Mariana113 14/05/2022
o primeiro gótico
Nessa semana regida pela sexta-feira 13 nada melhor que uma leitura gótica cheia de castelos antigos, famílias amaldiçoadas, assassinatos e plot twists a cada página.
O castelo de Otranto é o centro da narrativa, um principado regido pela família Manfredo onde acontecerá o casamento do príncipe herdeiro, Conrado, com a jovem Isabela, uma nobre órfã da região. No dia do casamento uma coisa terrível acontece: um elmo gigante que ninguém sabe de onde veio cai sobre Conrado e o mata, acabando com a linhagem de Manfredo. O príncipe então desesperado resolve ele mesmo se casar com Isabela. O castelo recebe a visita de fantasmas e cavaleiros misteriosos, e uma antiga profecia sobre a família é desenterrada.
Publicado em 1764, o livro é considerado o primeiro do gênero gótico, que depois se desenvolveria até chegar ao que conhecemos hoje na literatura, na música, no teatro e principalmente no cinema. Como o primeiro, é possível perceber nele as sementes do que faz do gótico o que é, mas se formos pensar na escrita, não temos uma obra prima. Todos os eventos das suas 111 páginas poderiam ser muito melhor desenvolvidos, principalmente os diálogos, que me deixaram com uma sensação de agonia e atacou minha crise de ansiedade, não (apenas) pelo seu conteúdo, mas porque ninguém é direto. Talvez o objetivo do autor fosse criar esse sentimento de agonia que os próprios personagens estão sentindo, mas para mim só me deu vontade de pular as páginas para fugir dos diálogos.
Eu dei 3 estrelas para esse livro porque gostei da história e suas reviravoltas, mas a escrita não me agradou tanto. Recomendo a leitura para quem quiser conhecer o início da literatura gótica e para quem gosta de plot twists, porque nossa, eles não param até a última página (não acho que isso seja um defeito).