O País do Carnaval

O País do Carnaval Jorge Amado




Resenhas - O país do Carnaval


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Jhones 19/02/2021

"O país do Carnaval" é o livro de estreia de Jorge Amado, escrito quando ele tinha apenas 18 anos.
Nesse romance, o personagem principal é Paulo Rigger, um brasileiro que retorna da Europa após passar sete anos por lá a fim de se formar em Direito. No Brasil, junto com Pedro Ticiano, Ricardo Braz, Jerônimo Soares e José Lopes formam o grupo de amigos que são os personagens centrais do livro.
Paulo Rigger se sente deslocado e estranho em sua própria terra, a qual critica constantemente e o apelida de "país do Carnaval".
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"Leu os jornais. O povo estava aborrecido, porque o governo não queria dar aos clubes carnavalescos a ?ajuda? de praxe. Paulo riu:? País do Carnaval! País do Carnaval! Eu se fosse presidente ou ditador, decretaria um Carnaval de 365 dias... Adorar- me- iam..."
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Esses amigos veem na figura de Pedro Ticiano, um homem cético e indiferente, o líder do grupo. Ticiano não busca a felicidade pois acredita que ela não existe.
Cada um deles vai fazer sua própria busca e tentar provar se Ticiano estava certo ou não.
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O livro tem uma aura pessimista e melancólica e mais do que personagens, cada um dos amigos reflete as ideias conflitantes presentes dentro do jovem Jorge Amado, o que revela alguns traços autobiográficos da obra.
Na época da publicação do livro a Revolução de 1930 era recente. No prefácio Amado chegou a dizer:

"Este livro é como o Brasil de hoje. Sem um princípio filosófico, sem se bater por um partido. Nem comunista, nem fascista. Nem materialista, nem espiritualista."
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O livro, apesar de o enredo ser simples e a história curta porém envolvente, diz muito sobre o nosso país, que mesmo após 90 anos da publicação da obra continua praticamente o mesmo.
Jorge Amado já me conquistou em seu primeiro trabalho e não preciso dizer que essa é uma indicação certa!
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Flávio 19/02/2021

A dúvida é o preço da pureza
Paulo Rigger retorna ao Brasil, após formar-se em Direito, na Europa. O vapor que o trouxe atraca no Rio de Janeiro, às vésperas da Revolução de 1930. É carnaval. Ele é herdeiro de uma fazenda no interior da Bahia, e tinha ido para o exterior estudar, 7 anos antes. Metido em farras e deleites, vive em busca da felicidade. Em conversas de bar debatendo com amigos, procura sentido para sua vida. O implacável Pedro Ticiano, um velho de 69 anos, o faz acreditar mais ainda no ceticismo, e o ensina a trilhar o caminho da dúvida.
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DTK 16/02/2021

Cá estava eu tentando entrar no espírito carnavalesco de 2021 mas em casa e quietinha, enfim.

Gostei em especial das primeiras vinte páginas em que há a apresentação dos personagens e então das últimas vinte páginas, em que descobrimos como cada um deles segue com sua vida, o resto do livro foi um exercício de paciência (por isso apenas três estrelas).
Imagino que teria me relacionado mais aos questionamentos acerca do sentido da vida e sobre a felicidade feitos pelos personagens caso tivesse lido na minha adolescência mas, no total, curti bastante a vibe das discussões.
Sempre gosto de destacar: me admira como um século após sua primeira publicação, Jorge Amado continua se mostrando muito atual, tanto em temas quanto em estilos narrativos, livro excelente e fácil até mesmo para aqueles que não costumam ler coisas mais antigas. Indico a leitura a todos os fãs do Jorge.

Fair warning: livro com acontecimentos racistas e machistas, próprio de sua época. Todas as mulheres retratadas são secundárias e pouco relacionáveis, os personagens principais são todos homens letrados, burgueses e que possuem rivalidade para com os mulatos que acreditam estar invadindo o campo das letras e jornalismo.
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Sa | @umadose.de.literatura 06/12/2020

Muito filósofico
Achei muito interessante os questionamentos dos personagens, e as críticas feitas pelo autor. Incrível como Jorge Amado, com apenas 18 anos decorria tão bem acerca das correntes filosoficas e escrevia sobre temas tão críticos
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Vitória Duarte 28/10/2020

É um bom livro, não é perfeito, mas como o próprio Jorge Amado disse "os defeitos desse livro são a minha maior honra".
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Naiana 18/09/2020

Primeira obra de Jorge Amado, ainda adolescente, retratando a angustia dos jovens em descobrir o sentido da vida, o qual ele chama de "fim". Seria o propósito da vida a religião, a felicidade, o amor ou a indiferença do seu curso, sendo levado pelo que vier? Será feliz apenas os ignorantes que se conformam com as brevidades do destino, ou todos seremos eternos infelizes angustiados pelo que o futuro os reserva?

Não foi a sua obra que mais me fascinou, mas deixou evidente ser a primeira obra de quem se aventura no meio dos livros, com suas angustias juvenis retratadas em 5 distintos personagens, Paulo Rigger, Pedro Ticiano, Ricardo Brás, José Lopes e Jerônimo.
Edson Camara 18/09/2020minha estante
Excelente resenha, me despertou a curiosidade em ler o livro. Obrigado.




Vivitamina 27/07/2020

E vamos de livro favorito.
Um embalo à sociedade brasileira da década de vinte com a delicadeza que só um poeta teria.
Jorge Amado, ah, Jorginho.
Me senti abraçada e mergulhada. Estive dentro das mesas de bar junto de Paulo, Jerônimo, Pedro, Ricardo e até O Gomes.
Que livro!
Que filosofia!
A viagem mais pessoal que pude fazer. De marejar os olhos de gente grande, e de fazer sonhar gente pequena.
Amo com todo o amor que se tem no mundo, esse primeiro livro de Jorge Amado.
Se pudesse, se meu dinheiro desse, traria esse homem de volta à vida, só pra lhe agradecer pelo presente que me deu sem saber!
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Elo 18/05/2020

Um ensaio existencialista de Jorge Amado de clara influência de seu ilustre amigo, Sartre. Livro recheado de críticas ao contexto político da época, mas aborda uma série de questões sociais que perduram até os dias atuais.
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Nivia.Oliveira 22/02/2020

O Brasil é o país do carnaval.
Quando Jorge Amado diz que “os brasileiros sambam numa alegria doente” parece um paradoxo mas não é.
Paulo Rigger é o brasileiro que vai para o exterior, volta cheio de pompa, mas quando retorna percebe que é no Brasil que vai mendigar sua felicidade.
O carnaval é a antítese da serenidade que segundo Jorge “é a falsificação da felicidade”. E quantos de nós deixamos o cérebro em casa durante essa festa pagã? Se ele nos afasta da felicidade , que seja assim... Buscamos por amores multicoloridos, ou o “amor de carnaval”, essa satisfação momentânea não é felicidade? Ah é sim...apesar da carestia da vida, e vamos levando... “rebolando as ancas”.
Ser brasileiro é assim...desejamos 365 dias de carnaval porque três dias de liberdade é muito pouco... Estamos agarrados à vida... vamos curtir... por que só trabalhar, trabalhar?? Quantas vezes temos que deixar nossas aspirações para pagarmos nossas pensões?
Ser o país do carnaval também significa o país da bagunça. Que só aplaude quem está na oposição. Aquele que quer a revolução para sair do abismo e em seguida quer combater a revolução. É meu amigo “a fome samba nas nossas faces”. Mas durante o Carnaval as máscaras não precisam ser retiradas. Somos blagueurs... piadistas. Só um aviso: Falar mal da nossa Pátria amada, só cabe a nós, brasileiros.
Para Jorge Amado temos “uma necessidade enorme de crer...” Ora se o segredo de ter serenidade é não desejar, talvez nosso problema seja desejar demais... e nesse caso as ilusões podem ser úteis. E no final, parafraseando Giberto Gil, o brasileiro anda com fé, porque com fé não costuma falhar... Se a felicidade absoluta não existe, Paulo Rigger, por que sair do seu país?
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Vanessa 20/02/2020

Esse livro foi escrito a mais de 80 anos, mas vemos que a nossa sociedade não mudou muito... As contradições trazidas no livro e os "sonhos de um futuro próximo" mencionados sempre nos leva novamente pro nosso passado falho.
Adriano 20/02/2020minha estante
Estou lendo Jorge Amado em ordem cronológica. Por enquanto li até Capitães de Areia. "O país do carnaval " é um bom livro mas quando li "Cacau"


Adriano 20/02/2020minha estante
+percebi uma evolução gigantesca dele como escritor. Dos 6 primeiros gostei na seguinte ordem:

Capitães de Areia
Mar Morto
Jubiabá
Cacau
Suor
O país do carnaval




Carolina CM 31/01/2020

Trailer da obra do Jorge Amado
Esse é o primeiro livro do Jorge Amado, publicado quando ele tinha somente 18 anos. É um livro curtinho, mas conseguimos ver muitas coisas nele. A questão do Brasil, da brasilidade, também o funcionamento da sociedade da época e, principalmente, da intelectualidade. Conta a história de Paulo Rigger, filho de fazendeiro rico que volta ao Brasil depois de morar 9 anos em Paris. Ele se surpreende com o país, a questão do Carnaval, a distância da cultura européia, ao mesmo tempo que se perde em questões filosóficas com seus amigos como a busca pela felicidade passando pelo amor, sexo e religião... O personagem é um misto de moderninho e conservador. Mesmo sendo fazendeiro, vai trabalhar em um jornal com seus amigos. Aparece muita crítica social, a questão política, reflexões existencialistas em meio a esse país festeiro, O País do Carnaval. Paulo não curte muito o País do Carnaval e volta para a Europa. E você? Depois desse trailer do Jorge Amado, fica ou vai??? Eu fico! O próximo será Capitães da Areia.
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Jeff.Rodrigues 25/08/2019

Resenha publicada no Leitor Compulsivo
O Brasil, eternamente profetizado como o país do futuro. Um tal futuro que, apesar das idas e vindas da história, nunca chega. Esse Brasil de promessas recebe jovens vindos da Europa, rebentos que lá foram estudar, se atualizar e agora retornam trazendo um misto de expectativas e dúvidas. O que a terra pátria tem a oferecer? O que é possível esperar do país do futuro que ainda respira ares coronelistas e oligárquicos? Há, de fato, futuro na terra onde a única coisa que se leva realmente a sério é o carnaval?

Em seu romance de estreia, escrito aos dezoito anos, Jorge Amado nos apresenta uma história repleta de questionamentos e desdobramentos bem diferentes dos que vão marcar pra valer sua obra. O País do Carnaval carrega uma sátira que vai se repetir e se tornar mais ácida em obras futuras, contudo traz uma história que beira o drama e passa longe do estilo que consagrou o autor. Um grupo de jovens “perdido” por Salvador em busca de respostas para questões tão filosóficas quanto complicadas. São poetas e jornalistas, homens que carregam a cultura que falta à massa do país que procura o caminho desenvolvimento. Um grupo que se reúne em torno da produção de um jornal, que segue conselhos de um consagrado, mas já pouco influente cronista, e que segue de bar em bar atrás de um sentido para tudo que os rodeia.

Protagonizado por Paulo Rigger, filho de fazendeiro que voltou dos estudos na França, O País do Carnaval percorre através dos dramas de seus personagens o drama de um Brasil que não desengata. As desilusões amorosas, financeiras, políticas e religiosas que cada um enfrenta são, em grande parte, metáforas daquilo que o próprio país tem diante de si. Mesmo que o próprio autor deixe claro na abertura que se trata apenas de um romance sobre “homens em busca do sentido da existência”, é impossível não associarmos ao momento de tensão em que o Brasil vivia. Um país em busca de um sentido. Avançar e olhar para a frente ou se manter preso às amarras do passado?

Em muitos aspectos, e isso chega a ser um pouco assustador, algumas passagens do livro mostram-se extremamente atuais. Há certas frases que soam proféticas ou poderiam ter sido escritas por um Jorge em plena atividade em 2019.

“O Brasil é o país verde por excelência. Futuroso, esperançoso… Nunca passou disso… Vocês, brasileiros, velhos que já foram e rapazes que são a esperança da Pátria, sonham o futuro. ‘Dentro de cem anos o Brasil será o primeiro país do mundo’. Garanto que aqueles detestável cronista Pero Vaz de Caminha teve essa mesma frase ao achar Cabral, por um acaso, o país que viera expressamente descobrir. ”

A galeria de personagens em O País do Carnaval não é tão rica como veremos nas obras futuras do autor. Apegado aos conceitos e dúvidas que permeiam as vidas desses jovens, Jorge não se preocupou em desenvolvê-los tão bem como virá a fazer. Mesmo assim, a baianidade exala seus aromas e temperos a cada página.

A saga de Paulo Rigger vai terminar no mesmo ponto em que começou. Olhando para o Cristo Redentor ele parte com tantas dúvidas quanto no dia em que desembarcou. Ao longe, a folia toma conta das ruas cariocas e, oitenta e oito anos depois da publicação, ainda nos questionamos se há, de fato, futuro na terra onde a única coisa que se leva realmente a sério é o carnaval.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2019/07/20/resenha-o-pais-do-carnaval-jorge-amado/
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Fabio Shiva 24/08/2019

O Primeiro
Esse foi o primeiro de tantos livros de Jorge que eu li e que achei menos que excelente. Também pudera, foi o primeiro que ele escreveu, em 1931, quando tinha apenas dezoito para dezenove anos (sem contar um livro de poemas e uma novela que o próprio autor retirou da lista de suas obras completas). Ainda assim, a obra foi forte o suficiente para ser considerada subversiva e até foi queimada em praça pública, por determinação da polícia do Estado Novo, em 1937.

Sobretudo se comparado com seus livros posteriores, “O País do Carnaval” revela um autor ainda tentando acertar a mão. Aqui Jorge aparece raivoso em suas críticas à sociedade, sem a leveza e o fino humor que iriam caracterizar seu texto mais para a frente. Veja-se essa fala do protagonista Paulo Rigger logo no primeiro capítulo, como exemplo marcante:

“Hoje o feitiço domina. No Norte, senhor bispo, a religião é uma mistura de fetichismo, espiritismo e catolicismo. Aliás, eu não acredito que Cristo haja pregado religiões. Cristo foi apenas um romântico judeu revoltoso. Os senhores, Padres e Papas, é que fizeram a religião... Mas se o senhor pensa que essa religião domina o Brasil, está enganado. Há uma falsificação africana dessa religião. A macumba, no Norte, substitui a Igreja, que, no Sul, é substituída pelas lojas espíritas. No Brasil a questão de religião é uma questão de medo.”

A história gira em torno de Paulo Rigger, brasileiro filho de fazendeiro que foi educado na Europa e que não se sente identificado com seu país natal, de regresso ao lar em busca da “felicidade”, que poderia ser traduzida por um “sentido da vida”. Com seu grupo de amigos intelectuais, discute qual o segredo do bom viver, que uns acham que está no amor, outros na religião, outros na filosofia e outros ainda na renúncia a todos os desejos, no “viver por viver”. Achei interessante esse ser o tema central do primeiro livro de Jorge Amado, e sobretudo ele ter passado de raspão nas respostas que o Bhagavad Gita, principal obra da filosofia e da espiritualidade na Índia, dá para essas mesmas questões. Segundo o Gita, o segredo da felicidade está em agir livre de desejos, dedicando todas as ações a Deus.

Essa leitura reforçou em mim a percepção mística de um secreto parentesco entre a Bahia e a Índia, sendo as duas terras povoadas por uma gente de pele escura com uma profunda espiritualidade inata e uma inesgotável capacidade para a alegria. O fato do grande avatar da literatura baiana ter iniciado sua obra com uma pergunta que encontra sua resposta na mais sagrada escritura da Índia, para meu coração, não pode ser apenas uma simples coincidência.

Salve Jorge!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2019/08/o-pais-do-carnaval-jorge-amado.html


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Romildo 08/04/2019

O país do Carnaval(1931) - Jorge Amado
A história é bem obscura, principalmente o pensamento deles sobre tudo: viviam procurando um motivo para viver, sendo um grupo de infelizes, que não tinha nada de se orgulhar e que nasceram para fracassar na felicidade... Mas ao decorrer do livro cada um tenta encontrar sua própria felicidade por caminhos diferentes. Ocorrendo diferentes fins.
Gostei de algumas críticas sobre o Brasil e trechos pensativos que ele apresenta ao longo do livro(tentei colocar algumas, mas não achei no livro, só na próxima releitura kkk).

Obs.: primeiro livro de Jorge Amado, com apenas 18 anos e no início de sua fama literária.
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