O livro do riso e do esquecimento

O livro do riso e do esquecimento Milan Kundera




Resenhas - O Livro do Riso e do Esquecimento


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Michela Wakami 27/03/2024

Detestei
Um livro que fala mais sobre sexo, do que de qualquer outra coisa.
Aqui tem suruba, tem pedofilia, etc.
Iwatanii 27/03/2024minha estante
Misericórdia ?


Ramon 27/03/2024minha estante
As vezes penso em ler algo desse autor, mas sempre fico com um pé atrás com o que está na moda...


Michela Wakami 27/03/2024minha estante
Ramon, eu também tenho pé atrás, mas infelizmente as vezes acabando dando azar de arriscar errado.?
Só terminei de ler esse, para poder alertar as pessoas, que assim como eu, não gostam desse tipo de livro, pois ninguém fala sobre isso nas resenhas.


Michela Wakami 27/03/2024minha estante
Ou melhor, quase ninguém*.


Michela Wakami 27/03/2024minha estante
Misericórdia mesmo, amiga.


anoca 27/03/2024minha estante
amo qnd algm diz que o livro tem pornografia pq nem chego perto.. obrigada


Michela Wakami 27/03/2024minha estante
Por nada, Anoca. ??

Também amo ser avisada.


Paloma 29/03/2024minha estante
Gosto quando você fala sobre na resenha. Assim fica mais fácil a escolha de querer ler ou não.


Michela Wakami 29/03/2024minha estante
Obrigada, Paloma. ??


Ramon 29/03/2024minha estante
Lembrei de um livro que me decepcionou muito pelo mesmo motivo, se chama Quarto Escuro. Recomendo que passe longe. Comprei pela sinopse na contracapa e o livro não entregou nada do que prometia.


Michela Wakami 29/03/2024minha estante
Obrigada pelo aviso, Ramon.
Vou passar longe, com certeza.
Pior é a sinopse não trazer nenhum tipo de alerta.
A casos em que, nem correspondem com o conteúdo, parece até, que foi escrita, por alguém que não leu o livro.?


Alê | @alexandrejjr 30/03/2024minha estante
Acho, sinceramente, que esse livro fala sobre muitas outras coisas antes do sexo. Mas entendo o incômodo, especialmente pelas claras passagens machistas presentes no romance. Mas reitero: existe um projeto estético interessante nesse livro, goste-se ou não dele.


Michela Wakami 30/03/2024minha estante
Alê, sinceramente, eu nem olhei pelo lado machista.
Meu incômodo maior é o fato de uma mulher que após a morte de seu marido, não conseguir mais se realizar sexualmente com outros adultos, por ver neles o rosto do marido falecido, e indo para uma ilha aonde só moram crianças, ter relações sexuais com elas e só assim conseguir se realizar sexualmente.

Observação: crianças de 6 a 12 anos.

E isso é retratado em várias páginas.

E tem outras partes sexuais entre adultos, e na maioria das vezes, sexo em grupos, que também me incomodam.

Se essas coisas não te incomodam, tudo bem.
Mas me incomodam e muito.

Por isso dei essa nota baixa, e fiz esse comentário na resenha.

E assim como eu, tem várias outras pessoas que não gostam desse tipo de livro, esse alerta é para essas pessoas.

Se tinha algo de relevante, nesse livro, passou a não ser mais relevante para mim.
A única coisa que senti, foi vontade de nunca mais ler nada do autor.


priscyla.bellini2023 04/04/2024minha estante
Sou testemunha ksksks Não li, nem lerei, mas ainda quero ler outros livros do autor.




Alê | @alexandrejjr 27/06/2021

Os três pês de Kundera

Milan Kundera é um dos mais celebrados romancistas contemporâneos. Não por acaso, o autor tcheco está sempre cotado para ganhar o Prêmio Nobel. Em “O livro do riso e do esquecimento”, Kundera vai guiar os leitores sob três temas principais que eu jocosamente chamarei de os “três pês” de Kundera.

Vamos ao primeiro “p”: Praga. A capital da atual República Tcheca é parte indissociável da identidade de Milan Kundera e, portanto, de sua literatura. A história reforça essa ligação. A antiga Tchecoslováquia, que foi libertada pelo regime comunista soviético em 1945 das garras nazistas, posteriormente revelou o que todos nós já sabemos: que a ambição é um mal sem limites. Sob asas soviéticas, o país que sonhava com um “socialismo de face humana” teve uma fracassada tentativa de “russificação”, culminando na famosa Primavera de Praga, em 1968, tão cara ao autor e intrinsecamente ligada à sua história. Sob a perspectiva de um cidadão exilado desde 1975, pois foi privado de sua cidadania checa até 2019, quando seu país lhe devolveu aquilo que o escritor jamais deixou de ter, Kundera exerce o olhar privilegiado de quem não tem amarras. E é através dele que tenta analisar o que significa fazer parte de uma nação que foi usurpada por ideais que pregavam a uniformização, a centralização e a completa ausência de discordância. E isso nos leva ao segundo grande tema do livro.

O próximo “p” é, talvez, o mais importante da obra: o passado. É através dele que o autor irá trabalhar filosófica e existencialmente a ideia do esquecimento e o que ele representa dentro da memória coletiva. Sob esse eixo de raciocínio é que se dá a principal ligação das sete histórias presentes na narrativa não linear do romance, que às vezes se mesclam ou se somam a outros estilos, como o conto e o ensaio, tudo sem aviso prévio aos leitores. O passado interessa muito mais que o futuro, concluirá Kundera. Mas em meio ao ousado hibridismo técnico, que impossibilita definir o gênero predominante do livro, Kundera irá mostrar que há algo que não se pode abdicar em tempo algum, o que nos leva ao último tema.

O terceiro “p” é o que está presente nas mais variadas formas de expressão das personagens: a política. Para Kundera, a política se expressa até nos mínimos detalhes e em todas as ocasiões. É a política que define o sexo, que define as relações de poder e que impiedosamente exerce influência nas emoções. E é por isso que o escritor elege, poeticamente, o riso como uma válvula de escape alegórica. O riso é a expressão do fim, da dor, do inevitável diante do absurdo. É aqui também que o autor traz elementos da sua conhecida predileção pelo erotismo, com passagens que inevitavelmente esbarram no machismo que todos os homens carregam e parecem - como devem parecer - anacrônicas.

Este “O livro do riso e do esquecimento”, primeiro romance escrito na França - mas ainda em checo - pelo exilado Kundera é o testemunho de uma necessidade humana: a de contar. Milan Kundera conta porque é necessário saber, é necessário refletir, pois no fim tudo não passa de histórias e delas, como o romancista sabe muito bem, o tempo não se desfaz.
dani 27/06/2021minha estante
Resenha interessante! Ainda não li nada do autor, mas quero ler em breve.


anna 28/06/2021minha estante
Adorei a resenha! Se não me engano, esse é o único romance do Kundera que ainda não li. Já estava ansiosa, agora fiquei ainda mais.


Henrique Fendrich 29/06/2021minha estante
Muito bom. Há alguns dias, Kundera recebeu o Prêmio Kafka, concedido por tchecos, depois que permitiu a tradução tcheca dos seus romances. Hoje, embora tenha fama mundial, Kundera ainda é pouco conhecido no seu país natal, fruto dessa relação tensa ao longo da sua trajetória.


Alê | @alexandrejjr 29/06/2021minha estante
Dani, ainda acho que um livro mais interessante pra conhecer a literatura dele é "A insustentável leveza do ser" e é tão bom quanto este;

Anna, que fantástico conhecer uma "kunderiana"! Bora completar mais essa figurinha;

Bem pontuado, Henrique. E não sabia que ele tinha sido reconhecido com esse prêmio, estava na hora.

Pessoal, obrigado por dedicarem tempo para ler o texto. ?


Alanna Fernandes 03/07/2021minha estante
Eu queria te conhecer pessoalmente!


Alê | @alexandrejjr 03/07/2021minha estante
Se estiver perto de Porto Alegre, podemos fazer acontecer, mas acredito que eu me expresso melhor escrevendo do que conversando, Alanna. ??


Fanny Galvão 16/04/2023minha estante
E aí rolou o encontro ? Gente preciso saber kkkk


Alê | @alexandrejjr 16/04/2023minha estante
Não rolou a fic, Stephani! Acho que nunca mais nos falamos, inclusive (e ela nunca me respondeu!!). Mas tirando a brincadeira, acho que ambos estávamos pensando num encontro sem esse sentido que tu pensasse. ?


Fanny Galvão 16/04/2023minha estante
Ale que pena :( já imaginei vocês caminhando pelo campo tomando chimarrão KKK


Leila 22/05/2023minha estante
excelente resenha, amigo


Alê | @alexandrejjr 25/05/2023minha estante
Obrigado por ter lido e pelo carinho, Leila. Fico feliz também que tenhas gostado do livro!




Ana Quintela 19/08/2009

Inesquecível
Foi uma grata surpresa para mim perder minha "virgindade" literária de Milan Kundera. O Livro do Riso e do Esquecimento me levou muito além do que eu imaginava. Ele conduz a ocupação da antiga Tchekoslováquia pelos Russos (e tantos outros) para o campo dos relacionamentos pessoais e individuais. Ele mostra com a alma aberta a hipocrisia, os medos, o temor e a compreensão da morte, o amor, o sexo, a poesia, a música, ou seja, tudo pelo qual passa o ser humano. Uma narrativa estarrecedora que nos faz pensar sobre a tênue linha que divide as fronteiras da vida e da morte. Virei fã.
arthur felipe 10/12/2011minha estante
Além de tudo é muito bem escrito.
Me pergunto se ele passou por tudo isso, como é presumido na quarta parte do livro ''As Cartas Perdidas.''




Lori 28/05/2010

Ai ai, eu e O Livro do Riso e do Esquecimento temos um relacionamento bastante complicado. De todos os livros de Kundera provavelmente esse está entre os que eu menos gostei de todos que eu li até agora. Não me entenda errado, é um ótimo livro e todos devem ler, mas não chega aos pés de Insustentável Leveza do Ser. O pior é que vi em um site as críticas ao livro e 90% o classificavam como obra prima e dos livros fundamentais da modernidade. Então eu sinto que eu não entendi partes fundamentais do livro. Talvez seja esse o problema, eu fico esperando um sentindo em tudo o que Kundera escreve. Então em um livro com sete partes, se não consigo compreender uma, eu esqueço que ela tem valor fora de toda filosofia dele também. Esqueci que Kundera pode ter beleza somente pela bela escrita sem política e filosofia.

Claro que chegar a essa conclusão não eu mudar as minhas partes preferidas, que são as políticas, mas o livro não é só isso. Como eu comentei sobre as críticas, melhor colocar a do New York Times para resumir as formas diferentes que compõe o livro: “O Livro do Riso e do Esquecimento auto-intitula-se de romance, apesar de ser em parte conto de fadas, em parte crítica literária, em parte tratado político, em parte musicologia e em parte autobiografia. Pode auto-intitular-se como bem quiser, porque é genial no seu todo.” Acho que o mais tocante de todas dessas partes é a autobiografia. Tem que ter uma grande coragem de se abrir assim para quem quiser ler. E quando ele fala de como perdia o pai para a doença, como ele foi perdendo o poder da fala e não conseguia mais transmitir o que pensava. Nessas partes, eu apoio qualquer um que disser que é genial/obra prima/o que for.

O livro fala de diversos assuntos, que tentar resumir aqui seria até um desrespeito com a obra. E vamos levar em conta que eu li o livro já faz um tempinho, eu somente não sabia o que escrever aqui. Mas vale a pena apontar que novamente ele trata com perfeição a questão da memória e do esquecimento. É um assunto que me fascina (vamos lá, é o tema da minha monografia, né) e que ele trata com uma sutileza em um dos meus eventos históricos preferidos. A troca do nome de uma mesma rua diversas vezes (cinco vezes por volta de cinqüenta anos) me lembra um texto de Pollack onde ele comenta sobre uma família de Alsácia-Lorena que disputaram diversas lutas, mas sempre acabavam prisioneiros, às vezes como franceses, outras alemães. O nome no fundo não importa, no final as pessoas são as mesmas mesmo com toda lavagem cerebral. Kundera e Orwell trabalham com a questão da memória e esquecimento, às vezes me pergunto se eu gosto mais do assunto por isso ou deles pelos temas.

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
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Luca Coelho 27/04/2011

Excelente livro sobre as revoluções que acontecem na vida da gente sem que se tenha total controle sobre elas. Como é um dia você perceber que não faz mais parte da "roda". Como ter que viver longe do seu país, de seus amigos e refazer sua vida. É um livro sobre esquecimento, mas não muito sobre o riso.
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CLA 09/06/2011

Muito Bom!

Anotei algumas frases que podem dar uma idéia do que é o livro.
" Beleza é a abolição da cronologia e a revolta contra o tempo"
" Toda a vida do homen entre seus semelhantes nada mais é do que um combate para se apossar do ouvido do outro"
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L F Menezes 16/11/2012

Tornando inesquecível o esquecimento
Como disse o próprio autor, o livro se trata não de contos, mas de um romance escrito em variações de um tema para conseguir um aprofundamento que uma obra normal não alcançaria. Não quero resumir o que é o livro apenas com isso. Esse é o aspecto formal do texto. Existem vários outros.
Um é a beleza com que Milan escreve: uma linguagem fácil, uma ironia sutil escondida nas reflexões um tanto quanto filosoficamente geniais e o uso de cenas eróticas (que não deixam de ser oníricas).
Outro aspecto é o tema, que já é expresso pelo título: a obra explica o que é, significa, faz e desfaz o riso e o esquecimento. A história gira em torno de Tamina, uma mulher sensual e que perdera o marido por uma doença; mesmo que as histórias não sejam todas protagonizadas por ela, se remetem à moça, que vive olhando para trás, assombrada pela imagem de seu homem morto.
Mas o aspecto mais importante está oculto. O objetivo de Kundera ao escrever o livro: por mais que o livro fale que não há como lutar contra o esquecimento, toda a obra não passa de uma tentativa do autor de impedir seu país natal, sua antiga nação, de cair no esquecimento. Ou seja, Tamina (repare: começa com a letra T) é a representaçã da República Tcheca que com uma doença (os russos) perde seu amor, seu sentido, seu destino e caminha para o esquecimento (perda da cultura).
Porém, incrivelmente, não se trata de um livro triste. É aí que fica clara a genialidade de Kundera: depois de ler 280 páginas de pura agonia, a reação é nada mais que aquele sentimento estranho, que pode ser diabólico ou angelical (também segundo o autor), o riso.
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Deini 14/01/2013

Vale muito a pena.
Mais um ótimo livro do Milan Kundera. Mas sou suspeito de falar. Gosto muito de sua prosa, suas exposições, sua apelação para a contemplação das emoções e do genêro humano. O mergulho que ele nos leva a dar no lago interior das sensações, pensamentos, no psicológico dos personagens. Muito bom, a união entre retrato histórico e reflexão psicológica e filosófica!
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Bruno Pinto 31/12/2013

Primeiro livro de Kundera escrito em Paris, exilado de sua terra natal, tem uma narrativa mais conservadora, sem alternâncias de narradores, como aconteceu em A Brincadeira (1967), seu primeiro romance, ou como se repetiria em A Insustentável Leveza do Ser (1984), seu maior sucesso.

Aqui Kundera é o narrador que, como de costume, navega entre fatos históricos, pessoais, fictícios e até mesmo fantásticos, desenrolando sua lógica, argumentando com seus personagens, apresentando seu mundo pessoal.

São eleitos como temas principais, como o título já diz, o "Riso e o Esquecimento". Por que não se utilizaria no título a "Comédia e a Memória"? Pois para Kundera há muito mais do que comédia no riso e muito mais do que memória no esquecimento - é o que se ele nos apresenta em seus ótimos escritos.

site: http://estantedopinto.blogspot.com/2013/12/o-livro-do-riso-e-do-esquecimento.html
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Aline 30/05/2015

O livro retrata alguns pontos de Praga e algumas relações humanas, definindo suas complexidades e consequências, misturando uma pitada de sarcasmo, filosofia e muitas das vezes do amor e da sua amplitude, incluindo em seu discurso, é claro, o comunismo na sua forma mais ofensiva e desumana.

Acho interessante a forma que o autor tcheco capta, em alguns de seus livros que li, algum comportamento humano que poderia passar despercebido, mas que faz toda a diferença na sua narrativa.
Kundera transcreve dois pontos de vista com muita maestria, o de quem sofre a ação e o de quem faz a ação. Assim como ocorreu em um dos contos, em que uma personagem lança um olhar vago para outro, e a complexidade da explicação pormenorizada desse olhar em relação a personagem que recebe e de quem o faz, torna a leitura impactante.

É um livro principalmente sobre não esquecer Praga. É um livro sobre o amor. O amor principalmente pela pátria invadida a qual lhe nega a presença. É um livro sobre o riso, o qual nos impede de amar. É um livro sobre anjos e crianças. Sobre a morte e sobre a vida. A vida como um sistema infindável de relações humanas que se entrelaçam num ambiente hostil.
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Luana Ludmila 04/01/2017

Descobertas da vida
É um romance filosófico, político, intimo e pessoal. Que nos faz pensar tantas coisas sobre a vida e a morte. O Milan Kundera é um escritor tcheco, que vivenciou toda repressão do seu país feita pela dominação russa na famosa primavera de praga, onde acabou sendo exilados, assim como todos os médicos, professores e pensadores naquela época.
A França tornou-se sua nova morada, sem identidade e laços fraternais, ele pôde escrever seus romances intercalando na sua obra o sofrimento do seu país e a dor de tê-lo abandonado. Parece clichê, mas a leitura do riso e do esquecimento tem esse poder de fazer refletir sobre o significado de tudo que já passamos e de tudo aquilo que acreditamos ser importante. Quando ele trata do riso e do esquecimento ele faz um paralelo sobre os prazeres humanos na sua essência que podem ser sexuais ou não e do esquecimento que foi toda a perda de identidade e cultura sofrida pelo seu país.
Eu não o conhecia, embora já tenha visto muita coisa sobre sua obra mais conhecida que ganhou até adaptação cinematográfica que é a insustentável leveza do ser, livro que já está na lista de leituras de 2017. Super indico pela boa escrita, pelo conteúdo filosófico/político, como também, pela delicadeza e doçura que a obra me proporcionou, virei fã.
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Caco 09/04/2024

Não precisa ficar em litost para ler esse livro!
Kundera é um escritor admirável. Consegue conduzir prosa, diálogo, filosofia e ensaio num mesmo enredo e ainda assim cativar o leitor. A leitura deste livro é dividida em 7 partes. Cada um dos capítulos evoca a narrativa de personagens distintos. O ritmo é agradável e perdura quase toda obra, exceto o capítulo "Os anjos" onde acredito que Milan Kundera viaja um pouco na maionese, mas nada que atrapalhe a história.

É preciso dizer que a palavra Litost que tem até um capítulo exclusivo a ela. Se for a procura de uma tradução no Google, encontrará ironicamente a palavra "leveza", um substantivo que ficou famoso no título de sua obra-prima.
Litost não tem tradução em outros idiomas. A origem dela é tcheca. Parece com inveja mas não é. Seu equivalente mais próximo é imaginar que está na merda e se acaso ver alguém que está melhor que ti, desejar ardentemente que este chegue ao fundo do poço contigo. É estar próximo de sua própria mediocridade. Aquele que é ferido quer estar no mesmo lugar daquele que não se fere. Há um adjetivo derivado no idioma tcheco que pode indicar alguém que leva tudo para o lado pessoal, o famoso dramático.

Por fim, recomendo fortemente o romance aos leitores familiarizados com as obras deste autor, mais especificamente o clássico A Insustentável Leveza do Ser. Cabe ressaltar que esta obra publicada em 1984, assim como O livro do riso e do esquecimento e a Imortalidade fazem parte de uma trilogia. A temática em comum é a abordagem voltada ao erotismo assim como o exilio do escritor na França. O motivo: A República Tcheca fazia parte do bloco comunista da União Soviética.

Nota: 8,14 (0 a 10,5)
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Na Literatura Selvagem 15/12/2018

a escrita maravilhosa e existencialista de Kundera...
O livro do riso e do esquecimento foi o primeiro livro de Milan Kundera a ser publicado na França, em 1978. Ambientado na Tchecoslováquia durante a invasão russa, em 1968, o autor esmiúça cotidianos com uma pitada de amargura e intensidade, beirando o erotismo e o onírico. Dividido em sete partes aparentemente distintas, ao longo da leitura percebemos os enlaces de tais dramas se desvelando ao leitor.

As histórias passam pela juventude desiludida, intelectuais desorientados, líderes políticos envoltos numa aura de pura soberba. O livro com ares de Realismo fantástico faz uma análise sobre a natureza do esquecimento na história, na política, e no 'correr' da vida...

leia mais em

site: http://naliteraturaselvagem.blogspot.com/2018/04/o-livro-do-riso-e-do-esquecimento-de.html
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Henrique Fendrich 10/01/2020

Todas as páginas, embora dotadas de uma crueza que à primeira vista pode assustar, são recheadas de vida e sentimento. Há muita ternura pulsando ali. As metáforas são criativas, bem explicadas e ficam martelando o tempo todo, de modo a ajudar na compreensão da história. A estrutura não é linear. São sete partes divididas em pequenos capítulos, com rupturas na narrativa, por vezes para dar lugar aos maravilhosos insights do autor, que dialoga com a sua própria história pessoal. À exceção de Tamina, a personagem que é para ser a principal, e que aparece em duas partes do livro, os demais não voltam, mas deixam no leitor o desejo de que retornassem, o que é um sinal de que a história contada sobre eles foi boa o bastante para despertar o nosso interesse. Mesmo com a não linearidade, há uma sensação de unidade por trás do conceito do livro.
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Helena.Jablonski 24/05/2020

A escrita de Milan Kundera é encantadora. O autor consegue estabelecer um diálogo muito sensível com o leitor. Me senti viajando no tempo e no espaço, vivendo junto das várias personagens do livro.
Minhas histórias favoritas são as 3 últimas.
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