Fernanda 26/09/2014
23 anos de vida e Quarteto de Noivas é a primeira série de Nora Roberts que leio. Francamente, sou um insucesso.
Nora Roberts escreve romances de uma forma incrível. Ela consegue ser romântica, sem ser piegas; escrever cenas de sexo (e descritivas, diga-se de passagem), sem ser vulgar; ser engraçada sem apelo...
O que eu fazia da vida antes de suspirar por essa mulher, gente?
(Pelo menos ela tem mais 83748326473264 *ad infinitum* de livros, então poderei reaver o tempo perdido.)
Bem-Casados é o livro 3 da série Quarteto de Noivas e, honestamente, como pode ser tão adorável? Já escrevi sobre o Álbum de Casamento e Mar de Rosas (livro 1 e 2 respectivamente) mas para quem não leu (pobres infelizes, tsc), não precisa se preocupar: cada história tem um ciclo que se fecha. Porém, veremos todos os personagens centrais dos primeiros livros na história atual. Amo isso. Dá para matar a saudade, sabe. Mas, óh: pode começar por qualquer um (porém, eu recomendo fortemente que leiam todos os livros da série, por motivos de: FEELS!)
Como o título do livro sugere, Bem-Casados vai contar a história da doceira da trupe. Laurel faz doces por profissão mas na vida real a mulher é um verdadeiro furação. Ela é dessas que tem uma aura de poder na sua cozinha e que não leva desaforo para casa! Uma mulher forte que não tem nada de donzela a ser salva. Eu, particularmente, gosto muito dela.
"Ela sempre havia sido durona... Durona, forte, e não tinha medo de quase nada. A maioria das mulheres teria gritado, não teria? Mas não Laurel ela lutava. Se a empurrassem, ela empurrava de volta. Com mais força."
Laurel é apaixonada por Del. E não é uma paixão qualquer que nasceu de um dia para o outro. Ela sempre o amou. Del é o irmão mais velho de Parker, uma das integrantes do quarteto, ou seja: eles se conhecem desde sempre. Laurel, Parker, Emma e Mac são amigas desde a infância e se hoje o próspero negócio da Votos - empresa que realiza os casamentos mais lindos do condado - é um estrondoso sucesso, muito se deve a essa confiança advinda da amizade.Porém, Del tem um instinto protetor com esse quarteto; fato esse que deixa Laurel mais do que irritada. Deve ser um saco quando o amor da sua vida quer bancar seu irmãozão, né?Foi por isso que Laurel, num momento de raiva, tascou um beijo ardente em Del para deixar claro que ela não era nem prima de quinto grau, que dirá irmã.Del ficou extremamente surpreso e bastante balançado. Tão balançado que começou a, enfim, ver Laurel com outros olhos. E um olhar nada fraterno.
Esse livro, além de ser adorável, é bem articulado. O relacionamento dos dois é fácil, tranquilo, bom. Com certeza há um bônus quando já se conhece a pessoa há tempos e não é necessário ficar pisando em ovos. Porém, uma parte de Laurel acha que Del só fica com ela por condescendência. Ela sabe que é responsável por seus sentimentos e longe dela cobrar algo a mais de Del, porém... é doloroso amar e não ser amada de volta.
"- Isto parece quase fácil demais comentou ela enquanto eles voltam para o carro.
- Por que deveria ser difícil?
- Não sei. Eu desconfio naturalmente do que é fácil demais... Quando as coisas correm muito bem, sei que há algo prestes a desabar na minha cabeça. Bem ali na esquina, um piano sendo içado para fora de uma janela.
- Então você o evita.
- Se você não estiver atento quando, plaft, o cabo se partir, será esmagado pelo piano.
- Na maioria das vezes, o cabo não se parte.
- Na maioria das vezes. Mas só é preciso uma vez. Então é melhor ficar atento, olhando para cima, só por precaução."
Entendam, a inquietação de Laurel é bem plausível. Ela não quer se tornar uma obrigação (porque ela sabe que Del jamais de divertiria com seu coração) e, mesmo sendo tão independente e segura de si, esse tipo de questionamento é bem normal para o tipo de situação em que ela se encontra. Ah, o amor... Em contrapartida, Del, o adorável-advogado-bom-de-cama, sente o despertar desse sentimento de forma certa. Ele não foi arrebatado de uma vez. É um processo que considero bem certo.
"Não sei se você foi sempre a única. Eu estava acostumado a olhá-la e pensar em você de outra maneira. Então simplesmente não sei... Você mudou o que havia entre nós. Deu o passo, e eu não o vi chegando. Não posso lamentar algo pelo qual sou extremamente grato. Não sei se você foi sempre a única repetiu ele. Mas sei que é a única agora. (...)"
Uma das coisas que mais aprecio nessa série são os relacionamentos palpáveis. Sério, eles seriam perfeitamente viáveis caso acontecessem na vida real (estou no aguardo de meu Carter, inclusive).
Paralelo ao conflito amoroso do casal, há a perspectiva subjetiva de Laurel e Del e toda a rede de amizade que, particularmente, AMO. A amizade é tão explorada quanto o próprio romance. As piadas, as sacadas, a união de todo o grupo... é tudo maravilhoso e muito gosto de acompanhar. Também há a questão profissional. Eles obviamente amam o que fazem e esse amor é evidente para o leitor. Não há nada de superficial nas relações levantadas, mesmo que o livro seja dinâmico e acabe rápido demais. Mimimi.
Agora basta esperar a conclusão dessa série incrivelmente adorável. A última parte vai se tratar de Parker e Mal. E, tipo... ele é um mecânico. UM MECÂNICO, GENTE! Meu fetiche literário vai enfim acontecer! O quarto livro, que se chama Felizes para sempre e tem previsão de lançamento para Novembro. ADIVINHEM QUEM ESTOU MORRENDO DE ANSIEDADE?!
E vocês, já leram? (Se não, corrijam isso urgentemente!)
site: http://www.garotapaidegua.com.br/2014/09/Bem-Casados.html#.VCWp0WddWHM