Reze pelas mulheres roubadas

Reze pelas mulheres roubadas Jennifer Clement




Resenhas - Reze pelas mulheres roubadas


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Nana 17/10/2018

Reze por um mundo melhor!
Esse é um tipo de livro que fica na nossa memória por um tempo, devido a sua história triste, chocante e dolorosa.
É ficção, mas foi baseado em relatos reais de moradoras das regiões mais violentas do México, onde os traficantes de drogas dominam totalmente o local. As personagens vivem sob constante ameaça de violência.
A história é narrada por Ladydi, uma adolescente que mora com sua mãe em Guerrero, na zona rural do México, local onde as meninas precisam fingir-se de meninos para não serem roubadas pelos traficantes e usadas com escravas sexuais. O pai fugiu para os EUA e nunca mais voltou.
Apesar dessa leitura ter sido bastante pesada e ter me deixado angustiada com tantos horrores, me ensinou sobre uma realidade que eu não conhecia e me mostrou o poder do crime organizado no México.
Terminei de ler aprendendo um pouco mais sobre os horrores que o ser humano é capaz e refletindo sobre a minha vida.
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Vani Vaninha 10/10/2017

"A melhor coisa que você pode fazer no México é ser uma menina feia."

Escrito a partir de diversas entrevistas feitas durante anos pela autora, Reze pelas mulheres roubadas é uma obra de ficção escrita para revelar a dura realidade das mulheres no México atual.

Com uma linguagem poética o livro narra o dia a dia das mulheres de Guerrero, uma pequena comunidade de beira de estrada, aos pés de uma montanha a poucos quilômetros de Acapulco e próxima à fronteira com os Estados Unidos.

Não existem homens em Guerrero. Todos os homens vão embora. Alguns se envolvem com o tráfico mas a maioria decide atravessar a fronteira em busca de uma vida melhor, abandonando esposas e filhas. Alguns retornam uma ou duas vezes para rever a família mas a grande maioria jamais volta.

Abandonadas as mulheres da cidade precisam lutar para sobreviver. A maior batalha que elas enfrentam, no entanto, não é contra a pobreza ou a fome e sim contra os traficantes que sequestram todas as garotas consideradas bonitas. As garotas sequestradas não voltam.

É nesse cenário que conhecemos Ladydi e suas amigas. Para que as garotas não sejam levadas as mães usam diversos artifícios para que pareçam feias e sempre que uma SUV é avistada as meninas precisam correr para se esconder. As que não conseguem são levadas e não há a quem recorrer: a polícia e até mesmo o exército estão comprados.

Abandonadas, traídas, usadas como mulas, como bode expiatório, marcadas como se fossem gado, estupradas, roubadas...

Não vou me estender muito para não acabar soltando um spoiler, mas devo dizer que o livro vale - e muito - a pena. Ele é fino e por isso dá para ler super rapidinho.

Se quiser saber mais sobre essa questão, o livro A morte de Sarai, de J. A. Redmerski fala um pouco sobre o assunto e tem um filme chamado Juarez - esse baseado em fatos reais - que denuncia essa situação.

O México é considerado hoje um dos lugares mais perigosos para uma mulher viver.
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João 30/05/2017

Reze Pelas Mulheres Roubadas é mais um livro chocante que leio sobre a realidade de muitas mulheres no mundo.
Pelo que entendi a autora se baseou em fatos reais para criar o livro.
Uma realidade terrível para essas mulheres mexicanas.
Não dá pra falar muito sobre o livro,só digo que é uma excelente leitura.
Euflauzino 06/06/2017minha estante
já está anotado :D




Alcinéia_az 02/03/2017

Reze pra que seja um menino.

“Agora vamos deixar você feia, minha mãe disse. E assobiou. Sua boca estava tão próxima que ela cuspiu perdigotos em meu pescoço. Senti cheiro de cerveja. No espelho, eu a vi passar o pedaço de carvão em meu rosto. É uma vida sórdida, murmurou.”

O que dizer de Guerrero? É uma cidade do México, onde as meninas são disfarçadas de menino até os 11 anos de idade e depois são obrigadas a se transformarem em meninas feias. Uma cidade onde entre escorpiões, que podem matar com uma só picada, cobras, moscas, formigas vermelhas, calor e pobreza estrema nascem as personagens do livro de Clement. Dos olhos de Ladydi conhecemos esse mundo, tão distante e próximo de nós. E nada coloca mais medo nos habitantes dessa cidade do que os homens do tráfico. A mãe de Ladydi, sempre tem um pensamento crítico com relação a realidade o que faz dela uma mulher amarga, por saber muito bem onde esta inserida e as consequências disso. “Não existe nada pior do que uma filha sem pai, minha mãe dizia. O mundo simplesmente devora essas meninas vivas.”.

Sem dúvida o melhor livro que já li, a autora conta a realidade com poesia, é surpreendente, mudamos para Guerrero e podemos ver e sentir cada local e conhecer cada personagem, fazemos parte da história e quando lemos a última página do livro, ele continua dentro de nós. Ladydi estará sempre dentro de cada leitor que se emocionou com sua história. Ela era uma garotinha que fazia orações ao contrário, pois sua mãe sempre dizia para fazer suas orações ao contrário, pois se Deus realmente soubesse do que precisava, ele nunca daria.

“O que todo mundo sabia era que a fila de visitantes esperando para entrar na cadeia feminina era curta. A fila de visitas na cadeia masculina era longa e se estendia por pelo menos dez quarteirões. Podia levar horas para os visitantes finalmente conseguirem entrar para ver os homens. Foi Luna quem me contou isso. Não há nada mais que se precise saber, ela disse. Ninguém visita as mulheres. Todo mundo visita os homens. O que mais precisamos saber a respeito do mundo?”

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Renata (@renatac.arruda) 19/04/2015

O desespero de se nascer mulher em um mundo dominado por homens
Reze pelas mulheres roubadas se divide em três atos: o primeiro é o de iniciação, em que conhecemos a protagonista enquanto ela conhece a si mesma: as mudanças no corpo, a descoberta sexual, a clareza sobre sua realidade social, o abandono do pai, o vício alcoólico da mãe. Na parte dois do livro, Ladydi já é uma adolescente que, tendo terminado a escola, arranja um emprego como babá em uma mansão. É onde a vida de Ladydi começa a se tornar mais sombria, permeada de violências, ameaças e dificuldades até chegar no terceiro ato, que se passa na prisão feminina. E aqui, em que uma boa parte é escrito em prosa mais convencional, foi impossível não lembrar de Orange is the new black, o livro — inclusive, há na prisão uma personagem bem parecida com Piper Kerman, uma inglesa loira, rica e gente boa, encarcerada por tentar trazer heroína ao México. Mas dessa vez é como se a leitura trouxesse luz a tudo que Piper não pôde esclarecer: o lado das mulheres latinas e pobres, as assassinas, as prostitutas, as traficadas e vítimas de violência. As abandonadas e aquelas que não têm mais para onde ir. Especialmente tocante e brutal são as passagens em que as presas se reúnem para contar suas histórias através de colagens e podemos perceber que há humanidade até mesmo por trás de mulheres que matam seus próprios filhos:

Leia mais no Prosa Espontânea:

site: http://mardemarmore.blogspot.com.br/2015/04/reze-pelas-mulheres-roubadas-jennifer.html
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Paula 03/03/2015

Para ler a resenha, acesse:

site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2015/02/reze-pelas-mulheres-roubadas.html
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Delirium Nerd 29/01/2018

Um relato sobre o terror misógino que acomete o México
Uma vida vivida com medo e à espera do pior, em que um buraco cavado na terra é a “estratégia” usada pelas mães para evitar que suas filhas virem escravas sexuais. Essa é a rotina de mulheres que (sobre)vivem numa pequena localidade do estado mexicano de Guerrero, entre as cidades de Chilpancingo e Acapulco, um dos locais mais perigosos para se viver dentro de um país que é mundialmente conhecido por seus feminicídios. A histórica contada em Reze pelas mulheres roubadas pela escritora estadunidense (e de ascendência mexicana) Jennifer Clement foca na vida da pequena Ladydi García Martinez, que é pré-adolescente quando a narrativa se inicia.

Ladydi vive numa montanha onde, ela nos revela, não há homens. Ou estes imigraram para os Estados Unidos ou se afogaram/foram alvejados enquanto cruzavam a fronteira (atravessando desertos ou rios) ou então estão mortos/presos porque se envolveram com o narcotráfico.

As mulheres e meninas que restaram sobrevivem como podem, por meio de trabalhos precários e algum dinheiro enviado pelos homens que estão nos EUA (algo muito raro), e em contante estado de terror. Os narcotraficantes que vivem na região sabem que ali vivem apenas mulheres e suas meninas. De repente, despontam na estrada desértica com seus carros de luxo e armados até os dentes e sequestram as meninas, com o objetivo de vendê-las para outros traficantes como escravas sexuais.

O destino final de muitas das vítimas do tráfico sexual, quando já foram usadas e abusadas incontáveis vezes, é o feminicídio, o ato extremo de um continuum de violência que se apresenta desde o dia em que uma menina vem ao mundo. Como afirma Clement em uma entrevista ao Estadão, tendo como base o que ouviu das próprias mulheres: “Uma mulher pode ser vendida várias vezes por dia e para diferentes donos ,enquanto um saco plástico com droga só é vendido uma vez”.

Leia a resenha completa no link abaixo:

site: http://deliriumnerd.com/2017/11/28/reze-pelas-mulheres-roubadas/
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Ana 30/05/2018

Refletir sobre o que não conhecemos
Reze Pelas Mulheres Roubadas é uma obra ficcional, é uma história que se passa no México, mas poderia ser um documentário das pobres regiões em qualquer lugar do Brasil, onde a ausência do Estado é sentida nas ações mais simples e insignificantes do cotidiano.

Pela visão de Ladydi, uma menina de 11 anos, ficamos conhecendo as dificuldades das mulheres que vivem nesse povoado, com medo de serem roubadas como escravas sexuais para os traficantes da região.
Pouco a pouco vamos conhecendo a rotina dessa menina que vive com sua mãe, uma rotina de medo, de comida escassa, da falta de saneamento básico, da falta da educação básica, da segurança. Tudo isso se reflete em suas personalidades: a mãe entrega-se ao vício do álcool e submete a filha à situações de perigo; a filha busca nos vizinhos e amigos o amparo social que o Estado deixa de oferecer.

Falar dos Direitos Humanos parece distante onde o Estado se ausenta. Como falar do direito ao voto para uma menina que não tem nem mesmo o direito à vaidade ? já que precisa se parecer e se comportar como um menino maltrapilho para não ser roubada como escrava sexual? Como falar do direito à educação quando os professores encontram-se desestimulados a oferecer qualquer tipo de ensino numa região pobre e de difícil acesso?

Não é difícil entender que a massificação do acesso de informações ? como uma televisão com acesso a canais de TV a cabo e canais ditos cultos ? torna ainda mais abstruso acreditar que as pessoas estejam sem acesso a alimentos e sendo regadas com veneno. Que o tráfico de drogas seja a instituição que amedronta e protege, visto com tanto temor como oportunidade para uma vida adulta de acesso ao dinheiro e seus luxos, mas não à educação e cultura.

Reze Pelas Mulheres Roubadas nos faz refletir sobre a realidade dos que têm tão pouco e sentem de forma mais impactante as lacunas do Estado e diante das dificuldades cotidianas sequer conhecem ou reconhecem a falta dos mais básicos dos seus direitos: a dignidade.
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Viviane 03/11/2016

Um soco no estômago
Embora seja um romance é baseado na realidade do tráfico de mulheres no México.
A protagonista, Ladydi é uma menina que nasce em uma montanha no México, vive só com sua mãe, pois o pai foi embora para os EUA.
Ao longo da infância as mães protegem as filhas cortando seus cabelos curtos, enfeiandos-as.
Ladydi tem suas amigas inseparáveis, ao longo do livro vamos descobrindo o destino de cada uma.
É chocante! Um final comovente e surpreendente.
Recomendo muito!

"Uma mulher desaparecida é apenas uma outra folha que corre pela sarjeta durante uma tempestade, ela disse. "

Leiam!
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San... 15/09/2016

Fico me perguntando, como, em pleno século XXI, nos deparamos com uma realidade inaceitável, onde a lei do mais forte ainda seja um imperativo. Embora ficcional, a realidade vivida nos locais onde os quartéis ditam as regras é exatamente essa. Boa leitura para que saibamos que, no resto do mundo, a vida segue cursos completamente divorciados de nossas experiências pessoais.
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Christiane 24/07/2021

O livro da jornalista Jennifer Clement é escrito em forma de ficção para dar conta de mostrar e denunciar o que ocorre no Estado de Guerrero, ao sul do México, dominado pelo narcotráfico.

O relato é poderoso e impactante, mas consegue também mostrar como estas mulheres conseguem viver neste mundo que as rodeia sem vermos um pingo de autocompaixão, mas sim de aceitação de como é suas vidas e do que devem fazer para sobreviver a isto.

As mães rezam para que nasça um menino, mas quando é uma menina elas tratam de divulgar a todos que foi um menino e mantém a criança de cabelos curtos vestidas como meninos. Quando elas crescem é a hora de enfeia-las, cabelos curtos, sujam os dentes para que pareçam podres, jamais pintam as unhas. Um buraco cavado perto de suas casas é onde se escondem ao menor sinal de aproximação de uma SUV com os traficantes que vem roubar as meninas para vender.

Uma vida miserável, sem nenhuma expectativa de futuro, mas ainda assim as quatro garotas da história onde a principal personagem é Ladidy, não em homenagem à princesa, mas como um ato de vingança de sua mãe às traições do marido, conseguem ir a escola (quando tem professor) e são unidas por uma forte amizade. O salão de Rute chama-se "Ilusão", um local não para o embelezamento da mulher, mas sim para a feiura.

A montanha onde vivem já foi uma comunidade, mas hoje, após a construção da estrada que liga a Cidade do México à Acupulco é um local onde vivem poucas mulheres, pois seus homens foram embora para os Estados Unidos, a estrada dividiu a comunidade e muitos morreram. A única coisa que a mãe de Ladidy faz é assistir TV graças a antena parabólica que ganhou do marido que nunca mais voltou, e esta também é a única abertura para o mundo, uma cultura de televisão. O local é cheio de insetos, formigas e também escorpiões, a casa de Ladidy tem dois cômodos e o chão é de terra batida, o calor é insuportável.

Uma das garotas, a mais bonita, Paula, um dia foi roubada. Ela vai conseguir voltar mas nunca mais será a mesma. Ladidy terá a oportunidade de ir trabalhar em Acapulco, o que também não irá melhorar sua vida, pelo contrário, se verá envolvida num crime. Qual a única esperança destas pessoas? ir para os Estados Unidos.

A autora entrevistou por mais de dez anos mulheres nas regiões mais violentas do México. Baseada nisto ela criou este livro em forma de ficção para colocar palavras nisto que é inefável para as protagonistas e com isto fazer mais uma denúncia. Até quando?
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Ana 28/08/2016

Incrível!
Um relato que, porém fictício, nos transporta para uma realidade dura do tráfico de mulheres e prostituição infantil no México. Leitura envolvente do começo ao fim.
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Gabriela 23/04/2015

Resenha em vídeo
Resenha em vídeo

site: https://www.youtube.com/watch?v=5LZu57JO2ik
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