Matheus 10/01/2013
“Me formei em Letras e na bebida procuro esquecer”
Os espiões é narrado por um homem com um filho, um cachorro (o Black) e uma esposa, que algum tempo deixou de ser a doce Julinha de antes do casamento e passou a ser uma outra mulher mal humorada que já não fala com seu marido, assim como seu filho, tornando Black o único que ainda “fala” com nosso narrador em sua casa.
Esse homem que nos conta a história trabalha em uma editora de segunda a sexta, e tem por função editar e examinar originais que lhe são enviados e decidir se vale à pena ou não serem publicados, mas após o trabalho, na sexta, ele vai para o bar do Espanhol (que não é realmente espanhol) e se embebeda enquanto discute sobre vírgulas e outras coisas com Dubin, um professor em um cursinho de português.
O bar do Espanhol tem uma freguesia leal, sempre estão lá os mesmo da semana passada.
Nosso narrador se embebeda na sexta, no sábado, e no domingo. E na segunda, quando vai trabalhar, está de ressaca, e escreve cartas furiosas para os aspirantes a autores. Mas em uma terça-feira, um envelope branco vindo de uma cidade do interior chama Frondosa prende sua atenção, lá dentro encontra quatro paginas de um romance intitulado Ariadne (com uma florzinha em cima do “i”) e uma carta, dizendo que após terminar de escrever o livro a autora se suicidará. As paginas contam a historia de uma mulher casada que tem um romance secreto logo descoberto por seu marido, que, segundo o texto, mata o amante da esposa.
O editor se encanta pelo texto sem nem uma virgula e leva para seu amigo Dubin, e todos no bar do Espanhol, lerem. Todos, exceto o professor Fortuna, acreditam que a história que Ariadne conta não é apenas ficção, e todos são enfeitiçados pelos parágrafos sem pausas daquela mulher.
Decidem que a história merece ser investigada, e então os homens de um bar, que se encontram todos os fins de semana para beber, esquecem da bebida enquanto discutem sobre os texto enviados, se tornam obcecados e se apaixonam pela mulher que continua enviando novos capítulos contando sua história.
A obcecação é tanta que é necessário colocar alguém em Frondosa, para saber se é real ou ficção a historia de Ariadne. Em Frondosa perguntas são respondidas e novas surgem, fazendo o leitor se intrigar com o caso.
O livro tem uma leitura leve e divertida, com uma narração que nos prende, um final surpreendente mas um pouco decepcionante. Ainda assim, um ótimo livro que merece ser lidos por todos que gosta de uma investigação ou de uma comedia.