A confissão de Lúcio

A confissão de Lúcio Mário de Sá-Carneiro




Resenhas - A Confissão de Lúcio


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jota 28/11/2021

BOM: mas confesso que essa confissão não me entusiasmou tanto assim; continuo firme com Eça e Saramago...
Lido entre 22 e 26/11/2021.

Pouco eu sabia de Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) até me deparar com A Confissão de Lúcio (1914). Que tem uma escrita nada parecida com a de Eça de Queirós ou a de José Saramago, dois ilustres autores lusitanos de quem já li bastante coisa. A Confissão... é um texto de vanguarda, que rompe com a narrativa portuguesa tradicional das histórias centradas no código início, meio e fim, tendo muito mais a ver com, p. e., a poesia modernista de Fernando Pessoa.

De Pessoa o livro traz uma significativa citação em sua abertura: “... assim éramos nós obscuramente dois, nenhum de nós sabendo bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro viveria...”, do poema Na Floresta do Alheamento, que faz parte do Livro do Desassossego. Quer dizer, o inconsciente tem importante papel na literatura de Sá-Carneiro.

Característica destacada pelo professor Leodegário Amarante de Azevedo Filho, que fez a apresentação de Sá-Carneiro em algumas edições brasileiras do livro. Paixão, ciúme e crime se fazem presentes nessa história delirante em que o personagem confessa ser inocente após passar dez anos preso. Não é todo dia que temos uma novela “policial” como essa para ler.
Paulo Sousa 28/11/2021minha estante
Tou pegado n?As intermitências da morte! ??


jota 28/11/2021minha estante
Um ótimo Saramago esse, Paulo, assim como Caim.


Paulo Sousa 13/12/2021minha estante
Concluído. Nota 5 As intermitências da morte!!!


jota 14/12/2021minha estante
Um Saramago de tempos em tempos é sempre muito bom, sem dúvida.




Cabelo 27/04/2010

Um livro de sensações
Um triângulo amoroso é uma leitura superficial da obra. Mais fiel seria dizer um amor que catalisou uma série de atos e relações que levam a um crime. Um crime passional - mas não um crime passional comum, como se vê nos noticiários. Até porque o amor apresentado no livro é enlevado, ao mesmo tempo em que é contido, não expressamente revelado. É velado e até certo ponto repudiado, incompreendido e todas as dificuldades, as ações e, sobretudo, as angústias nascem desse conflito.







O conflito do próprio narrador-personagem, também vivido pelo outro personagem do “triângulo”, é fruto de seu criador; eles são alter-egos do próprio escritor Mário de Sá-Carneiro. A confissão desse narrador após dez anos de solidão preso, que sequer é um criminoso propriamente dito, mostra a inocência e culpa da incapacidade de manifestar ou expressar o verdadeiro amor que sentem que . A narrativa é composta muito de sensações e sonhos do seu narrador. E no fim das contas, fica difícil até de se afirmar que houve de fato um crime, que houve de fato um adultério, ou mesmo que um triângulo, ou que a mulher desse triângulo, Marta, realmente existiu e não foi uma metáfora para uma relação socialmente impossível, mas vivenciada na prática, e estigmatizada na prática.







Tudo isso em um “cadinho” de livro muito condensado e impressionante.


http://literaturacotidiana.com.br/?p=2918
Amanda 15/07/2011minha estante
Livro estrambótico!


Josefa Costa 28/05/2012minha estante
Tive a oportunidade de ler este livro recentemente, o qual achei muito envolvente.
É muita sensação e imaginação!


Cabelo 12/06/2012minha estante
é muito instigante!




rafa moreno 13/09/2009

a confissão
É incrível como a mente humana nos engana. Durante a maior parte do livro eu fui envolvido pela história e não quis compreender o que realmente se passava e no final do livro tudo veio à tona e me senti enganado pelo autor. Foi divertido
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Quel 28/07/2009

Um livro para saborear !!
Minhas últimas leituras foram bebidas aos litros...
Já "A cofissão de Lúcio" pede uma leitura mais calma...é muito poético e envolvente!
Uma obra que li aos sorrisos..embora seja dramática.
Doce loucura!rs
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Cássia 17/12/2009minha estante
A homossexualidade velada na novela nos faz ver a necessidade do personagem construir a imagem de Marta o lado feminino de Ricardo, o que nos dá um clima de mistério, fazendo o leitor voltar, ao fechar a última página, rever diálogos e sentimentos, para colher o sentido do assassinato e quem de fato foi morto, quem existia de fato, quem era fruto de imaginação, quem era os reais amantes.




Iza 06/10/2009

delírio
história excêntrica, bizarra, imaginária, onírica, fantasiosa, delirante...muito interessante!
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Suzane 18/01/2010

Livro belo, existencialista e surpreendente. Experimentei a mesma sensação que tive quando li o Retrato de Dorian Gray. Deve ser por causa do desfecho. Recomendadíssimo!
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Éberton 16/02/2011

Literatura portuguesa, moderismo.
Livro da literatura portuguesa, conta a história de Lúcio que é preso e condenado a dez anos por um crime que não cometeu e no fim nem ele sabe se o crime realmente aconteceu. Narrado em primeira pessoa pelo escritor Mário de Sá-Carneiro considerado um dos mais originais autores do moderismo portugues.
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Mari 07/09/2011

Um livro penetrante, quando começa a ler é tudo o mais normal possível... mas quando acaba, um eterno mistério! Este é aquete livro que fica em sua cabeça por dias tentando descobrir o que houve por trás de toda a história.
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Fabio Michelete 27/01/2012

Surpreende
Bem elaborada, a obra conta o relato de Lúcio sobre o crime que o prendeu por 10 anos. Ele conta sobre sua vida de escritor, alternando-se entre Paris e Lisboa, seus hábitos e amizades. Dentre as amizades, a do casal com quem aprofunda relações, tornando-se amante da esposa do amigo.

Relato muito interessante da vida dos intelectuais no inicio do séc.XX. Me pareceu moderno para a época e de muito talento, mas ao mesmo tempo dá para ver a imaturidade do jovem escritor (pelo prefácio, suicidou-se aos 26 anos).

Em sua pouca idade, as verdades são absolutas, inexoráveis. Deve ter sido isso que o matou.

Mais reflexões em meu blog fmichelete.blogspot.com
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Tito 07/06/2012

Assombro.
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Lucas 07/04/2013

Interessante
A trama envolve o leitor a tentar entender o desenrolar da história até o final. Simplesmente ótimo, mesmo sendo um pouco confuso.
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otxjunior 12/11/2014

A Confissão de Lúcio, Mário de Sá-Carneiro
O livro começa com o personagem do título justificando seu relato. Lúcio sente a necessidade de narrar seu caso, não tanto como uma confissão dos motivos de seus atos, mas quase que para se convencer da realidade dos acontecimentos que resultaram em sua prisão por dez anos. Pois a história é envolta em estranheza digna dos contos mais sombrios de Edgar Alan Poe, por exemplo.
Inicialmente, no entanto, esse clima é dispersado pelas luzes de Paris da Belle Époque. Período e lugar pelos quais o autor é fascinado e empresta sua experiência ao protagonista. Portanto, Lúcio, escritor promissor, muda-se de Portugal para França. É quando o romance concentra-se nas relações dele na sociedade francesa do início do século passado. Vale notar a descrição de uma festa para a qual Lúcio foi convidado, que estabelece o que foi o fervor de ideias originais desse período, os novos valores morais e estéticos das rodas de filósofos e artistas da época. Na mesma medida, observamos a melancolia, principalmente entre os poetas, para quem sentimentos em geral já não bastavam e procuravam incessantemente outra fonte para seu prazer ou algo que os aproximasse mais da Verdade. Essa angústia dos personagens é compartilhada por Mário de Sá-Carneiro, que poucos anos depois do lançamento desse livro, ainda muito jovem, cometeu suicídio. Mais conhecido por suas poesias, Sá-Carneiro claramente foi autobiográfico nessa obra de vanguarda do modernismo português. O relacionamento central nesse livro, por exemplo, pode ser lido como uma alegoria da homossexualidade reprimida do autor.
Ainda em harmonia com sua prosa poética, A Confissão de Lúcio termina com uma cena que impacta e que dificilmente, apesar da linguagem, reconheceria como algo escrito há mais de cem anos.
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Prof. Edivaldo 10/01/2015

Mistério...
Tenho preferências por livros narrados em primeira pessoa. Há muito gostaria de ter lido “A confissão de Lúcio” e agora, depois de o fazê-lo, eis ,minhas impressões da leitura: Confesso que no início da narrativa fiquei um tanto entediado. A personagem Lúcio frequentando aqueles ambientes da alta sociedade parisiense conhece, por intermédio de um escultor, um artista com o qual mantém uma intensa amizade, Ricardo de Loureiro. Este lhe faz confidências, mergulhando em sentimentalismos (lamúrias amorosas não correspondidas), o que me fez lembrar do romance “Mademoiselle de Maupin” de Theóphile Gautier. Do meio para o fim é que a narrativa toma um ritmo mais intenso, forte e com requintes de sensualismo o que vai culminar com o desfecho trágico e “estrambótico” (termo reiteradamente repetida pelo autor). Notem que esta é minha impressão da leitura, feita no âmbito da narrativa em si, desprovida do caráter técnico da crítica.
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CultEcléticos 13/10/2015

Trata-se de uma das obras de maior importância do escritor português Mário de Sá-Carneiro: o conto aborda o suicídio, o amor e a loucura de modo brilhante e até inusitado. Um triângulo amoroso é apresentado ao logo da narrativa entre as personagens Lúcio, Ricardo e Marta deixando com o leitor entre em questionamento sobre a existência de Marta.

A narrativa é feita em primeira pessoa e, portanto, temos a uma das personagens, Lúcio, como o narrador da história fazendo com que toda a verdade a ser revelada seja passível de questionamento. Segundo o próprio narrador-personagem: “Não importa que me acreditem, mas só digo a verdade – mesmo quando ela é inverossímil.”

É bastante interessante o fato de a narrativa se iniciar pelo fim. Sim, assim começa a narrativa: deparamo-nos de cara com o desfecho da história que será contada. E não é um final surpreendente, o que faz o leitor entender que nem mesmo o final pode ser encarado como óbvio e o desenrolar dos fatos. A trama, mesmo tratando-se de uma temática comum – um triângulo amoroso –, sai da obviedade quando planta a dúvida se realmente acontecia fisicamente um triângulo amoroso, ou se apenas se tratava de uma fantasia criada pelos ciúmes, pela obsessão de Lúcio. Dessa forma, não é à toa que a escolha de uma narrativa sob aspecto ora de um diário íntimo, ora documental.

A maneira, então, que o narrador utiliza a linguagem dá-se por no presente ao contar ao leitor sobre os acontecimentos de uma década atrás e mais, o narrador espera do leitor uma postura de juiz; espera ser julgado pelos atos à medida que os vai revelando a fim de justificar sua punição injusta já que deixa claro que, embora não tenha se defendido, não cometera o crime que o condenou à prisão.

Uma história envolvente ambientada, inicialmente em Paris de 1895. E quando Lúcio é apresentado a Ricardo e uma festa, é instantâneo nascimento de uma grande amizade e admiração mútua. Dessa amizade nasce uma relação visceral e extremamente afetuosa.


E quando Marta surge em cena, forma-se o triângulo! Os três tornam-se inseparáveis. Daí confundem-se aos próprios olhos e aos olhos do leitor que, tomado de incredulidade, tem a revelação do crime que não acontecera e que resultara na morte de um, no desaparecimento de outro e na condenação de Lúcio.

(Liz Frizzine)
Resenha publicada no site CultEcléticos:

site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literaria-a-confissao-de-lucio-2/
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