Janaine.Mioduski 30/05/2022Os meandros e sulcos da memóriaO Gigante Enterrado foi o meu primeiro contato com o autor e confesso que fiquei encantada com a sua sutileza e a sensibilidade ao tocar em um assunto tão corriqueiro e importante como a memória... individual e coletiva.
Enquanto lia, intercalava os pontos de vista e honestamente não sei o que seria melhor... lembra-se de tudo, ou ter uma vaga lembrança das coisas?
Se por um lado a memória vaga nos permite "criar" nossa própria realidade, a partir das nossas interpretações e lacunas preenchidas, a memória fotográfica nos permite contemplar todos os fatos, tendo (quase) plena consciência dos eventos que nos tornaram quem somos. Entretanto, mesmo em posse dos fatos e eventos continuamos interpretando a realidade a partir de quem somos, e tal memória pode ser por vezes tão dolorosa que não permite que velhas feridas cicatrizem.
Imagino que como quase tudo na vida, a resposta correta esteja no caminho do meio.
É uma jornada delicada e profunda, recomendada a todos os leitores, sejam fãs de fantasia ou não. Afinal, não seria a nossa memória apenas mais uma forma de fantasia?