Vestido de Noiva

Vestido de Noiva Nelson Rodrigues




Resenhas - Vestido de Noiva


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TalesVR 24/02/2024

SINISTRO
A leitura da peça Vestido de Noiva foi, para mim, uma experiência assustadora que aflorou todo tipo de sentimento. Nelson Rodrigues com toda sua canalhice leva o leitor/espectador para a casa da insanidade. Isso aqui não é uma simples historinha de traição, é um roteiro que chega a dar MEDO, ser uma coisa ruim, macabra, sei lá o que que foi isso.

Ah, tem um porém que é óbvio e pode não ser também. Não sei como são outras edições, eu li uma que era só o roteiro na íntegra e aí isso pode ser beeeeem confuso para um leitor não familiarizado. É um toma lá da cá constante, a trama acontece em vários planos reais e irreais ao mesmo tempo, personagens vão e vem muito rápido. Ainda não vi ela sendo encenada, mas dá pra perceber que exige uma produção e empenho grandes.
Renata_ Pandora 28/02/2024minha estante
Ah acho que já li esse, ele tem um fetiche em ver as noivas mortas é isso?


TalesVR 28/02/2024minha estante
Não, mas não duvido nem um pouco que pudesse ter existido algo assim do Nelson Rodrigues mesmo kkkkkkkkkk nesse aí duas mulheres mortas ficam relembrando suas mortes sem saber que já partiram, elas tomam consciência disso no final. E uma que é a principal estava envolvida num triângulo amoroso com a própria irmã que planejava matar ela e ficar com o marido. Acabou que ela morreu de acidente de carro aleatoriamente e isso mudou tudo.

No final tem bastante a ver com noivas mortas sim, só que sem a parte do fetiche kkk


Renata_ Pandora 28/02/2024minha estante
Entendi, eu li alguns dele, ele tem um fascínio sexual pela morte nos que eu li. ?




Goldenlion85 26/05/2009

Mais que uma simples estória...
Muito real, instigante,
na peça há diversas direções:
mostra duas estórias distintas e parecidas,
uma protituta famosa que gosta de um jovem mais novo,
um triangulo amoroso no qual um jovem é disputado por duas irmãs,
UM TRAMA BEM PSICOLOGICO...
Muito real e original,
Recomendo
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blanche dubois 20/05/2009

Segunda peça de Nelson Rodrigues, então jornalista, Vestido de Noiva foi escrita em uma época financeiramente difícil para o homem que se tornaria o maior dramaturgo do Brasil. Apesar do autor mostrar-se moralista, suas obras foram sempre revolucionárias. Talvez pelo retrato fiel que faz das pessoas: tão autêntico que causa espanto. Nelson Rodrigues não se limita apenas a escrever sobre a sociedade e sim, sobre a natureza humana.
Seu assunto preferido é o desejo; incestos, bofetadas, estupros, pederastia, espartilhos e suspensórios.
Com personagens endinheirados e referência à obras como Madame Bovary, o diálogo de Vestido de Noiva é culto e cheio de termos em francês, muito usados no Brasil dos anos 40. Porém mesmo com toda a elegância, não são imunes a mesquinharias e sentimentos impuros.
Alaíde, após ser vítima de um atropelamento e entrar em coma, busca em suas alucinações ajuda da falecida cortesã Madame Clessi, que fora dona de um diário que a moça achou no sótão de sua casa, para descobrir sobre o seu casamento... com um desenrolar da trama delicioso, em meio a delírios e realidade, mais do que tudo, Vestido de Noiva fala de vingança e intencionalmente ou não, de vida após a morte, como se vê em outras criações do escritor, A serpente e Valsa nº 6.
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Eduardo 09/01/2010

Nelson Rodrigues escreve o teatro psicológico mais politicamente incorreto da face da terra: fato. E provavelmente seja por isso que eu gosto.

O fato dessa peça ser separada em três planos (realidade, lembrança e alucinação) faz com que o leitor tome conhecimento da história de maneira cruzada e fragmentada, o que causa um efeito muito particular e incomum, deixando o leitor curioso.


Um dia ainda assisto a encenação dessa peça.
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Tito 06/07/2010

Um triângulo amoroso e seu trágico desfecho em três planos: realidade, memória e alucinação.
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Fabio Shiva 30/08/2010

Sábato Magaldi conta...
...que Nelson começou a bolar o enredo de “Vestido de Noiva” assim que saiu da estreia de “A mulher sem pecado”. Irritado pela morna recepção do público, ele quis tirá-lo de sua apatia, nem que para isso tivesse que agredi-lo a pontapés. E não é que o público gostou?

“Vestido de noiva” traz grandes inovações cênicas, tal como a divisão do palco em três planos: realidade, memória e alucinação. Antes da estreia, Nelson submeteu o texto à apreciação de Manuel Bandeira, que escreveu em um artigo de jornal: “Vestido de Noiva em outro meio consagraria um autor. Que será por aqui? Se for bem aceita, consagrará... o público.”

Sábato Magaldi complementa: “O certo é que a estreia de Vestido de Noiva fez que o teatro brasileiro perdesse o complexo de inferioridade.”

Essa peça, infelizmente, eu não vi. Julgando só pelo texto, continuo considerando “A mulher sem pecado” superior.
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Silvio 22/11/2010

Peça é genial!
Vestido de noiva é genial! Nelson Rodrigues consegue transforma uma história curta superficialmente simples em algo complexo, que passa por diversos planos de memória e tempo. Se ainda hoje ela causa impacto imagino quando foi lançada, em 1944!
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Bit 14/03/2011

Pela mente de Alaíde, vítima de atropelamento, passam flashes de seu relacionamento com o marido, da disputa com a irmã, de seus desejos inconfessáveis, tudo de forma desencontrada, misturando realidade, lembrança e alucinação. Com direção de Ziembinski, a estréia de Vestido de Noiva, em 1943, marcou o início da nova fase do teatro nacional e consagrou Nelson Rodrigues
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cykelem 06/03/2011

Vestido de Noiva

O livro ''Vestido de Noiva'' escrito por Nelson Rodrigues na verdade é uma peça de tatro e em toda a sua descrição há divisão de três planos distintos: o plano da alucinação, o plano da realidade e o plano da memória.
Alaíde morre, e durante todo o desenrolar da história ela fica tentando lembrar através do plano da memória o que a fez estar ali. O plano da realidade é onde ela se encontra e durante algum tempo ela faz esforço pra se lembrar de sua vida, durante esse tempo, ela acha que assassinou Pedro, até então seu marido e depois descobre que na realidade ela morreu atropelada, e sua irmã Lúcia tinha um caso com Pedro e depois de sua morte fica entre aberto no livro se os dois se unem oficialmente ou não.
Essa obra de Nelson Rodrigues tem um ''Q'' de Machado de Assis, principalmente no fim onde fica um tom de suspense.
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Paulo 11/03/2013

Uma hora de leitura para imergir em muitas.
O trabalho de Nelson Rodrigues, do ponto de vista da teoria literária,é um trabalho extremamente bem elaborado e (como posso supor) apaixonado por parte da dedicação. Os planos ficcionais extremamente envolventes com a qualidade 'pesada' que caracteriza a obra do autor.
''Vestido de Noiva'' é um livro para ler e não ser esquecido,e também relido (é uma leitura rápida e proveitosa).
Sua Verossimilhança é um de seus pontos mais fortes. Um Ponto terrivelmente forte.
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Marcone 14/01/2014

Texto da peça de teatro "Vestido de Noiva" que praticamente fundou o Teatro Moderno Brasileiro, em 1943.

Uma mulher chamada Alaíde foi atropelada, e está na mesa de cirurgia em estado gravíssimo. A partir daí, vemos trechos da vida de Alaíde, em retrospectiva. Mas esses trechos são vistos da ótica de Alaíde, que está sedada, no hospital. Logo, a realidade, a memória e a alucinação se fundem, para narrar as lembranças da sua vida.

Uma obra-prima do teatro universal, uma contribuição sem tamanho para a Arte! Em 2006, o cineasta Joffre Rodrigues, filho do Nelson, adaptou a estória para o cinema no filme "Vestido de Noiva", numa leitura digna da grandeza desta obra, com a atriz Simone Spoladore como Alaíde, e Marília Pêra no papel de Madame Clessi, em interpretações verdadeiramente magistrais.
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tray 30/09/2015

maravalhisoso
como sair desse livro ?! não tem como, estou na ressaca é isso.
Nelson brinca tanto com nosso pudores e nossas vontades que fica complicado sair desse enredo, a brincadeira com o tempo, com os personagens, nossa considerando já o melhor de todos. mas Nelson sempre me supera nas avaliações, então por hora estou amando mais que os demais.
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Luciano Luíz 19/01/2016

VESTIDO DE NOIVA é considerado o primeiro sucesso de NELSON RODRIGUES no campo teatral. Aqui temos a estória em três planos: realidade, memórias e alucinação. E é na parte alucinógena que se passa a maior parte da peça. É sobre uma moça que é atropelada e durante a cirurgia começa a viajar para outros momentos de sua vida. E tem conversas com amigas (nem tão amigas) e também há o caso de um assassinato de uma mulher por um jovem. E ainda traição e mais do que se consolidou na obra do Nelson.
Não achei tão foda assim. É um texto que trabalha profundamente com o psicológico. Mas era início de carreira. Não há como negar que é bom, mas acho que alguns roteiros de teatro realmente ficam melhores quando encenados. Fiz o melhor possível no uso da minha imaginação. Talvez eu tenha falhado. Porém, não é um texto que tenha me deixado satisfeito. Acredito que uma releitura é algo que possa soar melhor. Mas isso, em outro momento da vida.

L. L. Santos


site: https://www.facebook.com/L-L-Santos-254579094626804/?fref=ts
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Retalhos e Prefácios 17/06/2016

Brilhante!
Acredito que Nelson Rodrigues dispense apresentações, né? Autor nascido em Recife, que mudou-se - ainda criança - para o Rio de Janeiro, onde viveu por toda sua vida. Autor brasileiro e consagrado, o teatro entrou em sua vida por acaso, como o próprio contava. Em momentos de grande dificuldade financeira, viu ali uma possibilidade de sair da atual situação. Escreveu sua primeira peça, "A mulher sem pecado...", mas foi com "Vestido de Noiva" que o sucesso veio de fato, pois, o autor trouxe algo nunca visto no teatro brasileiro.

Com três planos simultâneos: realidade, memória e alucinação, Nelson iniciava o processo de mudança no teatro brasileiro.

E foi, justamente essa peça que escolhi pra ler...

A peça começa com sons que nos remete a uma cidade grande e, em seguida, uma cena de atropelamento. Neste primeiro ato, cria-se o plano de alucinação, e temos Alaíde chamando sem parar por uma tal Madame Clessi. Ela busca por vários personagens, e todos dizem que Clessi está morta, para desespero de Alaíde.

Madame Clessi era uma "mulher da vida", como chamadas na época em que a peça se passa. Na imagem e lembrança de Alaíde: uma mulher linda!
Por isso, custa a acreditar que a mesma tenha morrido "gorda e velha" como todos lhe dizem.

No plano da alucinação, Alaíde encontra-se em um bordel, onde vê todos os homens com o rosto de seu marido e, finalmente encontra Clessi. Ao mesmo tempo, no plano da realidade, é noticiado o atropelamento de Alaíde, e podemos contar com conversas dos médicos a respeito de Alaíde que está em cima de uma mesa de operação.

De volta ao bordel, Alaíde inicia um diálogo com Clessi e lhe revela ter assassinado seu marido.

A partir daí, inicia-se o plano de memória. Clessi tenta convencer Alaíde a lembrar-se de seu casamento. Ela lembra de uma mulher de véu, mas não quer identificá-la.

Já no segundo ato, no plano da memória, Alaíde e a "Mulher do véu" começam a discutir, já que a segunda parece querer destruir o casamento da primeira.

Aos poucos, descobrimos que a "Mulher do véu" trata-se de Lúcia, irmã de Alaíde - que namorou Pedro (que seria marido de Alaíde) no passado, e teve este "roubado" por Alaíde.

Finalizando, então, temos o terceiro ato, onde descobertas são feitas... A Peça toma rumos inesperados e uma conclusão que me deixou com vontade de ler todos os livros do autor que ainda não li.

Nada aqui é linear. Ao contrário, tudo se apresenta de forma caótica, com um esquema cronológico que prende nossa atenção e os três atos se misturam de forma a só contribuir com o "embaralhamento" do tempo da peça. E a única coisa que eu queria estar fazendo neste momento, era estar sentada em uma cadeira de Teatro, contemplando esta Peça!

Esta foi, sem dúvida, uma das resenhas mais complicadas de fazer... Não pelo livro/peça em si, porque este foi maravilhoso e de uma genialidade sem fim - que eu não poderia deixar de conhecer. Mas, simplesmente porque qualquer coisa a mais que eu relate aqui, virará um spoiler gigante, que vocês não merecem (e eu sou contra, rs).
Então pare tudo o que você está lendo e vá conhecer essa obra brilhante!
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 18/11/2016

Sem delicadeza
Sempre tive curiosidade com relação às obras de Nelson Rodrigues. Lembro de assistir à série A Vida Como Ela É..., baseada nos textos do autor, no programa Fantástico quando era criança – não era muito apropriada para a minha idade na época, mas abafa o caso. Quando comecei a ter contato com teatro, lá nos meus 13 anos, é que manifestei real interesse em conhecer as peças de Nelson Rodrigues, coisa que hoje, como estudante de teatro, passou a ser uma intimação.

Justamente por já conhecer a trama, ler Vestido de Noiva integralmente foi uma experiência marcada pela expectativa – lá nas alturas –, mesmo antes de iniciar a leitura. E preciso dizer que em nenhum momento me decepcionei.

A peça em três atos traz a história de Alaíde que, enquanto passa por uma cirurgia após ser atropelada, relembra a rivalidade com a irmã, Lúcia, de quem roubou o namorado, Pedro, com quem acabou se casando. Ao mesmo tempo, Alaíde fantasia um encontro com Madame Clessi, uma prostituta que fora morta por seu amante no início do século 20.

Escrita e levada ao palco pela primeira vez em 1943, sob a direção do polonês Ziembinski, Vestido de Noiva trouxe uma inovação para a época – a ação se divide em três planos diferentes, que se intercalam no cenário – e entrou para a história da dramaturgia brasileira, sendo um marco para o teatro moderno brasileiro.

O plano da realidade é aquele que orienta o leitor sobre os acontecimentos envolvendo Alaíde – o acidente no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, e os comentários dos jornalistas, o hospital, a cirurgia. O plano da memória reconstrói o passado de Alaíde a partir de suas lembranças, especialmente a do dia de seu casamento, cujos acontecimentos já pressagiavam um futuro trágico. Certa névoa de confusão e suposições caracterizam esse plano, como por exemplo, a presença de uma tal Mulher de Véu, com quem Alaíde tem um conflito logo antes da cerimônia e que a persegue em diferentes momentos.

Já o plano da alucinação traz Madame Clessi como figura de destaque. Alaíde tomou conhecimento de sua existência por meio de um diário encontrado no sótão da casa de sua família, que no passado havia sido um bordel. Em sua fantasia, a prostituta a ajuda a recuperar momentos e situações perdidos em sua memória. Também neste plano existe a confusão – Alaíde revela em si a idealização e a necessidade de fuga e libertação, em contraste com uma realidade banal, até mesmo repugnante. Fatos e pessoas se misturam, e tudo segue uma razão diferente daquela da realidade.

Colocando em evidência a classe média carioca, em Vestido de Noiva – assim como em suas demais obras – Nelson Rodrigues é despudorado ao falar sobre família, adultério e casamento.

É num ambiente tomado pela hipocrisia que a ação tem lugar. Predominam a mentira, os desejos reprimidos e a obsessão; o autor não poupa – nunca! – nem mesmo as relações familiares, já que é no cerne da família que se revelam as traições e deslealdades de seus personagens.

Polêmico, psicológico e forte, tanto no conteúdo como na forma, Vestido de Noiva traz temas universais, esfregando-os na cara do leitor com uma delicadeza praticamente inexistente. É preciso despir-se de julgamentos excessivos e aceitar uma degradação que, se é velada na vida, aparece escancarada nas obras de Nelson. Essas manchas, alimentadas pela tragédia da vida, tomam proporções grotescas quando vistas de perto e fazem dos personagens seres tão humanos quanto nós. E de ser humano, ah!, disso Nelson entendia, à sua maneira e como ninguém.

LEIA PORQUE...
A segunda peça de Nelson Rodrigues marcou não apenas sua carreira como também a trajetória do teatro brasileiro. De grande intensidade e carga dramática, Vestido de Noiva revela pedaços da podridão humana – dela, nada sai incólume. Veja também 5 motivos para ler Nelson Rodriques.

DA EXPERIÊNCIA
Visceral e sórdido, do jeito que eu gosto. Fácil de ler, mas de digestão lenta – e muito proveitosa.

Depois da leitura, sabe o que aconteceu? Bateu uma mega vontade de ler a versão em graphic novel da história, com roteiro de Arnaldo Branco e ilustrada por Gabriel Góes, lançada também pela editora Desiderata/Nova Fronteira em 2013.

FEZ PENSAR
Nas discussões das aulas de História do Teatro – segundo um professor que tive, o teatro de Nelson Rodrigues não poderia ser chamado legitimamente brasileiro, uma vez que suas tramas não seriam mais que inspirações originadas das obras de Tennessee Williams, autor de Um Bonde Chamado Desejo. Não vou entrar no mérito da questão, até porque não tenho suficientes bases para tanto, mas é algo realmente interessante de ser debatido, não?

site: Livro Lab
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