Everything but the books 29/08/2015
Preciso começar essa resenha falando algo muito sério pra vocês, praticamente uma denúncia. :o Sério. Vem cá baixinho. Os livros da Abbi Glines têm malditos ninjas cortadores de cebola dentro!!! Juro pra vocês! :o :o :o Eu costumo evitar livros que me fazem chorar, mas nesse não me controlo. Em alguma parte dos livros dela, eu sempre abro o berreiro. Juro. Mas nem por isso eu deixo de ler porque, gente, Abbi Glines é amor, fala a verdade. :D
E é por isso que demorei um pouco a fazer essa resenha: eu estava lendo o livro em doses homeopáticas. Já que sabia o que vinha pela frente, ficava meio que “sofrendo” por antecipação. Impossível não chorar diante da força da Blaire, que, mesmo passando por várias situações humilhantes, ainda era conformada com o pouco que lhe era concedido e dotada de uma humildade sem igual. Blaire vive situações que teriam feito qualquer pessoa chorar e se revoltar, mas ela não. Ela encara o que a vida joga nela, sem perder a doçura e a esperança. Esse é o tipo de personagem que me cativa e que tenho vontade de bater palmas. Mas engana-se quem pensa que ela é bobinha, muito pelo contrário. Blaire é muito forte e resistente. Se algum dos riquinhos metidos de Rosemary Beach achava que a derrubaria, ah, perderam tempo.
"– Eu não a vejo há cinco anos. Não… não sei o que dizer a ela. Ela é adulta agora, pode dar um jeito. Eu não devia ter falado para ela ir até a sua casa, mas precisava dizer alguma coisa. Ela estava implorando por ajuda. Se não a quer aí, mande-a embora. É uma garota inteligente. Tem uma arma. Vai sobreviver. Ela é uma sobrevivente."
Se você não leu a série Sem Limites (ai, ai, ai, povo feio), essa resenha pode conter spoilers, mas vou me esforçar pra não ser muitos, tá? De qualquer forma, sei que você irá terminá-la e correrá pra ler todos. Não, não dá pra ler só um. Confia na tia, você vai querer o resto.
Eu sou uma boba para POV’s. Pode ser intercalado no livro ou em livros diferentes. É como se eu conseguisse ver a cena completa, já que cada personagem vê as situações e reage a elas de forma diferente. Então, é como ver tudo de forma bem complexa. Adoro quando vemos pelos olhos da mocinha que acha que o cara nem tchum pra ela e no POV dele vemos que ele está fervendo. Ahhhhhh!!! Amo. Amo. Amo.
Dito isso, vamos lá entrar na mente desse homem lindo por fora e por dentro (ele não acha muito que é, mas a Blaire extrai o melhor dele).
O livro inicia como se fosse no fim do três e ele estivesse relembrando como foi o início. Ele está feliz com o rumo que a sua vida tomou, mas reconhece que a jornada deles foi bem forte e cheia de percalços com poder para destruí-los.
"– Acho que está se subestimando. Eu vejo algo de especial em você. – Aquelas palavras fizeram a dor no meu peito incendiar. Ela não me conhecia. Não de verdade. Mas, caramba, como foi bom ouvi-la dizer que ela via em mim algo além do filho do astro de rock."
Você deve ter percebido que até agora falei bastante da Blaire, mesmo esse sendo o “livro do Rush”, mas há uma razão para isso. A meu ver, Blaire é o centro de tudo, não só do grande segredo da série (uma reviravolta de tirar o fôlego), mas também um catalisador para todas as coisas boas que aconteceram com o Rush e até mesmo com os outros personagens da série.
"Mas ela não é apenas uma garota. É um anjo. Meu anjo. Um anjo lindo, forte, corajoso e leal que entrou na minha vida em uma caminhonete, empunhando uma arma."
Depois que o supermulherengo Rush Finlay foi fisgado e estava vivendo um amor tão lindo, percebi que os outros personagens se deram conta de que também mereciam ser amados e daí tudo se desenrola. Você pode dizer: ah, mas é uma série e cada personagem vai encontrar o seu felizes para sempre, até mesmo a nojenta da Nan, a odiada irmã do Rush que é incapaz de um ato de bondade (curiosa pra ver qual alma corajosa vai encarar esse dragão :P ).
"Eu havia criado essa mulher sem coração. Outra coisa que era culpa minha. Nan fora rejeitada quando criança, e eu tinha feito um esforço tremendo para recompensar isso. Mas acabei criando uma adulta insensível e vingativa. Faria qualquer coisa para mudar isso, mas não sabia como."
Ok, concordo com você, afinal, estamos falando de livros, mas, por outro lado, eu interligo os acontecimentos e acho linda a participação, mesmo que pequena, às vezes, da Blaire e de (um muito feliz e realizado) Rush nos livros seguintes. Depois de todos os percalços, o amor deles serve de inspiração para todos.
"Eu não podia ignorar a verdade. A felicidade e a segurança de Blaire significavam muito para mim. Proteger Nan não era mais a minha prioridade. Blaire estava começando a assumir esse lugar. Ela havia entrado na minha vida e mudado tudo. Eu deveria odiá-la por isso. Mas não conseguia. Nunca a odiaria. Era impossível."
Sendo assim, a história agora contada é de como Blaire entrou de supetão e virou de pernas pro ar a vida de Rush. Como, em pouco tempo, ele viu-se incapaz de resistir a ela e apaixonou-se perdidamente, mesmo com todos os segredos e com a grande possibilidade de perdê-la pairando sobre sua cabeça constantemente.
"– Tem coisas sobre mim que você não sabe. Eu não sou um daqueles caras que você pode tratar feito um cachorrinho. Tenho bagagem. Muita. Bagagem demais para alguém como você. Imaginava uma pessoa muito diferente, levando em conta que conheço o seu pai. Você não é como ele. Você é tudo aquilo de que um cara como eu deve ficar longe. Eu não sou a pessoa certa para você."
Então, sim, é mais uma vez a história de Blaire, mas também de Rush, é claro. Mas, acima de tudo, do seu amor avassalador, capaz de resistir a tudo e que rendeu vários frutos.
Assim, tudo o que me emocionou ao ler Paixão sem Limites veio com tudo agora. Foi tão lindo ver a reação de Rush (aos olhos de Blaire, ele parecia frio e indiferente a ela) quando se viram pela primeira vez. Quão confuso ele ficou quando ela lhe disse bravamente que dormiria na caminhonete ou quando aceitou o humilde quartinho de empregada debaixo da escada por quantas noites ele pudesse deixá-la ficar lá. Ou a questão da comida. Choro como criança nessa parte porque ela me toca demais. É muita resignação, uma encantadora e chocante resignação.
"– Naquela primeira noite, tentei me livrar de você. Não porque você me desagradasse. – Dei uma risada amarga diante da verdade. – Mas porque eu sabia. Sabia que ficaria a fim de você. Que não conseguiria manter distância. Talvez eu a tenha detestado um pouquinho nessa hora, por causa da fraqueza que você conseguiria encontrar em mim. – Eu sabia desde o primeiro momento que ela era um problema. Que acabaria comigo. Mas não sabia que ela me deixaria de quatro."
Não era esse o mundo de Rush. Em seu mundo, as meninas eram mimadas, atiradas, maldosas e tinham tudo na mão, além de fazerem de tudo para cair em sua cama. E então, entra esse anjo loiro em sua vida, que aceita o que seria uma ofensa para muitos como se ele estivesse lhe dando o mundo. Além disso, com tal beleza e inocência, como ele poderia resistir a ela? O cara que sempre teve todas as mulheres aos seus pés se vê totalmente fascinado pela única que ele não pode ter.
"Caramba, Blaire tinha cílios longos. Não costumava ver garotas sem maquiagem com frequência. A beleza natural de Blaire era espantosa. Eu precisava me lembrar de que ela representava problemas. Tinha que manter distância. Deveria ter deixado que ela pegasse a própria mala. Se Blaire me achasse um cretino, ficaria longe."
Ele bem que tentou fazê-la odiá-lo. Seria mais fácil assim. Ah, como você estava enganado, Rush…
"A melhor estratégia era fazer Blaire me odiar. Eu estaria fazendo um favor a nós dois."
Blaire acaba de perder a mãe e, sem opções, viaja até a rica casa onde seu pai agora mora com a mãe de Rush, a fim de lhe pedir uma mão enquanto ela se reergue, já que, mesmo com apenas dezenove anos, ela já teve que enfrentar a barra de cuidar da mãe doente durante três anos. Vendeu praticamente tudo o que tinha para pagar as contas médicas e, por absoluta falta de opção, tem que recorrer ao pai que as abandonou anos antes após uma tragédia familiar. :'(
Quando Blaire e Rush se encontram, nada mais poderá conter o florescimento desse amor. No entanto, Rush sabe que, por amor à sua irmã, ele fez algo que destruiu a vida de Blaire. Por isso, ele não se acha merecedor do seu amor, mas também não consegue resistir. Rasga-o inteiro tê-la, mas saber que há um prazo de validade para eles que parece se extinguir na velocidade da luz.
"Aos 10 anos, conheci o ódio e também o amor. Ambos exaustivos. Ambos capazes de mudar a vida. E ambos completamente ofuscantes.
Mas ninguém me salvou.
Ninguém nos salvou.
Acreditamos nas mentiras; nos agarramos ao nosso ódio. E eu acabei destruindo a vida de uma garota inocente."
Embora esse livro seja considerado o quarto da série, eu o considero um pouco sui generes. De qualquer forma, leia-o por último mesmo porque você já vai estar com saudade desses dois ao final do 03 e adorará relembrar o livro 01. Hum, aí você vai querer reler a série toda. Opa, alerta de looping! :P Mas, se não se incomodar com um spoilerzinho no início, será muito legal ler os dois ao mesmo tempo, cena a cena. Uia, curti isso! :D
"– Aí teve aquela noite no bar country. Depois daquilo, eu passei a ser completamente seu. Talvez você não tenha percebido, mas fui fisgado; para mim não tinha mais volta. Eu tinha muitas coisas pelas quais precisava me redimir. Tinha transformado a sua vida em um inferno desde a sua chegada e me odiei por isso. Eu quis lhe dar o mundo inteiro, mas sabia… sabia quem você era. Quando me permitia recordar exatamente quem você era, eu recuava. Como podia estar tão completamente envolvido com a garota que personificava a dor da minha irmã?"
Ai, ai, amo demais esse dois…
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