Olívia Saldanha 24/07/2020
Nós somos Malala
A história de Malala é muito inspiradora, uma menina que com tão pouca idade já se destacava pelo seu espírito crítico e luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. Malala, é corajosa, destemida, muito inteligente e igualmente humilde, em nenhum momento do livro ela afirma se sentir superior a alguém, mesmo tendo sido a mulher mais jovem a ganhar um prêmio Nobel da Paz, quando tinha apenas 16 anos.
Apenas por sua personalidade o livro já vale a leitura, mas posso garantir que ele vai muito além disso, ele faz uma viagem a história do Paquistão como primeira nação islâmica do mundo fundada em 1947 por Muhammad Ali Jinnah que possuia como um de seus princípios a criação de uma nação igualitária, onde todos, independente de gênero, credos ou etnia pudessem conviver pacificamente, passando pelo governo de Benazir Bhutto primeira mulher a ser eleita Primeira- Ministra de seu país (uma das ídolas da autora do livro), até descrições acerca da cultura
Pachtuns e do vale do Swat.
O livro é muito eficiente na quebra de certos preconceitos que algumas pessoas ainda possam possuir acerca da cultura islâmica, nesse sentido Malala afirma constantemente que a proibição das escolas femininas, de mulheres ocuparem determinadas locus sociais não constam do Corão, e que a visão deturpada do papel feminino naquela cultura se dá em razão de infundados extremismos.
Outro ponto que merece destaque é o apoio que seus pais sempre deram a Malala para que ela pudesse questionar as determinações do Talibã. Malala afirma constantemente que seus pais, em especial seu pai, foram cruciais para o reconhecimento que ela possui hoje, e que qualquer menina de sua classe também seria uma Malala caso seus pais as encorajassem.
Ler este livro faz com que busquemos dentro de nós a Malala que ali existe, a coragem e determinação feminina de poder alcançar o que quisermos. Leitura extremamente inspiradora e muito rápida.