Marcos Ogre 28/09/2014
É GUERRA
Não, nem tanto alarme. Comecei assim só para engrandecer a disputinha do momento. Já é bem sabido que a Salvat está publicando uma enorme coleção de graphic novels tendo como corpo histórias dos diversos heróis da Marvel. Tenho dois volumes dessa coleção - afinal, os que eu quero nunca chegam... - que tem até uma boa qualidade. E, agora, por sua vez, a Eaglemoss está publicando uma coleção que segue exatamente a mesma base da Salvat (inclusive na enorme imagem que resulta da união das lombadas - baseando-se em histórias do universo DC. E aqui estou eu para falar sobre o primeiro volume dessa última: Silêncio - Parte 1. E, quem sabe, uma hora dessas, eu também faça dos meus volumes da coleção da Salvat.
Silêncio foi uma história publicada apenas no título mensal de Batman, em 2002, durando 12 edições. Foi um sucesso na época, uma boa surpresa, já que os quadrinhos do morcegão não estavam lá aqueeeeela coisa em termos de vendas. Colocaram então Jeph Loeb como roteirista, famoso por grandes títulos de clássicos do personagem como Vitória Sombria e O Longo Dia das Bruxas, além de mais bons trabalhos sobre outros personagens e até mesmo na concorrência. Para melhorar mais ainda escalaram como desenhista Jim Lee, e... Bem, o que dizer sobre Jim Lee sem parecer um fanzinho se derretendo? É melhor mostrar do que falar, hehe'. Difícil não ser um sucesso.
A colaboração entre os gênios junto a uma boa equipe resultou em uma história bem interessante, ainda que não de todo original. Somos apresentados a um suspense bem construído, que se constitui progressivamente, trazendo a tona um mal desconhecido que aparentemente está em todo lugar e em nenhum lugar ao mesmo tempo. Um mal pesado que influencia personagens fortes, tanto bons quanto maus.
Com uma narrativa boa, somos facilmente carregados pela história, muito prazerosamente, inclusive, já que a arte de Jim Lee é fantástica. De sua maneira, Lee consegue me fazer sentir a mesma coisa que sinto com Jason Fabok nos Novos 52: ele encarna nas páginas um Batman perfeito, uma imagem que realmente prega o devido respeito que seria esperado. Vemos isso claramente no caimento da capa, nos olhares, expressões, nos pequenos detalhes. No fim das contas, o roteiro, o desenho, as cores se completam e é fácil demais se deixar levar na história e se convencer dos fatos.
Claro, a história tem os seus defeitos, esses contidos nos roteiros. Existem, sim, algumas resoluções exageradas e difíceis de engolir, alguns arcos mal desenvolvidos. Só que, particularmente, não gosto muito de fixar meu modo de ver nesses pequenos errinhos quando temos uma história tão legal por trás para se apreciar.
Como essa edição da Eaglemoss divide a história em duas partes, não tenho muito o que dizer para o desfecho. Eles cortaram o enredo num momento ótimo e espero que a parte 2 traga bons fins para uma obra interessante. Além de que somos premiados com um extra fan-tás-ti-co! Caso se interesse, o volume está a venda em todas as bancas.
Se você é fã dos vilões e heróis do universo DC, provavelmente vai curtir. Se não gosta, não perca o seu tempo, não é algo grandioso o bastante para te arrebatar.
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