nsilvamarques 11/07/2023
A perda, o luto e a imaturidade
O livro, narrado em primeira pessoa, por um adolescente de baixíssima auto-estima e absurdamente auto-critico; aborda sobre a dor de viver algo terrível quando ainda não temos maturidade para entender tudo isso.
O escritor é muito sagaz ao nos colocar dentro da mente de um menino criativo e que se odeia, sendo parcialmente forçado a fazer amizade com uma garota diagnosticada com leucemia. E é interessante perceber nas entrelinhas, que mesmo com toda a relutância do narrador-protagonista em assumir seu afeto, amizade, seus medos; suas ações em última análise mostram o quanto sua vida tomou uma virada após a inserção desse novo fato: a tristeza, a morte.
Esperamos sempre que crianças e, em especial, adolescentes lidem com a perda e o sofrimento como adultos de terapia em dia. Esperamos que eles sejam coesos, amorosos. Quando na verdade, os mecanismos de enfrentamento ainda estão se lapidando. A personalidade ainda está sendo formada. E quão estranho esperarmos que o narrador-protagonista, um adolescente que ainda não aprendeu a gostar de si mesmo, tenha reações maduras frente a uma doenca grave de uma amiga, frente a finitude da vida.
Gostei do livro por essa confrontação. Por precisar de interpretação.
A leitura se complemementa ainda mais com o filme, de uma delicadeza impressionante.
Vale a pena.