A Invenção de Morel

A Invenção de Morel Adolfo Bioy Casares




Resenhas - A Invenção de Morel


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Rodrigo1001 10/02/2023

Uma ilusão (Sem spoilers)
Título: A Invenção de Morel
Título original: La invención de Morel
Autor: Adolfo Bioy Casares
Editora: Bilbioteca Azul
Número de páginas: 112

Publicado em 1940 e obra máxima do escritor argentino Adolfo Casares, A Invenção de Morel foi celebrado por Jorge Luis Borges com as seguintes palavras:

"Discuti com o seu autor os pormenores do enredo e reli-o; não me parece uma imprecisão ou uma hipérbole classificá-lo como perfeito."

Como alguns de vocês já sabem, Borges e Casares nasceram no mesmo país. Dito isso, me questiono o quanto de orgulho nacional, de identificação e paixão portenha, há por trás desta avaliação tão imodesta.

Como contraponto, a minha experiência com A Invenção de Morel não poderia ter sido mais contraditória: o livro é bom. Só isso. E ponto final.

Perfeito? Perdóname, pero no...

O enredo é o seguinte: um cidadão venezuelano torna-se recluso em uma ilha deserta para fugir de uma condenação judicial. Enquanto se alimenta de raízes e folhas, o expatriado vê se apagar cada vez mais o limite entre a imaginação e a realidade. Um romance fantástico e de aventura.

Como pontos positivos, o livro evoca uma boa reflexão sobre a imortalidade e as fronteiras do real, beirando o lirismo. É bonito, faz pensar e aguça a curiosidade por manter um constante ar de mistério. Intrigante.

Como pontos negativos, é um tanto quanto cansativo e confuso. Mais perto do fim, inclusive, a história parece se arrastar mesmo para um livro com pouco mais de 100 páginas. Felizmente, quando o tédio começa a se instalar, restam pouco mais de 20 ou 30 páginas.

Sendo totalmente honesto, até me sinto disposto a atribuir a minha avaliação a idiossincrasias pessoais, mas a verdade é que o livro não decolou pra mim... talvez porque outros romances fantásticos tenham vindo na frente - esses realmente perfeitos! - ofuscando a luz deste aqui.

Quer saber o veredito final? A Invenção de Morel é mais interessante pelas ideias que suscita do que pela história em si. Uma leitura instigante que, em última análise, beira o insatisfatório, embora não seja um livro ruim.

Aparentemente, Borges enxergou muito mais do que eu neste livro. Mas, como bem disse o escritor, jornalista e historiador americano Edmund Wilson, "duas pessoas nunca leem o mesmo livro."

Espero que flua melhor pra você.

Leva 3 de 5 estrelas.
Talys 11/02/2023minha estante
Que pena que não gostou tanto. Eu amei demais, entrou até pra lista de favoritos rs


Rodrigo1001 11/02/2023minha estante
Pois é. Acho que esperei a "perfeição" de Borges com muita expectativa. Abraços!


Talys 11/02/2023minha estante
É Borges foi um professor pra ele, Calvino e tantos outros, é nítida a inspiração. Abraço




Patrick 30/07/2020

Estupefato
Não sou nenhum principiante em leitura e digo: este livro possui uma história e narração diferentes das que estou acostumado. Por isso, o adjetivo é este mesmo após terminar a leitura: estupefato.
A trama parece simples: uma fugitivo da justiça se abriga em uma ilha inóspita, aparentemente desabitada. Porém eis que, do nada, pessoas passam a aparecer, como se já habitassem aquele lugar há muito tempo.
Esse enigma a desvendar, e a forma como o autor o desenvolve, nos amarra de tal maneira ao personagem narrador, que a história que de início se apresenta confusa e morna, se torna eletrizante e perturbadora.
Nos permite uma série de analogias e interpretações, que por enquanto, cá matuto em minha cabeça.
Devo revisitar esta obra quando possível. Palmas ao argentino Adolfo Bioy Casares.
Isabela Rodrigues 30/07/2020minha estante
???


Patrick 30/07/2020minha estante
Ainda estou digerindo a leitura Isabela!


Isabela Rodrigues 30/07/2020minha estante
Imagino! É uma ótima sensação.




Fernando60 07/06/2019

O triste papel da edição da Biblioteca Azul da Editora Globo...
Que tristeza eu sinto pelo fato de a Editora Globo ter ficado com as obras do Bioy Casares na divisão do espólio da Cosac. Que triste a editora dedicar às edições de um autor tão elegante e inteligente, parceiro de Borges, papel Norbrite 66 g/m. Aquele papel triste, que não vai longe, que mofa na sua estante em pouco tempo e transforma uma obra eterna em algo descartável, que acabará no lixo reciclável. Lamentável a editora entender que um autor do porte e calibre de Bioy Casares não merecia, ao menos, um papel off white ou polén soft. As obras do Bioy são fantásticas, mas procurem por outras edições que não as da Editora Globo, para que possam tê-las por muitos e muitos anos em suas estantes. Papelão da Editora Globo. Não entendo como justo com Bioy Casares decidem fazer umas edições em papel de baixa qualidade. Tivessem ao menos deixado o autor para outra editora que tivesse mais estima por ele e sua obra... :-(
Yara 10/06/2019minha estante
Oi Fernando, bem lembrado, mas confesso minha ignorância em papéis, quais são os bons? Fiquei curiosa. Obrigada


Fernando60 10/06/2019minha estante
O pólen soft é quase que um padrão do mercado para um livro que vai durar sem que o papel embolore depois de alguns anos. O pólen bold idem. Esse norbrite, na minha opinião, não presta. É como guardar um jornal... :-(


Yara 10/06/2019minha estante
Obrigada Fernando, vou ficar de olho nos próximos livros que eu comprar, quero guardar por muito tempo...




cid 17/07/2018

Sudden light (Luz repentina)
Pretendo reler "A invenção de Morel", para entender melhor. Mas, por enquanto devo dizer que a história não me cativou. Penso e repenso, e aparece aquele mas... E ficção voce tem que comprar a historia. Tem que aceitar sem mas ...Mas, amei demais a introdução de Borges , e fiquei grata por conhecer o poema Sudden light, de Dante Gabriel Rossetti . Borges nos diz que "Bioy renova literariamente um conceito , que Rossetti sintetizou com memorável música ." E o poema é lindo. O trecho citado por Borges :
I have been here before.
But when or how I cannot tell :
I know the grass beyond the door;
The sweet keen smell,
The sighing sound, the lights around the shore ...
Marcelly 17/07/2018minha estante
Que pena q vc n gostou tanto assim. :(


cid 21/07/2018minha estante
Pretendo reler, mas ficção tem que ser aceita e fiquei com muitas dúvidas.




Oz 12/01/2018

Exteriorizar e replicar os sentidos é uma fixação do homem desde que o mundo é mundo, assim como também é o ato de amar. Peço um pouco de indulgência do leitor por relacionar “fixação” com “amor”, dado que, de bate-pronto, a primeira palavra parece mais ligada a um tipo de vício incontrolável e insano do que a um conceito transcendental e belo inerente à segunda palavra. “A Invenção de Morel” nos mostra que, em realidade, o amor pode ser entendido – se é que tal sentimento seja passível de entendimento ou de uma perscrutação mais racional – como uma espécie de fixação, caso leve o indivíduo aos seus extremos. Nesse quesito específico, eu confesso que esse romance não é, nem de longe, um exemplar único na literatura.

No entanto, se o romance nos fala sobre os extremos do amor, talvez sua grande beleza e originalidade é nos falar também sobre essa outra obsessão humana: a exteriorização e replicação dos sentidos. O que quero dizer com isso? Quero dizer que o homem, seja por prazer, diversão, dinheiro ou mesmo por desígnios mais transcendentais de uma busca pela imortalidade, sempre tentou transpor as barreiras físicas de seu próprio corpo para replicar seus sentidos em um mundo exterior a si mesmo. Exemplos disso são as invenções dos discos, da fotografia, do cinema. As vozes saem do corpo e são gravadas para serem ouvidas em outro espaço, em outro tempo. Da mesma forma, as imagens, estáticas ou em movimento, trazem consigo algo que já se foi, mas que parece querer perdurar. É a tentativa de uma imortalidade do homem através da replicação de seus sentidos. Contudo, esses são exemplos de uma imortalidade parcial, pois são apenas replicações do auditivo e do visual, deixando de lado os paladares, os cheiros e os toques. Indo um pouco além, deixando de lado a incapacidade de replicar a consciência ou, avançando um grau a mais na escala metafísica, replicar a alma. Se não é possível vencer essa fixação, seria possível vencer essa parcialidade?

Seja como for, essas duas fixações são as matérias-primas que Adolfo Bioy Casares trabalha com maestria em seu curto e profundo romance, auxiliado pela escolha de um narrador em primeira pessoa que nos empresta o olhar de um fugitivo da lei isolado em uma ilha misteriosa, onde tudo o que vê é suspeito. Nessas suspeitas e no suspense que vai se ampliando ao acompanharmos os relatos desse fugitivo, as matérias-primas de Casares vão entrando aos poucos no texto, até se transformarem em um exímio produto final, ampliando o que parece ser, no início, somente uma simples história descompromissada e sem grandes reverberações.

Meu site de resenhas: 26letrasresenhas.wordpress.com
Rodrigo1001 12/01/2018minha estante
Está na minha lista também. Valeu a pena?


Oz 12/01/2018minha estante
Sem dúvida. E é uma leitura rápida.




Karla Lima 09/03/2017

Bem que eu tentei
Eu queria tanto ter gostado, já é difícil o bastante não gostar de Borges. Entreguei-me à leitura deste predisposta a me encantar e também em busca de redenção: "não curto JLB, mas (ao menos) adoro Bioy Casares", eu diria, da próxima vez que conversasse com alguém sobre literatura argentina e Cortázar já houvesse sido suficientemente elogiado. É pena, mas não rolou. Achei comprido quando de fato é um livro curtíssimo, 124 páginas de 14 x 21 cm e diagramação bem frouxa, e isso já dá a medida do meu tédio ao ler. Achei confuso, talvez por não saber nada sobre o enredo que me aguardava, ou justamente por isso. Achei sem propósito, desnecessariamente rocambolesco e bobinho – pior, bobinho travestido de profundo. Estou desapontada com a experiência, com a obra e de certa forma também comigo. Eu queria tanto ter gostado.
skuser02844 28/05/2017minha estante
Concordo com você. Acabei agora mesmo e foi uma decepção :(


Karla Lima 05/06/2017minha estante
que bom que nao estou sozinha :)




Yuri Rebouças 28/05/2018

Um clássico da ficção científica latino-americana!
Quem me conhece sabe que sou apaixonado pela série Lost, e durante uma conversa entre livreiros me deparei com a indicação de um livro que pelas palavras da própria pessoa "tinha inspirado a trama de Lost... Exceto pelo final". Eu fiquei tão intrigado com esse comentário que procurei imediatamente o tal livro e (obrigado pela sugestão cara!) que grata surpresa.

Publicado originalmente em 1940, A invenção de Morel já nos surpreende por abordar temas tão modernos para uma época de escassa tecnologia, o que destaca a genialidade do autor ao apresentar uma história tão concisa e prognóstica que se tornou a sua obra mais conhecida. O romance tem pouco mais de cem páginas e a leitura rápida é também embalada pela narrativa instigante (e as vezes até poética) do personagem que conta a sua desventura através de um diário.

Após ser condenado por um crime e temendo a prisão que o aguardava, um homem decide fugir para uma ilha erma e misteriosa onde circulavam rumores de que era amaldiçoada: as pessoas que se aproximavam daquele lugar sofriam acidentes terríveis, adquiriam doenças ou enlouqueciam em poucos dias, além das tempestades e o mar aparentemente inacessível que cercava o local, mas em seu desespero, ele não via outra alternativa para evitar a condenação judicial a não ser se abrigar lá, longe de tudo e todos.

O livro já se inicia com esse fugitivo narrando os seus primeiros dias desde que chegou à ilha, e para aplacar a solidão ou manter registrado o que pudesse encontrar ali, ele decide escrever as experiências em um diário. A obra que lemos é exatamente essa escritura do personagem, e boa parte dos capítulos são permeados pelos seus devaneios e temores que, confusos, oscilam sem distinguir o que é real ou alucinação.

Bioy Casares não poupa tempo em sua narrativa e logo nas primeiras páginas nós descobrimos (junto com o personagem) que ao contrário do que ele imaginava a ilha não é inabitada. Existe ali uma sociedade peculiar e bem desenvolvida com edifícios e tecnologias discrepantes para o lugar (a única semelhança com Lost que eu encontrei, além da história acontecer em uma ilha, lógico). Confuso e delirante ele decide investigar as pessoas que trajavam roupas de época e agiam como se há muito vivessem naquela terra. O primeiro momento impactante acontece quando ele se apaixona por uma mulher desse grupo e decide abordá-la, mas ela o ignora de forma tão assustadora como se o homem sequer existisse.

Nesse ponto a trama parece seguir um caminho óbvio, MAS NÃO SEGUE! A partir da metade do livro nós tomamos uma rasteira do autor e o final é surpreendente, valeu muito a pena a leitura, apesar de algumas críticas (como a grande revelação ser feita através de uma confissão, o que pareceu um artifício óbvio, e alguns clichês jogados aqui e ali). Eu fui conquistado com A invenção de Morel (vocês precisam ler para descobrir qual é a invenção desse cara LOUCO!) e eu estou ansioso para os seus outros livros.

site: www.yurireboucas.com
Henrique_ 28/05/2018minha estante
Ótima resenha, Yuri. Estou com este livro na minha lista há um tempão. Aguçou mais ainda minha vontade de lê-lo.


Yuri Rebouças 31/05/2018minha estante
Gostei tanto dessa pegada latina que vou encarar o calhamaço do 2666 do Roberto Bolaño. haha




Tiago Ceccon 22/04/2016

Creio que a maior parte dos leitores brasileiros, como foi o meu caso, chega a Casares através do seu compatriota e parceiro literário Jorge Luis Borges. E esse romance me parece o mais propício como caminho de entrada em sua obra, visto que é impossível ignorar uma trama que o próprio autor das Ficciones qualifica como "perfeita". Embora seja uma grande injustiça examinar um autor à luz da obra de outro, a comparação entre esses dois em específico acaba sendo inevitável, especialmente levando em consideração que é o primeiro livro que leio de Casares.

Notei um estilo bem semelhante ao de Borges, tanto na beleza e precisão das frases quanto na construção ao mesmo tempo lógica e surreal da trama. À narrativa em primeira pessoa contrapõem-se a natural inconfiabilidade do narrador (aqui por várias vezes explicitada, seja pelo protagonista que constantemente se repreende por ter tirado conclusões obviamente ridículas, seja por notas de rodapé de um editor contradizendo o relato) e a própria natureza única do personagem, um fugitivo político latino-americano que aparenta ter uma vasta bagagem cultural e certa tendência ao cômico viés patético dos românticos exacerbados. Cria-se assim um jogo de aproximação e distanciamento que gera uma tensão constante ao longo de toda a extensão da narrativa. Vendo a nossa presença negada tanto no plano mais próximo da ação (pela impossibilidade de entrar completamente na pele do protagonista) quanto no plano mais distante (pela não apresentação de um discurso objetivo, em terceira pessoa, que desmistifique o todo), somos deixados em um terceiro lugar, como em um canto esquecido da sala, sempre esperando o momento definitivo de se colocar de um lado ou de outro, sempre esperando com ansiedade o próximo passo.

Classificar A Invenção de Morel como um romance policial me parece um erro categórico; como "ficção-científica", uma ingenuidade. Na verdade trata-se de uma exploração da condição humana que emprega um vastíssimo leque de elementos, tirados tanto dos gêneros já citados como do universo das utopias, da sempre irreconciliável questão da loucura, do enervante convívio com o duplo, entre muitos outros. A erudição aplicada - em contraste com a estéril erudição enciclopédica que infelizmente é tão mais comum - de Casares transparece aqui na facilidade com que todos esses campos do saber aparecem como constituintes inerentes à narrativa, sem que ela jamais se perca na exploração de qualquer um deles. Esse é o mesmo tipo de transcendência que encontramos nos melhores trabalhos de Borges.

Devido a isso, a leitura se torna acessível a praticamente qualquer interessado, sem depender de um conhecimento (ou interesse) prévio de qualquer uma dessas tradições. No entanto, não creio que seja necessário dissuadir os leitores de gêneros específicos que por ventura se interessem por esse romance. Há bastante do assombro fantasioso proporcionado por uma tecnologia ainda fora do alcance para agradar os amantes de ficção-científica. Há bastante da calejada exploração racional de um mistério aparentemente insolúvel para agradar os amantes dos romances policiais. Há bastante das angústias de um personagem complexo apimentadas pelo jogo de situações incontroláveis para agradar os amantes dos romances psicológicos.

Sobretudo, há bastante da precisão estilística e da profundidade espiritual para acender na maioria dos leitores o desejo impulsivo de procurar conhecer mais a obra desse fantástico escritor.
Fabius 03/01/2017minha estante
Excelente resenha, precisa como a novela do Bioy ;)


Rosa Santana 27/04/2017minha estante
Excelente sua? resenha! Parabéns!
Esse é meu terceiro Casares. Gosto sempre e tanto que no Cementerio de la Ricoleta, em Buenos Aires, fiz questão de ir ao seu túmulo, levar flores a quem me encanta. A quem encanta ótimos leitores como vc!




Pandora 22/05/2020

Um fugitivo da polícia venezuelana, condenado à prisão perpétua, vai para uma ilha sinistra sobre a qual um italiano que vendia tapetes em Calcutá lhe fala: ‘Para um perseguido, para o senhor, só há um lugar no mundo, mas nesse lugar não se vive. É uma ilha. Em 1924, mais ou menos, gente branca andou por lá construindo um museu, uma capela, uma piscina. (...) Nem os piratas chineses, nem o barco pintado de branco da Fundação Rockfeller aportam nela. É foco de uma doença, ainda misteriosa, que mata de fora para dentro.’

Ele passa três meses isolado, até que outras pessoas chegam à ilha, incluindo uma mulher por quem fica fascinado. E as coisas que acontecem a partir daí são parte do grande mistério que é A invenção de Morel.

Este é aquele tipo de livro que desmente a premissa de que livro curto a gente lê rápido. Até a metade não acontece absolutamente nada. Não que uma história precise necessariamente de várias ações para ficar interessante, mas as divagações do personagem principal são muito chatas.

Depois o livro se torna fantástico, mas aí eu já estava um tanto cansada... mesmo assim fiquei me perguntando como pode a mente criar uma história tão única!... é um leque aberto a várias reflexões. E elas continuam válidas hoje.

Como escreveu Isabela Gaglianone para o site O Benedito: ‘vertiginoso labirinto metafísico, sua narrativa acompanha o movimento filosófico que a desdobra em representações e reflexões sobre a realidade, distópica e satírica.’ Ou seja, não é uma leitura fácil, meus amigos.

Adolfo Bioy Casares tinha só 26 anos quando escreveu esta que seria sua obra mais lembrada. ‘Uma trama perfeita’, segundo seu amigo Jorge Luis Borges, a quem, inclusive, o livro é dedicado. E ela inspirou, entre outras obras, o filme ‘O ano passado em Marienbad’, de Alain Resnais e o seriado ‘Lost’, da ABC.

Apesar de ter achado a ideia de Bioy Casares fascinante, acho que não aproveitei esta leitura como deveria. Acredito que valha uma releitura aprofundada em outro momento.
Patrick 30/07/2020minha estante
Terminei a leitura ontem desta obra. E tive a mesma impressão até a primeira metade do livro: onde nada acontecia. Porém, após esta primeira metade, não consegui mais parar de ler até que terminasse. Irei realizar a leitura futuramente. Enquanto isso, vou "ruminando" as reflexões que ela despertou.


Pandora 31/08/2021minha estante
Só vi seu comentário hoje. Fico feliz que alguém tenha tido uma impressão parecida.




Cheruti 01/04/2013

A Invenção de Morel
Um bom livro, mas que absorvi bem menos do que ele propõe. Esta na minha lista de reeleituras.
Fernando 01/04/2017minha estante
Eu tb...


Rosa Santana 27/04/2017minha estante
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Ratinha de Biblioteca 27/05/2021

Eu esperava mais...
Quando fiquei sabendo que este livro inspirou a série "Lost" me interessei imediatamente! Mas a história é uma ficção científica bastante metafórico-filosófico.
José Carlos 09/11/2021minha estante
Então! Não entendi qual foi a inspiração que ele ?deu? a Lost!


Ratinha de Biblioteca 10/11/2021minha estante
Creio que apenas a inspiração inicial: pessoas presas em uma ilha. Rsrsrs




Paulo 21/01/2014

Leitura em um dia
O curto romance A invenção de Morel, lançado por Adolfo Bioy Casares em 1940, pode ser lido em cerca de duas horas. Eu não me levantei até completá-lo.

O início é misterioso e, em pequena medida, perturbador, mas aos poucos nossa imaginação começa a focar apropriadamente naqueles eventos e na mentalidade do narrador e logo já podemos enxergar esse protagonista e acompanhá-lo em suas andanças pela ilha isolada aonde foi se esconder da polícia.

Concordo com Carpeaux — autor de artigo que ilustra esta nova edição como posfácio — que enquadrar o romance como “ficção científica” pode confundir sua apreciação. Apesar de inspirado em A ilha do Dr. Moreau, de H.G. Wells (que não li), Morel apresenta-se como uma obra mais complexa, em que o elemento científico é subjacente, enquanto o mistério, as peripécias e até seus aspectos psicológicos são pluralmente ressaltados.

A prosa de Casares tenta ser clara com suas frases curtas, mas persistentemente evitando a sensação de obviedade. Essa preocupação não o poupa de certas paragrafações truncadas e da marcante semelhança com o estilo do conterrâneo e amigo Jorge Luis Borges.

Borges assina o prefácio original, também presente nesta edição da Cosac&Naify. Nele, afirma que “discutiu os pormenores” com o autor e a considera “perfeita”. Com sua erudição virtualmente infinita, Borges ainda assim sempre cultivou os superlativos. Mas estaria errado em sua avaliação? Eu tenho desistido dessa espécie de veleidade. A perfeição talvez só exista na cabeça de um lunático como Morel.

Livro lido em 20/01/2014

site: http://beneficio-da-duvida.blogspot.com.br/2014/01/a-invencao-de-morel.html
Rosa Santana 27/04/2017minha estante
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Rosa Santana 27/04/2017minha estante
Muito boa sua resenha! Parabéns!




pity 27/06/2022

Só li pela escola, tirei nota ruim mesmo assim, nem prestei atenção no livro, sem contar que não entendi bulhufas, só palavra difícil
Camila1856 03/12/2022minha estante
Kkkkkk adorei


Camila1856 03/12/2022minha estante
Kkkkkk adorei




WallanS 19/11/2009

Não gostei!
Nao achei esse livro grandes coisas nao. Livro pequeno e com pouquissimas paginas, mas que foi um sacrificio pra terminar de ler. Durante a leitura, dava a impressão que a obra tinha umas mil paginas e que nao acabava nunca.
Thiago 07/12/2011minha estante
Talvez você leu o livro em um momento ruim, mas dê mais uma lida nele no futuro, talvez o veja com outros olhos. Abraço.




Maria - Blog Pétalas de Liberdade 13/03/2019

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
Narrada em primeira pessoa, a história é uma espécie de diário onde um homem condenado à prisão perpétua relata seus dias na ilha deserta para onde fugiu. Na ilha havia três construções abandonadas: um museu, uma igreja e uma piscina. Havia rumores sobre uma misteriosa doença na ilha, mas tudo o que o fugitivo queria era escapar da prisão e ele não deu ouvido a esses rumores.

"A vida de fugitivo deixou meu sono mais leve: tenho certeza de que não chegou nenhum barco, nenhum avião, nenhum dirigível. No entanto, de uma hora para o outra, nesta abafada noite de verão, o capinzal do morro se cobriu de pessoas que dançam, passeiam e nadam na piscina como veranistas que estivessem instalados faz tempo em Los Teques ou em Marienbad." (página 8)

O narrador estava lidando como podia com as dificuldades do local isolado, até que, um dia, misteriosamente, apareceram pessoas na ilha. O fugitivo ficou desesperado com a possibilidade de ser descoberto por elas e enviado para a prisão, imaginando que o fato de aquelas pessoas parecerem não estar procurando-o poderia ser uma armadilha para que se aproximasse. Será que o narrador vai conseguir se manter escondido? Por quanto tempo aqueles visitantes permanecerão na ilha? O fugitivo será vencido pela solidão e sucumbirá a vontade de se aproximar? E, principalmente, quem são aqueles visitantes tão peculiares?

Comprei esse livro pelo fato de alguns canais que acompanho terem falado sobre ele (embora eu não me lembrasse se bem ou mal) e pela sinopse que o descreve como "clássico da ficção científica latino-americana que inspirou Lost" (seriado que não cheguei a assistir, mas a sinopse do livro me deixou curiosa).

Imaginei mil e uma possibilidades que justificassem o aparecimento das pessoas na ilha e o fato de elas não notarem a presença do fugitivo. Minha primeira hipótese foi a de que as pessoas seriam uma alucinação causada por raízes que o fugitivo usava para se alimentar. Mas, como é dito na sinopse, tudo está relacionado com uma máquina inventada por um tal de Morel e uma espécie de imortalidade por meio de imagens. Talvez vocês também já estejam criando suas próprias teorias ou até tenham descoberto o motivo de as outras pessoas na ilha estarem alheios aos narrador, mas lhes garanto que serão muito surpreendidos ao compreenderem a história toda. Eu fiquei chocada com a invenção que dá nome ao livro, discordo fortemente da validade do tipo de imortalidade mostrado na obra e não queria de forma alguma ser amiga desse tal de Morel, é apavorante o que ele foi capaz de fazer, ainda que tenha certa lógica.

"Já é hábito de minhas mais lúcidas teorias se desfazerem no dia seguinte, ficando apenas como provas de uma espantosa combinação de inépcia e entusiasmo (ou desespero). Talvez minha ideia, uma vez escrita, perca a força." (página 78, o leitor também vê cada uma de suas teorias sendo desfeitas juntamente com as do narrador)

É um livro curto, com menos de cem páginas, mas talvez por eu ter lido antes de dormir, tenha me dado sono (agora tenho um livro para usar como resposta em tags que peçam "livro que deu sono"). A linguagem é um pouquinho difícil, com algumas palavras pouco comuns, mas é uma leitura cativante. É uma história onde somos conduzidos pelo narrador de forma a ficarmos mais curiosos a cada página, imaginando mil e uma teorias que expliquem o que está acontecendo, torcendo para que nossas piores previsões não se concretizem, e quando a verdade vem à tona, é impossível ficar indiferente. Então, é sim uma leitura que recomendo, tanto para quem gosta de ficção científica quanto para quem não leu nada do tipo ainda.

A edição tem uma capa com uma ilustração abstrata, páginas amareladas, boa revisão, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho.

"Talvez todo esse empenho higiênico em não esperar seja um pouco ridículo. Não esperar da vida, para não arriscá-la; dar-se por morto, para não morrer. De repente isso me pareceu um letargo pavoroso, inquietíssimo; quero que acabe. Depois da fuga, depois de ter vivido sem atentar a um cansaço que me destruía, conquistei a calma; minhas decisões talvez me devolvam a esse passado ou aos juízes; são preferíveis a este longo purgatório." (página 20)

site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com/2019/02/resenha-livro-invencao-de-morel-adolfo.html
Marcos Ferraz 18/05/2019minha estante
Gostei muito da resenha. Li o livro e achei o final surpreendente, profundo, bem ao estilo da melhor ficção científica com pegada existencialista. Quem quer viver para sempre? Será que vale a pena viver se não for para conquistar um amor? Viver sofrendo ou construir um futuro fictício que nos satisfaça? Muito interessante.




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