Vestido de Noiva

Vestido de Noiva Nelson Rodrigues




Resenhas - Vestido de Noiva


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Grazi @graziliterata 19/01/2017

Esse livro é uma peça de teatro, que conta sobre uma tragédia de duas mulheres. A peça é dividida em 3 planos: 1º plano - da alucinação, 2º plano - da memória e 3º plano - da realidade, contém 28 personagens.
A peça passa-se em 1943.
Nelson Rodrigues descreve até como tem que ser a reação de cada personagem em suas falas, como tem que ser o cenário, tudo direitinho. Perfeito para quem quiser fazer essa peça, não tem como ter dúvidas.
No começo você fica um pouco confusa, sem entender direito as coisas, mas depois que a personagem vai lembrando do que aconteceu, você entende tudo, e vai imaginando exatamente como é pra ser as cenas e o que ocorreu.
A única coisa que eu posso contar, é que se trata dessa tragédia, porque senão eu conto toda a história, e perde a graça, aí vocês vão brigar comigo por ter dado spoiler.
Essa peça faz parte do teatro completo 1: peças psicológicas, que inclui:
A mulher sem pecado;
Vestido de noiva;
Valsa nº 6;
Viúva, porém honesta;
Anti-Nelson Rodrigues.
É uma história meio doida, daquelas que você termina em um dia a leitura, mas vale a pena sim.

site: https://blogdietaecultura.wordpress.com/2017/01/19/nelson-rodrigues-vestido-de-noiva/
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Goldenlion85 26/05/2009

Mais que uma simples estória...
Muito real, instigante,
na peça há diversas direções:
mostra duas estórias distintas e parecidas,
uma protituta famosa que gosta de um jovem mais novo,
um triangulo amoroso no qual um jovem é disputado por duas irmãs,
UM TRAMA BEM PSICOLOGICO...
Muito real e original,
Recomendo
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Bertelli 28/03/2017

Para dar um nó na cabeça.
Essa é uma peça de teatro muito louca, acontece dentro da cabeça de uma mulher; os sonhos dela, as alucinações dela, as lembranças dela, e a realidade onde ela se encontra fisicamente.
É um vai e vem muito maluco, a leitura é um pouco atravancada, pois é como um quebra cabeça com as peças completamente soltas e o leitor vai encaixando-as ao longo da leitura, e assim que que se consegue fazer isso, a história revela desfechos surpreendentes, inacreditáveis. Muito bacana. Nelson Rodrigues é um pai para o teatro nacional.
Recomendo.
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Marília 29/08/2017

Sobre Nelson Rodrigues
A peça de Nelson Rodrigues é toda "arranjos interessantes". O autor adjetiva tempo e espaço, personificando-os. Vestido de Noiva recebe a denominação de drama psicológico, dentro da qual apresenta três planos cênicos: o plano da alucinação, plano da memória e o plano da realidade.
Ela acontece, no entanto, em sua maior parte, no plano psicológico (alucinação e memória) da personagem Alaíde, enquanto se recupera de de uma obra do acaso. Durante este tempo, a personagem é assombrada pelas lembranças de seu passado, que se entrecruzam com o passado de uma outra personagem, Madame Clessi, uma dama que vivera no final do século XX, a qual Alaíde havia conhecido, somente de ler, por meio de um diário que encontrou, antes de se casar, e que retratava a vida desta.
Os três planos da peça dialogam de forma incrível. Somos conduzidos ao conflito gerado pelo entrelaçamento dos acontecimentos, enquanto a personagem está em estado de inércia. Norteada pela obsessão, a protagonista pinta aos seus interlocutores um quadro conflitante sobre o que acontecera antes de encontrar-se nesta situação de imobilidade física, mas não psicológica. Quanto ao nome da obra, este nos oferece uma ideia do recurso da ironia, bastante utilizado pelo autor, que brinca com a palavra virgindade, e delineia uma estória repleta de exageros o que intensifica o drama.
Um fator de comunhão entre as peças, e que para esta leitora que vos fala torna-se elementar à que sejam exitosos tais textos, é o desfecho da estória que as enreda, o ponto culminante de todos eles desemboca nas últimas linhas, o que nos deixa presos à escrita até o finalzinho. Espetacular!
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Joao.Victor 09/02/2018

Dramaturgo, jornalista e escritor, Nelson Falcão Rodrigues nasceu a 23 de agosto de 1912 em Recife no estado do Pernambuco. Seu pai, o jornalista Mário Rodrigues, resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro pouco tempo depois do seu nascimento. Em 1935, Nelson contraiu uma tuberculose e foi internado num sanatório de Campos do Jordão. Recuperou-se e voltou para o Rio de Janeiro. Ele traduz as mazelas do homem com poesia e densidade. Bastante influenciada pelo estilo do dramaturgo italiano Luigi Pirandello (1867-1936), a dramaturgia de Nelson se alimenta da tragédia do homem comum, leitor da imprensa marrom, fã de artistas de novela e jogadores de futebol. Em 1963 ele se separa de Elza Bretanha, com quem esteve casado desde 1940, e com quem teve dois filhos. Viveu um relacionamento com Lúcia Cruz Lima que lhe deu a filha Daniela, e depois com Helena Maria. Em 21 de dezembro de 1980, na cidade maravilhosa, falece Nelson Falcão Rodrigues.
Existe alguma coisa que diferencia os meros escritores dos gênios da escrita. Poder transpassar para seus personagens tudo aquilo que é sentido no mais íntimo do seu ser não é tarefa para qualquer um. E as obras dele parecem que foram cozidas num caldeirão com ódio, crise familiar, imoralidade, obsessão, possessão, desejo e uma grande dose de conflito interno. Some-se a isso uma boa leva de personagens altamente originais e cotidianos e estará pronta uma obra digna de Nelson Rodrigues. É surpreendente como as obras dele conseguem fazer com que nós, leitores/espectadores, nos identifiquemos com elas. O sentimento de identificação é instantâneo ao nos deparamos com a desconfiança de Olegário em relação à sua esposa Lídia na peça A mulher sem pecado, peça escrita em 1941, ou então quando torcemos para que no fim Oswaldinho consiga fisgar a bela e religiosa Joice no Anti-Nelson Rodrigues, peça escrita em 1973, mais ainda: qual o leitor/espectador que não sentiu o mesmo desespero que a menina Sônia em Valsa nº 6, peça escrita em 1951? Eis aqui o algo a mais: sentimento a mais, é isto que possuem as obras de Nelson Falcão Rodrigues.
Constituídas de um realismo em estado bruto, suas obras causam em nós toda essa identificação e ao mesmo tempo uma enorme repulsa. Afinal, somos infiéis, desconfiados, egoístas, somos seres que por vezes nos deixamos levar pelos instintos da carne e loucuras da mente, mas não admitimos isso. Não admitimos porque temos um padrão de comportamento a zelar perante nossa sociedade. Com muito êxito, ele trouxe isto à tona em suas peças, sempre mostrando o homem como medíocre. Caso queiramos destacar os pontos principais da obra de Nelson Rodrigues basta que nos atenhamos a sua peça que foi tida como um divisor de águas, em sua própria vida e também no cenário nacional do teatro: Vestido de Noiva. Nela encontramos alguns dos aspectos principais da obra desse grande (se não o maior) dramaturgo brasileiro: infidelidade – uma irmã que rouba o namorado da outra; desejo reprimido - Alaíde lê o diário de Madame Clessi e aí encontra refúgio para todos seus desejos, que não foram satisfeitos por seu noivo Pedro; ódio – é inegável todo ódio que resulta da infidelidade de uma irmã para com a outra; crise familiar – o ambiente onde muitas de suas obras acontecem é curiosamente o ambiente familiar, como exemplo podemos citar a fala do personagem Edmundo à sua mãe, em Álbum de Família peça escrita em 1944: “Mãe, às vezes eu sinto como se o mundo estivesse vazio, e ninguém mais existisse, a não ser nós, quer dizer, você, papai, eu e meus irmãos. Como se nossa família fosse a única e primeira. Então o amor e o ódio teriam de nascer dentro de nós” ; conflito interno – os personagens principais da obra de Nelson sempre trazem um inferno – tenha-se inferno como uma grande confusão – dentro da cabeça, tal como disse Olegário em A mulher sem pecado: “Eu tenho um inferno dentro de mim. Um inferno particular” .
Vestido de Noiva foi escrita em apenas uma semana. Em sete dias cabem mais de mil de paixão e dor. Em síntese, toda a trama gira em torno de Alaíde (noiva), Madame Clessi (cocote/conselheira de Alaíde), Pedro (marido de Alaíde) e Lúcia (irmã de Alaíde). Duas irmãs que amam o mesmo homem: esta é a principal unidade dramática. Alaíde rouba o namorado de Lúcia e vai casar com ele, mas Lúcia consegue chegar a tempo e interromper o casório. Alaíde sai da igreja desesperada e é atropelada. Morre. Lúcia, dizendo estar sendo assombrada pelo espírito de Alaíde, vai passar algum tempo em uma dita fazenda. Volta. Veste o vestido de noiva e anseia pela cerimonia, que não fica explicito se ela casa ou não com Pedro. No entanto, toda essa gama de informação só nos é dada no terceiro ato. Os dois primeiros são, em sua maioria, produtos da psique de Alaíde, intercalados com passagens do “mundo real”, digamos assim. O final da peça é o mais marcante: “[...] Apaga-se, então, toda a cena, só ficando iluminado, sob uma luz lunar, o túmulo de Alaíde, Crescendo da Marcha Fúnebre. Trevas” . A tragédia é iniciada com escuridão e solidão, assim também é seu final: escuro e solitário.
É merecida que seja destacada a mágica realizada por Nelson Rodrigues em dividir o mesmo palco em três planos diferentes, onde cada um deles representa um estado da consciência de Alaíde. Os devaneios extremamente realistas vividos por Alaíde no plano da alucinação somados à frieza dos médicos que tentam minimizar os danos sofridos no acidente de carro, no da realidade e aos fundamentais lapsos de memória dela que nos ajudam a organizar todo esse caos informático e chegar a uma conclusão sobre a trama, no da memória, tudo isso eleva ainda mais o grau de complexidade e de secura da peça. Complexidade, pois, como leitores/espectadores, temos que ir prestando atenção em cada passo dado, rememorado e vivido, além de fazer inferências, para enfim compreender todo o enredo. Secura, pois – até mesmo os adjetivos e locuções adjetivas corroboram com isso – bonita, bem-vestida, louca, gorda, velha, cheia de varizes, etc. – a cada ato nos é revelada a face que tentamos esconder, uma de seres invejosos, falhos, carnais, seres repletos de um falso pudor, humanos medíocres.
É interessante notarmos como é composta a peça, isto é, como ela se nos apresenta. É uma obra que é completa em si: Vestido de Noiva basta-se. É comum encontrarmos em diversas peças teatrais enredos que são iniciados e não se sabe o antes da história. Não nos é dito o que se passou com os personagens antes do início da história. A peça citada é iniciada com sons de um acidente automobilístico e com Alaíde procurando por Madame Clessi. Apesar da naturalidade de como os fatos se apresentam, não nos fica claro, a princípio, o motivo daquela procurar por esta e nem o porquê e quais as consequências dele. No entanto, no decorrer da trama sabemos que o acidente ocorre devido à interrupção de Lúcia no casamento de Alaíde com Pedro, onde esta ao ter esclarecido que realmente roubou o namorado da irmã sai da igreja e é atropelada. Alaíde procura, em seu inconsciente, por Madame Clessi, pois ela representa a figura da mulher livre, mulher corajosa, mulher que vive seus desejos.
No decorrer da peça fica confuso se Alaíde realmente se casou com Pedro. Em dados momentos ela o chama de noivo, em outros de marido e a confusão em sua mente é tal que ela chega a não saber qual seu grau de relacionamento com ele, mas no terceiro ato temos a confirmação: Alaíde realmente foi casada com Pedro. Como prova basta que nos atentemos ao sobrenome compartilhado por eles: Moreira. Pedro se apresenta como Pedro Moreira ao buscar notícias de Alaíde no hospital. O nome de Alaíde é dado como Alaíde Moreira pelos informantes do jornal Diário. É tradição aqui no Brasil e em outros recantos do mundo que a esposa herde o nome do marido após o matrimônio, eis aí a prova.
O estado mental de Alaíde é tão perturbado que a trama fica saltando descontroladamente por cenas vividas, relembradas e, em sua maioria, imaginadas. A mente de Alaíde é sua maior perdição. Resultado de toda essa confusão temos algumas questões que ficam abertas a interpretações, por exemplo: Lúcia realmente casou com Pedro? Qual o significado da mulher inatual que vela o suposto corpo de Madame Clessi? Enfim, são questões para as quais, como leitores/espectadores, podemos apenas supor respostas. Talvez esteja aí uma forte marca da vida cotidiana dos personagens: deixar questões em aberto, questões que nunca voltamos a enfrentar.
Outro fato a ser citado é como são apresentadas as falas no plano da realidade. São rápidas, concisas, mecânicas. Vemos nelas uma certa crítica à nossa sociedade. Sociedade onde os relacionamentos estão cada vez mais artificiais e insossos. Relacionamentos que acabam gerando condições para que mais Alaídes leiam mais diários de madames Clessis. O que notamos na peça resenhada é uma personagem muito intensa que morre sufocada pelas moralidades da sociedade. E por conta dessa opressão busca refúgio em uma mulher livre. O próprio devaneio de Alaíde onde ela acredita ter matado Pedro pode ser tido como uma forma que ela encontra para se ver livre dessa sociedade moralizante. A figura de Pedro, o homem que prefere ler à dar atenção aos desejos de sua esposa, pode ser tida como uma metáfora da própria moral. Nesta peça Nelson Rodrigues adota uma postura muito pessimista em relação à sociedade. A figura do chofer que atropela Alaíde e não presta socorro também é bastante sugestiva. Podemos tê-lo como um homem absorto em seu mundo individual. Homem insensível produto de uma sociedade dissipada.
Toda a trama é passada em dois lugares do “mundo real”: um hospital e a casa de Alaíde. O hospital é o lugar onde Alaíde foi atendida após o acidente e acaba indo a óbito. A casa dela é o lugar onde acontece o ritual fúnebre – popularmente chamado de sentinela –, tanto que ela, em todo seu estado alucinógeno, chega a sentir o cheiro de flores, muitas flores, as que seriam do próprio funeral. E sua vontade de ser madame Clessi é tal que sua memória é constantemente confundida com a realidade. A casa onde Alaíde leu que o esquife de madame Clessi estava era repleta de flores, ou seja, existem passagens na peça nas quais Alaíde atribui aspectos de sua vida à de madame Clessi e vice-versa.
Enfim, para aqueles que procuram por uma obra crítica, realista e muito psicológica eis aqui a resposta: Vestido de Noiva. No entanto, cuidado! É alto o risco de uma possível dependência. As obras de Nelson Falcão Rodrigues possuem aquele algo a mais citado acima e, consequentemente, causam a procura de um ir além. Não é suficiente lermos apenas uma obra dele, somos envolvidos por todo seu pessimismo e mergulhamos cada vez mais no íntimo de suas obras, que é o dele mesmo. E transpassando o universo do deleite literário, a peça resenhada serve como material de pesquisa para estudiosos das letras, do teatro, da mente humana e de diversas outras áreas do conhecimento.
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Paulo Silas 24/06/2018

"Vestido de Noiva" é uma peça de Nelson Rodrigues que possui um evidente teor psicológico, principalmente ao se considerar a forma com a qual a narrativa é construída. O conflito é o mote que conduz a história, uma vez que que uma notória tensão se faz presente entre todas as personagens que contracenam no enredo, resultando assim num clima conflitivo presente em toda a peça. A confusão se mistura à crítica, a sátira e ao melodrama, constituindo uma narrativa que se passa entre a vida e a morte da protagonista.

O livro requer uma atenção especial do leitor. Diz-se pela forma estrutural na qual a peça é construída. Há três planos presentes na história: a alucinação, a memória e a realidade. Todos esses se intercalam incessantemente, dividindo-se entre os atos da peça que não seguem necessariamente uma sequência lógica/cronológica, ensejando assim num ambiente caótico vivido pelas personagens que acaba sendo sentido pelo leitor.
"Vestido de Noiva" retrata a história de uma mulher, Alaíde, que é atropelada e acaba sendo levada ao hospital para ser operada. Esse é o plano da realidade. Enquanto os médicos tentam salvá-la, Alaíde se recorda de um episódio de seu passado: uma disputa entre duas irmãs por um noivo rico. Ao mesmo tempo, uma alucinação disputa espaço com suas recordações: Alaíde procura por Madame Clessi, uma prostituta que foi assassinada por um jovem namorado, em quem poderá encontrar respostas para a confusão presente em sua mente. É em meio a esse caos que a personagem luta por sua sobrevivência - pelo menos por tempo suficiente para que o esclarecimento possa surgir.

Nelson Rodrigues, em seu próprio estilo (em que pese aqui menos visceral como de costume), aborda criticamente temas como a hipocrisia, o desejo, as convenções sociais e as verdadeiras intenções inerentes à condição humana - escondidas sob os mais diversos e falsos mantos. Vale!
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50livros 29/12/2018

Teatro nacional
Sou suspeita para falar: sou fã de carteirinha do autor e jornalista. E esse aqui não me decepcionou em nada. Como sempre, tudo gira em torno de um acontecimento chocante, onde nos leva a pensar o quanto ser humano pode ser baixo e vil. Isso ainda sem perder toda uma estética própria, coisa que acho incrível. Foi uma leitura bem rápida, porém intrigante, fazendo-me apaixonar ainda mais por toda a obra de Nelson Rodrigues.

site: www.50livros.com/single-post/2018/11/06/RESENHA-de-Vestido-de-Noiva-de-Nelson-Rodrigues---12MESES12CLASSICOS
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Biblioteca Álvaro Guerra 11/01/2019

A representação é dividida em três planos: da alucinação, da memória e da realidade. Há também duas escadas laterais. A peça se desenrola em três atos, cuja relação não é exatamente cronológica, a não ser no plano da realidade, o qual acompanha a degradação do estado de saúde de Alaíde e a aniquilação consequente dos outros dois planos.

site: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/vestido-de-noiva-analise-da-obra-de-nelson-rodrigues/

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788599896396
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Lipe 27/03/2019

As tragédias épicas de Nelson Rodrigues
Considero impressionante a forma como Nelson Rodrigues em suas histórias e personagens desmascara a hipocrisia da classe média brasileira. Com uma linguagem informal, o registro da linguagem oral do Rio de Janeiro e a representação do comportamento egoísta e sexualizado de suas personagens, características da classe média, Rodrigues estrutura suas obras em uma amoralidade crítica que aponta para os grandes dramas das tragédias individuais, narradas de forma épica e viva.
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Sophia.Bassi 25/02/2020

Nem que eu morra, deixarei você em paz!
Rivalidade de irmãs chegada ao extremo. Alaide se encontra em uma tempestade de memórias antigas e falsas, sem de lembrar de seu passado de traições.
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Sue 27/02/2020

Muita ousadia em 1940
Nelson Rodrigues é genial e muito amargo ao mesmo tempo, vai notar isso principalmente se você ler mais livros e crônicas dele. O livro é uma peça de teatro, esse formato pode incomodar nas primeiras paginas, mas depois você esquece. É extremamente ousado e despudorado pra época, não que a história seja para maiores de 18 anos, ouso dizer que é uma história de família e, em grau mais leve, deve estar cheio de casos assim Brasil afora, mas escrever sobre isso naquela época merece palmas!
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Hilton Neves 03/04/2020

Bem, a peça guarda sim, semelhanças com coisas que Scorsese ia dirigir muitas décadas depois. Por coincidência, o Marty ama o Glauber, quem o Nelson elogiou bastante pelas páginas do seu livro de memórias. Um roteiro incrível da edição da Nova Fronteira nos conta as origens e mudanças do teatro, isso me envolveu, e então facilitou me concentrar nos planos da memória, realidade e alucinação que compõem o arcabouço da estória.
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regifreitas 05/04/2020

O BEIJO NO ASFALTO (1961); VESTIDO DE NOIVA (1943), Nelson Rodrigues.

Em relação à obra de Nelson Rodrigues, vale o lugar-comum: há aqueles que a amam e aqueles que a odeiam, geralmente com poucos meios termos.

Apesar das semelhanças, principalmente ao trazer o olhar agudo do dramaturgo no desnudamento das hipocrisias da sociedade carioca e, por extensão, da própria sociedade brasileira, aqui temos duas obras que se diferenciam estruturalmente.

O BEIJO NO ASFALTO segue a estrutura mais tradicional do texto teatral. O diferencial está na forma como o autor trabalha os temas: o sensacionalismo da mídia, a violência e abuso de poder por parte da polícia, a homofobia, os desejos ocultos e recalcados. Nelson se vale de uma lente hiperbólica - ao mesmo tempo que mostra, amplia sobremaneira esses aspectos. O exagero no tragicômico é proposital, e uma das características da crítica social rodrigueana.

Já VESTIDO DE NOIVA apela principalmente para o melodrama, mas se destaca por apresentar uma construção mais elaborada do texto teatral. Por conta desse aspecto, e das inovações trazidas por ela, esta peça é considerada o marco inicial do Modernismo no teatro brasileiro. O que chama a atenção, e foram consideradas arrojadas para a época, são as soluções engendradas por Nelson na construção das cenas no palco. Este é dividido em três quadros: da realidade, da alucinação e da memória, nos quais se desenrolam as ações.

Conforme mencionado acima, o trabalho de Nelson Rodrigues pode causar reações divergentes no público/leitor. Comigo não foi diferente. Quando me pus a pensar sobre o que escrever - especificamente sobre essas peças -, algumas das minhas primeiras impressões e considerações se alteraram, o que me fez, inclusive, mudar a avaliação das obras.

Mas aí reside justamente a função principal da obra de arte: para ser relevante, ela deve provocar. Se o resultado final for apenas indiferença, é sinal que ela fracassou.
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Sara Muniz 19/04/2020

RESENHA - VESTIDO DE NOIVA
Vestido de Noiva é uma peça famosíssima de Nelson Rodrigues. Escrita em 1943 e dirigida pela primeira vez por Zimbinsky, a peça deu início ao modernismo no teatro brasileiro, por conta das suas inovações inigualáveis.

A peça começa com barulhos de uma batida e de vidro quebrando, pois Alaíde acabara de ser atropelada. Com o atropelamento, todas as informações na cabeça dela se embaralham e ela não sabe mais o que é realidade, memória e alucinação, então esses três planos se confundem.

Para quem lê a peça, é um pouco mais fácil entender o que está acontecendo, por mais que ainda seja uma loucura total na primeira leitura. Entretanto, para quem estava assistindo a peça, ficava muito confuso e, por isso, Nelson Rodrigues recebeu várias críticas.

Na peça, a luz ilumina os planos separadamente e a voz que fala no microfone está em todos os planos. No plano da realidade, está o casamento de Lúcia, Alaíde em coma e os repórteres. No plano da memória, está a tentativa dela de organizar as lembranças, é aquilo que pode ou não ter acontecido antes e depois do acidente. No plano da alucinação, mistura-se o que ela leu o diário de Madame Clessi (prostituta de luxo que morre em 1905). É o plano mais longo, há a libertação de todos os desejos (amiga da Clessi), mescla realidade com fantasia, se projeta livre de julgamentos, há a exploração intensa do inconsciente da personagem e o entendimento do que houve no real.

Por fim, Alaíde descobre que ela estava para se casar com Pedro, um homem que representa o esterótipo de bom partido. Porém, como antes Pedro era namorado de Lúcia, irmã da Alaíde, ela volta para se vingar por ter perdido o namorado. Pedro e Lúcia querem ficar juntos, então atropelam Alaíde.

Em Vestido de Noiva não há ação, tempo e espaço, não há linearidade nos acontecimentos e tudo acontece como uma completa confusão mental dentro da cabeça de Alaíde. Por isso, o ponto de vista é a cabeça da própria Alaíde.

Com esse trabalho, Nelson Rodrigues foi muito inovador para a época, pois seguia as tendências do teatro europeu, foi a primeira peça a ter um diretor, pela ousadia, não-linearidade, por não ter as 3 unidades do drama, por ter a memória, pelo ponto de vista inovador, por tratar da alma e do espírito dos personagens e pelo uso poético das rubricas.

Quando comecei a ler Vestido de Noiva, eu não estava entendo nada. Após as dez primeiras páginas, algumas coisas fazem sentido e outras não. Devo admitir que somente depois de ter a aula na faculdade sobre Vestido de Noiva, foi que eu entendi 100% e senti a necessidade de reler. Recomendo muito a peça, principalmente para quem gosta de textos com intenso fluxo psicológico.

PARA A RESENHA COMPLETA COM TRECHOS E IMAGENS DO LIVRO, ACESSE MEU BLOG:

site: http://interesses-sutis.blogspot.com/2018/12/resenha-vestido-de-noiva.html
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