Kimo 21/06/2020It's not what you take, it's what you leave"Is today a good day to die?" Foi com essa pergunta que iniciei minha jornada pela mente de um protagonista garoto-problema que me fez sentir representada pelo narrador pela primeira vez em muito tempo. Não que eu seja bipolar, muito menos que eu tenha desejos suicidas (não mais, ao menos), mas a intensidade com a qual ele sente as coisas é tão familiar para mim, que quando vi seus sentimentos escritos não pude conter o sobressalto: estava a olhar para mim mesma. Toda a velocidade, todos os "tudo ou nada", toda a sensação de estar sempre um - ou dois, ou cinco, ou dez - passos a frente de todos a sua volta e ter que se desacelerar para que não acabe caminhando sozinho, esse sentimento de ser demais e ter o suficiente para encher quartos e mais quartos de pensamentos e emoções, tudo isso me tocou.
O romance é a pior parte do livro; não é péssimo, mas não contribui em nada, seria extremamente mais interessante se a autora houvesse decidido seguir pelo caminho do "temos uma relação a qual não sabemos descrever", como em Como Dizer Adeus em Robô, mas tudo bem, as reflexões propostas fazem com que eu releve isso.
Enfim, Flinch me fez ficar apaixonada por sua mente (it's a brain, and therefore has - is - a mind of its own), mesmo nos momentos mais problemáticos, e vou carregar para sempre um pedaço de si comigo.