o Cícero, que foi morar em Porto Alegre e já tinha um ano que não mandava notícias. A ideia de encontrar o filho perdido de uma amiga motivou Alice a sair do retiro e começar sua peregrinação pelas ruas desconhecidas daquela cidade grande e vazia de sentido para ela.

"Já não sou capaz de reproduzir assim, detalhadamente, em sequência quase exata, os caminhos que percorri depois que me soltei de uma vez, à deriva de corpo e alma. Esses já não eram propriamente caminhos, eram sucessivos buracos, frestas, rachaduras na superfície da cidade pelas quais eu ia passando de mundo em mundo, ou era vagar por mundo nenhum…" (pag 102)

Nessa busca por alguém que ela não conhecia e não tinha muitas informações, Alice andou pelas ruas de Porto Alegre, dormiu em praças, rodoviárias, hospitais, conheceu pessoas, algumas nordestinas como ela, ouviu histórias de vida, fez amigos. Como a Alice, do País das Maravilhas, viveu inusitados encontros e grandes descobertas pelas tocas e pequenas brechas da cidade.

Foi impossível largar a leitura porque Alice tem carisma, é sincera, e não esconde nada de Barbie e de nós, os leitores. Acompanhei seu itinerário com uma curiosidade imensa de saber aonde ela ia parar e o que ia encontrar pela frente. E através dos seus passos, pensei bastante sobre o papel do idoso na sociedade, invisibilidade social e migrantes nordestinos.

Conversando com minha mãe sobre o livro, ela me lembrou dos quarenta dias que Jesus ficou no deserto. A peregrinação é sofrida mas é uma preparação, um caminho, para um encontro pessoal e com Deus. Os quarenta dias da Alice no “País” de Porto Alegre foram necessários para criar uma nova aliança com ela mesma.

site: http://jeniffergeraldine.com/quarenta-dias-maria-valeria-rezende/
Vivian Paula 28/05/2016minha estante
Está em minha lista para este ano. rsrsrs


Jeniffer Geraldine 16/06/2016minha estante
boa leitura!




Carol 23/03/2016

Neste vídeo eu conto o que achei deste livro.

site: https://www.youtube.com/watch?v=xhr6McQmALk
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alineaimee 07/03/2016

Olhar sensível e preocupação social
Publicado em 2014, "Quarenta Dias", de Maria Valéria Rezende, foi o romance vencedor da última edição do prêmio Jabuti.

O romance narra a história de Alice, uma senhora paraibana que se vê enredada numa trama familiar, um tanto absurda e tirânica, que a obriga a se mudar para Porto Alegre. Nessa cidade estranha, Alice irá, como sua xará do clássico de Carroll, percorrer uma jornada longa, difícil e labiríntica, em busca de entendimento e superação.

Nessa jornada, Alice viverá inúmeros momentos de estranhamento, mas também de reconhecimento. Irá perder quase tudo para recuperar ainda mais. E, nesse processo, a literatura comparece como um apoio, como as cartas na manga de que a personagem se utiliza para não se perder completamente, para se reconstruir.

Narrado em primeira pessoa, de forma confessional e profundamente carismática, "Quarenta Dias" traz uma personagem deliciosa - franca, arretada, generosa, sincera - que se abre para um aprendizado clariceano de troca, que de repente se vê destituída de referências, mas que se redescobre e se compreende no exílio.

Maria Valéria, que foi percorrer Porto Alegre em pesquisa de campo para o romance, criou uma cidade labiríntica, efervescente, onde pobres e marginalizados resistem, perseveram e se apóiam, e cujas jornadas, de certo modo, se entremeiam para engrossar a trama que há de reerguer a protagonista.

Marcado por um olhar sensível e por um jogo intertextual admirável, "Quarenta Dias" constrói um drama pessoal muito verossímil que tangencia de forma eficiente as nossas heranças culturais e os nossos abismos sociais.
Chuka 07/03/2016minha estante
como faco para te add?




Renata (@renatac.arruda) 16/02/2016

Prosa deliciosa de Maria Valéria Rezende, sobre uma professora aposentada, Alice, que se vê obrigada a deixar sua casa e sua vida em João Pessoa para satisfazer os planos da filha em Porto Alegre. Em uma reviravolta, Alice acaba ficando sozinha nesta cidade estranha para ela e inicia assim seus quarenta dias de peregrinação pelas ruas, becos e vielas da periferia da cidade gaúcha.

Seu pretexto para tanto é o sumiço do filho paraibano de uma vizinha, que acaba fazendo as vezes do Coelho Branco desta Alice, que em sua busca quase fictícia por Cícero Araújo, começa a se embrenhar cada vez mais nos cantos mais obscuros da cidade, como forma de fugir da realidade que a aguarda em seu apartamento preto e branco, em um condomínio de classe média.

Nas entrelinhas, está a desigualdade social, o racismo e a invisibilidade de pessoas idosas, sempre constatados com um divertido espanto da protagonista.

Prosa Espontânea: https://www.instagram.com/p/BApWnLhDU-l/
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Carlozandre 24/11/2014

Alice no país dos porto-alegrenses
Quarenta Dias, da escritora paulista Maria Valéria Rezende, conta uma história do tamanho do Brasil, embora restrinja seu foco a Porto Alegre. O romance (Alfaguara, 248 páginas, R$ 37,90) acompanha a paraibana Alice, professora na faixa dos 50 anos, que, após muita insistência, se vê praticamente obrigada a trocar João Pessoa por Porto Alegre – para ajudar a filha, professora universitária casada com um gaúcho – nos planos de uma futura gravidez. É do estranhamento de Alice com Porto Alegre, uma cidade de costumes e gentes diversos, nos quais outros nordestinos como a protagonista parecem sempre relegados à periferia e a funções subalternas, que Maria Valéria tece sua história.

Freira da Congregação de Nossa Senhora, Maria Valéria não ignora as referências bíblicas do título de seu romance. Se no Evangelho de Mateus Jesus passa 40 dias em uma ascese mística jejuando no deserto, período em que é tentado com o reino material pelo próprio Diabo, a protagonista do romance migra de sua pacata e já estabelecida vida nordestina para um deserto sem conhecidos e amigos, no qual o conforto material e o consumismo inconsequente são as grandes tentações mascarando uma vida vazia.

Os Quarenta Dias mencionados no título são um período crucial da narrativa, no qual Alice, sozinha em Porto Alegre devido a uma reviravolta familiar que soa um tanto forçada, se lança a vagar sem rumo pela cidade desconhecida, dormindo em parques, saguões de hospital e bancos de rodoviária, com o pretexto de encontrar o filho de uma amiga pernambucana. Maria Valéria Rezende já comentou em entrevistas que elaborou a história e depois passou um tempo em Porto Alegre pondo à prova as errâncias da personagem.

Tal circunstância talvez explique a irregularidade do livro: a fragilidade dos eventos construídos para empurrar Alice para sua caminhada. Os encontros e contatos espontâneos que Alice estabelece com as pessoas do lugar são a maior riqueza do romance. Por baixo de sotaques e hábitos diversos, Alice vai tecendo elos fugazes com pessoas que, no fundo, ela não tarda a perceber, carregam muitas das mesmas angústias da própria protagonista: solidão, falta de conexão com o mundo ao redor, cansaço, solidariedade. As trombadas de Alice com a árida Porto Alegre também servem para uma denúncia sutil do racismo e do preconceito velados que este Rio Grande do Sul tão orgulhoso de si mesmo nunca admite que pratica.

Por mais errático que seja o caminho de Alice, é gratificante trilhá-lo com ela. O problema é que, até o início dessa jornada, a autora se estende por 60 páginas no rame-rame da relação insatisfatória de Alice com sua filha, com o genro, com o estranho apartamento “todo em preto e branco” em que foi alojada. A história se ilumina quando Alice finalmente abre a porta e se aventura nas ruas frias e estranhas de Porto Alegre. Pena que ela não faça isso mais cedo.

site: http://wp.clicrbs.com.br/mundolivro/2014/07/15/alice-no-pais-dos-porto-alegrenses/?topo=13,1,1,,,13
Sharon 02/02/2017minha estante
As suas impressões sobre a "reviravolta familiar que soa um tanto forçada" e o "rame-rame da relação insatisfatória de Alice com sua filha, com o genro, com o estranho apartamento 'todo em preto e branco' em que foi alojada" são claramente falta de conhecimento da vida de mulheres mais velhas =)

Não que isso te impeça de criticar o "rame-rame", mas "forçado" não é não!

O que menos me agradou foi a analogia com a Alice do Carroll, já batida meio que demais, mas sei lá, acho que toda Alice deve pensar sobre a Alice do livro o tempo todo, não é? Eu diria para a Maria Valéria tirar toda referência à Alices, colocar outro nome na personagem, (talvez Clarrissa!) que por tudo o que ela mostra e passeia em Porto Alegre achei um romance (inclusive pela linguagem) mais similar a Mrs. Dalloway.




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