Brenda 20/11/2015
Quando ouvi falar do livro pela primeira vez fiquei animada com a ideia desse ''retorno'' de Poirot, já tinha planos de comprá-lo até que a oportunidade chegou. Quando o livro chegou, fui tomada por dois sentimentos que me deixavam dividida: a curiosidade para saber como seria essa história e o medo de que Sophie Hannah me decepcionasse fortemente. Tomei coragem e decidir começar a leitura. De cara tive a sensação de que a escrita dela era muito forçada, como se ela estivesse cumprindo requisitos para mostrar que o detetive em questão era, de fato, Hercule Poirot. Essa sensação se deu graças a insistência enorme em falar que ele era belga, falar do seu bigode e, para quem passou um semestre estudando Psicopatologia na universidade, o detetive parecia mais um caso de TOC, tamanha era a repetição sobre suas manias de organização. Me fez pensar em Poirot como um sujeito que sofre de uma patologia, não um ''homenzinho metódico'' como a própria Agatha se refere a ele. Outro ponto: nós, fãs da Agatha sabemos que Poirot é um tanto quanto egocêntrico, devido a sua inteligência tamanha, mas não me lembro dele humilhar Hastings por isso, mesmo que lamente que o parceiro não tenha a mesma sagacidade. Nesse livro, achei Poirot arrogante demais. Não gostei do modo como ele falava de si mesmo, sempre na terceira pessoa. É outro ponto que não me lembro de ter visto com tanta frequência num livro da Agatha. Sobre a história em si, achei que ela poderia ter sido resolvida uns 5 capítulos antes do final e que, talvez nesse ponto, Sophie tenha, de fato, enchido linguiça. Porém mesmo com as criticas que faço, considero Os Crimes do Monograma um bom livro, com reviravoltas surpreendentes e que me fez não ter vontade de parar de ler. Ah, acho importante dizer que houve um momento em que me senti ''em casa''. Foi quando Sophie usou a palavra ''devotado'' pela primeira vez no livro. Há muito tempo eu já tinha observado que Agatha usava essa palavra sempre e, ao vê-la nesse livro, senti por um breve momento uma sensação reconfortante, mas que não se repetiu ao ler essa palavra por mais duas vezes ao longo do livro. Enfim, é isso. Fica aqui meu encorajamento: se você veio ler as resenhas para se decidir, meu conselho é que compre e leia por si mesmo.