Grandes esperanças

Grandes esperanças Charles Dickens




Resenhas - Grandes Esperanças


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Fernando 18/07/2010

Não serei presunçoso a ponto de afirmar que Grandes Esperanças é o meu romance, que Pip sou eu, ou qualquer coisa do gênero.

Na verdade, creio que Pip é um dos personagens que melhor representam todos nós, ou pelo menos aqueles de nós que tem humildade de reconhecer não só nossas fraquezas e defeitos, mas também aquelas coisas das quais nos envergonhamos, aqueles preconceitos que inevitavelmente nos acompanham desde o berço e aqueles que adquirimos ao longo de nossa formação.

Não posso encher essa resenha de spoilers, no entanto existem inúmeras cenas marcantes em Grandes Esperanças. Pra mim, fica sempre a imagem do bom e velho Joe, em sua visita a um Pip já aristocrático, em Londres. A diferença entre as classes, que naquele momento vence uma antiga amizade que parecia inabalável, é algo que faz com que reflitamos a respeito de nossa condição humana.

Pip, para mim, é o melhor personagem de um autor repleto de personagens inesquecíveis, como Pickwick, Ebenezer Scrooge ou Oliver Twist. Impossível não experimentar uma infinidade de sentimentos por Pip ao longo do romance. Impossível não amá-lo, não odiá-lo, não parar a leitura e baixar a cabeça, porque sabemos que, embora estejamos lendo uma história do século XIX, estamos vendo ali o nosso espelho, o espelho do ser humano comum, mesquinho e vil, mas que também ama.

Grandes esperanças se tornou, desde a primeira vez em que o li, meu livro favorito. Talvez seja sempre assim mas, assim como Pip, podemos mudar de opinião sem que demos conta disso.
Giliade 19/07/2010minha estante
Não vá ficar todo convencido, mas você merece saber: Sua resenha humilha completamente as demais. Realmente a impressão que se tem ao fim, é de que mudamos muito ao longo da vida, e que algumas mudanças adquirem conseqüências trágicas. Talvez todos nós tenhamos um pouco mais do Pip, mas no fundo, eu gostaria mesmo é que fôssemos eternos Joes.


Sandra :-) 15/12/2010minha estante
Falou pouco e disse tudo! Não sei de Pip é o melhor personagem de Dickens pois só conheço Pip e Oliver Twist (e fecho com Pip), mas, de resto, assino embaixo ;)


Niasi 23/09/2013minha estante
Parabéns, fantástica a sua resenha.


Dudu 16/08/2021minha estante
Resenha maravilhosa sobre um livro certamente importante; sua visão foi bem ampla e externou tudo o que um dia pensei enquanto lia esse clássico!


Vivian Mauro 12/12/2021minha estante
Maravilha a sua resenha, esse livro foi um achado pra mim!


Gis 03/12/2022minha estante
Realmente é impossível não experimentar uma infinidade de sentimentos por Pip ao longo da leitura. Baita resenha!


Missu 29/01/2023minha estante
Estou lendo e amando ?


Kellynha 19/07/2023minha estante
Já recebi várias indicações desse livro, mais confesso que sua resenha foi primordial para que eu colocasse na lista de leituras, para ler ainda esse ano.


Neuza26 24/07/2023minha estante
Li e amei. Pip é um personagem muito bem construido. Dubio, humano na sua essência como todos nós.


Kleylton.Bandeira 13/08/2023minha estante
Perfeita a sua resenha!




Michela Wakami 06/10/2021

Um livro que para minha pessoa, teve muitos altos e baixos.
Não sei se criei muitas expectativas, mas esperava mais.
O livro começa bem, depois segue arrastado, sem emoção, e quase no final, cria vida de novo.
Mas que embora, não tenha me agradado de todo, valeu a leitura.
É uma romance de formação, aonde acompanhamos a trajetória da vida de Pip, e que nos mostra o quanto as nossas esperanças podem nos levar a uma vida melhor, ou a uma vida desastrosa.
Para qual vida, as esperanças de Pip as levaram? Tem que ler o livro, para descobrir.
João 06/10/2021minha estante
????


re.aforiori 06/10/2021minha estante
Muito bem, Michela!
Ótima questão levantada no final! ??

Iniciei a leitura deste livro há cerca de dois meses, quanto estava em dias de tempo muito apertado, e não conseguia avançar muito... E somente agora que retomei a leitura de fato. No entanto, estou procurando me doar mais e mais para me adentrar à história; mas sigo ainda à espera de um ?grande acontecimento?, por assim dizer...


Michela Wakami 06/10/2021minha estante
Oi, Renato! Tomara que você consiga ter uma experiência melhor que a minha.
Infelizmente apesar do livro ser bom, é inegável a sua lentidão para bons acontecimentos.
Boa sorte!


Carolina.Gomes 06/10/2021minha estante
Eu li pela edição bilíngue da Landmark, disponível no KU, mas quero muito ler essa edição. Fiquei curiosa para saber o ?final alternativo? que Dickens daria ao seu filho Pip.
Eu não achei lento de forma alguma.


CPF1964 06/10/2021minha estante
Desisti de ser escritor. Não quero mais aparecer na lista do NYT. Se Dickens levou 3 estrelinhas.... Coitado de mim......


Michela Wakami 06/10/2021minha estante
Carolina, muitas partes foram sem emoção nenhuma para mim, por isso acabou sendo arrastada.
Fico feliz que para você, tenha sido uma experiência diferente da minha, tornando sua leitura muito mais interessante e fluida.
Você que até fazer uma releitura. ????????????


Michela Wakami 06/10/2021minha estante
Quer*


Michela Wakami 06/10/2021minha estante
Cassius, não se subestime, talvez você o supere, pelo menos na minha opinião.




Regis 05/03/2023

Uma grande redenção moral
Um romance de formação que nos leva pela infância, juventude e vida adulta de Philip ou apenas Pip, nos mostrando sua origem humilde sendo criado por sua irmã, a senhora Joe e seu cunhado, o ferreiroJoe, seu aprendizado e como sua vida teve uma grande modificação após receber uma substanciosa herança que imagina ter lhe sido dada com um propósito, ao qual está completamente equivocado.

Ao longo do livro vemos Pip passar pelas três fases da vida e crescer com um pensamento completamente inexato sobre como ver a vida e de quais são as esperanças e ambições a que devemos dar valor.
O personagem vai se descobrindo diante de nossos olhos e ao fazer isso vemos ele cometer erros clássicos que o levam a ter que ao final, reavaliar e modificar toda sua trajetória moral.

O livro é um romance clássico, mas bem novelesco ao estilo que comumente é atribuído a Charles Dickens. Gostei da escrita e de como os fatos se desenvolvem de forma lenta mas que ao mesmo tempo te faz ansiar pelo desfecho querendo muito saber onde as esperanças e equívocos de Pip o levarão.

Uma história de ascensão rápida e queda. Cheia de orgulho, negação, falsas esperanças e grandes expectativas. Um livro sobre a descoberta da verdadeira realidade com uma redenção maravilhosa que emociona completamente o leitor.

O livro tem mais de cinco adaptações para o cinema, três das quais assisti, incluindo uma versão de Bollywood de 2016 muito maravilhosa de se ver, com um final diferente, mas muito romântico.

Gostei muito desse clássico e apesar de ter alguns momentos de lentidão a leitura é prazerosa e despertou minha curiosidade. Recomendo para os amantes dos grandes clássicos.
HenryClerval 07/03/2023minha estante
Assisti aos filmes que comentou e são boas adaptações. O indiano é bem sutil.
Como sempre gostei muito da resenha.


Regis 07/03/2023minha estante
O indiano é uma versão interessante. Rsrsr
Obrigada, Lê.


Elton.Oliveira 25/02/2024minha estante
Ótima resenha Regis!!!

Estou lendo " O Jogo do Anjo " de Zafón e ele faz grandes referências à esse livro... Já fico super curioso e na ansiedade de ler ! ??


Regis 25/02/2024minha estante
Ainda tenho que terminar a Trilogia da Névoa, mas pretendo ler os outros livros de Zafón, acho que a morte repentina do autor me abalou um pouco e decidi deixar seus livros para um outro momento.


Elton.Oliveira 25/02/2024minha estante
Eu estou descobrindo Zafón agora ... Tô lendo a série "Cemitério dos livros Esquecidos" ... Estou gostando muito !!! Como não o conhecia, nem me lembro a situação de sua morte ... Dei uma breve pesquisada um dia desse ...vi que ele morreu novo , fiquei um pouco triste ?




Lucas 21/07/2017

Perfeita simbiose entre conto de fadas e a realidade
O sempre lúdico escritor inglês Charles Dickens (1812-1870) reforça essa sua definição com o romance Grandes Esperanças, lançado em 1861. É uma obra que define bem o estilo próprio do autor: narrado em primeira pessoa, compondo um longo espaço de tempo entre infância e fase adulta do protagonista-narrador, que fornece um relato não-contraditório de si mesmo e de tudo que o cerca.

Partindo dessa premissa, Dickens constrói a trajetória de Philip Pirip, ou Pip, um menino pobre nascido na Inglaterra dos primeiros anos do século XIX. Órfão, ele é criado "à mão" (o leitor entenderá essa expressão) pela irmã mais velha. Apesar dos laços consanguíneos, Pip é muito mais identificado com o seu cunhado, Joe Gargery, simpaticíssima figura que exerce enorme influência no protagonista em seus primeiros anos. Sem demonstrar ambição, mas com um desejo oculto de "vencer na vida", Pip é agraciado com essa possibilidade de ascensão, que lhe confere as grandes esperanças que o título preconiza.

De imediato, surge de uma forma muito forte na narrativa um contexto de conto de fadas, característica tão marcante do autor: há uma criança, perseguida por alguns "vilões" que a maltratam ou assustam, mas que se espelha em um personagem doce e inocente, que ora funciona como alívio cômico, ora como alguém mais valoroso que todos os outros. Com o passar do tempo, no entanto, a obra vai deixando esse caráter lúdico de lado e passa a incutir no leitor dilemas muito mais profundos e polêmicos. Neles, se discute o verdadeiro valor do dinheiro na vida de alguém, o materialismo e sua capacidade de desvirtuar bons sentimentos, o forte apego à imagem, ao comportamento de pessoas de classe mais baixa em um meio superior, etc. Assim, o que começa com uma história agridoce da vida de um personagem "fofinho" se torna carregado de paradigmas adultos e ainda muito presentes em qualquer realidade atual.

Esses questionamentos que o contar da história geram no leitor estarrecem, mesmo no Brasil, tão distante da realidade britânica de qualquer época. É sabido que, pela alta variabilidade social aqui existente, não são raros os tristes casos de renegação ou repulsa, em função do meio social. Afinal de contas, qual pessoa nunca tomou conhecimento de um filho, "letrado" e que venceu na vida, que renega ou ignora ao menos parcialmente quem o criou ou educou em função de diferenças econômicas, por exemplo? Esta, na realidade, não é uma característica (triste) presente apenas na realidade brasileira ou inglesa; certos indivíduos, por convenções sociais, atrelam o já citado "vencer na vida" ao sucesso financeiro, que, de acordo com essa visão simplista, só é realmente alcançado quando se cortam todos os laços vividos em um período de insucesso neste ponto anterior. Assim, lembrar dos anos da pobreza ou dos pais que vivem no interior, em um mundo totalmente diferente, pode fazer com que este indivíduo seja perturbado, "cutucado" pela lembrança de que ele já pertenceu a essa "realidade subalterna". Este fato, aliado à preocupação com a imagem que se deseja de si em um círculo social, alimentam situações desagradáveis das mais diversas, como se pode imaginar e que Grandes Esperanças explora muito bem.

Logicamente, há exceções na realidade: nem todos apagam de si a humildade, a mais engrandecedora de todas as virtudes. Dickens não se esquece disso, fazendo com que a sua obra seja repleta de elementos narrativos que demonstram ou que buscam este sentimento, seja por valores que crescem com os indivíduos ou por meio da redenção que eles buscam e que a vida, tão circular no que diz respeito a dar e receber, os fazem enxergar. A máxima maquiavélica de "dar poder a um homem para descobrir quem ele é realmente" é muito bem explorada em Grandes Esperanças, gerando inúmeras situações isoladamente tristes, mas que no contexto conduzem à uma possibilidade de redenção, o que é sempre eficaz para prender a atenção de um leitor e emocioná-lo.

Esta tônica social é o grande alicerce da primeira metade da obra. A partir daí, o foco narrativo é direcionado para mudanças bruscas, geradas por inúmeras e enormes reviravoltas que estarrecem, seja pela surpresa que causam ou pela desconstrução de crenças narrativas aparentemente intransponíveis. O último terço da história é permeado por isso, conduzindo a um desfecho, simultaneamente belo e dramático, que reúne todo esse sentimento de choque com a já citada verve moral, fazendo do último ato de Grandes Esperanças algo melancólico e grandioso ao mesmo tempo.

Dentro de todo esse turbilhão de emoções, deve ser mencionado a respeito de Estella, talvez a "mocinha" mais contraditória (para dizer o mínimo) que já esteve em um romance. A jovem é, friamente falando, uma versão radicalizada de quase todos os desvios morais que o livro representa; é natural que ela desperte o ódio do leitor, mas o passar das páginas pode indicar certa compreensão no entendimento que se adquire de sua pessoa. É, disparadamente, a personagem mais complexa de toda a obra, dividindo com Pip o aprendizado que atitudes promíscuas geram na formação de um indivíduo.

É impossível que o leitor que já tenha lido David Copperfield, lançado onze anos antes, em 1850, não compare-o com a saga de Pip. O primeiro era considerado por Dickens como o seu trabalho mais perfeito: um retrato biográfico amplo, de um personagem comum, mas rodeado de tipos fantásticos e com uma história de vida cheia de alegrias e tristezas. O fato de ambos serem narrados pelo respectivo protagonista faz com que eles sejam, inicialmente, muito semelhantes. Mas essa semelhança vai se extinguindo aos poucos: Grandes Esperanças é menos pessoal e abrangente, e seu escopo narrativo acaba se conduzindo a reflexões morais a respeito do caráter por vezes polêmico do seu protagonista. É, inclusive, um livro mais popular, especialmente pelas adaptações cinematográficas, mais frequentes que as relacionadas a história de Copperfield. Discutir qual obra é melhor é irrelevante, mas é importante desmistificar essa tese de que são dois livros bem parecidos. Semelhanças ou diferenças à parte, um fato é inegável: são duas das melhores obras que a literatura britânica já produziu.

A edição da editora Landmark, que faz alusão ao filme lançado em 2012, é bilíngue, contando com a versão em inglês em separado. Apesar da inegável beleza estética (cuja capa dura é baseada no cartaz do filme, o que pode fazer com que leitores mais tradicionais torçam o nariz), com uma sobrecapa que protege a edição, a necessidade de compactar as duas versões faz com que a fonte fique um pouco espremida (a versão em inglês é ainda pior nesse quesito), tornando a leitura um pouco cansativa em alguns momentos. Além disso, a tradução peca em alguns detalhes, especialmente no que diz respeito a pronomes de tratamento. Todavia, é uma boa opção, sobretudo se for analisada a relação custo x benefício, tão presente no íntimo de quem ama ler.

Se em David Copperfield o leitor derrama lágrimas de emoção, nas alegrias e tristezas, é provável que em Grandes Esperanças estas mesmas lágrimas serão geladas, alimentadas pelos desvios morais que a riqueza causa e, narrativamente falando, por enormes reviravoltas na segunda metade da obra, que abalam todas as estruturas do protagonista (e até do leitor). Dickens, por isso, é um autor com uma capacidade única de tocar, seja sendo lúdico, mostrando um mundo de conto de fadas, ou literato, desnudando o mundo como ele realmente é: um lugar sombrio que corrompe, mas que também oferece lindos exemplos que reforçam a esperança, seja em nós mesmos ou em tudo que nos cerca.
@garotadeleituras 23/07/2017minha estante
"Discutir qual obra é melhor é irrelevante, mas é importante desmistificar essa tese de que são dois livros bem parecidos. Semelhanças ou diferenças à parte, um fato é inegável: são duas das melhores obras que a literatura britânica já produziu. " - Uma ponderação sensata sobre as duas obras. Fico feliz que tenha gostado. Grandes Esperanças na minha humilde opinião é um livro que o leitor leva para a vida, e apesar da época, traz questionamentos pertinentes sobre caráter e conduta vigentes na modernidade do século XXI. Excelente resenha por sinal!!!


Lucas 23/07/2017minha estante
Boa colocação, Raquel. Prefiro DC, mas concordo que Grandes Esperanças seja mais um livro para a vida, digamos. Agradeço pela leitura da resenha, aliás. :)


@garotadeleituras 23/07/2017minha estante
Não precisa agradecer, inteirar-se sobre comentários de livros dos quais tenho predileção é sempre um prazer. Pretendo ler DC daqui para 2018 (se a faculdade permitir rsrsrs), daí vamos retornar as discussões sobre o maravilhoso Dickens :) Expectativas para uma leitura fantástica!


Lucas 23/07/2017minha estante
Ficarei no aguardo do cumprimento dessas expectativas, então. :)




Lili 23/01/2020

Grandes Esperanças
Estamos no dia 23 de janeiro e eu já tenho certeza que este livro estará na lista dos favoritos do ano. Que livro espetacular! É o segundo Dickens que leio e achei ainda melhor que David Copperfield. A ironia de Dickens está mais do que afiada e suas reflexões são feitas com uma leveza e um humor inigualáveis. Adorei acompanhar a trajetória de vida de Pip, torci por ele até quando ele foi um completo imbecil. Vai deixar muita saudade e merece uma releitura daqui a alguns anos.

Recomendo muito!
Geórgea 24/01/2020minha estante
Esse é um livro que merece minha releitura, pois creio que não pude aproveitar a obra como deveria. Eu o li mesclando com diversas outras leituras e acabei me perdendo... esquecia de certos personagens (e são muitos!)... e a experiência acabou sendo uma decepção, pois eu já vi diversas adaptações cinematográficas desta história e sempre amei... até troquei meu exemplar aqui no Skoob e me arrependi, pois acho que algo deu errado e o livro merece uma segunda chance. Eu comecei gostando, e do nada foi mudando por mesclar com outros livros.


Geórgea 24/01/2020minha estante
Já marquei na minha lista de desejados novamente, inclusive...


Lili 24/01/2020minha estante
Eu tb acho que ele merece uma segunda chance, Geórgea... Mas o começo dele é mais empolgante do que o restante mesmo. Eu marquei vários trechos, depois foi diminuindo. Ainda assim eu amei. =D
Ah, e gostei que o final não foi o que eu esperava, achei que ia ser similar a David Copperfield, mas foi bem diferente e mais ao meu gosto.


Geórgea 24/01/2020minha estante
Fiz muitas marcações no início também :) Bom, a chance será dada assim que possível.




Felipe1503 27/09/2012

Leitura obrigatória para todos!
Hoje a resenha é de Grandes Esperanças, de Charles Dickens.
Esse livro me deixou totalmente sem palavras. Sabe quando você lê aquele livro, não consegue parar mais, e fica pensando nele o dia todo, totalmente sem palavras, com aquela sençação de que sua vida ficou completa durante a leitura, mas, quando se acaba o livro, ele fica mias incompleta do que antes, dá aquela sensação de vazio, sabe? Pois é, foi exatamente isso que aconteceu comigo. Grandes Esperanças é mais que bom, mais que fantástico, mais que tudo. Fiquei extremamente marcado por ele, eu realmente vivi dentro dele durante a leitura. Me senti como se fosse Pip, como se eu estivesse vivendo aquela situação.
Posso afirmar com certeza absoluta que é o melhor livro singular ( que não é de uma saga ) que já li. É realmente incrível como Dickens consegue transportar seu leitor para dentro de suas histórias. Já tinha lido a respeito disso, que seus personagens eram extremamente "reais", como na vida, e não esteriótipos como vilão e mocinho, mas não sabia que esse livro ia me pegar desse jeito.
Já tinha ouvido falar de Grandes Esperanças, mas nunca me atraí por ele, pensando que era só mais uma história de amor. Até que vi o clipe do filme que vai sair dia 30 de setembro, Great Expectations. Sou fã árduo de Harry Potter, e descobri o filme através de um fansite, pois o diretor (Mike Newell) é o mesmo de Harry Potter e o Cálice de fogo, além do filme contar com muitos atores e atrizes de Harry Potter. Então decidi dar uma chance. Vi o trailer. Vi denovo. E denovo. Não conseguia parar de vê-lo. Alguma coisa ali me fascinou, e muito. Na verdade acho que foram vários fatores. Como sou "viciado" (desculpe a palavra forte, mas "amor" não é o bastante) na Helena Bonham Carter desde que a vi pela primeira vez como Belatriz Lestrange em HP, já me empolguei. Aí aparece o Ralph Fiennes (Voldemort de HP). E depois Robbie Coltrane (Hagrid de HP). E depois Helena Barlow (Rose Wesley de HP, filha do Ron). E ainda descobri que é com Jessie Cave e Ralph Ineson ( Lilá Brown e Carrow de HP, respectivamente). E então aquela trilha sonora linda. E eu também adoro filmes e livros que se passam numa época anterior à nossa, então decidi ver a sinopse do livro.No trailer, quando Estella falou " I have no heart ", eu até cheguei a pensar que tinha bruxaria envolvida na história (rsrsrs). Confesso que perdi um pouco a vontade de ler depois disso, mas continuei, me empolguei de novo vendo uma resenha, pois a que eu vi não tinha nada a ver com o livro.

E então li. Não somente li, eu engoli, devorei. Eu vivi aquele livro. No final da primeira pagina, já tinha notado que não havia resenha boa o bastante para essa obra de arte, que era um livro muito maior e mais real do que eu pensava, e realmente me desliguei do mundo ao lê-lo. Me preocupei com os personagens como se eles fossem reais, como se eu fosse Pip. Eu poderia ficar aqui escrevendo infinitas vezes como esse livro mudou minha vida, (o que eu já devo ter dito no mínimo cinco vezes até agora), mas é realmente impossível transmitir todo o sentimento do livro desse jeito. Compre-o, alugue-o, ou peça emprestado para alguém, mas não deixe de lê-lo. Você realmente não faz ideia do que está perdendo.
Mas agora vamos a um breve resumo do livro (ou milagre, também serve): O livro narra a vida de Pip, desde sua infância até a vida adulta. Pip era um garoto pobre, criado pelo irmã de um jeito terrível. Ela batia muito nele, arrastava ele pelos cabelos, espancava ele com a panela e outras crueldades. Certo dia, Pip vai visitar o túmulo de uma pessoa (não posso dizer quem é, seria spoiler), e conhece um prisioneiro fugitivo que lhe pede para roubar comida de casa e trazer para ele, e, se não fizesse isso, ia matar o garoto do jeito mais cruel possível. Dessa parte da história não tem muito o que contar, mas posso lhe garantir que ela é muito importante, então preste atenção em tudo que acontecer na infância de Pip. Então, certo dia, Miss Havisham , uma senhora muito rica e tenebrosa, sempre com o mesmo vestido de noiva antigo, numa casa tão sinistra quanto ela, manda uma mensagem para que Pip venha brincar com sua filha, Estella. A garota o trato muito mal, mas de algum jeito, ele se apaixona, e então começa a ir várias vezes na casa de Miss Havisham para ver ela, mas ele ficou marcado profundamente quando Estella o esnobou por não ter dinheiro, se vestir com roupas rasgadas e botas sujas, se sentiu humilhado, um "nada" no mundo e, desde então, sonha em ficar rico. Ao crescer, Pip é surpreendido por sr. Jaggers, quando lhe diz que tem uma grande fortuna para receber. Mas existem condições: vai recebê-la aos poucos, como uma mesada, deverá manter seu nome como "Pip" e o benfeitor só seria revelado quando quiser se mostrar ao novo rico. Pip, maravilhado, a aceita. E então vai para Londres, viver de um jeito totalmente diferente. No meio do livro aparecem vários mistérios e dilemas muito interessantes, mas em geral o livro gira em torno do amor de Pip por Estella.
Mas não de bola para minha resenha, VÁ LER O LIVRO. Ponho minha mão no fogo por esse livro, e confio que ele vá te apanhar de um jeito incrível, ou pelo menos lhe fazer refletir sobre muitas coisas.
O livro é dividido em três partes, de acordo com as esperanças de Pip. Não posso falar mais sobre ele, sobre sua história, pois é realmente como a vida. Tem altos e baixos, momentos de alegria e tristeza, de luz e escuridão. Assim como não se resume a vida de alguém, não se resume Grandes Esperanças.


Agora minha nota (estreando o novo sistema):

1. Me Prendeu? Com certeza! Muito cativante, não consegui desgrudar os olhos do livro. Cheguei a ir para a escola, mas não consegui prestar atenção em nada, só pensando que quando chegasse em casa continuaria a ler Grandes Esperanças! NOTA: 1,0

2. Personagens bem explorados? Sim! Temos uma análise do passado e presente dos personagens ao longo do livro, de suas emoções, de suas esperanças. De como se sentem nos momentos mais variados, de alegria, de raiva, de tristeza, e assim por diante. NOTA: 1,0

3. Personagens inovadores? Os personagens são como pessoas reais, e como todos somos diferentes, inovadores, com pensamentos e atitudes distintas, sim, são realmente inovadores. NOTA: 1,0

4. Trama complexa? A trama é como uma montanha russo, como uma vida, e várias vidas se cruzam nessa história, então sim, é bem complexa. NOTA: 1,0

5. Tradução boa? Sim, sem erros ortográficos e clara. NOTA: 1,0

6. Passado do personagem explorado? Como já disse antes, com certeza. Temos uma análise detalhada e misteriosa de todos os envolvidos na história. NOTA: 1,0

7. A leitura flui? Com certeza. A história é envolvente, o livro é escrito de uma forma simples e ao mesmo tempo rebuscada, você lê e não sente as páginas passarem, é como se estivesse passando um filme na frente dos olhos do leitor. NOTA: 1,0

8. Vale uma releitura? Absolutamente SIM. A história é captada na primeira leitura, mas como todo livro, e principalmente clássicos como este, sempre se descobre algo novo, uma mensagem que não se captou na primeira leitura. NOTA: 1,0

9. Clareza em expressar suas idéias? Estranhamente, sim. O narrador utiliza de muitas metáforas para explicar o que sente, mas, incrivelmente, o leitor consegue captar o sentimento, como se estivesse sentindo o mesmo, talvez até porque todos nós já nos sentimos abalados, ou extremamente felizes, assim como o narrador. NOTA: 1,0

10. Me marcou? Olha, já disse várias vezes, mas tenho que repetir: Grandes Esperanças mudou minha vida. Mudou meu olhar sobre o mundo, sobre as pessoas e os elementos que nos circundam no dia-a-dia. Eu acho que, além de ser uma história ótima, marcante e envolvente, este livro pode ser também uma ferramenta de auto-conhecimento. NOTA: 1,0


Nota Final: 10.0.

Para os que leram até aqui, obrigado pela paciência. Grandes Esperanças com certeza é, bem, é o que é. É essa criatura, esse presente, e espero que todos tenham a oportunidade de lê-lo.
Nanda 28/09/2012minha estante
Oi Felipe,gostei da sua resenha,ficou ótima e sem spoillers rs.Uma pergunta, você chegou a ler o livro "Um conto de Natal", tbm do Dickens?


Felipe1503 28/09/2012minha estante
Oi Nanda, obrigado! Sobre "Um Conto de Natal", ainda não li, mas tenho um volume do Dickens em inglês que tem quatro obras dele, e uma delas é essa. Pretendo ler. E você, já leu?


Ana Karla 23/10/2012minha estante
Felipe, muito boa a tua resenha. To com a série da BBC e como não sabia muito a respeito do enredo passei aqui para dar uma olhada. Agora fiquei com vontade de ler o livro.


Felipe1503 27/10/2012minha estante
Obrigado Karla! Que bom que estás com vontade de ler o livro, ele é realmente muuuuuito bom! Ainda não vi a séria da BBC. Antes quero vero filme do Mike Newell, mas depois acho que vou ver também!




Denise.Marreiros 27/07/2021

Foi uma leitura agradável (entretenimento garantido), é para ler sem pensar, deixar fluir sem se importar muito com os detalhes. Deixar-se levar e esperar o que o autor vai te mostrar.
É um clássico levinho, cheio de inconsistências mas interessante como estudo de caso da época em que foi escrito.
LetAcia1104 27/07/2021minha estante
É uma leitura muito densa?


Denise.Marreiros 28/07/2021minha estante
De forma alguma, muito fluida.


LetAcia1104 28/07/2021minha estante
Ótimo! Obrigada Denise!




Alessandra 21/04/2021

Dickens: Gratidão por essa obra !!
Estou até agora extasiada com esse livro, que para mim foi uma grande surpresa. Comecei a ler por causa de um grupo de amigas e confesso que o começo foi bem arrastado e eu ficava me perguntando porque Dickens é tão aclamado dessa forma.... só fui entender isso ao final da leitura e se tem um conselho que eu possa dar é: experimentem Charles Dickens, deixem se envolver pela sua narrativa e não desistam da leitura porque o final compensa demasiadamente.
Charles Dickens é um autor de 1830, que conheceu o sucesso ainda vivo, ele é o criador do famoso folhetim, que se compara as novelas atuais. Suas histórias eram publicadas semanalmente em jornais e o público ficava esperando ansiosamente pelo próximo capítulo. Ele se especializou em romance de formação que acompanha personagens de criança até a vida adulta.
Grandes Esperanças é a última obra de Dickens e a mais madura de todas, fala sobre Pip, um órfão criado pela irmã e pelo cunhado, que é escolhido por um misterioso benfeitor para receber uma herança na maioridade e para isso precisa de tornar um cavaleiro. Ainda quando criança ele se apaixona pela bela Estella que desdenha dele e o maltrata. Pip então faz de tudo para se tornar cavaleiro, apossar do dinheiro e poder ter o amor de Estella.
A história é emocionante, com personagens cativantes e muitas reviravoltas. Fiquei impressionada como Dickens conseguiu entrelaçar todos os personagens em uma única trama. A parte 3 do livro é um plot twist atrás do outro de tirar o fôlego, realmente surpreendente.
O ponto central da história é a redenção moral de Pip: o quanto o dinheiro e o poder podem transpor nossos valores morais ? A ingratidão é passível de ser perdoada? Ter pessoas boas que nos cercam ajuda a discernir o certo do errado ? Confesso que chorei igual criança nos últimos capítulos, Dickens me deu de presente personagens incríveis, com caminhadas valorosas e um significado de que o amor é maior que qualquer sentimento. A Charles Dickens uma única palavra: Gratidão
Andreza 21/04/2021minha estante
Eu já desisti desse livro no inicio, mas sua resenha deu vontade de tentar de novo kkk


Alessandra 21/04/2021minha estante
Tenta Andreza, se quiser incentivo me chame no particular. Tive uma amiga que incentivou o tempo todo. Realmente o livro é difícil, a parte 2 é arrastada (levei 3 semanas para ler ) mas a parte 3 compensa tudo. É fenomenal e surpreendente como Dickens amarra a história. Chorei litros e valeu todo meu esforço.


Andreza 21/04/2021minha estante
Vou tentar de novo depois de terminar meu livro atual ?. Quando eu tentei ler Grandes Esperanças todo mundo falava tão bem da obra, mas achei o começo meio lento para mim. É bom ter uma opinião de alguém q pensou de forma semelhante do começo pq assim acho q vou gostar das outras partes como vc kkkk




Raquel.Furchinetti 14/11/2023

Lindo de morrer
Amei a estória de Pip contada por ele mesmo pelas mãos de Charles Dickens. Amei a forma maravilhosamente escrita com que Dickens também escreveu a estória. O livro é comovente, delicado, simples, profundo, parado às vezes, cheio de reviravoltas, enérgico, filosófico, complexo. Só mesmo um gênio para escrever de todas essas maneiras num único livro. Com certeza esse livro merece uma releitura e com certeza já quero ler tudo o que Dickens escreveu. Fique encantada também com o cuidado com que ele teve para a estória fosse coerente, levando em conta horas, anos e outros detalhes. Eu sempre vejo esse tipo de falha na maioria dos livros. E aqui vemos ao longo do livro e até no apêndice como ele se atentou para que tudo fosse verosímil. Amei e já está nos meus preferidos!
Cintia295 14/11/2023minha estante
Eu também amei esse livro, gosto bastante dos livros Dickens


Raquel.Furchinetti 14/11/2023minha estante
que legal Cíntia. qual outros dele você já leu?


Cintia295 16/11/2023minha estante
David Copperfield, Uma Canção de Natal e esse Grandes Esperanças, mas quero ler todosss




Ana Bruno 01/08/2021

Amei, amei, amei!!!
Livro delicioso!! Do início ao fim.
Durante o tempo da leitura, tenho certeza que estive lá, vivendo com os personagens. A narrativa funciona perfeitamente.
O livro acompanha a vida de Pip, desde a infância. E este decorrer, retrata um ser humano como nós, com impressões, dúvidas, erros e acertos, sentimentos, arrependimentos, redenção e... Esperança!!
Lindo, lindo, lindo!!!
Com absoluta certeza, tornou-se o meu livro favorito de Dickens e, até agora, o melhor do ano!!!
Diego 01/08/2021minha estante
Dickens é ótimo!!!


Ana Bruno 01/08/2021minha estante
Sim! Já quero ler tudo dele!!!


Ari 01/08/2021minha estante
Li Oliver Twist esse ano e amei, também quero ler tudo de Dickens.




Niasi 23/09/2013

Grandes Esperanças
Não tem como não se curvar a poesia desse romance, assim como é impossível não se identificar com Pip em sua paixão (quem em sua infância não teve uma Estella que nos causasse tanta dor)
Um livro fantástico e impressionantemente atual.
A forma como Dickens nos põe de frente com as faces mais mesquinhas e egoístas do ser humano, nos mostra como esses sentimentos são comuns tanto nos outros, como em nós mesmos, e como são belos e prósperos os sentimentos puros e altruístas.
Enfim, este livro é uma leitura obrigatória, se e entregue e acompanhe Pip na descoberta de suas verdadeiras esperanças.
Raiza 11/10/2013minha estante
oi,,poderia me dizer qual o capitulo da passagem : Eu amei contra a razão, contra a promessa, contra a paz, contra a esperança, contra a felicidade, contra todo o desencorajamento que existe.


Niasi 11/10/2013minha estante
Raiza, Cap 29




Ricardo 03/03/2016

Esperanças, fortunas e virtudes
Existem livros que agradeço ter vivido para poder ler e partilhar de sua riqueza. Nos últimos meses foram muitos. Alta literatura de desvelamento e reflexão sobre o estar no mundo, sentir e caminhar através das ruínas que vão se avolumando. Algumas vezes a descoberta foi tardia mas a leitura ganhou com a experiência dos anos. Em outras foi adiada tanto que o deslocamento provocou outra perspectiva de olhar.
Meu encontro com Charles Dickens foi assim extemporâneo, se isso é possível no caso de um grande clássico. Talvez improvável no espaço-tempo de agora. Não importa. Porque ‘Grandes Esperanças’ (‘Great Expectations’) é livro para acordar e arrepiar a qualquer tempo, em qualquer momento da trajetória.
É de Pip que Dickens nos fala, esse menino órfão, de origem pobre, assolado por um golpe de sorte, uma esperança de fortuna vinda de um benfeitor desconhecido e que vai se transformando a partir de então. Daí seu afastamento de Joe, o único amigo mas vincado à condição social que Pip se empenha em deixar para trás. Daí a ingratidão, o desconforto, a vergonha, a culpa, o não pertencimento a mais nenhum lugar. Mas também o fascínio por Estella, com uma história similar à sua, uma ascendente de beleza ‘sem coração’. O romance ganha tons de thriller quando Pip descobre a identidade de seu benfeitor com todas as implicações a ela associadas. Além da fluidez com que narra todas as peripécias e reviravoltas, Dickens expõe com refinada maestria a complexidade dos sentimentos e valores éticos dos personagens em suas sutis variações de matiz nas mudanças de situação e nos choques das interações humanas. A jornada de Pip vai do deslumbramento à deformação à queda ao horror à redenção. Sua história vai nos reconhecer em algum canto ou ao longo de toda a tomada de consciência e das transformações por que ele passa. No seu desejo de ser diferente, nos empuxos para recuperar os laços de uma amizade verdadeira.
As esperanças enquanto ilusões parecem levar à danação ao trazer a fortuna (a sorte, o dom) sem a virtude (a alma, a humanidade). Mas enquanto um sonho lúcido permitem ao menos restituir a incerteza dos caminhos que se bifurcam.
Nanci 03/03/2016minha estante
Ótima resenha, Ricardo, para uma obra tão grandiosa.
Não sei se você conhece, mas o livro "Mister Pip" (O Sr. Pip, na edição brasileira) é uma história comovente e que traz esse inesquecível personagem de Dickens aos anos 1990, num romance que fala, dentre outras coisas, do poder da literatura. Quando li, pensei em reler Great expectations, mas acabei não o fazendo. Quem sabe agora...


Ricardo 03/03/2016minha estante
Nanci, obrigado pelo seu comentário. Não conhecia esse outro livro. De qualquer forma, é uma tarefa muito difícil retrabalhar um personagem tão complexo e profundamente humano como Pip. Só mesmo Dickens. Um abraço.




DIRCE 14/07/2010

Tamanho Único
Finalmente conclui a leitura do livro Grandes Esperanças, mas não: não estou querendo, ao me expressar utilizando da palavra finalmente, afirmar ou tampouco insinuar, não ser ele um bom livro, muito pelo contrário. O que ocorre é que, atualmente, tenho passado mais horas em salas de espera de laboratórios e médicos do que em minha casa e ,por isso, optei carregar comigo livros de poucas páginas - que não pesassem na bolsa.
Tamanho único - definição que eu dei ao Grandes Esperanças, pois tal qual uma numeração que atende a variados manequins, esse livro atende aos mais variados estilos literários: aos amantes de um romance, de um suspense, de um mistério e por aqueles que apreciam livros que levam a um questionamento ( dentre os quais me incluo).
Grandes Esperanças é o romance de uma vida: a de Pip e é ele, Pip, que nos conta a sua história. Conta-nos a trajetória de um menino órfão que tem sua vida social transformada graças a ajuda de um benfeitor , entretanto, essa transformação não se restringe somente a sua classe social, ela é muito mais abrangente , haja vista que a moral de Pip também é transformada e o resultado dessa transformação é que Pip, ao se conscientizar que sente vergonha da sua antiga classe social, e de que esse sentimento o levou a se distanciar das pessoas que lhe foram muito queridas e das pessoas sem "grandes esperanças", se sente terrivelmente angustiado.
Atrelada a história de Pip há a história de um ódio que se sustenta, o ódio da sra. Havisham que desistiu da vida em vida a ponto de se utilizar de uma criança ( Estella) como objeto de sua vingança.
Não querendo transformar minha resenha em spoiler , vou me limitar a acrescentar que a crítica que podemos entrever no romance, a narrativa (muitas vezes carregada de humor) , e os personagens fascinantes como Joe e a meiga e bondosa Biddy , fazem com que Grandes Esperanças seja, realmente, GRANDE.
E mais: no ex-ce-len-te livro A Sombra do Vento, Carlos Ruiz Zafon diz:"Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro(...)", com toda certeza, cada leitor de Grandes Esperanças, em algum momento, viu o seu reflexo.

Essa grande obra só não mereceu, da minha parte, 5 estrelas devido algumas coincidências ( na trama) que chegaram a me incomodar um pouco
Sandra :-) 15/12/2010minha estante
Adorei sua resenha :) Terminei o livro e ainda estou impregnada dele... Gostei da analogia com "Tamanho Único" e da citação do Zafon, que se encaixa perfeitamente. Realmente cada leitor vai se ver ali, em algum momento. Beijão


DIRCE 21/12/2010minha estante
Oi Sandra!
Você irá perceber ao ler Sr. Pip que Matilda usa e abusa da citação de Zafon.
bjs




Valério 27/10/2016

Pequeno grande Pip
“Grandes esperanças” é considerado por muitos como a obra prima de Charles Dickens. Não por demérito da obra, mas por mérito de “Um conto de Natal”, considero este último uma obra superior.
Contudo, em ambos, o ponto fundamental é muito bem explorado pelo autor. O que realmente tem valor? A contraposição de fortuna monetária e fortuna de amor? Sim, parece clichê. Aqui parece. Mas não no livro. Pois é subjacente e conclusão que se chega sem se falar. Basta ler.
Pip é um garoto pobre que foi criado pela irmã durona e que o espanca. Mal tratado por todos que visitam a casa, que ralham com o pequeno, o beliscam e puxam sua orelha. O marido de sua irmã, Joe (o personagem mais cativante da história) é um homem simples, bom, amoroso, o único que valoriza, protege e ajuda Pip. Alma de criança, humilde, mas sábio. De pouca inteligência, ninguém o vê. E Pip e Joe são, inevitavelmente, os melhores amigos. Uma amizade de fazer inveja. Espontânea, sincera, sem cobranças, pura.
Acontece que um benfeitor – que exige que sua identidade não seja revelada nem a Pip – surge na história e resolve dar ao menino a oportunidade de se educar e viver uma vida de luxos e regalias.
Imagine-se os efeitos de, repentinamente, um pobre garoto se ver em Londres, com dinheiro e frequentando círculos de pessoas elegantes, podendo esbanjar dinheiro que cai do céu.
É neste momento que nós, humanos, fraquejamos. E não foi diferente com Pip. Novo, ainda imaturo, vê o mundo cair a seus pés. E então, passamos a quase deixar de gostar de Pip. Mas é apenas um garoto perdido entre dois mundos contrapostos.
Assombra a facilidade com que Pip se esquece de tudo que tinha de mais valioso até então.
E o aprendizado será duro, com dor e sofrimento.
E nesse bem embolado roteiro, temos ainda muitos elementos:
A mulher que, abandonada no altar, nunca mais tirou o vestido de noiva e não deixou sequer que desmontassem a mesa preparada para a festa. Tudo à sua volta apodrece, assim como ela, que criou o seu próprio inferno, para o qual atrai, feito moscas na teia, as pessoas em sua volta (Pip é uma delas).
O prisioneiro fugitivo que Pip ajudou logo no início do livro e que o assombrará pelo resto do livro.
A bela menina que deixa Pip enfeitiçado, num misto de amor, raiva e ressentimento e que o faz querer ser um cavalheiro.
Enfim, um livro para lembrarmos dos valores reais, percebendo o quão ilusórios são os sucessos que valorizamos.
Natalie Lagedo 27/10/2016minha estante
Acho que a cada página o livro vai se tronando mais humano... No começo era meio caricatural.


Janaina 15/07/2017minha estante
Na minha opinião, e na dele também, David Copperfield é a grande obra de Dickens. É meu livro favorito. Você já leu? Recomendo.




Rebeca 26/05/2014

Clássico!!!
É livro profundo, que conta a história de um menino pobre que vê sua vida mudar drasticamente, quando um benfeitor desconhecido o ajuda a realizar o seu sonho de virar cavalheiro para poder cortejar uma bela e esnobe menina. Nessa transformação, seu amor, suas amizades, seu caráter, sua felicidade são colocados a prova... Charles Dickens nos envolve de uma forma (um pouco rebuscada em seu linguajar, bem descritiva e detalhada, com parágrafos longos e muitos personagens...*), "linkando" cada ponto, nos fazendo questionar se vale abrir mão de muita coisa para atingir um objetivo e quando devemos parar e pensar se tudo valeu a pena, ou se vale continuar ou voltar atrás.

*Confesso que li a conta gostas, por conta disso... Mas valeu a pena chegar até o fim!!!

Um livro clássico, que me marcou e já é um dos meus favoritos!!!
Rebeca 26/05/2014minha estante
Não resisti e escrevi mais um pouco.

Li esse livro durante o mês de maio (através de um desafio) e me apaixonei por essa bela história. Ainda bem que o comprei... rs.

Um clássico que devia ser lido por todo mundo. Me pergunto porque não li antes? Mas ao mesmo tempo fico feliz por não tê-lo feito. Hoje me rendo, me apaixono pela história desse menino, me vejo em seu lugar, me reconheço no Pip, com seus erros e acertos, com sua busca por algo que ele acredita que o fará feliz. E tem coragem de perceber onde errou, de perdoar os erros dos outros e de pedir perdão pelos próprios. Impossível chegar ao final dessa história sem derramar lágrimas, sem se emocionar... Será que se tivesse lido na adolescência teria essa mesma percepção? Talvez sim, talvez não... O importante é ter a oportunidade de ler e me encantar, hoje o faço.


Rebeca 26/05/2014minha estante
Charles Dickens, obrigada por ter escrito essa bela história para mim (possessiva eu, né?)! Com o devido tempo, pegarei outra(s) história(s) sua(s) para ler!




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