Marlay 19/09/2014
Faz tempo que não resenho, mas nesse livro senti necessidade de me expressar, enfim...
Quando comecei o livro, acreditei que ele se tornaria um dos meus favoritos, logo nas primeiras paginas eu estava tão devastada, tão cheia de emoção que imaginei, esse livro será uma big ressaca literária.
O inicio do livro foi bombástico... me senti arremessada no meio de um furacão, senti a dor da perda e da rejeição como se minha fosse. Não sou muito de chorar em livros, e nesse inicio eu chorei compulsivamente. Relações familiares sempre me comovem, mas rejeição de uma mãe para com a sua filha me destrói. A autora foi brilhante no inicio, de uma delicadeza e profundidade tão intensa que toca a alma.
Gostei da abordagem dos personagens, como eles se conhecem e tentam de uma forma única se conectarem, foi refrescante e surpreendente. Duas almas perdidas procurando uma forma de se reconectar com o mundo e encontrando um no outro a luz no meio da escuridão e devastação.
Mas... ai que mora o problema... o livro caiu no ostracismo, não que ele tenha ficado ruim, é que ficou comum, igual a todos os outros. Professor proibido de namorar aluna, mocinho quebrado, mocinha quebrada, e nada se aprofundou. Foi tudo superficial. As conversas eram sobre Shakespeare e não sobre o relacionamento e o envolvimento dos dois, ou os medos e os dramas pelos quais passavam. A profundidade do inicio, até o bar do Joe, se perdeu e virou um livro superficial, com meias palavras.
Só pra citar:
Para começar a relação da Ashlyn com o pai, nenhuma conversa, nenhum desentendimento profundo, tantos anos de ausência e ela não colocou pra fora... resolveu com uma xícara de chá?!
A Mãe da Ashlyn foi terrível, uma cadela, desculpa não perdoei, na hora que a menina mais precisa ela a rejeitou, manda viver com um pai que a mocinha não teve contato desde que era uma criança e sem nenhuma explicação. Ai por alto o pai fala qual era o problema da mãe, que pra mim não justificou a atitude, e pronto tá resolvido? Cadê a emoção? Os sentimentos? As revoltas?... Nada... mega superficial.
O relacionamento do Daniel com o irmão, outra coisa mal resolvida. A carga de ressentimento tão grande e nenhuma conversa, nenhuma briga, nenhuma lagrima??? Só um você pode voltar pra banda????
A Haley cheia de problemas, e a autora novamente passou por cima.
Nem o Ryan, que era para ser uma cena impactante, não foi. Não é que não foi triste, até foi, mas não foi impactante daquela formar que te tira o chão e vc cai num abismo, ou como se seu coração estivesse sendo esmagado, ou ainda como se tivesse uma bola de tênis presa na garganta. Foi só triste pelo fato e não pela cena.
E o que era para ser o ápice as cartas foi uma decepção. Preparei-me para chorar copiosamente a cada carta que ela abrisse, mas as cartas eram tão superficiais que sinceramente, melhor nem escrevê-las.
E pra fechar, que final corrido foi aquele? Totalmente superficial, a volta pra casa e a aceitação sem maiores conversas choros, sentimentos????
Em minha opinião era pra ser um livro fodástico, mas a Autora perdeu a mão no meio do livro, e mesmo colocando inúmeros dramas não soube abordar de formar que me levasse para dentro da história. Queria mais conversas reais, mais resolução de problemas e não que as coisas fossem apenas jogadas. Queria uma abordagem mais profunda. O inicio me cativou tanto, mas do meio para o fim, achei meio sem graça, esperava muito mais. Talvez esse tenha sido meu erro, criei expectativas demais.