spoiler visualizarhlechar 03/01/2023
Até 30% permaneci estável kkk
Vou começar dizendo que recomendo o livro principalmente pela capacidade de escrita da autora. Envolvente e com personagens bem construídos, a história nos conquista de início. Acho ainda mais importante pontuar aqui que não costumo ler romances de época com frequência, visto que, muitas coisas (falas, ações e preconceitos) me incomodam absurdamente. Porém, eu estava nessa vibe. Eu queria um romance de época bom, bem escrito e envolvente. E é o que a Babi me entregou. Como sempre faço quando gosto muito de um livro, após a leitura, corri aqui para visualizar as avaliações e opiniões sobre a obra... Em suma, não concordo com alguns pontos e resolvi apresentar minha interpretação aqui.
Entendo que quando nos propomos a ler um romance de época, muito do que lemos pode não ser do nosso agrado (considerando o nosso contexto atual, como sociedade), ficamos indignados com preconceitos, machismo e relacionamentos tóxicos. Mas não se pode ignorar que essa é nossa visão de hoje. Exigir que em um romance de época, o protagonista (mocinho) seja contemplado com os valores que visamos atualmente torna a história, no mínimo, inverídica, eu diria até intragável. Partindo desse ponto, entendo que de fato, se colocássemos a história de Kathe e Arthur em um romance contemporâneo, eles não poderiam ficar juntos no final se ele preservasse os mesmos pensamentos e comportamentos retratados na obra de época. Muito menos a nossa mocinha.
Assim, gostaria de sinalizar que gostei muito da história. Claramente, fiquei muito comovida com a trajetória de Kathe, uma personagem forte, uma mulher a frente do seu tempo e que paga por isso de diversas formas ao decorrer do livro. Inclusive, apreciei em tempo uma de suas falas, na qual a personagem refere a diferença entre a fala de um homem frente a de uma mulher. O peso social da época faz com que a fala masculina tenha muita mais peso. É tão magnífico! Na minha percepção como leitora, o que a Babi aponta aqui é que esse não é o ideal, é como era, uma representação de como uma mulher tinha que ser, e o como ela pagava (sofrimento, humilhação e rejeição) caso não cumprisse seu papel em sociedade.
Então se você estiver lendo esse texto, ponderando essa leitura vão dois conselhos:
1) vá de coração aberto
2) os primeiros 30% são lindos, dali pra frente é só pra trás kkkkk
Mas o final é fofo (coração quentinho).