Lu 19/03/2016
Black Bird é o primeiro livro que eu abandono em 2016. Minha lista, até então, eram de autores que eu já conhecia bem e adorava. Minha maior ousadia havia sido o primeiro livro da série dos Bridgertons, que não achei sensacional, mas gostei. Resolvi ser mais ousada e comprar o Black Bird, que prometia ser ágil, interessante e diferente e...
Hã... não deu lá muito certo.
Antes de começar a jogar pedras em mim. por favor, deixe que eu me explique: Eu não achei a história ruim. Um pouco fantasiosa, talvez. Mas com boas sequências de ação e tensão e boas surpresas. Eu queria muito, muito estar adorando a leitura, mas toda vez que eu fechava o livro, duas coisas me incomodavam: a narrativa e a protagonista.
Veja, eu não sou formada em Letras. Escrevo resenhas por hobby. Em minha opinião como leitora, a narrativa é a base espinhal de um livro. Ela é a voz que guia o leitor em sua jornada. Ela pode ser poética e bem humorada, como a de Carlos Ruíz Zafón (A Sombra do Vento), romântica e irônica, como a de Jane Austen, mágica e meticulosa, como a J.R.R. Tolkien. Aqui, eu senti uma certa dificuldade em me adaptar à narrativa em segunda pessoa. Volta e meia, aqueles "você faz isso, você faz aquilo" vinham me puxar pelo pé. Como eu disse no histórico, eu não sei até que ponto isso influenciou a minha antipatia com a protagonista. Por mais que eu entendesse sua situação desesperadora, ela me dá uma impressão de ser meio robô. Ela deixa que a pessoa faça isso, sorri mecanicamente, etc. Ela me lembra muito a Katniss, em certos momentos. Uma pessoa anestesiada, que usa as pessoas - em especial, o Peeta - para aplacar a dor que sente. Eu gostaria de ser mais compreensiva, mais insistente, mas... Perdi a vontade de continuar a leitura.
Oh, eu sei que os outros adoraram o livro, ele está super bem cotado e tem uma reviravolta sensacional no final, blá, blá, blá. Mas eu me conheço bem o bastante para saber que não vou terminá-lo. E não vou terminá-lo, mesmo. Então, sim, vou abandonar a leitura faltando umas cento e poucas páginas. Sim, estou escrevendo sobre livro abandonado e não, não vou dar outra chance pro livro da Anna Carey. Pra mim, narrativa é em terceira ou primeira pessoa. Não gosto de modernidades de narrativas em segunda pessoa.
Recomendo, com ressalvas.