Aline Teodosio @leituras.da.aline 31/12/2022
Escrito em 1764 pelo inglês Horace Walpole, O castelo de Otranto é tido como o primeiro romance gótico da literatura. A história tem como protagonista principal o próprio castelo, que esconde os mais sombrios segredos da realeza e justifica todos os acontecimentos que envolvem as pessoas que fazem parte do enredo.
A história inicia com a morte trágica do príncipe Conrado, que estava de casamento marcado com a princesa Isabela. Diante de tal fatalidade, seu pai, o cruel Manfredo, preocupado com a sucessão do trono, começa a demonstrar toda a perversidade contida em seu coração degenerado.
Eu, como entusiasta da literatura gótica e de terror, não poderia deixar de conhecer essa obra, que foi o marco inicial. Reconheço a sua importância, no entanto, não me agradou tanto quanto esperava. Há aquele ar sombrio dos tempos antigos, escadarias, alçapões, galerias e corredores assustadores. Há um mistério envolvendo a narrativa. Mas nada aterrorizante de verdade.
A escrita é gostosinha e fluida, apesar de pomposa e formal. Tudo aqui é muito intenso e dramático: as falas, os sentimentos, a devoção. As mulheres eram totalmente submissas e sem voz, se bem que deu para sentir na Isabela a minúscula fagulha de subversão. E eu entendo que tudo isso se deve à época na qual o livro foi escrito, mas mesmo assim, dá um pouco nos nervos.
Enfim, é um livro onde tudo começou, onde a ideia surgiu. A partir dele, muitos autores exploraram o gênero, muito foi espelhado, inspirado, bem como muito foi modificado. Tem seu valor histórico.