Aline 22/08/2016Impactante!"Filha, a gente não tem dinheiro para o presente, mas escolhe uma estrela no céu e fica com ela pra toda a vida"
O livro é classificado como biográfico ( aqui cabe uma pequena discussão…quando um romance não seria biográfico? Afinal de contas, a obra carrega sempre um pouco da história, vida, características e marcas do seu autor, ou não? Bom…esse é assunto para um outro dia...), ou seja, a autora conta a sua história, suas memórias da infância à idade adulta. Jeannette é uma jornalista de grande prestígio em Nova York e sua história é muito marcante. O livro se inicia de forma chocante, pois a personagem encontra com sua mãe revirando o lixo no centro da cidade de Nova York. Você, leitor, que não conhece nem um pouco da história da autora toma um verdadeiro susto e logo começa a julgar a moça, que se esconde no táxi e ignora aquela mãe. Você deseja entender o porque daquilo tudo e logo em seguida Jeannette começa a te contar como ela e sua mãe chegaram ali.
Os pais de Jeannette levavam uma vida peculiar, diferente das demais famílias, pois viviam viajando pelos Estados Unidos, de cidade em cidade, não tinham um emprego fixo e contavam com ajuda de familiares. A autora e seus irmãos mal frequentavam uma escola, passavam fome, não tinham amigos ou animais de estimação pois, não tinham uma casa, na maioria das vezes viviam em carros, cabanas ou dividiam espaço, de favor com familiares. O pai era um sonhador e assim amenizava o sofrimento das crianças com um pouco de alegria e esperança, falava para elas que iria construir um “castelo de vidro”. Ao mesmo tempo os pais eram pessoas problemáticas, de extremo egoísmo, o pai gastava todo o dinheiro que tinha em bebida, a mãe, preguiçosa, escondia dinheiro e comida dos próprios filhos.
O mais impressionante nesse livro é a forma contida, aceitada e serena que a autora conta os momentos mais cruéis, tristes e chocantes de sua história. Jeannette em nenhum momento julga seus pais ou as atitudes que eles tiveram, ela simplesmente relata,sem nenhuma descarga emocional, o que aconteceu, o que ela lembra de sua história. Não há nesse livro autopiedade e julgamentos de valor, há aprendizado e muito! Leiam!
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