Tatiane.Paolucci 06/09/2023Viagem perfeita pela Europa em especial ParisA história só fez crescer a minha vontade de conhecer a Europa e aprender todos os idiomas possíveis.
O começo do livro já me prendeu, prometeu e entregou muito, porém teve partes que não concordei, por exemplo, Alysson estava entediada com o roteiro pré programado pela mãe, e depois entendemos a razão dela não estar achando muita graça ou se divertindo na viagem, porém para mim é demais dizer que nada em Roma ou Londres chamou atenção dela é muito insensível!!! Achei legal a comparação de viajar com respirar porém associar a diversão com o acaso sugere que as viagens planejadas não sejam legais mas eu acredito que depende a idade do viajante e a personalidade de cada um no momento !!!
Alysson, era o tipo de garota previsivel, acho que dizer "sonsa" seria ser cruel com a personagem, que só era certinha demais, e vivia bem seguindo as regras da mãe, mas era um tanto apagada, e talvez ainda não tinha sentido a necessidade de se expressar e se fazer valer, ou ainda não tinha vivido nada que a fizesse se impor, ou até mesmo estava em uma fase de transição e auto-conhecimento. Quando ela conhece Willem ela se permite ir mais além, ela se entrega a oportunidades jamais experimentadas e isso repercute de uma maneira ímpar em Alysson.
Ela se torna a "rebelde" e resolve enfrentar os próprios medos e só cresce e amadurece.
Foi ótimo acompanhar essa mudança toda de personalidade, e também refletir como jovem e também como mãe, observar a mãe que eu não quero ser, e até me policiar e corrigir ações que sem perceber a gente acaba fazendo, que podem ser limitantes aos nossos filhos.
Também me fez enxergar aquela questão de amizades que vem e vão, mudamos e as amizades também, pois nem sempre se encaixam em nossos novos contextos, ou com nossas novas escolhas e personalidade, e esta tudo bem, isso faz parte da vida, não significa que não tenham sido importantes, podemos continuar amando nossos amigos, mas entender quando não existe mais a sincronia, e respeitar que a distancia pode existir e ser benéfica. Sem contratempos.
Os trechos a seguir são destaques dos momentos onde Alysson se reconhece e reflete sobre quem foi e quem queria ser á partir daquele momento.
" - Eu era Lulu.
- Mas era só um nome. Só faz de conta.
Talvez fosse. Mesmo assim, aquele dia inteiro, estar com Willem, ser Lulu, me fez perceber que toda a minha vida eu estive num quartinho, sem janelas nem porta. E eu estava bem. Até feliz. Eu pensei que estivesse. Então alguém apareceu e me mostrou que havia uma porta no quarto. Uma porta que eu nunca vira antes. E ele a abriu para mim. Segurou minha mão enquanto eu a atravessava. E, durante um dia perfeito, fiquei do outro lado. Estava em outro lugar. Era outra pessoa. Depois ele sumiu, e eu fui jogada de novo dentro do meu quartinho. E agora, independentemente do que eu faça, parece que não consigo encontrar aquela porta.
- Para mim não foi um faz de conta - declaro a Melanie.
Melanie faz uma expressão de solidariedade.
- Ah, querida. É porque você estava toda envolvida pela fumaça estava cega. E por Paris. Mas as pessoas não mudam da noite para o dia principalmente você."
"Dee começa a roncar logo de cara, mas eu demoro para pegar no sono, pois ainda estou me questionando sobre Lulu. Talvez tenha sido só um nome. Talvez tenha sido apenas faz de conta. Naquele dia, eu realmente me transformei em Lulu. Talvez não a Lulu do filme ou a verdadeira Louise Brooks, mas minha própria ideia do que Lulu representava. Liberdade. Ousadia. Aventura. Dizer sim. Percebo que não estou só em busca de Willem; também estou procurando Lulu."
Apesar do livro acabar sem um final feliz, acredito que foi perfeito, da para imaginar o final que quisermos. Porém é um livro que tem continuidade e eu já tenho a continuação que lerei em breve.
Mas de qualquer maneira, é um livro ótimo ainda que não tivesse continuidade seria perfeito!