Isabel.Souza 21/11/2022Livro ou filme?Primeiramente quero dizer que entrei em contato com as narrativas do Clive Barker sempre pelos filmes inicialmente (se tratando de Hellraiser e Candyman), e depois fui buscar os livros.
Uma pequena sinopse para quem nunca ouviu falar de Hellraiser: é um enredo curto que vai trazer a história de Frank, um homem obcecado pelos prazeres da vida. Afim de buscar experiências diferenciadas, ele acaba entrando em contato com a caixa de Lemarchand, resolvendo seu enigma. Dessa forma, Frank abre uma passagem para o inferno e conhece os anjos chamados Cenobitas, que são demônios da Ordem de Gash e o levam para este lugar peculiar. Posteriormente, seu irmão Rory, juntamente com a esposa Julia, vão morar na mesma casa em que tudo isso aconteceu, e é a partir disso que vai se desenrolar essa história, abordando principalmente aspectos do sadomasoquismo, trazendo alguns outros personagens e os famosos Cenobitas que ficaram eternizados no cinema de horror dos anos 80.
O enredo do livro de Hellraiser é basicamente o mesmo do primeiro filme, encontramos uma adaptação muito bem feita (posso dizer que até melhor, talvez rsrs), há algumas poucas mudanças nas relações de alguns personagens, por exemplo, a Kirsty que no livro é uma amiga apaixonada pelo Rory (que na adaptação é Larry), no filme, é filha deste personagem. São mudanças que, na minha opinião, não alteram tanto o desenvolvimento do enredo, visto que o filme segue uma mesma linearidade de acontecimentos. No entanto, preciso dizer que ver o filme e ler o livro são duas experiências totalmente diferentes. Apesar de o livro trazer sim este aspecto do visual, tanto do estilo do horror gore, quanto da descrição dos Cenobitas, nada supera a construção da trama no filme, que é infinitamente melhor. Na minha opinião, o Clive Barker é um excelente criador de histórias, mas muito melhor como diretor do que como escritor. Por exemplo, a montagem das cenas do filme é ótima, são coisas que não precisam ser ditas e que no livro precisam ser ditas, pois a palavra é o único recurso. Visto que a palavra é o único recurso, no livro os personagens são desenvolvidos superficialmente, não têm profundidade, o que resulta na pouca importância deles dentro enredo e, consequentemente, para o leitor. Já no filme isso não importa, porque há outros aspectos mais relevantes.
Enfim, de maneira geral, eu gostei bastante do livro, tem diversos outros aspectos que eu abordaria, mas há o limite de espaço aqui. Pra quem é muito fã de cinema e de narrativas de horror, acho que é uma boa leitura, por isso, fica a indicação.
Agora se você me pedir: devo ler o livro ou ver o filme? Neste caso, indico o filme com toda certeza.