spoiler visualizarRenato.Vasconcellos 15/11/2019
Começamos aqui o primeiro livro da nova trilogia de Rick Ryordan envolvendo a mitologia nórdica. É facilmente um dos melhores do autor. A evolução narrativa é visível, o livro tem muito mais ritmo, apesar de continuar com a mesma fórmula de todos os outros. Não é um livro complexo, os problemas são resolvidos com solução que saem do chapéu do autor ao sabor do roteiro, não existe nenhum preparo anterior. Tudo com a desculpa de sempre, o personagem principal não conhece o universo onde está inserido.
Logo no começo temos duas sacadas do autor muito boas para prender o leitor. Primeiro o personagem principal é um menino de 16 anos e sem teto, essa quebra de expectativa já deixa os primeiros capítulos muito interessantes. Segundo ele é primo da Annabeth da série do Percy Jackson, vemos assim o universo fantásticos da mitologia crescendo mais um patamar. É muito interessante imaginar qual vai ser o futuro de todos esses personagens.
Acompanhamos a história do ponto de vista de Magnus Chase, o jovem órfão que passou a viver nas ruas depois da morte de sua mãe nas garras literais de lobos. Magnus tenta manter distância de sua família materna a pedido da mãe, mas logo no começo é encontrado pelo tio. Juntos eles vão até um parque onde o tio promete falar de sua herança e de seu pai desconhecido. Claro que descobrimos que o menino é um semi-deus, o filho de Frey, deus do verão na mitologia nórdica. O menino tenta recuperar a espada perdida de seu pai, a Espada do Verão que dá nome ao título, mas acaba morto por um ataque do Surtur, o rei dos gigantes de fogo.
Felizmente a história não acaba, o espírito de Magnus é levado para Valhalla pela Valkiria Sam, uma menina de ascendência árabe que descobrimos depois que é filha de Loki. Magnus recebe um novo corpo de guerreiro, conhece novos amigos e participa relutantemente de uma das batalhas eternas do salão de Odin. Mas na hora de apresentar o feito que o levou a ser escolhido, cria-se uma dúvida. As próprias Normas do destino aparecem e fazem uma revelação duvidosa sobre a presença de Magnos em Valhalla. Sam é expulsa das Valkirias e Magnus vai a julgamento para se decidir o que fazer com ele. Antes disso acontecer, ele é resgatado por dois amigos sem teto que se revelam como um anão chamado Blitzen e um elfo mudo chamado Hearthstone. Blitzen é um anão das profundezas, tem fraqueza a luz solar, ele pode virar uma estátua de pedra. Ele é filho de Freya e, portanto, primo de Magnus. Hearthstone é um elfo mudo e se dedica a estudas as runas, ele se comunica com linguagem de sinais.
Eles escapam com a ajuda dos amigos guerreiros de Magnus, mas eles desaparecem da história e só voltam no final do livro. Aí começa a tradicional sequência de viagens e encontros com figuras mitológicas. Logo eles reencontram Sam que entra para formar o quarteto. Descobrimos que o elfo e o anão trabalham para Mimir, que orienta nosso herói a encontrar a espada do pai que ele deixou cair quando morreu. Eles recuperam a arma com a deus do mar Ran depois de pescar a Serpente do Mundo, essa é uma das sequencias mais legais do livro. A espada mágica é inteligente, capaz de falar e agir por conta própria. Ela pode até matar diversos inimigos sozinha, mas quando volta para as mãos de Magnus, ele recebe o cansaço acumulado do combate e pode até morrer. De posse da espada eles precisam impedir o Ragnarok que Surtur pretende adiantar, libertando o lobo Fenrir. Eles vão até Nidavelir, a terra dos anões para pegar uma corda nova para prender o lobo. Ali descobrimos mais sobre o passado de Blitzen e sobre seu desejo de ser um estilista de armaduras na moda.
Depois eles precisam encontrar Thor no Reino dos Gigantes, pois ele sabe a localização da ilha onde Fenrir está preso. O Thor do livro é bem diferente do deus representado no cinema, e o autor faz questão de nos lembrar diversas vezes disso. Ele perdeu seu martelo, mas isso vai ficar para o próximo livro. Eles matam alguns gigantes, e Thor passa a localização da ilha de Fenrir. Lá começa a batalha final. O Lobo já está praticamente solto. Surtur vem com seus gigantes de fogo. Magnus por sua vez tem a ajuda do trio de companheiros de viagem, além dos amigos de Valhalla (um berseker, um soldado da guerra civil, um meio troll e uma semideusa filha de Friga) e a inesperada ajuda da valquíria Gunilla que estava perseguindo-o por ser um fugitivo de Valhalla.
A batalha se desenrola e nossos heróis estão quase sendo derrotados quando Magnus nota que Frey não é um deus guerreiro. Ele usa sua astúcia então. Ele amarra a corda nova na espada e faz ela voar em volta de Fenrir, prendendo totalmente o lobo. Contra Surtur ele usa a magia divina de seu pai para negar a violência fazendo com que todos larguem as armas e cria uma fenda para o Reino dos Gigantes de Fogo, expulsando os inimigos. Infelizmente Gunilla e as duas valquírias que estavam acompanhando-a morrem.
Na conclusão do livro, o meio-troll se revela como Odin disfarçado. Ele desfaz todo o mal-entendido e recompensa nossos heróis. Sam volta a ser uma valquíria e passa a trabalhar diretamente para o Pai de Todos. Blitzen recebe ouro vermelho para abrir sua própria loja de roupa. Hearthstone vai estudar magia rúnica com Odin. Magnus tem a opção de voltar a vida, mas decide continuar como um guerreiro de Odin. Ele finalmente encontra com seu pai divino. Temos ainda o encontro com Annabeth, mas fica no ar se ele revelou sua verdadeira natureza para menina e vice-versa.
Temos o ultimo capítulo um gancho para o próximo livro, onde é revelado q o tio de Magnus estava o tempo todo trabalhando para Loki.