@estantedabrena 25/12/2017Poderia ser melhor. Se você encontrasse um lugar onde todos o aceitassem seria capaz de abandoná-lo?
O REINO DAS VOZES QUE NÃO SE CALAM é uma parceria entre a autora Carolina Munhóz e a atriz Sophia Abrahão. O livro é narrado em terceira pessoa e conta a história de Sophie, uma garota de 17 anos que sofre constantemente de bullyng por ser magra demais e vestir-se de forma diferente. A garota era alvo de piadinhas e insinuações, sendo acusada até de praticar bulimia.
Confesso que, de início, foi bem difícil me acostumar com a personagem, que hora se mostrava bem resolvida e decidida a não se importar com os padrões da sociedade, hora imatura e incapaz de enfrentar algumas situações bastante simples.
A garota se mantinha fechada a novas amizades, ao invés de procurar alguém com os mesmos gostos e afinidades, mantinha a amizade de infância com uma garota totalmente o oposto dela: egoísta e narcisista.
“Por que não posso ser feliz? Porque não posso ser feliz em algum lugar?”
Na noite em que sua vida mudou completamente, Sophie foi envergonhada na frente dos colegas de escola, deixando-a desnorteada. Muitas coisas passavam em sua cabeça, e ela desejou com todas as forças sumir. Quando colocou a cabeça no travesseiro e permitiu que as lágrimas rolassem, o inusitado aconteceu: ela foi sugada. É assim que é descrita a sensação de ser levada para O Reino.
O Reino era outra dimensão, que Sophie, de inicio, achou que fosse sonho, mas, com o desenrolar dos fatos, constatou que era real. Lá ela era amada, idolatrada e podia ser quem era.
Assim é feita a narrativa, revezando entre a vida triste da garota entre humanos e sua vida de princesa em outra dimensão junto com os "Tirus", as criaturas mágicas de todas as espécies.
“Um Tiru é capaz de amar mais que tudo. Capaz de ver além da superfície. Hoje sei que sou capaz disso. De amar e de enxergar. Graças a vocês sou outra pessoa”
Com o passar dos dias, aumenta a vontade de Sophie permanecer para sempre no Reino, entretanto ainda existia um motivo pelo qual viver entre os humanos. Ela conhece e se apaixona por Léo, o único garoto que aceita e gosta de quem ela é por dentro e por fora. A forma como foi narrado esse romance, foi, sem duvidas, a melhor parte do livro.
“Desde a primeira vez que a vira, sabia que ela era como um passarinho com asas quebradas. Não queria consertá-las. Mas gostaria de tentar encorajá-la a se curar e voar.”
Senti falta de um certo aprofundamento nos temas abordados, como anorexia, bulimia e até mesmo o bullying, pois foram tratados de forma leve e superficial demais. Do mesmo modo, faltou um detalhamento maior dos seres que habitavam no Reino. Entretanto, o livro possui uma continuação, O MUNDO DAS VOZES SILENCIADAS, que acredito ser um complemento, unindo algumas pontas soltas que ficaram nesse primeiro volume.
No geral, é um livro de romance/fantasia de leitura fácil e rápida, pra quem está habituado a esse tipo de leitura.
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