O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Natália | @tracandolivros 01/06/2019

O Deserto dos Tártaros
Giovanni Drogo se vê feliz por finalmente poder escapar da monotonia da academia militar, sendo enviado para o forte Bastiani, onde ele acredita que terá um belo futuro tendo que cuidar da fronteira, sempre vigiando.

Contudo, ao chegar no forte ele descobre que nada nunca aconteceu por lá, que todos sempre esperam, mas que nunca apareceu uma viva alma com desejo de atacar eles. E mesmo assim, todos continuam na esperança de que um dia a guerra vai chegar e a vida deles terá um propósito.
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“Ontem e anteontem eram iguais, ele não mais sabia distingui-los; um acontecimento de três dias antes ou de vinte acabava por parecer-lhe igualmente distante.”
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“O Deserto dos Tártaros” é um livro que fala sobre a espera. Sobre como nós sempre continuamos numa rotina, onde tudo é igual, sempre esperando o momento em que vai acabar toda a monotonia e vai acontecer algo legal. Como quando trabalhamos a vida toda esperando a aposentadoria para relaxar.

No início eu tive problemas para me conectar com a história, e acredito que era só porque eu não estava no animo certo para ler o livro. Depois de uma pausa, quando voltei, a segunda metade do livro fluiu de uma forma incrível que me fez esquecer o desanimo que eu estava sentindo no começo.

Achei que a forma como o autor descreveu tudo foi muito bem feita, ele deixa clara a sua ideia e o que ele deseja tratar durante o livro. É um assunto diferente e eu também concordo com isso. E as vezes sinto que meus dias são todos iguais. Eu sou uma pessoa que gosta de rotina, de ter tudo programado, mas também não gosto de que tudo pareça sempre o mesmo dia. Enfim, é um livro que nos leva a refletir como estamos levando nossa vida.

site: https://www.instagram.com/p/Bs1DV16gkRO/
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Daniel L 05/02/2009

Fantástico
Nossa! De longe um dos livros que mais me encantaram nos últimos tempos. Um tratado sobre o esperar, sobre a solidão, a vida e o tempo que passa.

A história é simples, um soldado que vai para um forte que dá para um deserto, lá ele espera por uma guerra. Tive que ler em voz alta várias vezes de tão boa a escrita.
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Antoniolee 15/05/2011

Excelente
Como Esperando Godot que revolucionou a dramaturgia, o Deserto dos Tártaros é uma história calcada na imobilidade, o que indicaria uma estrutura paradoxal. Não nas mãos de seres talentosos como Dino Buzzati e Samuel Beckett.

A grandeza da obra ainda é afirmada por aqueles que releram em diferentes épocas da vida, e atestaram que o mesmo texto se relaciona profundamente com as inquietações de diversas fases da vida, da adolescência a velhice. Que definição melhor para um clássico?

A genialidade de Buzzati não repousa apenas nesse romance. Muitos o consideram ainda mais talentoso no manejo das palavras em seus pequenos, muitas vezes micro-contos.
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Ricardo 09/12/2012

Metáfora
O livro é melhor lido como uma metáfora da passagem do tempo durante a vida.O enredo em sí não tem nada de especial,mas é uma leitura agradável.
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Rodiney 28/12/2018

O torpor dos hábitos
O capítulo X parece servir de resumo ou mote de toda obra. A experiência do tenente Drogo no forte Bastiani é a experiência da humanidade. Parece-me também interessante o exercício de fazermos uma comparação com a Alegoria da Caverna de Platão. Para Platão os homens estavam acorrentados no fundo de uma caverna e essa caverna e suas correntes simbolizavam a ignorância humana. Buzzati em sua obra acaba nos proporcionando uma prisão muito mais sutil que dispensa cavernas e correntes, a saber: o hábito. O hábito é o fim da novidade. O hábito provoca torpor, indiferença. E esse torpor permeia toda obra presente nos sentimentos de Drogo. Interessante notar que a personagem tem plena consciência desse torpor, mas não consegue superá-lo, ao contrário, vai se entregando todo, sendo absorvido por um niilismo totalitário. Vale ainda dizer que para Buzzati, o tema solidão sempre esteve presente em suas obras. Passagens marcantes que valem ser destacadas:

"Ontem e anteontem eram iguais, ele não mais sabia distingui-los; um acontecimento de três dias antes ou de vinte acabava por parecer-lhe igualmente distante." (p.57)

"(O capitão Ortiz lhe dissera: 'É sempre assim, os recém-chegados no começo ganham sempre. Com todos acontece o mesmo, iludimo-nos de sermos realmente valentes, só que, ao contrário, é apenas questão da novidade, os outros também acabam por aprender o nosso sistema, e um belo dia não se consegue mais nada.')" (p.57)
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Aline Teodosio @leituras.da.aline 12/12/2018

Giovanni Drogo é um jovem oficial designado à integrar a guarda do Forte Bastiani no cargo de tenente. Como todo jovem, ele parte para cumprir essa missão com entusiasmo e determinação latente. Porém, ao se deparar com o seu posto não consegue ser capaz de conter a sua decepção.

Essa obra, de cunho existencialista, reverbera os melindres humanos por meio de descrições poeticamente deslumbrantes. É um verdadeiro mergulho na alma em busca de um sentido para a existência. Sentido esse que nem sempre é tão facilmente encontrado.

Assim como Drogo, o ser humano tende muitas vezes a esperar da vida algo grandioso, um quê de fantástica relevância que glorifique a própria essência. A esperança, por sua vez, aflora. Contudo, se o feito extraordinário não chega, esse mesmo humano, outrora tomado por grandes expectativas, cai num tédio lastimoso, num enorme marasmo, afoga-se em frustrações, cava um buraco em si e afunda em suas próprias amarguras.

E a espera, árdua e sacal, prevalece insistentemente. Espera-se, pelo medo do novo ou pelo conformismo. Predomina, assim, a mesmice, e atônito, o ser desacreditado não consegue sair do lugar. Estagnado, resta-lhe lastimar-se penosamente enquanto espera, espera, espera...

O deserto dos tártaros é um livro forte sobre a solidão, as aflições, a resignação, a reclusão, as dores da alma e o abandono de si mesmo. Entretanto, mais do que isso, é um livro que nos conduz a uma reflexão acerca do nosso agir e da nossa postura perante a vida. Uma narrativa ultra sensível, mas capaz de nos dar aquela sacudida ululante e essencial para que possamos acordar, mudar, sair da zona de conforto, viver.

"No fim, cabe-nos sempre aquilo que merecemos".
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Amadeu.Paes 04/06/2013

Somente minha opinião
Esse foi o tipo de livro que veio parar em minhas mãos, sei lá como. Ficou encostado um bom na estante e num belo dia resolvi li e me xinguei por não ter lido antes.

Tudo começa quando um jovem militar, cheio de esperanças tem sua primeira missão fazer guarda no Forte Bastiani. Chegando lá, ele descobre que um pequeno forte de fronteira nos cafundós do Judas e do outro lado da fronteira há um lendário deserto que dizia que mil anos atrás os tártaros havia invadido a Itália.

É só ele ficar dois anos que na ficha constaria quatro e era uma promoção automática. Esses dois anos se transformam em dez, em vinte e finalmente numa vida inteira. Sempre a espera de que os tártaros ataquem.

Na verdade essa espera é uma alegoria de nossas vidas rotineiras. Sempre estamos à espera de que algo fantástico que vai acontecer, mas não fazemos nada para que isso aconteça, sempre deixando pra amanhã e quando se vê a morte nos bate a porta. E na trama, a vida sempre dá oportunidades para reviravoltas, mas o medo e a insegurança, nos impede de fazermos as mudanças e preferimos a doce e segura rotina.

O livro trata exatamente disso. É impossível você não se identificar com as personagem e mesmo com as personagens coadjuvantes, temos um pouquinho de cada um deles.

Sinceramente, um dos melhores livros que li na minha vida.
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Tito 27/08/2013

Uma longa espera por algo que a justifique.
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Lucsloppes 01/05/2024

É o tipo de livro que precisa ser lido novamente de tempos em tempos. Fala sobre a passagem do tempo e de como podemos ficar estagnados em uma situação apenas aguardando por dias melhores, mas que podem nunca chegar. Tem um dos finais mais lindos e marcantes que já li..
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Camille.Pezzino 26/01/2018

O TEMPO DOS DESERTOS
Ler O Deserto dos Tártaros vale a pena.

Acredito que uma afirmação deva sempre vir à frente de uma justificativa, pois é dessa forma que evoluímos. Entendermos as nossas opiniões, compreender a nossa forma de pensar e conseguir explicar o porquê é muito difícil, mas, assim que conseguimos, passamos para um novo estágio: debater, dialogar e conversar com o outro - para que, mais uma vez, possamos investigar o mundo e abrir nossos horizontes. Um ato cotidiano, um ato que devemos levar a sério.

Dizer que ler O Deserto dos Tártaros vale a pena também precisa de uma justificativa: a própria obra fala, exclama por si quanto a isso. Não pelo seu enredo principal, visto que não há nada de surpreendente à primeira vista, mas sim pelas camadas filosóficas que as areias daquele deserto nos transmitem somente por passar os olhos.

Dentro desse fascínio, nós nos perdemos tanto quanto o personagem - supostamente - principal, Giovanni Drogo. Confesso que foi um livro difícil de ler, não por sua densidade gramatical ou por seus contornos literários mais puros, até porque a escrita de Buzzati é extremamente simples e poética com seu tom jornalístico costumeiro, mas porque é um livro que fala de um tempo parado e que se move ao mesmo tempo.

Pode parecer confuso dizê-lo - e é -, porém o que eu quero dizer é que nada - literalmente - acontece durante boa parte da história, somente o tempo se move, ainda que os próprios personagens não sejam capazes de senti-lo antes que seja tarde demais. É um tempo que se move tão lentamente que você sente a história parada, porém, você sabe, a partir das indicações do autor dentro da narrativa, que a história está em constante movimento.

Existe uma ambiguidade singular dentro de toda a obra, mas, a principal delas se remonta ao forte Bastiani. Embora o protagonista seja Drogo, um tenente que acabou de começar a vida e foi enviado para um lugar distante de tudo e todos que conhecia, para mim, o personagem principal é o forte. O Forte é aquele que embora se altere como os homens diante do tempo, é o único entre todos eles que permanece de pé. Além disso, há uma duplicidade nas estruturas que mantém os personagens dentro da trama e dentro do próprio forte: ele liberta ao mesmo tempo que prende.

A liberdade exercida pelo forte está nos contornos, na beleza das paisagens e na segurança de poder - um dia - ir embora. Ao mesmo tempo, o forte prende os personagens que não conseguem escapar da mirada e não podem sair quando querem, pois precisam seguir as ordens. É nesse misto, nessa duplicidade que o Forte Bastiani se mantém na cabeça de Drogo, na cabeça de muitos outros personagens. A liberdade confinada. A prisão livre.

Contudo, entre tudo o que o livro de Buzzati apresenta, o que é mais nítido é a vida. A vida humana. O romance é uma alegoria do ordinário da vida humana, representada a partir da perspectiva de um militar. Essa afirmação é um tanto contraditória com as opiniões de alguns dos especialistas e leitores de O Deserto dos Tártaros, porém, foi o que me pareceu na leitura.

RESTO DA LEITURA EM: https://gctinteiro.com.br/resenha-20-o-tempo-dos-desertos/

site: https://gctinteiro.com.br/resenha-20-o-tempo-dos-desertos/
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Ana 17/06/2011

Todo mundo com quem falei, que leu esse livro, tem sensação parecida: identificação imediata! E não importa a idade. Imperdível, e para ler a cada década (apesar de que acho difícil esquecer. Depois da primeira leitura, a mensagem está dada ...). Será que todo mundo se sente em seu Forte Bastiani particular?

Talvez a diferença de leitura em fases diferentes da vida sejam os trechos mais impactantes. Por um lado, ao observar Drogo jovem (e sendo mais velha), um certo ar de "espere e verá". Depois, ao ver Drogo envelhecer e começar a perceber o que se passa (ou não se passa), a identificação ...

"Assim, Drogo sobe mais uma vez o vale do forte e tem quinze anos a menos para viver. Infelizmente ele não se sente muito mudado, o tempo passou tão veloz que a alma não conseguiu envelhecer. E, mesmo que a angústia obscura das horas que passam se torne cada dia maior, Drogo persiste na ilusão de que o importante ainda está para começar. Giovanni aguarda, paciente, a sua hora que nunca chegou, não pensa que o futuro se reduziu terrivelmente, não é mais como antes, quando o tempo vindouro podia parecer-lhe um período imenso, uma riqueza inexaurível que ele não corria nenhum risco em esbanjar." (p. 187)
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Cássio 15/06/2014

Sobre o Serviço público.
Quem trabalha, ou já trabalhou, no serviço público do nosso pais vai conseguir se identificar com esse romance. O nada é tão grande, que chega a pertubar. Muito Bom.
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Bells 21/02/2015

Trágico
Um livro fantástico, leva-nos a refletir, fala da natureza humana em suas esperas e descansos; nossa ocupação com coisas que não se realizam que não nos preenchem, apenas ocupam nosso tempo e nos distrai, enfim encontramos o nosso fim e nada nos completou, não obtivemos a nossa guerra tão esperada os nossos anseios não foram alcançados.
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Biu.V 03/05/2009

A vida se modifica conforme as circunstâncias. Num Forte a espera do que nunca vem, com o tempo, tudo novamente vira o cotidiano não dá mais para se adaptar a outra maneira de viver, só o tempo controla esta mudança, se ainda houver tempo. Belíssimo livro em certo aspecto lembra um pouco "A Montanha Mágica" de Thomas Mann mas é muito mais agreste, seco, direto. Cinco estrelas prá ele.
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GilbertoOrtegaJr 08/12/2015

O deserto dos tártaros – Dino Buzzati
Criar expectativas é sempre perigoso, e é claro um ponto que nunca pensamos é de que as nossas expectativas, e decepções que podem surgir a partir delas, são única e exclusivamente de responsabilidade nossa. Neste caso é necessário que eu fale de expectativas por ser parte do tema do livro, como ironicamente parte do que definiu a minha relação com O deserto dos tártaros.

Lançado em 1940, o leitor começará a acompanhar Drogo, um jovem oficial que é designado para trabalhar no forte Bastiani, que fica nos limites do seu país, este forte faz fronteira com um deserto chamado deserto dos tártaros (uma referência aos povos que viviam nos arredores deste deserto, a muitos anos atrás).

E Drogo espera algo que justifique ele estar ali, algum combate guerra, ou qualquer coisa que possa lhe dar fama, mas não acontece isso, e por vários momentos ele se engana acreditando que logo mais surgirá algo que faça com que ele tenha notoriedade ou chance de demonstrar sua bravura e valentia. Aliás não somente eles como todos ali esperam e tem expectativas, muitas vezes frustradas e em vão.

Ainda comentando sobre expetativa, as minhas fizeram com que eu achasse este livro cansativo e chato, de tanto ler resenhas positivas eu acreditava cegamente que iria gostar desta obra, e sobretudo acreditava que nela teria pinceladas de surrealismo, mas não tem. E isso fez com que as 224 páginas parecessem ser mil, de tão arrastada que a leitura se tornou, acredito que se eu soubesse antes de tudo que acontece na obra não teria criado tais expectativas.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/12/09/o-deserto-dos-tartaros-dino-buzzati/
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