Luiza Helena (@balaiodebabados) 26/01/2021Originalmente postada em https://www.balaiodebabados.com.br/Clube dos Canalhas é uma série que sempre esteve na lista das futuras leituras. Então, decidi organizar uma leitura coletiva dos quatro livros e foi a melhor coisa que fiz. Infelizmente Entre o amor e a vingança não vai circular entre os melhores romances de época que já li.
A história aqui me lembrou bastante a de A Noiva do Bastardo. Bourne deseja vingança contra a pessoa que tomou tudo o que ele tinha e a chave para isso acontecer é se casar com Penelope, sua amiga de infância. Claramente sabemos como tudo isso vai terminar, porém o processo foi bem doloroso pra mim do que pensei.
O principal problema da história não é nem a vingança em si, mas o casal. Os dois personagens se merecem e muito pois são bastante contraditórios em suas opiniões e pensamentos. De início, Bourne não vê nenhum problema em utilizar Penelope em sua vingança. O próprio, várias e várias vezes, ele frisava que não se importava em usar a coitada, mesmo que ela não tenha nada a ver com isso. Porém, sua mudança de sentimento em relação ao bem estar da esposa foi algo muito forçado e aleatório. Você sente que faltou uma transição e um melhor desenvolvimento já que isso foi literalmente de um capítulo pro outro, da noite pro dia. E ainda assim, mesmo com todo o sentimento que irá perdê-la, ele bate na tecla que não pode deixar de realizar sua vingança, como se tivesse alguma forma maior o obrigando a fazer isso.
Já Penelope é uma mulher que precisa conhecer mais de amor próprio. Certo que ela se importava com a reputação das irmãs (cof cof porque ainda há uma certa hipocrisia nisso, já que se ela se importasse mesmo, não teria passado nove anos recusando pedidos de casamento) e utiliza dessa desculpa para se deixar envolver no jogo de Bourne. Inclusive o jeito que ela se ilude com o marido é diferente, sabe... Desde o começo desse relacionamento, ela foi intimidada e manipulada a aceitar o casamento, mas acreditada que Bourne poderia mudar de ideia; que ela seria o suficiente para ele mudar de ideia. Ainda acrescentando o fato que ela se ressentia consigo e com ele por conta da situação de seu casamento frio e ela sendo usada, sendo que desde o início o próprio deixou claro que ela seria um meio para os fins.
Penelope e Bourne andam em círculos o livro inteiro. Isso tudo seria resolvido na base do diálogo, mas os dois são muito de ler errado nas entrelinhas do que o outro fala. O que salva mesmo aqui são as participações dos outros personagens, principalmente os sócios do Anjo Caído. Todos eles possuem um certo ar de mistério, principalmente Chase. Claramente eu já sei quem ser essa pessoa, mas achei interessante conferir aqui e fazer um paralelo do que já conhecia.
Pelo menos a escrita da Sarah é boa de se acompanhar e a tradução aqui não inseriu termos ~interessantes~ no meio da história. Penelope também foge do padrão de mocinha, sendo que suas descrições físicas deixam claro que ela é gorda, assim como a Callie de Nove Regras A Ignorar Antes de se Apaixonar. Outro ponto que a Sarah arrasa é nas suas cenas sensuais, mas infelizmente isso tudo foi desperdiçado numa história decepcionante.
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