Ana 07/02/2018
Nada é o que parece
A confissão de Lúcio é um livro de Mário de Sá-Carneiro que flerta com a fronteira entre fantasia e realidade, e aproxima-se da literatura fantástica.
É um livro que passa-se nos anos finais do século 19.
A história é narrada por Lúcio, que conta os fatos que vivenciou, sendo acusado por uma morte que não cometeu; caberá ao leitor julgar a veracidade dos fatos, tendo como norte apenas a palavra de Lúcio, analisando se ele fala a verdade ou não.
No princípio parece apenas a história de um triângulo amoroso que resultou em um crime passional comum, mas à medida em que a história avança, podemos perceber que não se trata disso.
Em uma festa, Lúcio, narrador-personagem, é apresentado a Ricardo Loureiro.
Os dois tornam-se amigos, com uma certa amizade platônica que aproxima-se do homoerotismo; mas no caso dos dois, sem erotismo, pois Ricardo acredita que não pode possuir alguém do mesmo sexo; só se ele ou o outro trocassem de sexo. Essa já é uma dica do rumo que a história tomará.
Tempos depois, Ricardo apresenta a Lúcio sua esposa, Marta.
Lúcio chega a sentir inveja de Ricardo, apaixona-se por Marta, loura, linda, e os dois mantém um affair tão descarado que para Lúcio é impossível pensar que Ricardo não saiba. Talvez ele finja não saber; mas se sabe do caso de Marta e Lúcio, por qual motivo não faz nada a respeito?
Outra dica do rumo real da história.
Depois de certo tempo, Marta pára de ver Lúcio e ele sofre ao perceber que ela está encontrando-se com Sérgio, um belo rapaz que também frequenta a casa de Ricardo.
Marta, a esposa, requer uma leitura mais atenta, pois ela será o estopim da absurda situação final.
Esse livro não deixará o leitor indiferente. Em A confissão de Lúcio, nada é o que parece.