Mundo Novo

Mundo Novo Chris Weitz




Resenhas - Mundo Novo


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Lucas 14/03/2015

Mundo Novo é o primeiro livro de uma trilogia e tem uma premissa um pouco parecida com a da série Gone. Uma doença matou crianças e adultos, restando somente adolescentes no planeta. Esses adolescentes agora formam “gangues” e tentam sobreviver em um mundo desolado.

Apesar de ser um pouco semelhante à série Gone, Mundo Novo possui apenas personagens adolescentes, enquanto Gone mostra muitas crianças e o processo de amadurecimento forçado pelo qual elas passam. Em sua obra, Chris Weitz não leva a história para esse lado.

Interessei-me pelo livro assim que soube da premissa. Até a metade da obra o autor soube apresentar os personagens ao mesmo tempo em que dava seguimento à história. Mas, após isso, tudo pareceu muito sem rumo. Somente no final Chris Weitz deu uma esquentada na trama, terminando o primeiro volume com um cliffhanger, que, confesso, conseguiu deixar um gosto de quero mais. Mas, até esse momento, a leitura seguia e eu não conseguia ver o propósito do que estava acontecendo. Parecia que os personagens iam de um lado para o outro sem necessidade.

Não posso deixar de ressaltar o que foi, em minha opinião, um dos pontos altos do livro e que fez a leitura ser bastante divertida: o lado cômico que o autor inseriu na história. Logo nas primeiras páginas as tiradas dos personagens principais me arrancaram algumas risadas. O livro é narrado em primeira pessoa a partir dos pontos de vista de Donna e Jefferson. Ambos apresentavam formas diferentes de contar o que estava acontecendo, mas foram igualmente divertidas.

Como o livro foi lançado em 2014, as referências usadas pelo autor são muito atuais. Vemos, por exemplo, os personagens falando de Netflix, Snapchat e citando cantoras e cantores bem recentes. Isso contribuiu muito em tornar o livro engraçado e divertido.

Como falei anteriormente, o livro termina com um bom cliffhanger. Isso me deixa com um pouco de esperança de que os próximos volumes serão melhores no quesito desenvolvimento da história. Se o autor seguir o rumo que ele mesmo propôs no final de Mundo Novo, a trama só tem a melhorar.

Apesar das ressalvas, a experiência de leitura foi positiva. Rápida, bastante leve, apesar da temática, e divertida. Mesmo com a premissa não tendo sido aproveitada da melhor forma, a trilogia parece ter um caminho promissor pela frente.

site: Para mais resenhas, acesse: www.estantenerd.com
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chaany 11/03/2015

Mundo Novo não te dá pausar para respirar
Mundo Novo é uma YA pós-apocalíptico (e não distópico como muita gente tem confundido por aí...) que vai explorar um mundo devastado por uma terrível doença, causando a morte de todos os adultos e crianças que existiam, restando assim apenas os adolescentes.

Alguma coisa presente nos famosos "hormônios da adolescência" os protegem do perigoso vírus, mas uma vez que esses adolescentes atingem a maioridade e o nível de hormônios volta a baixar, o vírus se manifesta e eles morrem rapidamente.

O cenário da trama é o mesmo de todas as histórias do gênero: paisagens devastadas, fome e miséria instaladas e a organização dos sobreviventes em gangues e tribos inimigas. A narrativa, por sua vez, é contada em duplo ponto de vista, por Jeff e Donna, o casal principal da nossa história.

Devo confessar que iniciei a leitura completamente encantada por esse universo e extremamente intrigada com o enredo: como um grupo de adolescentes conseguiria encontrar a cura para a doença e salvar a humanidade? Quais seriam os possíveis desfechos para a trama?

Pra melhorar ainda mais a boa impressão inicial que o livro me passou, a ação é um dos pontos principais da história e está presente desde o primeiro capítulo. Eu, como uma boa amante de histórias repletas de ação que sou, fiquei muito empolgada quando vi ação atrás de ação e os personagens se metendo em enrascada após enrascada.

Muito infelizmente e indo contra todas as probabilidades, Chris Weitz pesou tanto a mão nesse aspecto da ação que logo depois eu me vi cansada, pois não havia um "tempo" pra respirar no meio de tanta ação. Era imediato: se numa página o conflito for resolvido, na página seguinte um conflito ainda maior surgirá. Sem intervalos. Durante as 328 páginas do livro.

Isso acabou deixando o andamento da obra bastante previsível, ainda mais depois que descobrimos o gosto do autor por mortes trágicas e passamos a prever "quem será a próxima vítima".

No geral, os personagens construídos me agradaram bastante, em especial os secundários como Crânio e Minifu e alguns outros figurantes. Minha única crítica nesse ponto é ao modo como o romance principal foi desenvolvido: no meio de tantos perigos, mortes e miséria, como os personagens tinham tanto tempo pra pensar no que eles sentiam? Digo especialmente em relação a Donna, que é a indecisa da história e quase todos os seus pensamentos giram em torno disso, mesmo com tanta coisa acontecendo ao seu redor. Seria muito mais convincente se esse ponto fosse mais abordado nos próximos volumes da saga.

Apesar do desenrolar da história ter se tornado previsível, o desfecho com certeza consegue ser totalmente surpreendente e inesperado, o que pra mim é essencial para qualquer livro do gênero! Até agora estou quebrando minha cabeça pra entender como tudo aconteceu e espero, de verdade, que o autor consiga deixar tudo muito bem explicado nos próximos livros!

Também queria chamar atenção para o cuidado da editora Seguinte com a edição do livro: definitivamente uma das capas mais lindas da minha estante! E, como se não bastasse, ela ainda tem um toque aveludado que deixa tudo muito mais amor. A tradução também está excelente (e eu sou muuuito chata com isso, ainda mais com livros de fantasia/distópicos/pós-apocalípticos), esse é um livro que você pode comprar em português sem medo!

Recomendado para todos os amantes do gênero e pra quem está atrás de muita ação com uma pitada de mistério!

site: http://www.vanessachanice.com
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Brunna 20/02/2015

Amei cada pedacinho
Um misterioso vírus matou todos os adultos e crianças do mundo, agora só restam os adolescentes, que estão divididos em tribos e lutam para encontrar suprimentos e sobreviver. Está tudo um caos: aparelhos eletrônicos não funcionam, bebês não nascem mais, animais andam soltos pela cidade e adolescentes estão ainda mais hostis. A cada dia que passa, a Doença fica pertíssimo de bater às portas, afinal, é só atingir a maioridade que os sintomas começam. E, uma vez que iniciam, é impossível controlar.
Quando Crânio, integrante da tribo da Washington Square (em Nova York) descobre uma pista que pode trazer respostas sobre o Ocorrido e talvez até levar à uma cura para a Doença, Jeff, o líder recém-empossado da tribo, decide partir em uma expedição, junto com alguns outros jovens, para investigar esses indícios. Mas o mundo que eles conheciam não existe mais – agora há perigos por toda parte neste mundo novo.
Eu sou a loucona das distopias, leio praticamente todas. Assim que este livro começou a ser vendido com essa denominação, eu corri para comprar. A cada distopia que leio fico maravilhada como ainda há elementos a serem explorados nesse âmbito. Ok, Mundo Novo até tem uma premissa parecida com a de tantas obras por aí, mas o que o torna tão singular é o desenvolvimento – engraçadíssimo, recheado de ação e situações inusitadas que deixam o coração do leitor a ponto de sair pela boca, além de críticas bem claras e contundentes; tudo muito bem descrito e intricado.
A narrativa, em primeira pessoa, alternada pelo ponto de vista de Jeff e Donna (uma garota da tribo por quem Jeff é secretamente apaixonado), é viciante, extremamente frenética, cheia de surpresas, contém várias referências a elementos da nossa realidade (livros, filmes, artistas, aparelhos eletrônicos...) e parece até uma conversa descontraída entre os narradores e o leitor.
Os personagens são muito bem caracterizados, cada um com sua personalidade. Jeff é responsável, tímido, sentimental, um tanto inseguro e só quer o bem para todos. Donna é fodona! Forte, vai à luta, não fica com mimimi, fala o que pensa e está sempre pronta para quebrar a cara e/ou atirar em algum engraçadinho. Os dois são tão opostos, mas tão parecidos que é difícil explicar. Eles são incríveis! Não só eles dois, todos os personagens são memoráveis. Prepare-se para as perdas, aqui elas doem muito, pois é fácil demais se apegar aos personagens.
Achei o final um tanto corrido. Não que isso tenha me deixado confusa ou chateada, eu apenas queria que tudo fosse um pouco mais explicadinho, porque eu preciso de respostas! O cliffhanger é enlouquecedor. Cadê a continuação?
Sei que muitos leitores estão saturados de distopia, mas peço que dê uma chace a essa obra (que é mais sci-fi que qualquer outra coisa). A história foi muito bem pensada e construída, cada elemento tem um significado, nada é por acaso. Fiquei extremamente envolvida com tudo e a cada novo capítulo eu pensava: caramba, como esse autor é fantástico! Amei cada pedacinho de Mundo Novo. ♥

site: www.myfavoritebook-mfb.blogspot.com.br/2015/02/resenha-mundo-novo.html
Mariana Ginane 20/02/2015minha estante
Conhece o inimigo, de Charlie Higson? É uma distopia também. Mas no caso todos com mais de 16 anos ficam infectados por um vírus e viram zumbis. Li em um dia, não conseguia largar de jeito nenhum. É simplesmente incrível.


Brunna 21/02/2015minha estante
Eu não conhecia, mas se é distopia eu já coloco em meus desejados sem nem pensar duas vezes! HAHA
Obrigada pela dica :*


Mariana Ginane 21/02/2015minha estante
Não há de quê : )




Raffafust 11/02/2015

Tenho um caso de amor e ódio com distopias. Algumas eu amo, outras é um parto chegar até o final. No caso desse livro o sentimento não foi nada ruim, mas não posso dizer se amei porque ele tem continuação não é , portanto, algo com um final para ser analisado.
Quando li a sinopse de Mundo Novo me interessei e ao pegar o livro para ler gostei da forma como o autor - que para os que não sabem também é diretor de filmes conhecidos nossos como A Bússola de Ouro e Lua Nova - nos apresenta esse mundo pós uma doença que matou todas as crianças e adultos. O que quem sobreviveu sabe é que ao completar 18 anos eles morrerão, uns duram um pouco mais, outros morrem no exato dia em que completam a idade, mas a doença não faz seleções de religião, raça ou classe social.
Aos que restaram o mundo virou o caos, os adolescentes andam armados, fazem sexo sem se preocupar com o amanhã - até porque o amanhã é logo ali e sabe se lá porque mas as meninas não engravidam mais - e lutam por um pouco de comida.
Cada capítulo é narrado uma hora por Donna , outra por Jefferson. E é no de Jefferson que ele nos apresenta sua gangue :
"Crânio ( Gênio do Crime)
Donna ( Garota poderosa ligeiramente desequilibrada)
Peter ( gay cristão viciado em adrenalina)
E eu ( filósofo nerd)"
Na visão dele as coisas são mais frias, todos perderam pais e irmãos mais velhos e novos e agora vivem cada um por si. Há corpos por todos os lados e a comunicação com o mundo lá fora é inexistente.
Pouco se sabe também sobre a doença, ou sobre a vírus que é o causador de tudo.
Esse mundo onde eles são livres e donos de si mesmo gera extremos , onde os protagonistas tentam balancear os valores que tiveram com seus pais e o que vivem diariamente, Donna por exemplo se mantêm virgem apesar de toda " orgia" dos dias que vive.
Ela pede romance, procura por ele, é uma menina como qualquer outra, mas que vive tempos diferentes e que por isso demora a ver e aceitar que está muito apaixonada por Jefferson. Em um mundo onde o dinheiro não tem mais valor, onde armas são bens valiosos e onde a comida é artigo de luxo o grupo vai testar os limites de si próprios, até porque a certeza que tem é a de que viverão muito pouco, assim como todos que morreram ou morrerão ao chegar a idade adulta.
Não espere um final sensacional, porque ele é o primeiro de uma trilogia, me deixou com vontade de ler os outros, de saber mais sobre a doença, o que de verdade ela é...o que vai de fato acontecer com eles...essas são perguntas sem respostas.
Gostei do livro mas realmente preciso da continuação.

site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2015/02/resenha-mundo-novo-editoraseguinte.html
Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Sua resenha foi muito bem escrita, mas houve um pequeno erro. O livro não é uma distopia.




AndyinhA 07/02/2015

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Personagens chatos, enredo que não mostra ao que veio. O autor deve ter levado um qualquer de certas marcas porque só fala disso no livro. Distopia com cara de diário e que passa mais tempo falando do hoje do que da essência de distopia.

Cheguei ao final do livro me perguntando porque não abandonei. Final mais meia boca impossível. Nossa, foi um calvário seguir em frente. Acho que este livro deveria ter ficado no forno mais alguns anos para criar um corpo melhor. Faltou de tudo.

Jeff e Donna são os narradores dessa distopia que foi bem fraca em termos de essência. Na verdade, eu li por alto alguns comentários que diziam que se parecia com ‘Cidade da Meia-Noite’, o qual eu não tinha morrido de amores, mas aqui a coisa foi muito chata. Donna é uma daquelas protagonistas que quer ser a tal, mas parece uma princesa, cheia de mimimis. A sua narrativa era chata e parecia um diário, horas e horas descrevendo o Antes, inclua aí marcas de aparelhos e vídeos games. Uma personagem cheia de crises que não deveria ter. Me perguntei porque raios ela era narradora. Não que os personagens sejam maravilhosos, mas tinha gente mais interessante para narrar.

Para saber mais, acesse:


site: http://www.monpetitpoison.com/2015/01/poison-books-mundo-novo-chris-weitz.html
Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Sua opinião foi bem diferente da minha, mas eu a respeito de qualquer forma. Só um aviso: o livro não é uma distopia.




Cami | @leiturasdaca 28/01/2015

Resenha Mundo Novo
Tudo começou a dois anos, um homem doente entrou no hospital e em seguida todos que estavam lá foram contaminados, em pouco tempo o mundo virou um caus, mortes por toda parte, pessoas enlouquecendo, quem não fica sabendo que vai morrer. Tentaram procurar o paciente zero para achar uma cura, era tarde de mais. O incrível de tudo isso era que os adolescentes não contraíram a doença enquanto todos os adultos e crianças morriam eles eram imunes, dizem que foram os hormônios que impedia da doença atacar porque assim que o adolescente chegava a vida adulta morriam automaticamente.

“Mesmo quando o Ocorrido começou, tudo em que eu conseguia pensar era ‘Isso é como Contágio’, e depois ‘Isso é uma mistura de O senhor das moscas e Jogos Vorazes”

Foi uma bagunça quando só restaram eles, todo mundo pensou que poderia fazer qualquer coisa, afinal não tinha ninguém para mandar em você, depois caiu a fixa que precisavam de comida, moradia e não ia ter pais para te defender. Então bandos de adolescentes criaram suas fortalezas, gangues, cada um tinha um grupo ou ficava perdido pelas ruas. Jeff vive na Washington Square junto com seu irmão mais velho, Donna ( Por quem é apaixonado ) e outros adolescentes, que o elegeram líder.

"Sei que transformei a Doença em uma pessoa porque é muito difícil compreender a ideia de algo tão minúsculo quanto um micróbio nos derrotando."

Com a morte de seu irmão, Jeff parte com um grupo de amigos para achar uma pista sobre a doença e tentar salvar a humanidade ou o que restou dela, além de procurar coragem para se declarar para Donna e escapar das pessoas que querem mata-lo ,ou seja, TODO MUNDO.

“Crânio (gênio do crime)
Donna (garota poderosa ligeiramente desequilibrada)
Peter (gay cristão viciado em adrenalina)
E eu (rei filósofo nerd)
Não é exatamente a sociedade do Anel…”

Minha opinião: O livro é cheio de ação porque todos querem pega-lós, os capítulos são alternados entre Jeff e Donna, você vai perceber que quando está na versão de Donna as letras mudam. A linguagem é bem adolescente no livro vai ter palavrão e muito sarcasmo, vai aparecer tudo de ruim que fazemos hoje em dia multiplicado por 10. ( Coloquei em modo geral, não significa que você faz tudo igual a eles, mais vai ter algumas coisa que fazemos SIM ).
Sobre o romance no livro gente é bem ÁGUA C/ AÇÚCAR, eu fui com muita expectativa sobre eles achei que teria mais sentimento e não, então foi uma das razões para eu dar quatro estrelas, outro motivo foi as descrições dos personagens me incomodou porque não consegui imagina-los, não tinha muito detalhes sobre eles, fiquei tentando achar eles na capa e até agora não sei quem e quem.

PS: Não olhe na ultima pagina se tiver o livro e não leu porque revela muita coisa que provavelmente você não quer saber ainda.

site: http://proximapagina-pp.blogspot.com.br/
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Leitora Viciada 16/01/2015

Mundo Novo (The Young World, 2014) é o volume um da trilogia escrita pelo produtor, roteirista e diretor cinematográfico Chris Weitz. Este é seu primeiro livro publicado e a Editora Seguinte, o selo jovem da Companhia das Letras, o trouxe ao Brasil no mesmo ano do lançamento em língua inglesa, ou seja, rapidez admirável.
A capa brasileira me agrada mais que a original. A ilustração é rica e traz personalidade, além de lembrar histórias em quadrinhos. Ajuda o leitor a já imaginar o visual que os adolescentes da trama apresentam, bastante peculiar. O crédito é do Kakofonia, gostei muito de conhecer seu portfolio. A cor do fundo é fluorescente e nenhuma imagem na web mostra bem o tom, que causa bom contraste com a ilustração em preto-e-branco. Quando aberta, o desenho fica completamente visível. Simplesmente adorei essa capa, durante a leitura pausava e procurava identificar as personagens.
A diagramação e revisão da Seguinte estão, como sempre, perfeitas. Páginas amareladas e duas fontes diferentes, de acordo com o narrador.

Mundo Novo é um título condizente com a realidade pós-apocalíptica que o mundo criado por Chris Weitz traz aos leitores. Um mundo novo, porque tudo mudou; os adultos e as crianças morreram após um surto mundial causado por um vírus desconhecido. Somente os adolescentes sobreviveram e sabem que assim que seus hormônios amadurecerem, morrerão: Todos estão contaminados! Um mundo novo, pois a sociedade como a conhecemos ruiu e uma nova organização e modo de vida surgiram. Um mundo novo, porque os sobreviventes não sabem o que aconteceu e suas consequências ainda estão sendo descobertas - e confrontadas. Mundo Novo é um bom livro, porém faltou novidade à criação de Weitz. Mundos violentos e desordenados formados exclusivamente por jovens não são inéditos na ficção.
A obra é um Young Adult (Jovem Adulto) pós-apocalíptico, mostrando dramas típicos da adolescência intensificados pela certeza da morte, pela dor do luto e da perda e pela inconstância e insegurança do cotidiano perigoso. Embora uma distopia, as características predominantes são as de Young Adult.
Através de um cenário urbano devastado, sujo e sombrio, adolescentes se organizaram em gangues e grupos complexos e tentam sobreviver sem adultos, leis ou governos. Não chega a ser uma distopia completa, mas apresenta algumas características do gênero.
Possui várias críticas sociais, principalmente sobre a sociedade jovem, e este é seu aspecto mais interessante e inteligente: A crítica ao consumismo desenfreado é excelente!

Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.

site: http://www.leitoraviciada.com/2015/01/mundo-novo-de-chris-weitz-e-editora.html
Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Muito completa a sua resenha, porém o livro não é uma distopia.




Livros e Citações 10/01/2015

Ação a cada página
Autor: Chris Weitz
Editora: Seguinte
Páginas: 328
Classificação: 4/5 estrelas

http://www.livrosecitacoes.com/resenha-seguinte-mundo-novo-chris-weitz/

Assim como muitos leitores, sou um grande fã de distopias e livros onde a trama envolve um cenário pós-apocalíptico. Entrando nessa onda, a Seguinte publicou no Brasil Mundo Novo. Inicialmente pensei que seria, provavelmente, só mais um entre os vários outros livros do gênero já publicados, mas a sinopse me deu a sensação de que haveria algum diferencial e o autor estava disposto a prover algo inovador. Eu não poderia estar mais certo.

"Só é o fim do mundo se você não acreditar que existe um futuro."

No livro, a Doença dizimou toda a população adulta do planeta. Dois anos após a Doença, os jovens de Nova Iorque tem vivido em grupos — ou você também pode chamar de tribos, máfia –, mas sobreviver não tem sido fácil. O irmão de Jeff morreu, ou seja, ele terá que tomar seu posto: líder da tribo Washington Square. E em meio ao caos, um dos integrantes da tribo de Jeff acha uma possível pista que levará até a cura, mas para isso eles terão que partir em uma viagem arriscada a territórios perigosos. Quando Jeff resolve partir em busca dessa pista, Donna — que havia prometido proteger Jeff — resolve ir junto. Enquanto os três e mais alguns membros da Washington Square partem nessa viagem incerta, Jeff só que achar uma maneira de declarar seu amor por Donna antes que a Doença comece a apresentar seus sintomas nele.

"Sei que transformei a Doença em uma pessoa porque é muito difícil compreender a ideia de algo tão minúsculo quanto um micróbio nos derrotando."

Seremos apresentados a história por capítulos narrados alternativamente entre os protagonistas, Donna e Jeff. Jeff de um dia para o outro tem que assumir responsabilidades que antes não cabiam a ele, e por mais que o “fim do mundo” tenha feito com que cada um virasse um idiota, Jeff não é assim. Ele não se tornou um viciado em sexo ou um mercenário sanguinário. Ele é um garoto tímido, responsável e bastante acolhedor. Já Donna é simplesmente foda! Ela é esperta, tem uma boca suja e fala o que pensa, sempre está pronta para atirar e matar alguns filhos da puta ou até mesmo dar algum conforto para aqueles que já estão apresentando sintomas da Doença. Mas o mais importante: os dois, de uma maneira nada convencional, se completam.

Sem pontas soltas, o autor deixa totalmente claro porque a Doença ataca somente adultos, deixando crianças e adolescentes ilesos, se há realmente um Velho e o por quê dele ter sobrevivido, quais as chances de ele ter a cura para essa doença, quem é o Povo Toupeira, como e onde começou a Doença, enfim, ele não deixa o leitor na mão. E de uma maneira bastante astuta, Chris Weitz nos introduz aos poucos neste mundo pós-apocalíptico, mas não revela tudo de uma vez e nem se prolonga em grandes explicações sobre o que aconteceu no passado, pelo contrário, o autor se atêm ao presente ao conduzir os personagens de tal forma que o leitor monte pouco a pouco o quebra-cabeça e saiba o que de fato aconteceu e no que o mundo se tornou.

"Assim que conseguem um pouco de estabilidade, as pessoas já começam a copiar as coisas como eram. […] É patético. É tudo igual. Os fortes pisando nos fracos."

E é ação a cada página! Tiros, facadas, apunhalá-das, lutas, fugas, mortes. Não há um momento sequer em que a leitura se torne monótona ou devagar demais, pelo contrário, a cada novo capítulo somos apresentados à mais dificuldades e problemas, que geralmente são resolvidos e revidados com violência. Tentando impressionar o leitor, talvez o maior diferencial das demais distopias é a falta de um governo totalitário. Neste livro, os perigos e ameaças vem daquilo que jamais imaginamos. Se ele queria impressionar, pode acreditar, ele conseguiu.

Sabem aquela história de “fui ver quantas páginas tinha o livro e li o final”? Bem, aconteceu isso comigo. Então, por favor, não façam isso, a última frase revela muito sobre o final da trama mas ainda assim não tudo. Achei que talvez o impacto fosse ser bem menor já que sabia o que ia acontecer, como iria acabar, mas mesmo assim o autor conseguiu me mostrar o quão bom ele é. Mesmo lendo a última frase, definitivamente eu não esperava um final daqueles. Agora me resta esperar a boa vontade do autor de lançar a continuação e torcer que a Seguinte faça um lançamento simultâneo.

Resenha por: Emanuel

site: http://www.livrosecitacoes.com
Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Só um comentário: não é uma distopia.


livrosepixels 23/05/2017minha estante
igualmente como comentou Mona, essa trilogia não é uma distopia.




Thayná 14/12/2014

Mundo de Adolescentes? Argh!
Livro: Mundo Novo.
Autor: Chris Weitz
Páginas: 328
Editora: Seguinte

O primeiro contato que eu tive com esse livro foi através de um vídeo do canal "Cabine Literária", mas apenas o li e dei a devida atenção a ele quando o ganhei do meu amigo secreto (que era meu professor de Geografia. Thanks Teacher!)
Mundo Novo superou todas as expectativas que eu havia acumulado previamente através da análise da capa e da leitura da sinopse. Eu esperava apenas mais uma distopia juvenil, mas a história vai muito além disso.
Antes de tudo, um breve relato da história: o mundo foi atingido por uma doença que mata adultos e crianças, consequentemente só restam os adolescentes. Com isso eles se organizam em grupos como estratégia de sobrevivência. O foco do livro é no grupo de Washington Square liderado por Jefferson (que assumiu o posto recentemente).
Jeff, com o intuito de salvar o mundo, convoca alguns de seus amigos e sai em busca da cura.
Okay, fiz um resuminho da história e agora posso opinar! O livro é narrado em 1° pessoa, e é uma narrativa intercalada entre Jeff e Donna, o que me agradou muito.
Interessante é que como não existe mais adultos, os jovens são obrigados a sobreviverem e amadurecerem sozinhos. Ao mesmo tempo que eles demonstram serem maduros e durões, por dentro eles são apenas... adolescentes, que possuem sonhos, medos e um turbilhão de sentimentos e hormônios.
O modo que o mundo em que nós vivemos (no qual eles viviam antes da Doença) é abordado de uma forma brilhante, pois eles falam como o capitalismo e o consumismo são banais e fúteis, pois quando a doença chegou ninguém ligou para dinheiro ou status, e sim para a saúde, abrigo e comida. Isso me fez gostar bastante da abordagem sociológica deste livro.
Mundo Novo consegue transmitir valores sobre a importância da família e dos amigos, e também conter cenas de ação, romance, comédia e tudo o que há de melhor no enredo de um livro. Devido a todos esses elementos só basta aplaudir o trabalho de Weitz e dar 5 estrelas para este livro!
Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Só uma observação: não é uma distopia.




Robson 21/11/2014

Clichês e mais clichês
Não é segredo para ninguém – absolutamente ninguém! –, que o mercado editorial nacional e internacional está cheio de YA’s distópicos e pós-apocalípticos. Tendo isso em vista, ouso dizer que “Mundo Novo” – de Chris Weitz (Diretor de A Bussola de Ouro e Lua Nova) – é apenas mais um querendo seu “lugar ao sol” em meio a tantos. Não digo, em hipótese alguma, que é um livro ruim, mas está longe de se destacar dos demais.

Situado em uma Nova Iorque desolada por uma doença que matou todos os adultos e crianças, os jovens da Washington Square lutam por sua sobrevivência diariamente. Dentre os jovens que formam está tribo se encontro os nossos dois protagonistas narradores – Jeff e Donna. Os dois, além de terem crescido juntos e enfrentado as catástrofes causadas pela doença, acabam por ter de se unir ainda mais após a morte já aguardada de Wash – irmão mais velho de Jeff e líder da tribo. Isso acaba sendo o estopim para que a relação dos dois se torne algo mais. Em contrapartida, uma desesperada busca por mais conhecimento sobre a doença empreitada por Crânio – o gênio da turma – os leva para longe da proteção de seu território na Washington Square.

“Jefferson: Só é o fim do mundo se você não acreditar que existe um futuro.”
O cenário criado por Weitz não se diferencia em nada – nada mesmo – dos já empregados em alguns livros que o utilizaram.

Esse definitivamente foi o primeiro aspecto que me incomodou. Eu tive a sensação de estar lendo uma recriação de livros pós-apocalípticos já famosos no mercado, a única coisa que realmente muda é o plot – e muito pouco, tendo em consideração algumas sagas em que a população adulta é dizimada –. As ruas repletas de cadáveres em decomposição e carros abandonados sendo tomados por plantas já é algo extremamente comum na literatura YA de mesmo tipo, não é como se o autor houvesse perdido anos de sua vida estruturando seu universo ou algo do tipo.

Narrando sua história em primeira pessoa – intercalando entre o ponto de vista de Jeff e Donna –, Chris Weitz tece uma trama baseando-se no drama amoroso dos protagonistas e nos obstáculos que eles devem enfrentar em sua busca por uma cura para a misteriosa doença.

A narrativa de Weitz passa longe de ser ruim, ele divide bem a questão emocional e racional entre os dois protagonistas, mas em alguns momentos eu senti que POV da Donna não acrescentava muito à história. Enquanto Donna é uma critica ambulante que reprime seu amor por Jeff, o moço narra principalmente suas angustias em relação ao apocalipse e como se vingar dele.

Além disso, as críticas foram o que realmente me agradaram no livro. A maneira como Weitz “prevê” o que pode acontecer com a grande maioria dos jovens (se) quando ficarem sem tecnologia e energia é bela. As criticas são inteligentes e muito bem colocadas em meio aos pensamentos de Donna e, às vezes, aos de Jeff.

“Mundo Novo” passa muito longe de ser a distopia que o Marketing o faz parecer.

Vejam bem, para que um livro seja um distopia, é preciso que haja uma sociedade algum tipo (melhor ainda se for uma sociedade opressora e cheia de regras) e isso não existe em “Mundo Novo”. O que existe são colônias totalmente voltadas para a sobrevivência, sem qualquer controle expressado durante as trezentas e vinte e oito páginas do livro. Para vocês terem uma ideia, o próprio Jeff cita que não existe sociedade nesse novo mundo, vejam no quote abaixo:

“(…)Somos todos mendigos agora, penso comigo mesmo, erguendo a fronha do hotel que substituía minha mochila. Somos todos homens do saco, vagabundos e saqueadores. Não há uma sociedade em cuja margem ficar.”
Entendem o meu ponto? É claro que existem alguns elementos leves de distopia, mas neste primeiro momento o livro não passa de um sci-fi pós-apocalíptico, mas pode ser que se torne algo mais “distópico” em sua sequência.

Outro ponto que me fez ser um pouco mais “bonzinho” com o livro foi o seu final.

O cliffhanger deixado por Chris Weitz abre inúmeras possibilidades (inclusive a distópica) para a sua sequência. O autor definitivamente conseguiu me deixar curioso com a situação empregada e, apesar das inúmeras pontas soltas, o próximo livro tem condições de ser melhor que este.

Creio que, se Chris Weitz abordar melhor as situações de sobrevivência, ao invés do emocional amoroso de seus personagens, pode ser que algo bom saia da continuação.

Acho que não preciso comentar sobre a revisão perfeita da Seguinte, né? A diagramação, como sempre, também está ótima. A única coisa do trabalho editorial que realmente me incomodou foi a capa – apesar dela ilustrar bem os personagens –, ela dá uma ideia errada de revolução e essa não é a ideia do livro.

Além disso, quero dizer que, se você já é calejado no universo sci-fi, este não é um livro para vocês, mas caso esteja se iniciando neste vasto gênero, “Mundo Novo” pode ser uma boa pedida para um começo feliz por sua simplicidade e estrutura narrativa.

site: wp.me/p4ebQV-Hx
chaany 11/01/2015minha estante
AFF FINALMENTE ALGUÉM COM SENSO CRÍTICO DECENTE AHAHAHAHAHA por favor nao aguento mais gente falando que esse livro é perfeito --'


Robson 12/01/2015minha estante
channy, ele passa extremamente longe da perfeição hahahahahahaha


Sib 17/02/2015minha estante
O livro pode até não ser perfeito, mas também não é uma merda como todos falam né.
E é um pouco difícil você mudar um mundo pós-apocaliptico. Não dá pra um mundo destruído ser maravilhoso, com ruas limpas e cheirosas. A questão não é o mundo que ele criou, mas as nuances desse mundo e a forma como o plot é desenvolvido. Não há nada de baixo do Sol que já não exista, nem mesmo THG é cem por cento original e criado apenas pela mente brilhante a suzanne collins.
Mundo novo tem cenas de ação incríveis, críticas incríveis, traz um conteúdo geek maravilhoso, os personagens me surpreenderam muito e achei que tiveram uma ótima evolução durante o livro! O final foi completamente inesperado!


Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Finalmente alguém que disse que não é uma distopia! Obrigada senhor!


Robson 03/05/2015minha estante
Sii, você leu minha postagem?




Lina DC 02/11/2014

O livro é narrado em primeira pessoa por dois personagens que alternam os capítulos: Jefferson e Donna.
A perspectiva da trama é pós-apocalíptica. Algo chamado pelos jovens de "O Ocorrido" aconteceu logo após "A Doença" que dizimou os adultos e as crianças. O mundo é controlado por adolescentes. Como se pode imaginar, esse Mundo Novo é caótico: não existe eletricidade, a comida é escassa, todos sabem que estão com os seus dias contados, então por que não aproveitar ao máximo? Violência, estupros, drogas. Quem se importa com o amanhã?
Jefferson é o irmão mais novo de Wash, o líder do Clã de Washington Square. Esse Clã é um dos mais civilizados apresentados no primeiro livro. Wash logo no início alcança a maioridade e acaba falecendo. Os demais indivíduos elegem Jeff, um rapaz coerente e pacificador como novo líder.
Crânio é outro integrante desse clã e como o nome indica, ele é extremamente inteligente. Ele insiste com Jeff em irem até a biblioteca procurar um determinado artigo médico que fala sobre "O Ocorrido".
Acontece que Crânio acredita que exista uma solução que reverta esse caos, mas a resposta fica do outro lado da cidade. E a partir daí, uma grande jornada repleta de perigos está prestes a acontecer.
Os capítulos narrados por Jeff são mais diretos, sinceros em relação aos sentimentos e até mesmo com uma preocupação mais abrangente (pensando no grupo como um todo).
Já os capítulos narrados por Donna são um pouco mais ácidos e sarcásticos, na tentativa de esconder a fragilidade da garota que é considerada valente.
O grupo formado para a expedição não poderia ser mais peculiar do que o criado pelo autor: uma adolescente de 1.50 m com talentos em artes marciais, um nerd sem muitas habilidades sociais, um fanático por tecnologia e aventuras, um líder honrado e uma garota confusa.
Um dos pontos fortes do livro é que o leitor vai conhecendo as outras tribos e as descrições em alguns momentos chegam a ser assustadoras. Porém aparece um ou outro personagem que ganha o nosso coração, como Ratso, integrante do Povo Toupeira.
Um primeiro livro memorável que eleva as expectativas da série.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa tem uma cor vibrante e combina perfeitamente com o livro.


site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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MiCandeloro 27/10/2014

Perfeito! Reflexivo, sarcástico e eletrizante!
Imaginem um mundo pós-apocalíptico assolado por uma epidemia viral ocasionada por uma arma biológica que fugiu do controle. Nem um pouco distante da nossa realidade, certo? Mas e se nesse Mundo Novo, todos os adultos e crianças tivessem morrido, tendo restado apenas os adolescentes, como seria? No mínimo bizarro e duvidoso, afinal, será que um mundo governado por adolescentes descontrolados, com hormônios em combustão e sedentos por violência e futilidade seria bem sucedido?

Como deve ser viver com os dias contados para morrer, sem esperança de um futuro melhor? Seria essa condição libertadora, ou apenas um mau agouro rondando a vida de cada um? Uma coisa é garantida, a perspectiva de vida seria alterada, já que ninguém mais teria que se preocupar com regras. Em contrapartida, a vida fácil, o luxo, o conforto e a tecnologia seriam dizimadas da nossa rotina. Como os adolescentes seriam capazes de sobreviver, coletar mantimentos, se entreter e se relacionar com os demais sem um líder, ou uma legislação, quiçá uma moeda de troca?

Essas são apenas algumas das perguntas suscitadas por Chris Weitz em seu romance de estreia: Mundo Novo, lançado no Brasil pela Editora Seguinte. Desde que vi a capa, foi amor à primeira vista. Gente, ela foi feita com um laranja neon gritante e lindo que não dá para perceber nas imagens da internet, possui uma textura emborrachada, e as ilustrações no estilo grafite estão demais! Outrossim, a premissa criada pelo autor é simplesmente fantástica, e desde o primeiro instante embarquei nessa distopia jovem adulta enfeitiçada por uma escrita hipnotizante, personagens únicos e tremendamente bem construídos e por um cenário digno de filme.

Mundo Novo conta a história dos irmãos Washington e Jefferson, fundadores da Washington Square. Eles tinham orgulho de viverem numa comunidade unida e livre de preconceitos, onde imperava o respeito, o companheirismo e a admiração pelo seu "generalíssimo". A vida até que era boa, se é que isso era possível. Apesar da tensão e da dificuldade gerada pela situação na qual viviam, o grupo conseguia se distrair. Alternavam entre escutarem músicas nos seus iPods constantemente recarregados por um gerador mantido por Crânio, ouvirem histórias inventadas por Jeff, contadas à noite ao redor da fonte, ou assistirem aos filmes projetados num lençol que ficava preso entre duas árvores.

Lá, cada um morava onde bem entendia, geralmente em apartamentos invadidos e redecorados de acordo com o gosto do inquilino. Todos tinham suas tarefas bem divididas e sabiam que se não colaborassem e não dividissem o que tinham uns com os outros eram convidados a se retirar. Donna era a "médica" daquele lugar, e cuidava dos seus "impacientes" com o mínimo de recurso que dispunha. Seu maior desafio era ver seus amigos morrerem sem poder fazer nada.

Certo dia, a dinâmica com a qual eles estavam acostumados mudou. Wash, o generalíssimo, morreu logo depois de completar 18 anos, vítima da doença. Em seu leito de morte, pediu a Jeff e Donna que sempre cuidassem um do outro e que fugissem dali, certo de que o caos seria instaurado. Mas Jeff não recuou, e herdou o posto de chefia do irmão. Porém, nada seria tão simples assim para o caçula, sempre tão inseguro e vulnerável.

Jeff foi convocado para liderar uma missão suicida. Crânio estava convencido de que havia descoberto a causa da doença e de que seria capaz de encontrar a cura. Mas para isso, eles precisariam se aventurar na selva de pedra que havia se tornado Nova York e encontrar um artigo científico que falasse sobre o risco de efeitos Wexelblatt em agentes enilicostônicos.

Se Crânio estava falando a verdade ou apenas delirando, ninguém sabia, mas Jeff não queria arriscar. Se havia a chance de cura e de um futuro, mesmo que incerto, ele aceitaria a chance. Jeff não queria testemunhar mais mortes e, o mais importante, ele não queria morrer, pelo menos não tão cedo. E, para isso, contará com a ajuda dos seus amigos na tentativa de salvar a humanidade e de recomeçar.

Querem saber o que vai acontecer? Então leiam.

***

Mundo Novo é narrado em primeira pessoa por Jefferson e Donna, que nos contam a sua história em capítulos intercalados que alternam suas visões de mundo. Por meio dos seus personagens ácidos, sarcásticos e cheios de ideias próprias, Chris tece críticas severas ao nosso sistema político, social e econômico atual, e ao consumismo em demasia, questionando os efeitos nocivos do capitalismo e a decadência da sociedade.

A temática pode parecer clichê, mas Chris consegue se diferenciar dos demais. Primeiro, tive a real impressão de o enredo estar sendo contado por adolescentes, tendo em vista que o autor foi magistral ao incorporar o linguajar, trejeitos, gírias, pensamentos e sentimentos inerentes aos jovens, coisa rara de se ver. Segundo, ele não se limita a nos apresentar os perigos e dificuldades de se viver num mundo pós-apocalíptico, pelo contrário, o foco de Weitz é desenvolver os personagens e apresentar seus dramas, dilemas pessoais e sonhos, e as dificuldades de se seguir em frente, deixando o passado para trás, tornando a trama ainda mais próxima da nossa realidade.

Foi muito fácil me identificar e compreender os protagonistas. A todo o momento, parava para pensar em como reagiria se estivesse na pele deles. Me apaixonei por cada um dos personagens em particular. Jeff era um menino inseguro que rapidamente teve que carregar nas costas uma responsabilidade absurda que o forçou a crescer e a acreditar no seu potencial. A fé que ele tem na humanidade é ao mesmo tempo inspiradora e extenuante, mas seus ideais são tão nobres que me fez ter vontade de lutar ao seu lado. Donna é uma menina completamente marrenta. Criou um escudo tão poderoso em torno de si para conseguir lidar com tantas perdas que esqueceu de que era capaz de ter sentimentos e sentir-se vulnerável.

Crânio é o típico garoto gênio. Não foi à toa o apelido recebido. Ele é daquelas pessoas capazes de transformar qualquer sucata em uma engenhoca mirabolante. Recluso, observador e altamente inteligente, não consegue manter um relacionamento "normal" com os demais, tendo em visto de que leva tudo ao pé da letra e não tem papas na língua para falar o que pensa. Peter é negro e gay, que combinação bombástica nos dias de hoje, hein? Mas para o pessoal da Washington Square, nada disso importa. Dotado de um humor ímpar e de uma certa ousadia desmedida, mantém os humores estáveis e a turma unida. Minifu é peculiar. Uma menina que de doce só tem a aparência, mas que faz de tudo para parecer forte, nem que para isso precise impor a força física. Tudo o que ela quer, no fundo, é pertencer a alguma tribo, se sentir aceita e ser reconhecida.

Aparentemente, todos são adolescentes "normais", se não fosse pelos percalços que precisam passar. Chega a dar dó deles, por não terem ninguém para ajudar e nenhuma esperança a frente. Mundo Novo não é um livro "fofinho". Apesar de ter sido escrito de maneira leve, descontraída e fluida, trata de temas pesados, altamente reflexivos e possui muitassss cenas cruéis e de violência. Bom, acho que não teria como ser diferente, uma vez que todos estão armados até os dentes e os suprimentos estão acabando. Afora que muitos tentam impor seu poderio aos demais grupos, tentando "governar" uma cidade decadente. Portanto, encontramos diversos conflitos, tiroteios, muitas fugas e cenas eletrizantes no livro.

Isso é outra coisa que me chamou atenção. Talvez vocês não se lembrem de Chris Weitz, mas se eu lhes contar que Chris dirigiu Lua Nova, saberão quem ele é? Facilitou um pouco, né? Pois bem, Chris é mais conhecido pelos seus trabalhos como roteirista e diretor de cinema, e cada vez mais tenho visto profissionais desse meio enveredarem pela escrita e se darem muito bem. Não sei explicar direito, mas os últimos livros que li escritos por roteiristas são tão melhor trabalhados. Eles têm o cuidado de serem muito mais específicos com dados trazidos para a história e desenvolvem incrivelmente bem as cenas descritivas e principalmente as de ação, a ponto de realmente nos darem a impressão de estarmos vendo um filme. Ponto para eles, continuem assim.

Quisera eu poder continuar falando de Mundo Novo. Vocês já perceberam que eu amei o livro, certo, e que ele dá muito pano para manga, mas devo parar por aqui que a resenha já ficou enorme. Espero tê-los convencido a dar uma chance a esta maravilhosa e importante obra. Mundo Novo faz parte de uma trilogia e mal posso esperar pela continuação, porque aquele final, meu Deus, é de fazer qualquer queixo cair. Só posso resumir este livro na seguinte definição: PERFEITO!

Resenha originalmente postada em: http://www.recantodami.com/2014/10/resenha-mundo-novo.html
Monique Cristine 20/02/2015minha estante
Observação: Não é uma distopia.


Isla Wolff 28/10/2020minha estante
Oi Monique, talvez você não saiba o que é uma distopia, mas essa palavra aparece como palavras chaves no próprio perfil do livro, logo abaixo da introdução, dá uma olhada...
E de acordo com o dicionário: "Distopia, cacotopia ou antiutopia é qualquer representação ou descrição, organizacional ou social, cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa".
:)




Consumindo Sagas 22/10/2014

Acabou de chegar meu exemplar
A primeira vez que eu fiquei sabendo sobre esse livro foi pelo vídeo da Pam do Garota It, ela estava tão animada e super indicou, eu claro segui o conselho e comprei o livro. Ele tem uma capa meio que parece borracha, não fica marcando, muito gostosa estou super empolgado e ansioso.

site: http://lumenseries.blogspot.com.br/2014/10/livro-mundo-novo-chris-weitz-editora.html
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