A confissão de Lúcio

A confissão de Lúcio Mário de Sá-Carneiro




Resenhas - A Confissão de Lúcio


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Fabio Michelete 27/01/2012

Surpreende
Bem elaborada, a obra conta o relato de Lúcio sobre o crime que o prendeu por 10 anos. Ele conta sobre sua vida de escritor, alternando-se entre Paris e Lisboa, seus hábitos e amizades. Dentre as amizades, a do casal com quem aprofunda relações, tornando-se amante da esposa do amigo.

Relato muito interessante da vida dos intelectuais no inicio do séc.XX. Me pareceu moderno para a época e de muito talento, mas ao mesmo tempo dá para ver a imaturidade do jovem escritor (pelo prefácio, suicidou-se aos 26 anos).

Em sua pouca idade, as verdades são absolutas, inexoráveis. Deve ter sido isso que o matou.

Mais reflexões em meu blog fmichelete.blogspot.com
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Tito 07/06/2012

Assombro.
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Lucas 07/04/2013

Interessante
A trama envolve o leitor a tentar entender o desenrolar da história até o final. Simplesmente ótimo, mesmo sendo um pouco confuso.
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otxjunior 12/11/2014

A Confissão de Lúcio, Mário de Sá-Carneiro
O livro começa com o personagem do título justificando seu relato. Lúcio sente a necessidade de narrar seu caso, não tanto como uma confissão dos motivos de seus atos, mas quase que para se convencer da realidade dos acontecimentos que resultaram em sua prisão por dez anos. Pois a história é envolta em estranheza digna dos contos mais sombrios de Edgar Alan Poe, por exemplo.
Inicialmente, no entanto, esse clima é dispersado pelas luzes de Paris da Belle Époque. Período e lugar pelos quais o autor é fascinado e empresta sua experiência ao protagonista. Portanto, Lúcio, escritor promissor, muda-se de Portugal para França. É quando o romance concentra-se nas relações dele na sociedade francesa do início do século passado. Vale notar a descrição de uma festa para a qual Lúcio foi convidado, que estabelece o que foi o fervor de ideias originais desse período, os novos valores morais e estéticos das rodas de filósofos e artistas da época. Na mesma medida, observamos a melancolia, principalmente entre os poetas, para quem sentimentos em geral já não bastavam e procuravam incessantemente outra fonte para seu prazer ou algo que os aproximasse mais da Verdade. Essa angústia dos personagens é compartilhada por Mário de Sá-Carneiro, que poucos anos depois do lançamento desse livro, ainda muito jovem, cometeu suicídio. Mais conhecido por suas poesias, Sá-Carneiro claramente foi autobiográfico nessa obra de vanguarda do modernismo português. O relacionamento central nesse livro, por exemplo, pode ser lido como uma alegoria da homossexualidade reprimida do autor.
Ainda em harmonia com sua prosa poética, A Confissão de Lúcio termina com uma cena que impacta e que dificilmente, apesar da linguagem, reconheceria como algo escrito há mais de cem anos.
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rafa moreno 13/09/2009

a confissão
É incrível como a mente humana nos engana. Durante a maior parte do livro eu fui envolvido pela história e não quis compreender o que realmente se passava e no final do livro tudo veio à tona e me senti enganado pelo autor. Foi divertido
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CultEcléticos 13/10/2015

Trata-se de uma das obras de maior importância do escritor português Mário de Sá-Carneiro: o conto aborda o suicídio, o amor e a loucura de modo brilhante e até inusitado. Um triângulo amoroso é apresentado ao logo da narrativa entre as personagens Lúcio, Ricardo e Marta deixando com o leitor entre em questionamento sobre a existência de Marta.

A narrativa é feita em primeira pessoa e, portanto, temos a uma das personagens, Lúcio, como o narrador da história fazendo com que toda a verdade a ser revelada seja passível de questionamento. Segundo o próprio narrador-personagem: “Não importa que me acreditem, mas só digo a verdade – mesmo quando ela é inverossímil.”

É bastante interessante o fato de a narrativa se iniciar pelo fim. Sim, assim começa a narrativa: deparamo-nos de cara com o desfecho da história que será contada. E não é um final surpreendente, o que faz o leitor entender que nem mesmo o final pode ser encarado como óbvio e o desenrolar dos fatos. A trama, mesmo tratando-se de uma temática comum – um triângulo amoroso –, sai da obviedade quando planta a dúvida se realmente acontecia fisicamente um triângulo amoroso, ou se apenas se tratava de uma fantasia criada pelos ciúmes, pela obsessão de Lúcio. Dessa forma, não é à toa que a escolha de uma narrativa sob aspecto ora de um diário íntimo, ora documental.

A maneira, então, que o narrador utiliza a linguagem dá-se por no presente ao contar ao leitor sobre os acontecimentos de uma década atrás e mais, o narrador espera do leitor uma postura de juiz; espera ser julgado pelos atos à medida que os vai revelando a fim de justificar sua punição injusta já que deixa claro que, embora não tenha se defendido, não cometera o crime que o condenou à prisão.

Uma história envolvente ambientada, inicialmente em Paris de 1895. E quando Lúcio é apresentado a Ricardo e uma festa, é instantâneo nascimento de uma grande amizade e admiração mútua. Dessa amizade nasce uma relação visceral e extremamente afetuosa.


E quando Marta surge em cena, forma-se o triângulo! Os três tornam-se inseparáveis. Daí confundem-se aos próprios olhos e aos olhos do leitor que, tomado de incredulidade, tem a revelação do crime que não acontecera e que resultara na morte de um, no desaparecimento de outro e na condenação de Lúcio.

(Liz Frizzine)
Resenha publicada no site CultEcléticos:

site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literaria-a-confissao-de-lucio-2/
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Mário de Sá Carneiro é, ao lado de Fernando Pessoa (de quem era um grande amigo), um dos principais nomes da poesia modernista portuguesa. A Confissão de Lúcio é uma obra em prosa e traz muito dos elementos que caracterizaram a sua produção poética. A estória de Lúcio, um poeta português que decide escrever sua confissão de inocência após 10 anos preso por um crime que ele alega não ter cometido, mas que resignadamente cumpriu. Ele conhece, em Paris, Ricardo de Loureiro, um boêmio poeta que inicia uma profunda amizade com Lúcio e cujas ideias e a paixão pela literatura coincidem totalmente com as suas. Até que Ricardo volta para Portugal repentinamente e no seu retorno ao país lusitano, Lúcio descobre que o amigo está casado com Marta. Só que a figura misteriosa de Marta desperta diversas desconfianças em Lúcio que passa então a investigá-la ao mesmo tempo em que vê despertada em si uma incontrolável atração por ela. O comportamento de Lúcio torna-se cada vez mais obsessivo e nunca sabemos ao certo se devemos confiar no que ele escreve, mesmo porque ele próprio afirma que muitos não acreditariam na sua versão dos fatos. Trata-se de uma novela intrigante com um discreto, porém não imperceptível teor homossexual nas entrelinhas dos diálogos e na conduta das personagens (muito bem aprofundadas psicologicamente, mesmo em se tratando de um novela). Talvez seja esta apenas uma das chaves para a interpretação desta obra representativa da curta e emblemática carreira de Mário de Sá-Carneiro que, apesar do pouco tempo de vida, suicidou-se aos 25 anos, deixou marcas na literatura portuguesa pelo pessimismo e pela inadequação com o mundo, sentimentos que perpassam claramente em A Confissão de Lúcio.

site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2014/08/na-estante-21-confissao-de-lucio-mario.html
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Franco 06/05/2017

Um conto poético
Curto, breve e simples, mais parece um conto do que um romance. E sua alta carga poética, de simbolismos e muito lirismo, preenche esse conto de bastante poesia.

E aí que a leitura se divide em duas: de um lado, a parte mais 'concreta', que é um perturbador triângulo amoroso. De outro, a parte mais abstrata, que é onde o autor nos presenteia com sua já bem sabida capacidade de poetizar a dor, o vazio, a confusão, a profunda busca pelo inalcançável.

Confesso que a parte do triângulo amoroso me pareceu meio chatinha às vezes. Uma ida e vinda que parece demorar para sair de um lugar e chegar em outro. Apesar disso, é bem competente em nos manter presos à trama (tanto pelo mistério envolvido quanto pelo desfecho, por mais que o próprio autor dê vários indícios da solução de ambos já nas primeiras páginas).

Mas a parte mais abstrata, que é aquela parte poética, é muito boa. Claro, Mário de Sá-Carneiro é um autor pra lá de depressivo e melancólico. Daí que nem todo mundo curte esse estilo ou mesmo, no momento da leitura, está na vibe apropriada. E a carga poética nesse livro é bem depressiva.

"Ouve esta música? É a expressão da minha vida: uma partitura admirável, estragada por um horrível, por um infame executante..."

E por aí afora.

Por isso, diria que é uma leitura difícil de recomendar. Recomendaria, antes, dar uma lida nas poesias do Sá-Carneiro: se você gostar (e se der bem com aquela linguagem lusitana), aí parta para esse breve romance. Caso contrário, pode não ser a leitura mais indicada.
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Daniel 28/10/2017

Precursor das grandes vanguardas
Obra prima de Mário de Sá Carneiro, um dos mestres do Modernismo português, o enredo conta a história de Lúcio, o homem que está a preso há dez anos por um crime do qual afirma ser inocente. Narrando em primeira pessoa, Lúcio descreve sua estranha amizade com o poeta Ricardo e o caso que teve com a esposa deste, Marta, e suas posteriores consequências.
A Confissão de Lúcio é, de certa forma, um romance autobiográfico. Poderia se chamar "A Confissão de Mário", se a intenção do autor fosse contar a própria história. Tanto o protagonista como seu amigo Ricardo vivem a mesma agonia existencial que o próprio Sá Carneiro vivia, e que acabou causando seu suicídio prematuro em Paris, no dia 26 de Abril de 1916, deixando a literatura órfã de um grande mestre.
Ao longo de toda a narrativa é possível perceber essa temática sombria e melancólica, que remete ao Simbolismo e ao decadentismo do séc XIX, combinada às técnicas do nascente Modernismo. Além do tom decadentista, o que mais impressiona na escrita de Sá Carneiro são certas características narrativas inovadoras, bastante peculiares para aquela época, como o uso da sinestesia (pungente na cena da festa na mansão da americana) e o posicionamento específico das virgulas que cria um efeito poético de musicalidade, algo compreensível pelo fato do autor ter sido também um exímio poeta.
Sendo Lúcio um narrador não confiável, a estória é repleta de ambíguidades e situações estranhas, criando uma teia de sutilezas que envolve o leitor no inconsciente da personagem. Rasgos de surrealismo presentes na obra, uma década antes do surgimento desse movimento, demonstram a originalidade do autor frente às vanguardas de seu tempo.
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Willian 17/12/2017

Fascinante!
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Ana 07/02/2018

Nada é o que parece
A confissão de Lúcio é um livro de Mário de Sá-Carneiro que flerta com a fronteira entre fantasia e realidade, e aproxima-se da literatura fantástica.
É um livro que passa-se nos anos finais do século 19.
A história é narrada por Lúcio, que conta os fatos que vivenciou, sendo acusado por uma morte que não cometeu; caberá ao leitor julgar a veracidade dos fatos, tendo como norte apenas a palavra de Lúcio, analisando se ele fala a verdade ou não.
No princípio parece apenas a história de um triângulo amoroso que resultou em um crime passional comum, mas à medida em que a história avança, podemos perceber que não se trata disso.
Em uma festa, Lúcio, narrador-personagem, é apresentado a Ricardo Loureiro.
Os dois tornam-se amigos, com uma certa amizade platônica que aproxima-se do homoerotismo; mas no caso dos dois, sem erotismo, pois Ricardo acredita que não pode possuir alguém do mesmo sexo; só se ele ou o outro trocassem de sexo. Essa já é uma dica do rumo que a história tomará.
Tempos depois, Ricardo apresenta a Lúcio sua esposa, Marta.
Lúcio chega a sentir inveja de Ricardo, apaixona-se por Marta, loura, linda, e os dois mantém um affair tão descarado que para Lúcio é impossível pensar que Ricardo não saiba. Talvez ele finja não saber; mas se sabe do caso de Marta e Lúcio, por qual motivo não faz nada a respeito?
Outra dica do rumo real da história.
Depois de certo tempo, Marta pára de ver Lúcio e ele sofre ao perceber que ela está encontrando-se com Sérgio, um belo rapaz que também frequenta a casa de Ricardo.
Marta, a esposa, requer uma leitura mais atenta, pois ela será o estopim da absurda situação final.
Esse livro não deixará o leitor indiferente. Em A confissão de Lúcio, nada é o que parece.



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Leticia 27/03/2018

A arte da indefinição
Quando minha professora de Análise e Crítica Literária nos pediu para ler A Confissão de Lúcio, de Mário de Sá Carneiro, dei um suspiro interno de tédio, cheia de expectativas ruins sobre o livro. Como diria minha mãe, cuspi para cima e caiu na testa, porque esse é um dos livros mais fascinantes que já tive o prazer de ler.

Primeiro de tudo, Lisboa e Paris são os destaques dessa narrativa tão rica. As duas cidades transmitem sentimentos totalmente opostos no leitor e é um recurso que o autor usa para estabelecer o ritmo diferente das duas capitais e do comportamento dos personagens em diferentes cenários. Lúcio, nosso narrador, está contando sua história com seu amigo Ricardo e a esposa dele, Marta. Esse trio e suas diversas formas de envolvimento são o centro da narrativa, que usa de pano de fundo toda a organização social da época do Modernismo para ilustrar a relação entre esses três.

site: https://viciovelho.com/2018/03/27/a-confissao-de-lucio/
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