Judas

Judas Amós Oz




Resenhas - Judas


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Carla Verçoza 17/04/2022

Outro ótimo livro do Amos Oz. Gosto muito da escrita dele, boa de ler, política, intimista, às vezes até poética.

"De novo seus olhos se encheram de lágrimas. E por ter se irritado por causa de suas lágrimas e suas invenções decidiu descalçar os sapatos e ir para a cama vestido. Eram tantas as horas livres. E lá fora, só vento e chuva. Você pediu para si mesmo uma solidão absoluta, você pediu inspiração, extensões vazias de tempo silencioso e vago, e eis que tudo isso lhe é oferecido aqui. Está tudo em suas mãos. E sobre o teto de sua água-furtada, bem em cima de sua cama, desenham-se oceanos e continentes num gesso que está rachando; você pode ficar deitado de costas horas e horas e fixar os olhos em arquipélagos de cal que se descasca, ilhas, penhascos, golfos, vulcões, fiordes."

Em 'Judas', acompanhamos alguns meses da vida de um rapaz, Schmuel, de 20 e poucos anos q, após o término de um namoro, fica procurando algum sentido para sua vida e o vazio existencial.
O livro reflete (e subverte) bastante sobre a figura do traidor, q vemos representado no próprio Judas do título, alvo de estudo do rapaz, no pai da Atalia, no avô de Schmuel, e até mesmo no próprio Schmuel, dos quais os pais se sentem traídos qdo ele decide abandonar os estudos.
"Na história de vez em quando surgem pessoas corajosas que estão à frente de seu tempo e por isso são chamadas de traidoras ou exóticas."

Enquanto Schmuel trabalha para Atalia e para o velho Guershom Wald, vai se integrando à cada e às histórias, além de sua busca por algum rumo na vida.

O clima que o autor cria é muito envolvente, as descrições da cidade, do clima, as três personagens são extremamente interessantes e desenvolvidas de forma satisfatória.
Recomendo!

"Os que estão dispostos a mudar, os que têm a força para mudar, sempre serão vistos como traidores pelos que não são capazes de qualquer mudança, que têm um medo mortal de mudanças, não entendem o que é mudança e abominam toda mudança."
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Diego 01/03/2022

Crisálida
Um livro muito bom!
Descreve uma passagem na vida do personagem principal, Shmuel, em que fica encerrado em uma casa em estado de semi-solidão, enquanto se desenvolve imperceptivelmente.
O livro é todo pontuado com uma discussão dialética baseada nos primórdios do Estado de Israel e com personagens interessantes e razoavelmente bem desenvolvidos.
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Alberto 26/12/2021

Excelente como dissertação, mediano como romance
Excelente como dissertação, mediano como romance. As digressões sobre Jesus, Judas Iscariotes, o sionismo, a história e os problemas de Israel são excelentes. Mas o romance fraco, personagens esquemáticos e rasos, que não evoluem e servem só como instrumentos para expor as ideias do autor sobre os temas mencionados.
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Bruna Costa 29/05/2021

Livro muito bom e envolvente que, em meio a um romance especula sobre uma outra visão de como foi a relação de Judas com Jesus, além de relatar um pouco da guerra entre Judeus e Árabes
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Luciana.Tolentino 31/03/2021

Que surpresa grata!
Um livro de escrita fluida e sem pretensão ao eruditismo que não obstante a isso, consegue transmitir toda profundidade intelectual dos personagens em seus extensos debates sobre tudo, mas principalmente sobre Jesus na visão dos judeus, o peso de Judas Iscariotes e a política no então recém inaugurado Estado de Israel e todo o conflito relacionado à Palestina e judeus e árabes.
Tudo isso com apenas 3 personagens incríveis e que dificilmente me esquecerei deles.
O andar de Shmuel, o cheiro de violetas de Atalia e o bigode prateado de Wald.
Simplesmente maravilhoso!
Lerei outros do autor com toda certeza.
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BetoOliveira_autor 18/01/2021

Obra prima
Simplesmente sensacional. Primeiramente, trata-se de uma escrita fluída, direta e sem pretensões de demonstrar erudição na construção textual. A trama amorosa é só o fio condutor para o autor trazer à tona os debates interessantes sobre a origem do cristianismo, como ruptura do judaísmo, a visão judaica sobre Jesus, a natureza humana ou divina do nazareno, além de uma versão alternativa da história do Judas Iscariotes, no que diz respeito aos motivos que o levaram a trair "Jesus". Essa versão conjecturada pelo personagem Schamuel Asch tem base em evangelhos apócrifos, se não me falha a memória.
O romance também discute a formação do Estado de Israel e todo o conflito e dificuldades em relação aos palestinos. Através das personagens e dos referidos coadjuvantes, passamos a conhecer as várias posições a respeito do assunto.
Enfim, o romance Judas é um livro ímpar e, se é nos dado graduar obras literárias, é com tranquilidade que podemos afirmar se tratar de um exemplar digno da mais alta e fina literatura.
Dificilmente irei me esquecer das personagens:
1 - Schamuel Asch;
2 - Atalia;
3- Guershom Wald.

"Há três coisas que me ultrapassam, e uma quarta que não compreendo: o caminho da águia no céu, o caminho da serpente na rocha, o caminho da nave no mar, o caminho do homem com a donzela."
(Guershom Wald, o velho)
Super recomento. Pretendo ler mais livros do Amós Oz, pois a sua escrita é incrível.
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Jean Bernard 17/01/2021

Judas, uma das melhores leituras da vida
Esse livro me pegou de surpresa. Fala sobre a visão dos judeus sobre Jesus, fala de traição, amor e guerra. O problema palestino é pano de fundo e permeia a história. Aquele que se vê como traidor, terá realmente traído? Um livro introspectivo, poético e filosófico. Apenas o primeiro de muitos do autor.
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AnaCris 01/01/2021

As palavras tecem o silêncio eloquente
Através do jovem estranho e deslocado que aluga um quarto na casa de uma viúva misteriosa e seu sogro neurastênico, Amos Oz nos dá uma perspectiva do conflito israelo-palestino. As descrições concisas e vívidas de uma Jerusalém conflagrada no não-dito fazem o leitor respirar o tenso ar da cidade; a beleza e a poesia da narrativa coesa feita de silêncio e sons nos falam da miséria da condição humana num mundo em que a paz não parece possível. Belíssimo. Vale a leitura.
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Patresio.Camilo 28/11/2020

Um livro sobre a infelicidade.
Acho que já escrevi uma resenha com este título.
Mas Judas, simplesmente trata da infelicidade de três personagens: Shmuel, Atalia e Wald.
Cada um assombrado por seus medos e frustrações, nos quais as ficam se remoendo
Shmuel atraído pela proposta de emprego, após seus pais perderem tudo em Haifa, acaba indo trabalhar para os outros dois personagens.
Com breves passagens e citações de Judas Iscariotes, o livro é um leitura interessante.
Em alguns trechos muito repetitivos, o que deixa cansativa a leitura, motivo que não ganhou as 5 estrelas por mim.
Sobre a Edição da Cia das Letras, dispensa comentários, pois como sempre impecável.
Espero que gostem.
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erbook 09/09/2020

A importância de enxergar sob outra perspectiva!
“Os que estão dispostos a mudar, os que têm a força para mudar, sempre serão vistos como traidores pelos que não são capazes de qualquer mudança...”. “Abraham Lincoln, o libertador de escravos, foi chamado de traidor pelos adversários. Os oficiais alemães que tentaram matar Hitler foram fuzilados como traidores. Na história de vez em quando surgem pessoas corajosas que estão à frente de seu tempo e por isso são chamadas de traidoras ou exóticas”

Com esse conceito de traição, Amós Oz nos brinda com este romance magistral, mesclando personagens fictícios e históricos, como o polêmico Primeiro-Ministro fundador do Estado de Israel, Ben Gurion.

O enredo se passa em Jerusalém, entre 1959 e 1960, onde o estudante Shumel Asch, após a falência do pai e o fim do relacionamento com a namorada, decide se isolar numa casa distante, onde consegue emprego para cuidar do idoso Guershom Wald.

Nesse novo emprego, onde recebe pouco e dorme no sótão da casa, convive e se apaixona por Atalia, a misteriosa e sensual nora do comunicativo e inválido idoso. Sem recursos e desanimado com a vida, abandona os estudos na universidade onde pesquisava escritos históricos sobre a visão dos judeus acerca de Jesus Cristo.

Amós Oz, de forma brilhante, mostra os meandros políticos da criação do Estado de Israel, incluindo os movimentos sionistas e os antissionistas, bem como as notícias da época acerca das reuniões ocorridas na Organização das Nações Unidas (ONU), após o fim da segunda guerra mundial.

Por outro lado, o escritor, amparado em livros históricos, aborda tanto a visão que muitos judeus têm de Jesus Cristo, como a que muitos cristãos têm dos judeus. O personagem Shumel Asch sustenta inusitada tese a respeito de Judas Iscariotes, que deixarei na curiosidade de vocês para não dar “spoiler”.

Por meio deste romance, Oz produz ensaio crítico sobre o fim dos estados nacionais, os quais teriam suas barreiras extintas para a criação de comunidades globais, nas quais pessoas de diferentes línguas e culturas conviveriam no mesmo local.

Amós Oz faz o seguinte questionamento: e se judeus e árabes tivessem entrado em acordo em relação à criação do Estado de Israel em 1948, no pós-guerra? Oz deixa essa pergunta no ar, mas, nas entrelinhas, externa seu ponto de vista idealista e pacifista, no qual muitas vidas teriam sido poupadas.

Na vida real, por ser pacifista, Amós Oz (nascido em Jerusalém) foi visto por muitos compatriotas como traidor da causa sionista (movimento judeu que buscava a criação de um Estado independente no final do século XIX) – o que reflete bastante em sua obra.

Este livro é sensacional e instiga profundas reflexões!
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Paula 28/05/2020

INCRÍVEL
Um livro lindo, num ambiente e momento histórico bem descritos e com reflexões lindíssimas!!!
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marcelo.batista.1428 02/02/2020

Nos primeiros livros que li, o que mais me prendia era a estória contada. Gostava muito de livros de mistérios/policiais. Enigma no começo, desenrolar da trama e o clímax da dissolução no final. Aos poucos, fui conhecendo outras formas de escrita, em que outros aspectos contavam muito (estilo da escrita, questões abordadas, ...).
Tenho andado com saudades desses livros com estórias que prendem, mas não foi o que encontrei em Judas.
Mas, nesse livro de Amós Oz, encontrei personagens com os quais me simpatizei, contexto histórico para se aprender, descrições de lugares para se conhecer, e a possibilidade de se encontrar com uma cultura diferente da minha. Tudo isso num estilo de narrativa que me encanta. Valeu muito a pena.
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Joao.Marcelo 14/10/2019

Amós Oz foi visto como uma espécie de "Judas" entre os judeus sionistas.
Assim acontece com todos aqueles que defendem os ideais da solidariedade, da paz e da justiça social, principalmente quando esses ideais vão de encontro ao obscurantismo religioso e ao nacionalismo dominantes.
"O judaísmo e o cristianismo, e também o Islã, destilam todos eles o néctar da graça, da justiça e da compaixão, mas só enquanto não têm nas mãos algemas, grades, poder, porões de tortura e cadafalsos."
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