O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Felipe Berlofa 21/02/2023

O que fazemos com o tempo que nos resta ?
"É o tempo em que nas velhas tábuas ressuscita uma obstinada saudade da vida [...]"

Nota: 5/5
Editora: Nova Fronteira (Ebook)

Como você aproveita o tempo que a vida lhe oferece?

É com essa ideia que "O Deserto dos Tártaros" de autor italiano Dino Buzzati e publicado na década de 1940 nos faz refletir.

A obra em si tem uma história simples, ela se situa em uma fortaleza localizada em uma região isolada e desértica, na qual soldados são incumbidos de defender a fronteira de um país de uma invasão iminente dos tártaros. O livro narra a rotina do jovem tenente Giovanni Drogo, que é destinado a servir na fortaleza, sua vida solitária e suas expectativas em relação ao combate que ele acredita estar por vir.

O livro tem uma atmosfera única e envolvente, que cria uma sensação de inquietude e incerteza. Buzzati utiliza uma linguagem simples e direta, mas que transmite um sentido de desolação e desesperança. O autor explora a relação entre tempo, expectativa e realidade, criando um ambiente angustiante, em certos momentos até tedioso, em certos momentos cotidianos.

Mas o que mais me impressionou é como "O Deserto dos Tártaros" é uma reflexão sobre o tempo e o significado da vida. O livro apresenta uma visão profunda e melancólica sobre as expectativas humanas, as quais muitas vezes não se concretizam e são condenadas a uma espera sem fim. A obra é uma meditação sobre a condição humana e o destino, sugerindo que a vida é uma jornada de espera que muitas vezes não tem um fim definido e a comodidade pode nos colocar em embates importantes para o rumo de nossa vida.

É uma leitura intensa e provocativa que desafia o leitor a refletir sobre a existência humana e sua relação com o tempo e as expectativas. A obra é um clássico da literatura italiana e uma das principais referências do existencialismo na literatura. O livro oferece uma visão desoladora, porém profundamente realista, sobre a natureza humana, o sentido da vida e o que fazemos com o nosso tempo.

Assim como já tinha adorado a leitura de A Montanha Mágica de Thomas Mann por tratar de um tema similar, "O Deserto dos Tártaros" é uma obra que me fez refletir muito e rever o que faço com o tempo que me resta.
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Cris 19/02/2023

19.02.2023
Conta a história de Giovanni Drogo, militar que acabou de ser designado a tenente e é enviado a um forte que fica em uma região árida, longe do povoado, onde nada acontece, mas os oficiais sempre estão à espera de uma invasão dos tártaros. Lembra a obra A montanha mágica, de Thomas Mann, onde o comodismo do personagem faz refletirmos sobre a passagem do tempo que quando vemos, já passou. Nesse livro, o personagem mal chega no forte e já quer ir embora, pois nada acontece e percebe que a expectativa que tinha sobre promoção, prestígio, não vai acontecer. Mas vai ficando, se acomodando e quando percebe, está lá há mais de 30 anos. Ao olhar para trás, vê que já não há mais tempo de voltar para a cidade, pois na casa em que vivia, não há mais ninguém. Não conhece mais as pessoas e não criou vínculo com ninguém. Muito reflexivo e triste.
Janaina Edwiges 20/02/2023minha estante
Ótima resenha! Quero muito conhecer esta história, parece trazer reflexões importantes para a vida.




Elton.Oliveira 13/02/2023

A brevidade da vida
Livro com bastante significados, porém achei um pouco cansativo !

É um clássico do autor italiano Dino Buzzati, nos faz pensar se realmente estamos progredindo ou procrastinando tudo , apenas deixando o tempo passar com uma desculpa de que amanhã vai ser diferente , q um dia acontecerá aquela situação q fará tudo ser melhor, diferente !

O personagem foi jogado nessas situações e não teve força nem ímpeto para mudar sua vida .... Final triste e dramático como foi desenhado desde o início !

Achei muito legal a abordagem e as várias situações q o livros nos mostra .... Bastante reflexivo !
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Gigi 30/01/2023

O tempo
"Todas essas coisas já haviam se tornado suas , e abandoná-las seria doloroso.
O bom da vida parecia estar à sua espera. Que necessidade havia de apressar-se?"
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Tayara.Vergueiro 28/01/2023

O começo é legal. O meio é bem entediante mas entendo que é pq a vida dos personagens tava assim, mas foi difícil continuar. Final dramático é muito triste
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Alisson 26/01/2023

Extremamente chato
Cansativo, sem graça, massante e frustrante pela falta de interação para nos fazer viajar na leitura e pensamentos.
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Wassu 20/01/2023

Vivemos o presente e não a ilusão de um momento oportuno
Um livro que foi lento em ler, por seu teor e a reflexão. Quando eu li o desconforto me assolou, em diversos momentos nos deparamos no momento que vamos viver, aproveitar nossa vida, ou a época que a vida começa, como a luta que durante toda a vida se preparamos, entretanto, essa guerra pode nunca acontecer, na verdade essa guerra ou momento idealizado nunca virá, pois é fruto de pura fantasia. O presente é o momento, é o movimento, nele ressignificamos e tomamos novos rumos, no viver hoje podemos viver, pois o momento é agora e não num futuro idealizado ou temeroso.
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MF (Blog Terminei de Ler) 20/01/2023

O lado cruel da fé em nossas expectativas
Livro “O deserto dos tártaros” do escritor italiano Dino Buzzati. Já faz algum tempo que o li e, somente agora, escrevo sobre a obra. Ao término da leitura, ainda no calor do momento, escrevi para meus contatos:

“Oh, céus… quando você lê um livro e fica tão comovido e perplexo… que chega a assustar. Um daqueles momentos em que a vida se divide entre antes e após uma leitura… E como é desesperador enxergar o personagem Giovanni Drogo no conhecido ou no familiar querido… e torcendo para nunca encontrá-lo refletido no espelho…”O deserto dos tártaros” do italiano Dino Buzzati deveria ser leitura obrigatória nas escolas… Eis aqui o verdadeiro arrebatamento e filosofia que nenhum pensamento religioso, talvez, será capaz de atingir…”.

A sensação, a empolgação, a comoção, ainda permanecem. Na trama, conhecemos Giovanni Drogo, militar recém lançado à patente de tenente. Ele é, então, designado para o Fort Bastiani, o que ele inicialmente enxerga como a primeira etapa de uma exitosa carreira. Contudo, ao chegar no local, completamente isolado, e com o passar do tempo, sua impressão vai se alterando, na medida em que ele e os soldados que consigo dividem a rotina, sempre idêntica, esperam por um inimigo (os “terríveis” tártaros do título) que nunca chega.

Há alguns pontos a serem considerados sobre a leitura. O primeiro ponto, em minha avaliação, é a crítica ao militarismo em várias frentes. A ausência de um perigo real, que traga uma razão de existência, invoca uma reflexão sobre a real necessidade de uma força armada protetora e, ainda que o ambiente externo se mostre hostil, seria a disposição dessas tropas, no território do país, estrategicamente relevante ou apenas uma demonstração infrutífera de um poderio sem relevância? Essa reflexão, para todos os países que possuem forças armadas, ainda é válida.

A convivência entre os militares, dentro de uma rotina repetitiva e, com rituais formais sem a menor importância, não seriam uma demonstração do vazio na vida militar? Pode-se justificar isso com o argumento do ensino da disciplina. Contudo, de que adianta disciplina se o resultado esperado for pequeno ou sem bons frutos? A disciplina só faz sentido se algum retorno benéfico, social, pessoal ou financeiro, estiver atrelado, ao meu ver. E o motivo disso é o fato de que a vida não para.

Nessa ponto, a obra de Buzatti permite um olhar mais amplo. Afinal, o fluxo da existência é constante e finito. Logo, o foco de nossas ações deve ser claro e justificado. Do contrário, a vida escorre pelo ralo do tempo.

Naturalmente, é necessário se manter atento ao que realmente agrega em nossas vidas e, o autojulgamento de nossa atenção, deve ser uma prática ininterrupta ou, pelo menos, deveria ser. A fé no aguardar de um resultado, o eterno esperar, tem um lado perverso que cobra um preço elevado do indivíduo: a passagem dos anos atrelada à desvalorização da experiência do existir.

A rotina e a disciplina, embora tenham suas inegáveis qualidades, são como um ácido que corrói as estruturas da embarcação que nos conduz pelo Estige, e moeda nenhuma pode comprar ou recuperar aquilo que passou, que se perdeu nas águas. E quando notamos os danos da corrosão, talvez, pode ser perigosamente tardio.

Visto por esse vislumbre, o exército tártaro funciona como uma alegoria, uma metáfora, para algo norteador da existência, que lhe confere sentido mas que, em contrapartida, lhe suga a própria vivência. Ter fé em algo, sonhar com alguma coisa ou alguém, desejar algo… enfim, qualquer coisa que estabelecemos como fator motivador, pode ser também algo que sacrificará o indivíduo. E tal sacrifício não advém da plausibilidade ou possibilidade de ver a moradia de nosso foco erguida. O sacrifício está na construção dos alicerces, das paredes, sem reservar um espaço apropriado para as janelas e para as portas. A janela serve como um estímulo, um convite, para observar os nuances do leque da existência, servindo, igualmente, como um alerta, um chamado de atenção, para o próprio fluxo do tempo. Por sua vez, portas são o caminho para a prática do viver, adicionando-lhe o devido valor. E, convenhamos: seria desesperador viver numa casa sem janelas e portas e, pior, ser incapaz de ter o conhecimento de como construi-las ou, ainda pior, desconhecer o que sejam esses objetos. É a mesma coisa que navegar em um barco que gradualmente afunda.

A obra de Buzatti não serve apenas como uma crítica ao ambiente militar. É muito mais do que isso. Seu livro nos convida a uma necessária reflexão quanto à própria vida, como a vivemos e o que fazemos com nosso tempo. E, quanto mais cedo temos a possibilidade de refletir, mais rápido podemos ajustar a proa em um sentido que nos permita aproveitar a viagem, independente da quantidade de tempestades no caminho e de que o porto final não ser o destino originalmente desejado.

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2022/09/18/o-deserto-dos-tartaros-dino-buzzati/
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Esther 14/01/2023

Livro sobre o tempo
Livro com escrita poética, muito bonita, mas que faz a leitura ser devagar.

Ele fala sobre sempre ficar esperando a vida acontecer sem aproveitar as oportunidades, ou até não correr atrás dos seus desejos, pensando que pode perder acontecimentos ou eventos.

Foi bom ter lido pela moral, mas seria melhor ser lido devagar, apreciando a escrita, se isso for o que vc procura.
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Ana Fortaleza 13/01/2023

Livro incrível
Não é um livro cheio de acontecimentos, muito pelo contrário, é um livro no qual as coisas acontecem devagar e o autor usa essa forma de escrita justamente para passa ao leitor a ideia de que o "tempo se arrasta"...
Prepare-se para refletir sobre muitas coisas durante a leitura desse livro espetacular....
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Gabi Pontes 04/01/2023

Uma reflexão sobre a vida e o tempo
O tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. ?Pare, pare!?, se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.
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Fernando.Caxias 30/12/2022

O extraordinário da vida acontece no cotidiano
Ouso dizer que foi o livro mais marcante da minha vida, observar a minha própria vida através da vida de Giovanni Drogo foi uma experiência única. Aliás além da narrativa se passar dentro de um contexto militar e o desenvolvimento da saga do herói ser muito fiel a uma vida militar tanto no âmbito profissional como no pessoal, o simbolismo que relaciona a vida de Drogo e a vida de qualquer cidadão comum é perfeito.

O nosso herói é um oficial recém formado que foi designado a fazer parte da guarnição de um forte em que os componentes que lá servem há muitos anos ou décadas vivem aguardando uma guerra que nunca chega, um conflito eminente que está sendo aguardado por muito tempo, um inimigo que nunca aparece.

Paralelo a isso nossa vida é bem parecida, sempre a espera de algo novo, inusitado, que irá de alguma maneira agitar o rumo da nossa história e torná-la mais interessante do que a rotina entediante e previsível de qualquer pessoa comum.

Por sinal, é uma característica bem interessante nas gerações atuais. Devido a um efeito devastador das redes sociais e de filmes e seriados que exibem um estilo de vida incomum, muitos jovens são influenciados a desejarem uma vida pautada em prazeres materiais. O que aconteceu com a busca por uma vocação verdadeira de médico, professor, advogado, policial, bombeiro, etc? A deturpação dos valores faz a juventude querer buscar uma vida de faz de conta como atleta, cantor, ator, youtuber, tik-toker, dançarino e sei lá mais o que que possa ser inventado pra alienar mais a massa.

Veja bem que não há mal em si nisso tudo, mas crer que qualquer pessoa é capaz de se dar bem em qualquer investimento é no mínimo ignorar os dados da realidade. Qual a porcentagem da humanidade corresponde às pessoas que são relamente bem sucedidas por esse caminho?

Resumindo de alguma maneira tudo o que o livro tinha pra me apresentar, posso dizer que todos que buscam um caminho, uma direção, descobrir sua vocação, deveriam lê-lo. Pois mostra exatamente que seu caminho é fazer bem aquilo que é proposto para você fazer e não sonhar com trilhas que não se cruzam por onde você passa. O extraordinário da vida está no que acontece no cotidiano, bem na sua frente.
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