Paraíso das Ideias 08/03/2016
Oi oi gente, tudo bem com vocês?
É com imensa alegria que hoje trago a resenha de Apenas um ano, da nossa editora parceira Novo Conceito, recebido no mês de maio. Assim como em todas as minhas resenhas, não pretendo soltar spoilers, mas se você ainda não leu Apenas um dia, primeiro livro desta trilogia, e gostaria de saber mais sobre Willem e Allyson, você pode encontrar a resenha aqui.
Que toda história tem duas versões isso é um fato. No primeiro livro fomos apresentados à história pelo ponto de vista da Allyson, onde conhecemos não apenas a garota que viveu um dia maravilhoso em Paris ao lado de um estranho, como também a garota cheia de conflitos, como uma pessoa normal.
Agora conhecemos a história a partir do ponto de vista de Willem, contando não exatamente sobre o dia vivido na cidade luz ao lado da garota que parece uma estrela do cinema mudo, mas o quanto aquele único dia influenciou e modificou sua vida dali em diante.
O livro se inicia com um Willem desnorteado, completamente perdido e meio inconsciente, incapaz de assimilar o que se passa a sua volta, mas isso não dura muito e logo Willem se dá conta de que está em um hospital.
Com a memória ligeiramente afetada por conta das pancadas que levou, e que lhe causaram os ferimentos que insistem em doer, Willem sabe que precisa voltar para algum lugar, onde alguém o espera, mas é só, isso é tudo que ele é capaz de se lembrar. Enquanto permanece em observação e passa por alguns exames, Willem recobra lentamente sua memória e quando Lulu surge em sua mente, nada nem ninguém é capaz de mantê-lo no hospital, e é a partir daí que a busca incessante se inicia.
Determinado a encontrar Lulu, Willem segue pelas ruas de Paris um tanto incerto, guiado por seus instintos, um rabisco em sua caderneta e uma vaga lembrança do dia anterior. Como é de se imaginar as coisas não saem como ele gostaria e por fim ele segue o que era o plano original antes de Lulu cruzar seu caminho e retorna à Holanda.
É a partir daí, quando Willem está no que costumava ser seu habitat natural até dois anos atrás, antes de tudo mudar, é que passamos a conhecer mais sobre o jovem viajante, que teve motivos significativos para cair na estrada sem se preocupar com o amanhã.
Nessa nova jornada muitas coisas acontecem, e quanto mais o destino parece afastar Willem de seu objetivo inicial, mais ele o traz para perto de si. Em “Apenas um ano” veremos Willem buscar não apenas uma garota, mas a si mesmo, nos lugares mais distintos e improváveis. Veremos Willem ter sua fé renovada, bem como seu conhecimento e seu modo de enxergar as coisas modificados, afinal de contas, seria tudo realmente movido ao acaso?
Se encerrando no mesmo ponto em que anterior, Gayle deixa o leitor em meio a um pico de adrenalina, desesperado por saber o que de fato acontecerá a partir dali na vida de nossos personagens.
Personagens secundários: Mais uma vez Gayle vem com personagens secundários que são de extrema importância para história. Eles fazem toda diferença na vida de Willem e influenciam quase que diretamente nas decisões que ele toma. O ajudam a crescer e ampliar os horizontes.
Capa e diagramação: A capa é maravilhosa! Seguindo a mesma linha de “Se eu ficar”, a capa de “Apenas um ano” é toda feita em recortes, com elementos marcantes da história. Simplesmente linda.
A diagramação está impecável, não encontrei um erro sequer e segue o mesmo padrão do livro anterior, com folhas amarelas e uma florzinha desenhada no inicio de cada capítulo e nas transições de tempo.
Quotes:
- A tradução é mais ou menos “acorde!”.
- Acorde?
Ela me olha por um segundo, e, apesar de termos os mesmos olhos, eu realmente não faço ideia do que ela vê.
- No mantra, não é a tradução que importa. É a intenção – ela explica. – E é isso que se diz quando deseja um novo começo.
- Willem? – ela chama – Me diga por que está perdido.
É chocante ouvir as palavras dela, minhas palavras. Das quais ela se lembrou.
Mas como posso responder? Como posso responder quando tudo o que fiz foi estar perdido nos últimos três anos? Muito mais do que imaginei.
- Ei, mãe. Como era o mantra? Aquele do templo de Ganesha?
- Om Gam Ganapataye Namaha.
Eu repito.
- Om Gam Ganapataye Namaha. – Paro quando o som se espalha pelo carro.
-Estou atrás disso. Recomeços.
- Deveria contar a ele – ela sugere, apontado para a livraria. – O cara que lhe vendeu o livro e lhe falou sobre a peça. Se conseguir, deveria contar que ele tem parte nisso.
(...)
- Você não ia gostar de saber? – Marina continua – Que, mesmo que só um pouquinho, aleatoriamente, você teve impacto na vida de alguém? (...)
-É muito cedo? – pergunto.
- Não, não é muito cedo – ela responde. – E estou muito agradecida por não ser tarde demais.
Comentários: Wow. Foi exatamente isso que pensei quando li a ultima linha. Gayle mais uma vez me surpreende de maneira positiva e agora eu só consigo pensar que eu adoraria ler até mesmo a lista de compras dela! Hahahahahaha.
Foi realmente bom acompanhar os passos do Willem, entender seus conflitos, medos e inseguranças. Foi muito divertido acompanhar sua jornada, principalmente durante o período que ele esteve na Índia, um lugar que eu particularmente tenho curiosidade de conhecer desde que li “a saga dos tigres”.
Acabei levando tempo demais nessa leitura porque não queria chegar no fim. Agora tudo que me resta é torcer para que a Novo Conceito lance logo o livro intitulado "Just One Night", que ao meu ver seria o epílogo que nenhum dos dois livros tiveram.
Assim como no anterior dei 4 estrelinhas, mas poderia facilmente ter dado 5, acho que estou guardando a nota alta para o ultimo, tomara né!?
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