O Castelo de Otranto

O Castelo de Otranto Horace Walpole
Oscar Nestarez




Resenhas - O Castelo de Otranto


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Andreia Santana 10/02/2023

‘O ciúme lançou sua flecha’
Um príncipe rigoroso com os súditos, os servos e a própria família. Orgulhoso das insígnias dos antepassados, sempre pronto a empunhar a espada em defensa das suas terras...

Um feudo da Itália medieval é o cenário onde o aristocrata britânico Horace Walpole, quarto conde de Orford, desenvolve o que chamou de ‘experimentação literária’, misturando “a forma antiga e a nova de escrever romances”. Isso, em 1764, quando ele não só experimentou, como criou um gênero totalmente novo, o romance gótico, ao lançar O castelo de Otranto, seu livro de ficção mais famoso. Da lavra do pródigo conde escritor também saíram inúmeros ensaios e um compêndio de autores da Grã-Bretanha.

O castelo de Otranto é uma mistura fascinante de novela de cavalaria, realismo fantástico e histórias de fantasmas. Não à toa, o livro serviu de inspiração para diversos autores góticos, o inigualável Edgar Allan Poe entre eles. O livro de Walpole também serviu de incentivo para o romance mais lúgubre de Jane Austen, A Abadia de Northanger, que é de 1817, mas começou a ser escrito no começo da década de 1790, quando Jane tinha 15 para 16 anos.

No livro, o conde de Orford conta a história do príncipe Manfredo, do reino de Otranto, um homem colérico e orgulhoso, típico representante de um senhor feudal legítimo, que perde o único filho varão de forma trágica e inexplicável e dá início a um plano atrapalhado e pérfido para conseguir gerar outro herdeiro homem, já que nem passa pela cabeça do soberano entregar o reino à filha, princesa Matilda.

Além de viver assombrado pelos mensageiros do outro mundo, que parecem gostar bastante do seu sinistro castelo, Manfredo é um homem atormentado por segredos, culpas novas e antigas e pelo ciúme, esse veneno maligno que escorre pelas veias do príncipe e inunda seu coração, endurecendo-o ainda mais.

Muito sofrimento, arrependimentos e misérias de todos os tipos costuram o romance, que não seria gótico se não existisse essa propensão ao dilaceramento e à melancolia em quase todos os personagens.

Um fato curioso sobre o livro é que Horace, que era bastante visionário, escreveu dois prefácios para a obra. O primeiro é um engodo aos leitores, pois o conde inventou que havia encontrado um antigo manuscrito italiano medieval, sobrevivente à época das Cruzadas, com a espantosa história e, logo, ele era apenas um instrumento para a tradução e a divulgação dos horrores narrados no pergaminho.

Depois, na segunda edição e com o sucesso obtido pela história, Horace admitiu a autoria do romance e a criação do novo gênero literário.

Como o livro foi lançado quando o conde era membro do Parlamento Britânico, acredito que ele tentou disfarçar a autoria na primeira edição por temer que a sua incursão na ficção não fosse bem vista entre seus pares ou mesmo que a obra não obtivesse grande sucesso, o que também envergonharia o autor de estirpe nobre.

Na época de Walpole, obras de ficção ainda eram menosprezadas e consideradas indignas de serem escritas por cavalheiros aristocratas. Que bom que o conde de Orford, que morava em um palacete de arquitetura totalmente neogótica, caiu em si e parou de dar ouvidos a esse arcaísmo esnobe.

O exemplar que eu li:
Foi a versão em e-book da edição de 2019, da Editora Escotilha, que traz os prefácios da primeira e da segunda edição, minibiografia de Horace Walpole e artigo apresentando a obra e situando-a como pioneira do romance gótico. O e-book entrou na minha lista de indicados pelo Kindle Unlimited com base no meu histórico de leituras, no esquema de empréstimos que permite aos usuários do serviço a leitura de até 10 livros por vez da biblioteca de mais de um milhão de arquivos do aplicativo, que roda direitinho também em smartphones e tablets. O Unlimited tem uma assinatura mensal de R$ 19,90 que dá direito ao empréstimo de 10 livros por vez [a pessoa vai devolvendo os que já leu e pegando outros do acervo]. E, quem é assinante do Amazon Prime recebe livros gratuitamente, como bônus do Prime Reading.

Ficha Técnica:
O castelo de Otranto
Autor: Horace Walpole
Tradução: Oscar Nestarez
Editora: Escotilha (2019)
111 páginas
R$ 19,89 (capa comum, Amazon) ou no sistema de empréstimos do Kindle Unlimited
*Pesquisado em 07/02/23

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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A garota feita de páginas 01/02/2023

EU AMEI.
Vi muitas pessoas falando mal desse livro... MAS EU AMEI! É um livro com muitas reviravoltas, é um livro MUITO doido, muito bom, muito interessante e viciante.
Os personagens são bem desenvolvidos, a escrita não é cansativa, a história é EXTREMAMENTE envolvente, eu me apaguei MUITO a esse livro!

Amei, se tornou um dos meus favoritos!
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Leticia.Machado 14/09/2023

Durante uma boa parte da história eu fiquei bem confusa, não imagina que se desdobraria dessa forma e nem que teria tantos personagens, mas é uma ótima história. Fiquei um pouco triste com o fim de alguns personagens, mas era necessário para a "profecia" ter sentido e se concretizar.
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Joy 02/05/2022

Não é bem o que eu esperava, mas ...
Um castelo, um príncipe vilão e usurpador, donzelas em perigo, cavaleiros honrados e corajosos, e uma maldição e mistérios sobrenaturais. São os elementos que compõe esse romance, que é considerado um pioneiro da literatura gótica e de horror, e que inspirou os autores do gênero que vieram depois.

É uma leitura leve e bem fácil, apesar da época em que foi escrito.

O horror é bem datado, com suas bases teológicas que amedrontam o imaginário de todos no castelo. Os personagens são um pouco estereotipados, principalmente as personagens femininas.

Mas vale a pena ser lido pela importância literária, e pelo clima de tragicomédia gótica, que torna a leitura bem rápida apesar dos pontos que achei negativo.
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Rafael 26/03/2020

Bom
Um clássico bem construído, sem muita enrolação. Vai direto ao ponto. Pra quem gosta de literatura clássica, esse livro é uma boa pedida.
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Ruth Roland 10/12/2020

Clássico Gótico
Não posso tirar o mérito desse livrinho (é curtinho) de ser um clássico da literatura gótica, pois foi o primeiro romance que inspirou muitos do gênero e traz tudo que tem direito, castelo, assombração, sobrenatural, dramas familiares e romance. Mas...
Mas, não foi tudo que eu esperava. Mesmo com todas essas características, a história não foi assustadora, o suspense pra mim foi fraquinho, e algumas vezes a leitura se tornou até um pouco enfadonha, ainda bem que a história não era longa, rs'
Talvez para a época em que foi escrito, lá pelo século XVIII, as impressões eram outras. Valeu a leitura, claro, pois foi bom conhecer a famosa história que deu início ao gênero gótico na literatura.
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yerac 28/01/2023

"Este é um mundo mau..."
Por ser uma escrita do século XVIII, me vi um tanto estupefata com vários acontecimentos.
É uma leitura complicada, mas agradável e eu super indicaria para outros leitores!
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@estantedamarcia 20/01/2022

Fiquei um pouco decepcionada. Esperava mais para um livro que iniciou um gênero literário. O gótico.
Mas a história não me prendeu.
Mas pelo seu contexto histórico. Vale s leitura.
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Alina 30/03/2020

Um clássico muito bem construído! História simples, mas interessante. A leitura fluiu muito bem. Primeiro clássico que li que posso afirmar tratar-se de terror (ou o mais próximo disso). Muito bom!
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Karoline 29/12/2020

É interessante, mas não.
Assim, a leitura é válida pela importância dessa obra no cânone do gênero gótico, mas não é mesmo o melhor livro.
As personagens são bastantes problemáticas, principalmente lendo com a nossa perspectiva de século XXI, e o enredo chega a ser bem fraco e muitas vezes arrastado.
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Camila 12/09/2016

O Castelo de Otranto, H. Walpole
O romance é do inglês Horace Walpole e foi publicado em 1764. Nele, o autor coloca como personagem central, e pela primeira vez, um castelo. A característica arquitetônica gótica do castelo; com seus altíssimos portões, torres, janelas com vitrais, além de salas e mais salas; faz dele fonte rica para a imaginação.

O Professor, e Doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada da USP, Ariovaldo José Vidal é quem faz a tradução da edição que tenho em mãos, publicada em 2010 pela editora Nova Alexandria. Na apresentação do livro, também assinada por ele, vemos que o romance gótico foi inaugurado com esta obra, também conhecido como romance sobrenatural. Para ele, a narrativa criada por Walpole “levou ao extremo as fantasias e os terrores que, desde tempos imemoriais, vêm tirando o sono de leitores e ouvintes”.

A família de Manfredo, atual Príncipe de Otranto, é moradora do castelo. Segundo uma profecia, muito falada por aí, o castelo passaria da família de Manfredo muito em breve, assim que “o verdadeiro herdeiro estivesse grande o suficiente”. O Príncipe, cada vez mais preocupado com a tal profecia, quer casar o único filho o mais rápido possível. Conrado se prepara para o casamento com Isabela, mesmo com a saúde muito frágil resiste até que algo muito estranho acontece. O romance consegue surpreender a cada momento, é muito chocante para os padrões da época. Nada de muito bonito, que era o esperado, vem a seguir.

Um dos motivos por ter sido também considerado revolucionário, socialmente falando, é o fato de os serviçais, escravos, damas de companhia, serem aqueles que praticamente conduzem a coisa toda. São eles que, na maioria das vezes veem algo muito estranho acontecer, que contam para seu corajoso Príncipe o ocorrido e fazem comentários sobre tudo de forma cômica e divertida, com muita personalidade.

No prefácio para a segunda edição do livro, Walpole rebate à algumas críticas. Aparentemente a aristocracia leitora inglesa não gostou do aspecto citado acima. Tratavam com impaciência as falas dos serviçais, queriam ir logo para o “importante”, as falas das princesas filha e esposa de Manfredo e toda a pompa que as acompanhava.

“Em minha humilde opinião, o contraste entre o sublime de um e a simplicidade de outro revela o patético que existe no primeiro, sob uma luz mais intensa.” H. Walpole


Ainda sobre as críticas que recebeu, devido a isso, diz ele ter honestamente copiado Shakespeare nesse aspecto.

“Deixe-me perguntar se suas tragédias de Hamlet e Júlio César não perderiam uma porção considerável de seu espírito e de suas maravilhosas belezas, se o humor dos coveiros, as parvoíces de Polônio e as pilhérias desajeitadas dos cidadãos romanos fossem omitidas ou então travestidas de tons heróicos.” H. Walpole

A discussão mostra a pessoa a frente do tempo que era o autor. O Castelo de Otranto revela relações políticas e de poder deturpadas pela mentira, de romances entre casais clássicos de sangue nobre – que aqui não vão muito bem, tudo isso conduzido pelo sobrenatural – aparições de espíritos que vêm alertar e colocar ordem a bagunça que é resultado de curvas suspeitas no passado não distante da família de Manfredo.

O livro tem 151 páginas que valem a pena serem lidas. Vê-se nelas a origem de traços e estilo que se repetem muitas vezes até hoje, e que adoramos conferir por ser a reinvenção e atualização do gênero, o que mais se procura.

O livro foi publicado pela editora Nova Alexandria e pode ser adquirido nas lojas virtuais.

Originalmente publicado em Folhetim Felino.

site: http://folhetimfelino.blogspot.com.br/?m=0
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Mary Calore 08/05/2022

O livro é incrível, adorei a história e a sua construção, apesar de sua escrita achei meio difícil sua compreensão no começo, mas essa forma ajuda a ambientar a história. Recomendo, acho que todos deveriam ler.
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Yuzumato 24/03/2023

Mas quanta reviravolta pode ter num livro???????
Nossa,mas que leitura cheia de reviravoltas minha gente,eu gostei bastante,em muitos momentos foi surpreendente porém em outros especialmente no final foi bastante previsível.
Eu recomendo demais e nem vou falar muito aqui pq sério os começo do livro até a metade é bastante surpreendente e cheio de um misto de sentimentos e especialmente ódio e até raiva de personagens e suas atitudes chega a ser frustante de se ler vendo essas coisas mas tem que se considerar a época né? Mas ele também tem algumas cenas até que cômicas e um desenrolar bastante instigante recomendo a leitura.
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Julia 10/02/2022

Vi tanta opinião negativa desse livro que até me surpreendi com o quanto eu curti a leitura. Na primeira página já fica claro que, apesar de ser uma obra gótica, esse livro não é nenhum O morro dos ventos uivantes. Todos os personagens são extremamente caricatos, mas o rei Manfredo é TÃO irritante que me convenceu e eu fiquei super presa a história. No geral, foi uma leitura divertida e é sempre um prazer conhecer uma obra que inspirou tantos outros escritores incríveis.
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