Por Quem os Sinos Dobram

Por Quem os Sinos Dobram Ernest Hemingway




Resenhas - Por Quem os Sinos Dobram


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@Dan_Oliveira 16/01/2012

A metamorfose da guerra
Demorei 3 anos para ler Por Quem Os Sinos Dobram, que ganhei de uma amiga de aniversário quando fiz 19 anos. Tentei mais de uma vez começar a lê-lo, mas empacava na narrativa cadenciada de Hemingway. Sempre achei um absurdo nunca ter conseguido finalizar a leitura. Dessa forma, coloquei na cabeça em 2011 que conseguiria ler a obra inteira. Quem sabe um dia não resolvo fazer a mesma coisa com O Ensaio Sobre a Cegueira...

Confesso que hoje agradeço por ter demorado tanto para encarar o livro. Nos idos dos meus 19 anos eu ainda não tinha cabeça para entender o livro (e não sei se com 22 entendi), então foi bom amadurecer a ideia antes de lê-lo. Já havia lido O Sol Nasce Para Todos do Hemingway, mas este não tem a profundidade psicológica e narrativa de Por Quem os Sinos Dobram, então o tempo veio bem a calhar!

Apesar do autor não impor um ritmo alucinante da história que acabamos nos acostumando com obras mais "comerciais", como os livros de Dan Brown (que também gosto bastante), Hemingway apresenta uma complexidade incrível nesta obra. A narrativa detalhada das atrocidades da Guerra Civil Espanhola é grotesca e chocante, sendo que o massacre dos fascistas no vilarejo uma das passagens mais brutais e repugnantes que já li até hoje, não pela violência com que os fatos se desenrolam, mas sim porque Hemingway faz questão de nos lembrar a cada morte que os sentenciados ainda são homens como todos nós, apesar de apoiarem o fascismo (não importa o motivo deste apoio). A "evolução" da sentença de morte no caos gerado pela turba enraivecida mostra que, não importa se nos consideramos "bons" ou "maus", todos estamos sucetíveis a nos transformarmos em bestas cegas pelo ódio. A passagem se torna ainda mais chocante se considerarmos que o autor se propôs a descreve-la em 1949, quando o mundo ainda vivia a desgraça deixada de herança pela II Guerra Mundial e as engrenagens da Guerra Fria começavam a funcionar.

A guerra serve de pano de fundo para o desenvolvimento psicológico e emocional de Robert Jordan, um dinamitador americano que apoia a República contra o regime fascista. Nos 4 dias antes de cumprir sua missão de explodir uma ponte em pró de um ataque contra as forças de Franco, Robert se envolve com o grupo de guerrilheiros que o recebe para que a missão seja cumprida. Cada pessoa do grupo tem o papel de aflorar no protagonista, uma pessoa a princípio fria e objetiva, todas as emoções para que Jordan perceba o verdadeiro valor de sua vida e daqueles ao seu redor. Vencer a guerra é necessário, mas mais importante é estar vivo para viver a vitória.

A analogia do título a John Donne encaixa perfeitamente neste contexto. Robert começa sua missão achando que os guerrilheiros são peças para se alcançar a meta, mas o convívio com estas pessoas, seus medos, sonhos, amores e emoções, transformam o protagonista e o fazem refletir sobre sua própria vida, seu passado, e os sonhos para o futuro. Como Donne diz, um homem que se perde não é apenas uma única morte isolada, mas o luto de todos que conviviam com ele.

No fim das contas, a torcida não é para que a missão seja cumprida com sucesso nem pela derrota dos fascistas, mas sim para que Robert Jordan possa viver o dia de amanhã tendo plena consciência da importância de sua vida e de seus camaradas. Mais do que isso, passamos o livro torcendo para que nós mesmos possamos nos espelhar no exemplo do "Inglés" e descubramos o quanto desperdiçamos pequenos momentos de nossas vidas por trivialidades e desatenção, e como não sabemos apreciar as pessoas ao nosso redor e tudo que elas podem nos oferecer. Com certeza, um dos livros mais transformadores que já li até hoje. Obrigado, Hemingway.
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Lista de Livros 22/12/2013

Lista de Livros: Por Quem os Sinos Dobram, de Ernest Hemingway
“– É verdade que ela não tem doença. Podia até ter. Não sei como não pegou. Talvez Deus ainda exista, embora O tenhamos abolido.”
*
“– Gosto mais do front – dissera Robert Jordan. – Quanto mais perto do front, melhores as pessoas.”
*
“Numa guerra não se pode dizer o que a gente sente.”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2010/07/por-quem-os-sinos-dobram-ernest.html
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Diego 11/10/2022

Dolorido
É um bom livro de guerra, bem dolorido, expondo o mal de que o ser humano é capaz.
O mais estranho é acabar um livro volumoso e perceber que tudo aquilo passou-se em menos de quatro dias da vida dos personagens?
Jamile.Almeida 11/10/2022minha estante
hemingway vai virar meu objeto de estudo ano que vem, quero muito ler essa "autobiografia" dele




Guilherme 09/04/2021

Bom
Um bom livro, o primeiro que li de Ernest Hemingway, muito rico em detalhes de maneira que te transporta para a história, porém do mesmo jeito que começa, termina... Na verdade conta um trecho bem pequeno de uma história maior. Muito bem escrito, muito rico em detalhes tanto físicos como emocionais, no entanto não tem nem um sino em toda a história (risos).
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AleixoItalo 30/05/2021

Nó século XVII o inglês John Donne cunhou umas das frases mais bonitas da literatura. O dobrar dos sinos, utilizados para anunciar, entre outros eventos, a morte de alguém, foi o
termo escolhido por Ernest Hemingway para dar título a sua mais importante obra, imortalizando essa sentença na cultura popular.

E por quem os sinos afinal dobram? Acompanhamos três dias da vida de Robert Jordan, soldado americano em missão com os partisans da guerra civil espanhola, onde precisa detonar uma ponte atrás das linhas fascistas. O caráter excepcional da missão e seu perigo inerente, levam o soldado a refletir sobre a própria existência e daqueles que compartilharão sua infortunada missão.

Apesar da narrativa objetiva de Hemingway, a obra possui diversas nuances e camadas subjetivas. Um aspecto magistral do livro é o pano de fundo histórico, ambientado na Guerra Civil Espanhola, conflito onde Ernest Hemingway atuou ativamente como correspondente de guerra. Embora ficcional, temos um relato quase jornalístico do conflito: A tomada de cidades envolvendo batalhas e extermínio de civis, debates entre ideologias contrárias, a rotina rígida do exército em contraponto com o relaxamento dos Partisans, as táticas de guerrilha, etc... tudo narrado através de relatos e memórias que pintam um retrato do que foi a guerra que serviu de ensaio para a Segunda Guerra Mundial.

A faceta poética da obra ganha forma nas divagações dos personagens diante da efemeridade da vida. Perante a morte, aqueles 3 dias se tornam uma dádiva e o tempo ganha papel de destaque. Sonhos, medos, prazeres e ambições de uma vida, são confinados ao pouco tempo que lhes resta, e tais poderosas experiências devem ser imortalizadas na memória.

A camada mais profunda e poderosa da obra é a humanidade do indivíduo e o absurdo da guerra. Tais como peças de xadrez, cada agente é obrigado executar seus movimentos esperados em batalha, mas cada peão carrega dentro de si todo um universo único. O conflito do bem x mal, talhado na forma de república x fascistas, se torna leviano quando os vários rótulos se dissolvem perante aos desejos mais íntimos de cada pessoa. Individualidades muito mais amplas do que pontos de vista políticos são mero combustível para uma máquina que começou a se mover automaticamente e não tem ordem de parar!

Nada mais justo do que finalizar a resenha com a sentença completa de John Donne. A obra prima de Hemingway mostra como os seres humanos se conectam uns aos os outros fazendo da humanidade uma estrutura coesa onde cada vida tem importância. A morte de um ser humano reflete pelos outros, tal qual uma pedra lança ondas num lago parado. O dobrar dos sinos diz respeito então não à um simples indivíduo, mas ao desaparecimento de uma pequena parcela da humanidade, “por isso não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti!”
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Caroline Gurgel 26/02/2020

Genial em toda a sua simplicidade
Eu já havia me apaixonado profundamente por Hemingway quando comprei Por quem os sinos dobram, mas ele passou muito tempo na minha estante esperando, talvez, mais maturidade da leitora aqui. Jamais imaginei que gostaria tanto deste livro.

Hemingway nos leva à guerra civil espanhola através de um personagem norte-americano, Robert Jordan, cuja missão era a de explodir uma ponte. Nas montanhas, conhece outros companheiros, cada um com seu papel naquela luta. E são os dias de convivência com esses novos colegas e de preparação da sua tarefa que acompanhamos neste livro.

Com uma escrita ridiculamente simples, certinha, direta, sem firulas, Hemingway nos transporta para o meio daquele bando e nos faz sentir o cheiro da embriaguez do álcool, do medo e da ansiedade. Com diálogos curtos, conversas banais e alguns xingamentos, Hemingway trata da condição humana. Faz-nos refletir sobre o valor da vida do outro, da vida do inimigo; sobre a ideologia que cega e manipula; sobre as atrocidades cometidas de cada lado da guerra; mostra-nos uma guerra em que não há heróis, mas mortos.

Por quem os sinos dobram é daqueles livros que não dá vontade de largar, especialmente nas primeiras 300 páginas - que passam sem nem sentirmos.
⠀ ⠀
Hemingway diz muitíssimo mais do que está escrito, e, talvez, aí resida a genialidade do autor. Uma joia da literatura do século XX, sem dúvidas. De tão simples, incrível.

site: www.instagram.com/historiasdepapel_
Kim 27/02/2020minha estante
Que linda sua escrita! Deu vontade de ler o livro ?


Caroline Gurgel 03/03/2020minha estante
Obrigada!! É um livro maravilhoso :)) Espero que goste!




Guilherme 11/12/2021

Almas humanas em conflito consigo mesmas. Quantas obras de arte são sobre isso? Quantos livros são sobre isso? O que é um clássico se não isso?
O que não é hemingway se não isso?
Não me cabe avaliar uma obra como essa, pois seria presunção demais de minha parte.
Mas me cabe recomendar essa obra para outros. Caso alguém acabe por ler essa mini resenha que escrevo, não tenha dúvidas de que Por Quem Os Sinos Dobram é um clássico do porte de Crime e Castigo, uma obra inigualável pela forma como ela é. Leia Hemingway e não pare por aí.
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Pedro.Machado 17/08/2021

Viver...
"Morrer era nada, e ele não tinha uma imagem da morte, nem medo dela na mente. Mas viver era um campo de trigo ondulado ao vento numa encosta. Viver era um gavião no céu. Viver era um jarro de cerâmica com água na poeira do debulho do trigo, batido na eira com o mangual, e a palha esvoaçando. Viver era um cavalo entre as pernas e uma carabina sob a coxa, uma colina, um vale, um riacho com os pinheiros ao longe, mais adiante outro vale, e outras colinas além."
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Fernando 28/03/2011

Uma obra perigosa!
Cuidado! Escorrega-se com facilidade na compreensão desse livro. Uma leitura superficial pode deixar uma incorreta sensação de ingenuidade em relação ao enredo. Afinal, o romance que se desenrola ao longo da narrativa é claramente inverossímil. Ou alguém acredita ser possível encontrar um amor arrebatador à primeira vista?

Na verdade, o âmago do livro não é o romance, mas sua mensagem pacifista. Assim como o protagonista, Hemingway foi voluntário pela Brigada Internacional, apoiando os Republicanos contra os Nacionalistas (fascistas) na Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939). Ao testemunhar o horror, resolveu expor ao mundo as crueldades cometidas por ambos os lados dessa disputa insana. O poema de John Donne, título do livro, deixa clara a mensagem: “a morte de um único homem me diminui, porque eu pertenço à Humanidade”.

Pergunto-me porque Hemingway criou um romance tão inverossímil em sua obra. Considerando que o livro foi publicado em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, posso especular sobre a inconveniência de uma mensagem pacifista naquele contexto histórico. Talvez o amor entre o protagonista e a guerrilheira tornasse o livro palatável. Até que ponto o mundo estava pronto para entender a insensatez de assassinar alguém? Aliás, até que ponto o mundo está pronto...
Nina 25/07/2012minha estante
Esse romance rápido e arrebatador é típico de Hemingway - podemos ver algo muito semelhante em "Adeus às Armas". E, levando em consideração que este é meio auto-biográfico, creio que Hemingway escreve sentimentos que conhece. Ele mesmo apaixonou-se rapida e intensamente assim alguma vez na sua vida. Talvez não seja realmente amor, aquilo, talvez seja necessidade, necessidade de encontrar algum carinho, alguma âncora no meio de toda a crueldade. Bom, esse é meu ponto de vista...




Lua 29/03/2022

Que livro incrível!!
Robert Jordan é o personagem desse livro. Especializado em explosivos, ele é chamado para lutar na guerra espanhola e explodir uma ponte que impediria os fascistas passarem com reforços. Mas para tal ação ele precisa da ajuda dos guerrilheiros que estão escondidos nas montanhas e acaba fazendo amizade com eles. Robert não só encontra bons amigos nos guerrilheiros como também conhece o amor. Para o início de uma guerra, todos ali vivem em constante tensão. Fica difícil imaginar ou criar expectativas para os personagens se já sabemos que na época a guerra estava só começando. Apesar de ser uma narrativa de 3 dias, a impressão que dá é que já faz uma eternidade que Robert está na missão da explosão da ponte. É um dos livros mais intensos desse escritor que já li e tem muita coisa para refletir. Super recomendo.
JurúMontalvao 29/03/2022minha estante
?




Marcos Aurélio 31/12/2023

A morte sempre vence na guerra
Quanto mais leio Hemingway, mais me apaixono pela escrita. As frases curtas, construções claras, poucos adjetivos. Descreve sem descrever, sutil.

Apesar de constar em várias listas como um dos melhores de Hemingway, o livro não ficou entre meus preferidos. Continuo com, "O velho e o mar", "As ilhas da corrente", e "Ter e não ter".

Hemingway narra a história de Robert Jordan, que recebe a missão de explodir uma ponte próxima a Segóvia, durante a Guerra Civil Espanhola.

Durante três dias e três noites, Jordan precisará se ambientar com os guerrilheiros escondidos numa caverna na montanha, persuadi-los a ajudá-lo e conquistar sua confiança.

Jordan é recebido no bando de Pablo, mas logo descobre que Pilar é quem comanda o bando. Em meio ao ambiente caótico da guerra,o "inglês" conhece Maria. Se afeiçoa não apenas por ela, como por Anselmo, seu primeiro contato. O tempo é curto, entre lembranças do pai, do avô, do passado recente e um vislumbre do futuro, ele tenta manter-se firme em seu propósito.

A guerra é sempre um sonho de liberdade para uns, poder para outros. Vida, morte e esperança. De um lado os fascistas, de outro os republicanos. Jordan em seu trabalho quer romper o laço que une, pelo menos fisicamente, estes dois grupos. E, depois viver o sonho da república ao lado de Maria, bem longe dali.

Hemingway retrata as atrocidades cometidas pelos dois lados de uma guerra. Não há vencedores, a morte sempre vence as batalhas, e Jordan tentará ludibriá-la.
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Caio.Bonazzi 22/06/2021

"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti."
(John Donne 1572 – 1631)

Vamos começar pelo título. A expressão "Por quem os sinos dobram", é remetida a séculos atrás, para o movimento forte que quase fazia o sino girar sobre o próprio eixo ocasionando os sons que anunciavam a morte de alguém. Hemingway nomeou esta sua obra homenageando os versos descritos acima do poeta inglês John Donne. Depois, o título da obra de Hemingway foi homenageado por pelo menos duas músicas, do nosso brasileiro Raul Seixas e da banda americana Metallica. Eu particularmente sou atraído por títulos dissimulados e tortuosos de livros. Não que eles valham ou compensem os conteúdos em si, mas na minha opinião um bom título já estimula de início nossa curiosidade, aquela coceirinha de descobrir durante a obra o significado por trás do nome. E se eu não entendo seu significado mesmo após o término, sempre faço uma pesquisa. E adoro quando finalmente consigo unir o conteúdo ao título obliquo. O sentido por trás do título desta obra foi tão recompensador para mim quanto ao O Som e a Fúria de Faulkner, homenagem de uma maravilhosa passagem da peça Macbeth, de Shakespeare, que faz total sentido com o romance do escritor americano. Desculpando-me por essa verborragia incomum sobre o título, vamos para a obra em si:

Considerado por muitos como a obra prima do autor, acompanhamos o protagonista Robert Jordan, um americano professor de espanhol que luta pelos republicanos contra os fascistas do General Franco na guerra civil espanhola. Sendo um dinamitador, é dada à ele a missão de explodir uma ponte estratégica na guerra, mas para isso ele precisa se aliar à poucos guerrilheiros revolucionários que vivem nas montanhas. As mais de 650 páginas do livro se passam em um período linear e cronológico de pouco mais de 3 dias. Eu sabia dessa informação antes de começar a leitura, e temia que um livro tão longo narrando uma história de três dias seria uma narrativa arrastada e talvez um pouco cansativa. Que engano! A escrita de Hemingway é extremamente fluida, e por ser recheada de diálogos (excelentes por sinal), a história se desenrola com rapidez, as páginas voam e nos levam de carona.

Para aproveitar ainda mais os diálogos, o livro é sutil nas descrições das personalidades dos personagens, deixando para nós os julgamentos através de suas falas e atitudes, e isso mantem no ar uma áurea constante de imprevisibilidade. Nós sentimos na pele todos os receios e inseguranças, quanto a missão e aos aliados dos quais depende diretamente o personagem principal. Aliás, que personagem incrível é Robert Jordan! Um líder, dedicado, focado e justo, que compreende a necessidade do trabalho em equipe, de concessões e erros que podem desviar um planejamento, mas que coloca seu coração no que acredita, que reconhece e realça valores alheios. Acredito que seja possível aprender muito mais com um personagem fictício como ele do que com muitos desses pseudo líderes contemporâneos, que visando apenas lucro escrevem livros de não ficção com conceitos de liderança no mínimo redundantes. Aliás, podemos nos identificar e aprender com muitos dos personagens deste romance, suas emoções nas melhores e piores variantes.
Antes de minha consideração final, exponho aqui uma curiosidade que me agradou muito: No memorável filme Seven, os 7 crimes capitais, o detetive Somerset interpretado pelo sempre ótimo Morgan Freeman, cita no final do filme uma frase dita por Robert Jordan que é "O mundo é um bom lugar e vale a pena lutar por ele", e o personagem de Morgan freeman acrescenta, para um dos melhores finais de filme de todos os tempos na minha opinião, "eu concordo com a segunda parte".

Finalmente, tentei retoricamente responder qual livro do Hemingway é o meu preferido até o momento, se este resenhado ou O velho e o mar. A única conclusão que cheguei foi de que O velho e o mar é melhor para se iniciar na literatura de Hemingway, somente pelo fato de ser bem mais curto (aproximadamente 100 páginas). Mas ambos são incríveis, profundos e muito emocionantes. Quanto à qual é o melhor, deixarei que os anos me ensinem se posso responder à essa pergunta. Mas a preferência na verdade pouco importa. Me sinto agraciado por ter tido ambas as experiências literárias, e com a garantia que estas sim, serão permanentes e inexoráveis.
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Ariel.SimAes 04/09/2021

A guerra em primeira mão
Sinceramente não existem palavras para descrever a magnitude do que é esse livro. Ernest Hemingway trabalhou como correspondente na Guerra Civil Espanhola, viu em primeira mão os horrores que a guerra causa e soube traduzi-los em palavras como ninguém. O enredo do livro conta a história de um dinamitador que encontra um grupo de guerrilheiros nas montanhas para destruir uma ponte. Durante o livro vc percebe a transformação da visão do personagem principal, Robert Jordan. No início ele está focado somente em seu objetivo e em cumprir suas ordens, custe o que custar. Ao final, ele pondera sobre todas as perdas e a destruição, psicológica, física e social que a guerra causa. Esse foi um dos melhores livros que eu ja li. Uma verdadeira obra de arte.
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Lorayne.Stinguel 22/12/2021

Satisfação é a palavra! Que livro bem construído! O livro todo gira em torno de um único objetivo e uma enorme crise de consciência, mas todo o rodeio não se tornou monótono nem maçante. É muito reflexivo também quanto ao pilar "devo? posso? quero?".
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