Ge Leite 30/01/2019
Will & Will
O livro conta a história de dois meninos completamente diferentes, mas com o mesmo nome.
Will Grayson (1) é um menino hétero que vive a vida seguindo algumas regras e uma delas é ficar de boca calada. Logo no início é apresentado Tiny Cooper, seu melhor amigo gigante gay, na qual a história gira em torno.
Já Will Grayson (2) é um adolescente gay e depressivo que odeia a tudo e a todos, inclusive a si mesmo. A única pessoa relativamente próxima de ser um amigo para Will é Maura, uma garota gótica que ele estuda junto. E seu único amigo verdadeiro é Isaac, seu amigo virtual pela qual está apaixonado.
Os dois Wills acabam se conhecendo em uma sex shop em Chicago após alguns trágicos acontecimentos na noite.
O livro me cativou de uma forma que eu nunca achei que ia cativar. Eu subestimei ele. Quando comecei a ler, achei que seria somente um romance adolescente ruinzinho. Peguei porque sabia de um personagem gay. Mas ele me surpreendeu.
A história não se trata apenas de romance. Sim, fala sobre amor, mas não apenas aquele tipo de amor. Têm vários graus e níveis de amor na qual o livro aborda. Fala sobre paixão, amizade, família. Principalmente amizade, que é girada em torno de Tiny Cooper.
Também fala um pouco sobre homossexualidade, embora não seja o foco. Pode ajudar a abrir os olhos de algumas pessoas para o assunto. Tem uma parte que o Will (2) fala que não decidiu ser assim, não decidiu ser gay, e fala sobre o que ele sente em relação a isso, Isaac, seus amigos e sua mãe.
O livro também quebra esteriótipos em relação aos gays. Muitas pessoas acham que todos os gays são afeminados. E o livro mostra de forma claro que não são todos os gays que são afeminados. Tiny é gay e afeminado. Já Will Grayson (2), não. Ele é a pessoa menos afeminada do livro, se encaixando no padrão de comportamento bruto masculino imposto pela sociedade e masculinidade tóxica.
Porém, mesmo o livro tento vários pontos positivos, ele me decepcionou um pouquinho. Por ser "Will & Will", achei que teria mais envolvimento entre os dois, em relação a paixão ou amizade, tanto faz. Mas em um determinado momento da história até o final, o foco vira totalmente Tiny Cooper, e não os Wills, como esperava.
E outra coisa que me incomodou um pouco foi o fato de Will Grayson (2) narrar todos os capítulos sem nenhuma letra maiúscula (a não ser que alguém esteja gritando) e travessão. Mas depois de um tempo lendo me acostumei, e ajudou um pouco na hora de diferenciar os Wills (mas mesmo assim dei umas confundidas).
Mas o final, não tem o que falar. Me emocionou, me deixou com lágrimas nos olhos e um sorriso bobo na cara de tão bom que é.