Gu Henri 03/02/2018
Anotei esta versão da L&PM aqui como a lida porque há a mesma quantidade de páginas. Porém li em PDF a primeira versão do livro (que não há cadastro aqui) de 1934, contendo ainda a ortogragia vigente à época da publicação, tendo como auxílio mais outras 3 publicações.
E notei, que há nas versões posteriores, revisadas de acordo com a nova ortografia que, umas de domínio público, onde há a atualização das palavras, e há também empobrecimento da poesia, como a mudança da rima original. Como usei mais 3 versões mais modernas, pude notar que em quase todas elas há palavras que foram atualizadas e escritas erradas, numa, houve acréscimo de consoante, que faz mudar o sentido da oração, em uma vi que o tempo verbal de algumas palavras foram confundidos, e assim, atualizaram equivocadamente. São as versão que estão para download em domínio público.
Quando se trata de poesia escrita em outros tempos que não desta nossa ortografia vigente, é quase sempre preciso ter em mãos outras edições para consultas. Assim a leitura se torna mais rica, podemos perceber possíveis erros, e ainda ver a forma original.
Por Mensagem ser um livro bem fácil de se encontrar muitas edições na internet para baixar, é fácil também obter várias edições para consulta. Coisa não tão fácil é ao se tentar o mesmo com outros poetas...
No mais, sobre a poesia, não estou à altura de poder falar nada sobre Pessoa. Não há como elevar nem mais nem menos o que ele escreveu.
Há algo muito interessante, na temática: este desejo ardente nacionalista, que para poder pensar num Portugal futuro como potência que fora no passado, enaltece mitificando os feitos, cantando a glória, mas, como todos bem sabemos, da fuga da família real portuguesa para o Brasil, onde abandonando Portugal, deixa naquele país um vácuo, um sentimento de abandon.
Ao cantar a glória, só o digno de ser lembrado, e a fuga da família não é lembrada. Há o vácuo deixado, há aquele sentimento de decadência, e para o resgate desta glória, para reerguer o reino, e sobrepujar este vácuo, é necessário certo misticismo: o sebastianismo cai muito bem. Ele representa mais que um lado religioso, mas também um lado político nacionalista. O sebastianismo é a crença no reerguimento do império português, pois é somente nessa crença supersticiosa que se encontra a possibilidade dele reerguer-se.