Lolli 29/06/2021Separe o omeprazolNarra um período da vida da personagem Ayrton, que no anos 1920 conheceu o Prof. Benson e sua invenção, o porviroscópio, máquina capaz de mostrar qualquer momento da história passada ou futura na Terra até o ano de 3527.
Prof. Benson explica como criou a referida máquina e Miss Jane, filha do Prof. Benson conta a Ayrton algumas curiosidades do futuro e o modo de vida dos humanos que porvirão.
Miss Jane narra a Ayrton o contexto político do choque das raças ocorrido em 2228 nos EUA para que ele escreva um livro a respeito.
A estória narrada valoriza políticas eugenistas e racistas, com viés supremacista branco, além de se mostrar reducionista ao classificar a população estadunidense em apenas três grupos políticos: homens brancos, mulheres brancas e pessoas pretas (que na estória foram voluntariamente “despigmentadas” tornando-se “esbranquiçadas”, porém mantendo o “cabelo carapinha”).
A descrição do grupo político formado pelas mulheres brancas, as sabinas, é fascinante e ao mesmo tempo revoltante. Mais de uma vez Shakespeare foi citado em sua frase “She was false as water”.
Sabendo não levar a sério as soluções eugenistas, racistas e de viés supremacista branco, que são de embrulhar o estômago, o livro pode trazer discussões interessantes.
Fora a parte sócio-politica, também é curioso observar as tecnologias de informação e comunicação descritas no livro, principalmente quando lembramos que esse foi publicado na década de 1920 (antes de haver televisão, internet, etc).
Algo que me chamou bastante atenção foi classificar o transporte como o único problema material da vida.