LUA 24/01/2016Amores reaisResenha originalmente publicada no Mundo de Tinta.
Olá Pessoal,
A Resenha de hoje é de um livro de uma autora consagrada,Emily Giffin, que já ultrapassou a marca de 350.000 livro vendidos no Brasil e mais de 11 milhões no mundo. Lançado originamente como The One & Only em 2014.
Mas, por pura falta de oportunidade anterior,eu nunca tinha lido nada dela. E quando a Novo Conceito nos deu a chance de lê-lo fiquei bem curiosa em conhecer o trabalho da autora.
Vamos ver o que eu achei?
Pegue seus pompons de líder de torcida e vem comigo.
#Resenha:
Sabe quando você se encontra em uma personagem? Ou tem a impressão que poderia ser a sua história, a da sua amiga ou vizinha?
Esse livro traz uma história de amor “real”. Ou melhor, sem grande paixões, ou interesses sexuais.
Um amor que enfrenta algumas barreiras, mas que poderia acontecer a qualquer um.
Falando em qualquer um, assim é a nossa protagonista. Shea é uma mulher que você pode encontrar em qualquer esquina.
Trinta e três anos, solteira, com um namorado que todos consideram não muito adequado, ( no qual eu não vi nenhum problema significativo, até gostei do moço).Formada pela faculdade da sua pequena cidade onde vive, Walker, onde também trabalha como uma espécie de relações públicas do setor de esportes. Sua única grande paixão é o futebol americano. Sem grandes ambições ou vaidades, seu único orgulho é saber tudo sobre o esporte.
" ... A forma que enxergamos o mundo é pura questão de interpretação. É muito mais querer desejar, e esperar do que acreditar bem lá no fundo."
A história começa no funeral de Connie Caar, a mãe de Lucy, a melhor amiga de Shea. Esposa devotada e dona de casa perfeita, sua morte deixou um pesar enorme não só para sua família como para toda comunidade de Walker.
A família Carr praticamente adotou Shea na infância. Filha de pais separados, e com uma relação não muito amistosa com o pai, o protótipo de homem perfeito para Shea, é o treinador Clive Caar, viúvo e pai de Lucy.
Arrasados com a perda recente, a família tenta se reorganizar. Lucy se torna o espelho da mãe, e tenta ocupar o lugar dela, e o treinador Caar foca no inicio da temporada da liga estudantil de futebol americano.
E Shea?
Shea tenta ligar a família perdida.
Em uma cidade onde todos respiram futebol americano, de onde surgiram grandes ídolos do esporte, Lucy e uma mulher atípica, ainda mais sendo filha do treinador, ela não sabe nada de futebol americano e acha tudo muito chato.E com o pai vivendo e comungando disso, a relação deles não é muito próxima, então Shea faz o elo de ligação entre eles sendo amiga de Lucy e aproximando-se mais do treinador, até que eles decidem que a vida que Shea leva não é boa para ela.
Lucy constantemente critica seu namorado, o treinador acha que ela é boa demais para ser apenas relações públicas e isso vai mudando Shea até que ela termina com seu namorado e consegue com um empurrãozinho, um emprego de jornalista esportivo em um grande jornal.
A partir daí, prepare-se para acompanhar uma temporada inteira de jogos narrados,enquanto a vida de Shea vai mudando.
A narrativa sobre os jogos pode ser um pouco cansativa, se você como eu não entende nada do esporte e por mais que a autora descreva com precisão passes e jogadas é difícil “visualiza-los” quando não se tem uma referência.
Tom Brady: Meu único conhecimento sobre o esporte.
São jogos e mais jogos, entrevistas, Shea trocando de namorado, a nova relação dela com esse namorado que é um grande quarterbacker, que não por acaso, foi aluno e jogador do Walker.
E uma aproximação ainda maior de Shea e o treinador, já que eles tem a mesma paixão.
Só que dessa aproximação pode surgir um romance, e como eu disse com algumas barreiras. Porque para começar, ela tem um namorado aparentemente perfeito: rico, lindo, bem sucedido e apaixonado. Depois, o treinador é muito mais velho que ela, acabou de perder a esposa e não bastasse ser pai de sua melhor amiga, a “criou” desde pequena!
É óbvio que isso cria uma trama com algumas surpresas e drama.
" Ao longo dos anos, aprendi a importância de dar um passo de cada vez e que fingir gentilezas pelo período de algumas horas era algo muito mas fácil de fazer do que fingir gostar de alguém por vários dias seguidos."
Antes de começar a escrever essa resenha, eu li uma reportagem sobre a autora rejeitando o título de autora de “chick lit” e dizendo que ela escreve sobre relações. É verdade. A nossa protagonista não está preocupada em ser bem sucedida ou linda, ou precisando de um namorado, ela está vivendo a vida dela, acomodada, tranquila, até que algumas coisas mudam, e ela percebe que tinha alguns sonhos e paixões guardadas sob a carapaça da mulher que sabe tudo sobre futebol americano e que vivia confortavelmente sua vidinha de cidade pequena.
Em meio a isso, a autora, cria difíceis relações entre uma família que perdeu seu principal membro, mostra que por mais que possa parecer as pessoas não são perfeitas e faz uma mostra do que é uma paixão pelo esporte e que não existe amor adequado, quando ele acontece, por mais estranho que pareça, a saída é vivenciá-lo.
" O amor sempre faz tudo parecer instável,e,quando paramos para pensar nisso, tudo na vida é frágil, fugaz e, por fim, trágico."
Sendo a minha primeira experiência com a autora, eu gostei bastante da narrativa fluida e tranquila que ela usa para descrever as relações, tudo de uma forma madura e sensata, como ela cria e resolve os conflitos e como as ações da protagonista se desenvolvem.
Esse não é um livro a ser devorado, que te dará frio no estômago ou te deixará duvidas, ele é um livro a ser lido aos poucos ou em uma tarde preguiçosa de domingo. Uma história que poderiam ter sido contada a você ou vivida ali na esquina.
Não é a toa que a autora é sucesso.
Eu fiquei bem interessada nos demais livros dela.
Até mais,
veja a resenha no blog
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http://blogmundodetinta.blogspot.com.br/2015/08/resenha-de-tinta-primeiro-e-unico.html