alvestache 26/05/2016Garota encontra um livro nada convencionalGaroto Encontra Garoto foi um desses livros que quando descobri a existência me senti altamente apaixonada e tentada a lê-lo.
Depois de descobrir sobre o livro, eu procurei por resenhas sobre ele e, confesso, que fiquei preocupada. Vi algumas pessoas falando que não haviam gostado dele, pois era muito exagerado no quesito "gay" (uso excessivo da palavra em si), entre outras coisas.
Mesmo com o pé atrás, decidi arriscar, pois acredito que todos devem formar sua própria opinião sobre as coisas e foi a melhor escolha que fiz.
É verdade que há um excesso desnecessário da palavra "gay", algo mais ou menos como: "Hoje acordei no meu quarto gay, levantei da minha cama gay, vesti minha camisa gay, desci e tomei meu café da manhã gay. Sai para a rua gay e vi que o céu estava gay...".
Isso se torna, realmente cansativo, porém é uma ocorrência que está apenas no início do livro. É como uma forma de apresentar o personagem e como ele vê o mundo, mas ainda assim acho que poderia ter sido mais equilibrado o uso do termo, pois você consegue entender o protagonista sem precisar disso.
Tirando esse detalhe, eu amei o Paul. Simplesmente porque ele era diferente dos outros personagens homossexuais que encontrei nas histórias. A forma como ele se relacionava com as outras pessoas, sejam amigas ou não e a forma como ele via o mundo era um ponto diferente em sua personalidade que me agradou bastante. O Noah foi meu personagem favorito. Seu jeito de viver e de enxergar o mundo. Simplesmente me apaixonei por ele "pintando música". E achei que o envolvimento dos dois foi bem desenvolvido. O que é maravilhoso, pois alguns livros costumam atropelar essas partes.
Mas, eu não quero me ater muito nos personagens porque, na verdade, não foram eles o motivo do meu encanto pelo livro. O que mais gostei em toda a história foi a escola do Paul. Não pelo fato de ser uma escola muito "louca", mas pela mensagem por trás de tudo isso. Não vejo como se a escola dele parecesse mais um circo do que tudo, eu vi como se o autor quisesse mostrar que uma escola onde cada um é aceito pelo que é, pudesse existir. Porque um cara gay não pode fazer parte de um time de futebol americano e ainda ser o melhor jogador da equipe? Porque líderes de torcida não podem ser garotas fora do padrão de beleza imposto pela sociedade? O livro traz uma escola incomum, com coisas inimagináveis, mas se você parar pra analisar, pode ver que essa escola representa algo maior que isso: inclusão.
É difícil ver uma escola onde todos sejam bem recebidos e aceitos. Onde não existam grupinhos (exclusão). Não falo nem a escola inteira, pois talvez seja querer demais, mas digamos onde as turmas fossem unidas. Onde todos os alunos de uma mesma classe se dessem bem. É muito difícil encontrar isso por aqui (e ainda mais difícil nos EUA acredito). Pra mim, a escola "nada convencional" do Paul me remeteu a esse fato e me mostrou como se fosse uma escola unida e não incomum.
Eu amei o romance do livro, as amizades e todas as mensagens que foram passadas nele. Foi uma leitura divertida e agradável e que li super rápido (terminei em um dia). Será, com certeza, um livro que recomendarei para minhas amigas e amigos.
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