Queria Estar Lendo 25/04/2018
Resenha: Quando as Estrelas Caem
Um dos livros que eu mais estava ansiosa para ler finalmente chegou às minhas mãos; e eu li rápido demais! Quando as Estrelas Caem é o lançamento da Editora Novo Conceito para esse começo de ano, que nos cedeu esse exemplar para resenha; escrito pelas autoras Meagan Spooner e Amie Kaufman, a história é sobre um amor proibido e a luta por sobrevivência em meio a um planeta perdido na galáxia.
Lilac é filha de um importante figurão do sistema galáctico; Tarver é um major condecorado do exército. Lilac vive em meio a riquezas e ao poder, Tarver entre a sobrevivência e a obediência. Suas realidades não poderiam ser mais opostas e, ainda assim, eles acabam juntos numa cápsula de escape quando um acidente faz a nave de transporte Icarus cair em um planeta desconhecido. Agora, Lilac e Tarver são a chance um do outro de permanecer vivo para encontrar ajuda e, quem sabe, uma forma de sair dali.
Quando as Estrelas Caem mistura romance e ficção científica na medida certa. O livro tem uma narrativa rápida, dividida entre os pontos de vista dos dois protagonistas; são vozes fáceis de diferenciar e que elucidam as diferentes lutas que Lilac e Tarver encontram para sobreviver.
"O que isso diz do quanto eu mudei? O fato de eu sentir mais pela perda de uma minúscula flor do que pela perda do meu vestido?"
Lilac foi um pouco de difícil de tragar no começo. Ela é a filha mimada de um empresário milionário e, apesar de ter suas motivações para agir de maneira mesquinha, me fez torcer o nariz com algumas atitudes iniciais. Mas, com a graça dos céus, ela cresceu e se desenvolveu e ganhou o posto de minha personagem favorita. Que arco narrativo mais maravilhoso foi dado para ela!
"E ali surge, contra o que se poderia esperar, como o sol espiando por detrás das nuvens. Um esboço de sorriso."
A protagonista sai dessa garota mimada e rude para uma guerreira disposta a sacrifícios pelo bem dos outros; de egoísta para altruísta, Lilac encontra força e uma voz mais cautelosa e empática em sua luta para sobreviver ao lado de Tarver. Eu me apaixonei perdidamente pelo desenvolvimento dela, pela maneira com que as autoras introduziram seus traumas e seus medos e suas fraquezas como forma de dar voz a nova Lilac que estava nascendo dentro da história.
Tarver, por outro lado, foi um querido do início ao fim. Ele é a voz da razão, um soldado em toda sua composição; já passou por perrengues o suficiente para saber como se portar em situações de risco, mas nem por isso está mais preparado para o que os dois confrontam naquele planeta desconhecido.
"- Eu prefiro criar a minha própria esperança."
Particularmente, gostei de como o Tarver era forte nos momentos certos e de como fraquejava quando menos esperava. Mostra a vulnerabilidade do personagem - e, para um soldado como ele, isso é perigoso. Tarver usa sua coragem e sua experiência em campo para seguir em frente, mas ainda é um garoto assombrado por fragilidades e por fantasmas do seu passado.
A relação entre os dois é o pilar central da história. O livro tem uma subtrama muito interessante, mas o desenvolvimento do que existe entre o Tarver e a Lilac foi o arco principal para desenvolver as outras situações.
De um começo conturbado, uma vez que suas personalidades batem de frente - Lilac, arisca e inconformada com o fato de estar perdida em uma floresta, num lugar abandonado por tudo e todos, e Tarver por ter caído no planeta justamente com a única pessoa incapaz de fazer qualquer coisa além de se olhar no espelho -, mas, conforme as provações chegam e os dois enfrentam momentos mais perigosos, vão baixando a guarda um com o outro.
"Quando Lilac sorri, parece alguém que eu poderia conhecer. Nós dois precisamos disso."
Sabe aquele tipo de casal slow burn bem escrito? São eles. Começam nas patadas e na picuinha para criar uma espécie de conexão/amizade baseada na luta em conjunto e de repente estão trocando olhares e toques e sorrisos e você só quer gritar SE BEIJEM PELO AMOR DOS CÉUS! Eu me vi rolando no chão em vários momentos porque era uma química bem escrita; não tem nada melhor que um ship que demora a acontecer porque dá tempo para a narrativa trabalhá-lo.
Em relação às subtramas, me surpreendi por muita coisa abordada no livro! Aos fãs de Ficção Científica, a obra não deixa a desejar; tem muito da exploração do planeta, mistérios que envolvem sua criação e abandono e até mesmo uma presença estranha que parece rondar os protagonistas. Existe alguma coisa naquele lugar; alguém - e Lilac e Tarver estão em seu caminho. A ação também é bem pautada e equilibrada e trazida nos melhores momentos para acelerar a trama quando necessário.
"Ela não está olhando para mim e vendo um cara criado no lado errado do planeta. Ela não está vendo um soldado, nem um herói de guerra, nem um rústico sem cultura que não entende quão difícil isso é para ela, nem um idiota que não sabe o que é certo. Ela apenas me vê."
A diagramação e a edição da Novo Conceito estão perfeitas; encontrei alguns errinhos de revisão, frases que poderiam ter sido melhor montadas, mas nada que atrapalhe a leitura. E acredite quando digo que, assim que pegar esse livro, você não vai querer largar! Eu esqueci da minha vida só pra chegar no final.
E que final! Prepara o coração porque é tanta reviravolta e momentos de tirar o fôlego que o universo vai desaparecer enquanto você não chegar ao fim; as autoras conseguiram manter um clima de suspense e criar tensão sobre o destino da história de tal maneira que eu nem consegui criar teoria, tamanha ansiedade pra saber o que ia acontecer.
O livro faz parte de uma trilogia, mas é independente dos outros volumes. Ou seja, aquela alegria de poder ler e encontrar um final bem fechadinho você encontra aqui!
Quando as Estrelas Caem tem ação e romance e uma viagem através de florestas, sussurros e planetas desconhecidos para agradar todos os tipos de leitores.
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