Tina 11/08/2023
Belo e tocante como só Hemingway sabe criar
Robert Jordan é um americano que luta na Guerra Civil Espanhola ao lado da República, como guerrilheiro. Especialista em explosivos e bombas, ele é convocado para uma missão: explodir uma ponte em uma região específica, durante uma ofensiva realizada pela República contra o governo totalitarista de Franco. Para concluir a missão, ele recebe a ajuda de guerrilheiros que se refugiam nas proximidades da ponte, que serão seus aliados nessa empreitada. Pablo, Pilar, Anselmo, o cigano, Maria. Todos na luta pela libertação da Espanha, ansiando por dias melhores. Ao acompanharmos o desenrolar da missão de Robert, notamos uma transformação em seus pensamentos no que diz respeito à explosão da ponte. Planos, mapas, estratégias, e um amor descoberto no meio do caminho. Junte tudo isso com o sonho de um futuro melhor, cheio de desejos que qualquer um na idade dele tem. Os obstáculos, as dúvidas, as perguntas..."mas será que dará certo? Estou no caminho certo? E o futuro?" "Ah, mas cala-te, deixa de pensar bobagens e coloca mãos à obra para concluir tua missão"! Conhecemos os pensamentos do nosso protagonista de forma límpida e profunda, numa escrita envolvente que nos emociona. Ernest Hemingway, o autor das poucas palavras, faz jus a esse título e nos presenteia com uma obra de fácil entendimento e, ao mesmo tempo, que deixa profundas marcas. Sem floreios, ele diz o que quer, com uma simplicidade tocante. Importante e reconhecida como é, essa obra de Hemingway carrega muitos dos louros de sua fama, e como leitora assídua eu não poderia deixar de conhecê-la e admirá-la. Em 2016, ainda na graduação, um professor citou o livro em aula e perguntou quem o conhecia. Eu fui a única que levantou a mão, ainda sem ter lido para dar meu parecer. Hoje eu sei o porquê de ele o ter mencionado, e posso dizer que correspondeu às expectativas depois de tantos anos ansiando pela leitura. Sem contar quão belo e emocionante o final da história é.
"[...] Não se engane sobre amar alguém. Porque a maioria das pessoas não tem a sorte de sequer descobrir o amor. Você nunca teve essa chance, e agora a tem. [...] Sempre existirão pessoas que dizem que isso não existe, porque nunca o conheceram. Mas eu lhe digo, isso é verdadeiro, é seu e é sua ventura, mesmo que você morra amanhã".