Su 04/02/2017
Escolhi ler esse livro porque acreditei que ele poderia me dar uma noção de como organizar minha vida e de fato fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. Antes que você vá com muita sede ao pote, como eu fui, lhe digo que o autor foca muito mais na gestão empresarial do que na gestão da vida privada. Aviso dado, vamos a resenha.
Jeff Sutherland é o cocriador da metodologia Scrum. Ao lado de Ken Shwaber, ele objetivou criar um método para diminuir o tempo e o valor gastos com projetos de desenvolvimento de softwares para o setor de tecnologia. O que o autor alega é que nem mesmo os grandes projetos, como os do FBI, estão isentos de perder mais da metade do tempo com atividades fúteis e desnecessárias.
Sutherland se baseou, dentre outras coisas, no período que serviu como piloto no Vietnã. Ele fora treinado para seguir quatro regras simples: observar, avaliar, decidir e agir. Tudo isso em um período curtíssimo de tempo. Sendo que da implantação dessas regras dependia a sua própria vida. Além disso, ele cita que seu filho, J. J. Sutherland, utilizou a metodologia Scrum quando foi chamado para ser o produtor sênior de uma equipe de reportagem da National Public Radio (NPR) durante a Revolução Egípcia de 2011. Até ele chegar, a equipe presente no Cairo estava perdida, deixava de cumprir os prazos e até mesmo deixava passar fatos importantes a serem noticiados. O prazo oficial para entrega de reportagens era de 12 horas e após isso, ele se reunia com a equipe e fazia as seguintes perguntas: “o que você fez desde a última vez que conversamos?”; “O que você vai fazer antes de voltarmos a conversar?”; “O que está atrapalhando o seu trabalho?”. Sendo que sua obrigação era consertar o que não estivesse funcionando até a próxima reunião. Dessa forma, a NPR produziu ótimas reportagens, o que lhes rendeu vários prêmios e tornou o Scrum uma metodologia adotada em toda a empresa.
O Scrum funciona da seguinte forma, escolhe-se um objetivo a longo prazo (por exemplo: a entrega de um projeto), divide-se esse projeto em objetivos menores, se estipula um prazo curto de tempo para intercalar as reuniões da equipe (por exemplo: uma semana), a própria equipe decide o que fará durante esse período de tempo, constatando se atingiu os objetivos propostos na reunião seguinte e investigando o motivo, se algum dos objetivos não forem atingidos. Assim até o prazo final. Vale ressaltar que isso só vale para a implantação de um projeto de cada vez. De acordo com Sutherland, se você está empenhado em mais de um projeto ao mesmo tempo pode estar desperdiçando muito tempo.
Como podem ver, apesar de não ser um livro voltado para a implantação pessoal, ele pode sim, com algumas adaptações, ser utilizado na vida cotidiana. Graças a ele consegui listar as minhas pendências dentro de um período curto de tempo, o que evitou que eu caísse no desespero, e estabeleci objetivos aplicáveis nesse meio tempo. Além disso, pude ver o que era resolvido com maior facilidade e o que era de fato feito. Creio que essa metodologia foi de grande ajuda para a minha organização pessoal.
“O tempo é o limite insuperável do empreendimento humano, afetando tudo, desde o modo como trabalhamos, passando pelo tempo que as coisas levam, até definir se somos bem-sucedidos ou não. O fluxo impiedoso do tempo define fundamentalmente o modo como enxergamos o mundo e a nós mesmos. Conforme o famoso verso do poeta inglês do século 17, Andrew Marvell, “Se nós tivéssemos mais tempo e mundo”, qualquer coisa poderia ser feita. É claro, porém, que um senso de mortalidade paira sobre todos os nossos esforços. Sabemos que nosso tempo é limitado. Dessa forma, não é um verdadeiro crime desperdiçá-lo?”
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