Andrezinn 22/11/2022
A Ascenção da Força Sombria
Em ?A Ascensão da Força Sombria?, acompanhamos a continuação dos embates entre a República e o Império, liderado por Thrawn, que se supera a cada nova tática revelada, e se mostra um inimigo muito mais difícil de ser vencido. O livro começa exatamente onde o anterior havia parado, com Thrawn, após o seu ataque a Sluis Van, caçando Talon Karrde, que será preso, já que ele tinha ajudado a Rebelião no livro anterior; e a Nova República lidando com as consequências do ataque e sofrendo pela espionagem e conspirações políticas. A partir disso, o livro continua a desenrolar seus fios, criando uma teia surpreendentemente concisa e que estimula o leitor a adentrar mais ainda nesse Universo tão rico.
A divisão da história por diferentes núcleos, apesar de criar momentos anticlímax, instiga o leitor a continuar a sua leitura , atiçado por descobrir o que acontecerá. Dentre os núcleos, temos Han e Lando investigando os esquemas que fizeram o Almirante Ackbar ser acusado de traição, Luke encontrando o ?jedi? C?baoth, Mara Jade procurando uma maneira de salvar Karrde, e o melhor pra mim - o ponto mais alto do livro inteiro -, Leia e Chewie indo até o planeta dos Noghri para tentar convencê-los, numa audiência, que mudassem de lado e parassem de servir ao Império.
Nessa aventura de Leia, Timothy Zahn, não resguarda sua engenhosidade. Ele conseguiu construir um mundo inteiro com seu povo e suas organizações sociais de maneira esplêndida! Honoghr e os Noghri por si só conseguem sustentar o livro. Ao expor suas organizações sociais, suas crenças e sua história, Zahn consegue dar ainda mais riqueza ao Universo de Star Wars. Não tem como continuar falando sobre, sem entrar em spoilers; mas, toda a relação de servidão/dívida de honra dos Noghri com o Império é genial! E as descobertas que Leia faz sobre esse passado truculento, sobre a manipulação do Império, os impactam de maneira, que eles passam a se mostrar como possíveis aliados no futuro.
Luke se mostra como um verdadeiro Jedi, estendendo sua mão aos que precisam e tentando ajudar os que necessitam de ajuda. E seu encontro com C?baoth foi muito bom. Seu encontro com Jade também proporcionou ótimos momentos. Han e Lando não ficam para trás, introduzindo um novo personagem e uma nova ameaça/aliada incrível na trilogia, que tem tudo a ver com o título do livro - que é uma charada, que quando desvendada, deixa claro ao leitor, o impacto que ela causará para a campanha de guerra.
Zahn consegue amarrar todos esses núcleos num final impactante e tenso, criando um gigantesco Cliffhanger, que só aumenta as expectativas para o final da trilogia. As revelações finais e todas as lutas, políticas e físicas, só acrescentam ao livro mais camadas de profundidade, que refletem significativamente numa leitura prazerosa.
"Aquela voz tinha o tom inconfundível de um comandante do império, mas possuía uma calma e o puro peso da autoridade por trás dela. Uma autoridade que ultrapassava até mesmo a condescendência arrogante do governador Tarkin, que ela havia suportado a bordo da Estrela da Morte."
"Verdadeiros guerreiros entendem o valor da paciência."
"Ou pelo menos, ela emendou silenciosamente para si mesma, era o que as histórias um dia diriam. Que a morte do Império ocorreu em Endor, e todo o resto havia sido meramente uma ação de limpeza. Uma ação de limpeza que já durava cinco anos até agora. E que podia acabar durando mais vinte, pelo jeito como as coisas estavam indo."
"-É uma causa perdida - disse Fey'lya.
-Está tudo bem - disse Virgílio, com um sorriso forçado. - Toda a rebelião não era nada além de uma causa perdida. Com licença, conselheiro; eu tenho uma batalha para combater."
?Sim, eles perderam. Mas era só uma batalha, não a guerra.?