O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Julia 05/12/2021

Princípio de realidade
Esse livro é um perfeito resumo do que é viver abandonando suas vontades e desejos a fim de adiar uma realização de libido. Drogo, o protagonista, percebe que sua entrega pela vida no forte foi bem mais custosa. A constante espera por um momento de provação tornam a vida de Drogo (e de todos que estão no forte) arrastada e tediante.
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Renata1004 03/12/2021

'Uma vida sem propósitos'

Uma verdade é certa: viver uma vida com escolhas que nos influam a prosseguir e frutificar, é um desejo comum. Entretanto, muitas vezes, nossos planos, mesquinhos e simplórios, nos permite viver uma vida estagnada, e de fato, em parte, assim é a vida humana, e desta forma ela é retratada, de maneira um tanto histriônica, pelo pobre personagem 'Giovanni Drogo'.

O mesmo, um jovem tenente, cheio de anseios da juventude, é designado para serivir em um forte, o qual é quase esquecido pelo tempo, e pouco lembrado pelas pessoas da cidade. O 'forte Bastiani', que muitas vezes, é visto como exílio pelos que lá habitam, também desperta um desejo familiar a todos os armíferos, que lá residem: o anseio pelo tão esperado combate aos tártaros, o desejo de glória e reconhecimento, e do fim a monotonia dos dias metódicos de suas atividades marciais. Desta forma, alguns vivem presos a esse sonho, isso inclui o próprio Giovanni Drogo.

Seu desejo de continuar no forte oscila, ele é trapaceado, e perde oportunidades de fazer uma simples escolha: a de deixar o forte e prosseguir com uma vida, possívelmente ativa e produtiva na cidade. No entanto, seu sentimento de hesitação, que o faz pensar que simplesmente deixar o forte o faria perder os tão sonhados dias gloriósos da possível guerra, o faz se resignar em sua obstinação de continuar vivendo no forte Bastiani, esperando o grande conflito contra os tártaros. Deste modo seus anseios, e aflições são passados para o leitor de forma parcimoniosa e reflexiva, narrados como um fluxo de pensamentos e sensações vivenciados por Giovanni, o qual revive suas memórias de afetos por seus camaradas da juventude, o distanciamento de laços familiares, e as ternuras e momentos de seu romance juvenil. A tudo isso, o leitor acompanha por uma escrita poética, e envolvente, dessas que nos acalenta antes de sermos deixados envolvidos pelo sono. A calma e a beleza dos dias plácidos, são exprimidos pela escrita deslubrante e suave de Dino Buzzati. Uma verdadeira obra, inspiradora e reflexiva, indispensável a qualquer leitor.

Em suma ' O deserto dos tártaros' deixa impressa duas sensações e sentimentos que resumem a vida humana, expostos pelo menos em dois versículos: " 3 Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?

4 Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.

5 Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.

8 Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.

9 O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.

Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito."

Eclesiastes 3-9,14


O que de fato importa pode ser exprimido nestes versos de Paulo a Timóteo: " 7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me habituou ao Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda."

2 Timóteo 4:7-8

Em vista do escrito ' O deserto dos tartáros', assegura-se: somos peregrinos!
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Marianne.Azevedo 18/11/2021

Excelente!
Muitas vezes achei que estava lendo um poema? o livro fala sobre como esperamos que aconteça lá no futuro algo extraordinário, e aguardamos, não agimos, deixamos o tempo passar. O capítulo VI tem trechos lindos. O XXIV também: - O tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás (?) Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; (?), acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca - e noutro trecho: - que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida -
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juju 02/11/2021

Tempo
"Entretanto o tempo voava; sem reparar nos homens, passava aqui e ali pelo mundo, mortificando as coisas bonitas; e ninguém conseguia escapar-lhe, nem mesmo as crianças recém-nascidas, ainda desprovidas de nome."

Mais um clássico que me fisgou! Definitivamente uma leitura que apesar de curta acredito que não seja para todos, mesmo sendo um livro "lento" de acontecimentos, até pela própria história contada, para mim foi ótima de percorrer e de acompanhar o protagonista Giovanni Drogo nessa narrativa.
Gosto bastante de livros com escrita mais poética e tom reflexivo como este trouxe, definitivamente um grande questionamento sobre o tempo das coisas, o tempo da vida, seu próprio tempo, como perceber a vida e tudo ao seu redor.
Não esperava aquele final, contudo foi bom, e a leitura maravilhosa. Quem quiser se aventurar neste clássico curtinho mas esplêndido fica aí a recomendação!
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Marcus.Vinicius 01/11/2021

A esperança e o tempo
Giovanni Drogo é um jovem oficial do exército italiano que foi designado para servir no longínquo forte Bastiani.

No entorno do forte há uma grande planície, o "Deserto dos Tártaros", de onde desde a muito tempo não se vê qualquer sinal de vida. Assim, a razão do existir do posto militar parece inútil, por não haver qualquer indício da existência de inimigos.

Porém, a atmosfera bélica da fortaleza, com os oficiais uniformizados, a rotina de tarefas, a hierarquia militar, dão a ilusão de pairar uma constante ameaça, um iminente perigo, que a qualquer momento poderia explodir num conflito que oportunizasse aos soldados mostrarem seu valor enquanto oficiais, bem como justificasse o motivo do forte estar ali instalado.

E esse é basicamente o enredo do livro. Acompanhamos aquele ajuntamento de homens investidos de poder e hierarquia naquele microcosmo, longe da civilização, na constante e permanente expectativa de lutar, agir, dar uma razão de ser para as suas vidas.

É uma obra que fala do sentimento da esperança e da espera, de um dia aqueles homens poderem mostrar a que vieram, que não passaram pela vida sem fazer nada de especial, e também, sobre o tempo e as diferentes percepções de que cada um pode ter sobre sua passagem.

Todos esses elementos são mostrados através do personagem principal, Giovanni Drogo, através dos seus pensamentos e interações.

Um livro belíssimo!
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Dani 17/10/2021

Um livro sobre a ação e a espera
Grande livro!
Eu li o livro de duas formas:

1) vejo o Homem, um ser violento por natureza ou por moldes sociais, sedentos por ação e por guerras. A paz é tediosa. A vontade de ação é tão grande q erros são cometidos em prol de alguma agitação.

2) o livro é tbm sobre o tempo, sobre a espera?
De viver uma vida cheia de aventuras e felicidade plena, quando a vida é uma rotina cheia de tédios maravilhosos ou não.
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Selton.Miranda 16/10/2021

Extraordinário. Não esperava por nada essa obra. Lembro-me de ter comprado 1 ano atrás por ser um livro italiano importante do século XX. Dei uma chance e acabei fascinado, um livro que deveria ser lido por qualquer um.
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igsuehtam 11/10/2021

Tempo
Com esse livro eu lembrei muito dos personagens Ivan Ilitch e Brás Cubas. Eles não fizeram absolutamente nada de relevante na vida. Ivan Ilitch pelo menos era casado, trabalhava, mas... Não vivia. Brás Cubas fez nada ou não quis fazer. E olhe que teve muita chance.

Já Drogo (tenente, ele tinha uma profissão), personagem desse livro não só não fez nada como viveu apenas para perder tempo. Durante a leitura lembrei de muita coisa que deixei pra esperar, querendo o bom e o bom nunca vinha. É como quando a gente tem dez anos e diz: "Quando eu fizer dezoito minha vida vai melhorar!" Você completa dezoito anos e aí: nada. A mesma coisa. Todo ano sempre a mesma coisa. Nada muda. Só o tempo que passa e vai deixando suas marcas físicas de que realmente passou.

Confesso que no meio da leitura achei meio penoso de ler. Mas como os personagens a gente sente tédio também e espera assim como eles. O final desse e livro foi um dos mais bonitos que li. Se eu pudesse daria outros anos para Drogo viver, mas é o tempo. Não há quem vença a batalha contra o tempo.
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Josimar 08/10/2021

Excelente! Quando perceber seu tempo passou.
Impressionante como o autor nos faz ter as mesmas esperanças dos personagens. Em paralelo podemos comparar a nossa própria vida, sempre na esperança de algo melhor e a dificuldade em sair da rotina e da zona de conforto. Me causou um triste despertar ao perceber como o tempo pode passar rápido mesmo quando achamos que ainda temos muito tempo, em um sopro esse tempo se foi.
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Fresta0 01/10/2021

Vivemos em busca de sentido para a nossa existência e, se possível, de alguma glória.
O capitão Giovani Drogo é destacado para o Forte Bastiani, situado em zona de fronteira desértica. Ali chega jovem - o futuro é uma eternidade - e ele resolve apostar com o tempo. Aguarda o enfrentamento dos tártaros, que pode fazer do soldado um herói. A guerra custa a chegar, mas não o tempo, veloz e voraz. Anos depois, o apostador ainda acredita ser capaz de honrar a maior batalha de todas.
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Valeria.Lamas 20/09/2021

A diferença entre ter esperança e esperar
?Se a sua vida não está como gostaria e você não faz nada a respeito, então ela está exatamente como você merece. "

Gostei do livro, escrita bonita, nos faz refletir sobre a nossa própria vida e o que estamos fazendo com o tempo que temos.
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deborauni 03/09/2021

Sobre o tempo?
11/2021 BUZZATI, Dino O deserto dos tártaros. Tradução Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 243 p.

Resenha três meses depois de finalizar a leitura está valendo?
Um livro impactante !
Uma história lenta e contundente !
Uma alegoria da vida !
Simples, profundo e tocante !
É preciso lê-lo com calma, saboreando-o.
Bom apetite aos que se lançarem nessa aventura.

?Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam inertes, acaba-se sendo arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.? P. 202

« Entretanto o tempo voava; sem reparar nos homens, passava aqui e ali pelo mundo, mortificando as coisas bonitas; e ninguém conseguia escapar-lhe, nem mesmo as crianças recém-nascidas, ainda desprovidas de nome. » p. 211/212
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Rafa 18/08/2021

A vida é oq acontece enquanto vc tá ocupado c/ outros planos
(Frase editada acima de Allen Saunders)

O Deserto dos Tártaros destaca um tema recorrente: Qual é o sentido da vida?
Contudo, a mensagem mais importante é de que, independente da resposta, vivemos um dia após o outro. Assim, devemos nos atentar ao transcurso do tempo, o drama do conformismo e as oportunidades perdidas.
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Sandro A.B. 01/08/2021

Um Livro Sobre o Tempo
Li o último capítulo duas vezes, o qual entrega ao leitor a sensação do livro inteiro.

Esperar o tempo, aguardar no tempo, deixar o tempo passar, mudanças não são fáceis, mas esperar o seu transcurso pode ser ainda mais perigoso.

A chama acesa de uma eterna esperança, embora propicie calor não esquenta a alma, assim cada leitor vislumbra em si seu próprio deserto, e se coloca como seu próprio tártaro.
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